LEITORA ÂNGELA LUIZA S. BONACCI
DE SÃO PAULO
Extraído do site folha.com
Com base na minha santa ingenuidade ética, alguns seres humanos atingiriam o ápice da grandeza de alma na dedicação ao desenvolvimento espiritual em retiros, conventos, monastérios etc.
Na minha pia crença, até infantil, a cada degrau da hierarquia católica os sacerdotes subiriam em iluminação e tenderiam a uma santidade quase mística. O papa seria, então, um semideus.
No entanto, tudo que é ingênuo termina sofrendo um choque de realidade arrasador. O papa é uma ovelha cercada por lobos. Cardeais que beirariam a santidade (segundo minha pura teoria) disputam no "tapetão" o poder mundano.
Martin Meissner – 25.set.2011/Associated Press
O papa Bento 16 em uma visita oficial à Alemanha, em 2011; chefe da Igreja Católica anunciou que vai renunciar
A intriga palaciana substitui a humildade e a luminosidade mística. O amar aos outros como a ti mesmo, ganha versão pop do "primeiro o meu".
O profano paira como uma nuvem negra sobre o Vaticano. Tudo tão humano, e tão rasteiro… Pouco transcendente, muito imanente; nada metafísico ou espiritual, apenas picuinhas palacianas.
As vísceras religiosas estão expostas na hipocrisia… Mas, como disse, isso tudo é apenas uma visão inocente de quem ainda crê em magnitude espiritual e pureza contemplativa.
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