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Apologética: A Verdadeira Defesa da Fé

 

Defino Apologética como “a arte de defender a fé dentro do princípio do mandamento de preservação da Palavra de Deus das contaminações do mundo.” O termo tem origem na palavra grega apologia que significa “apresentar a razão” ou “defesa”.

Roque M. Andrade em seu livro “A superioridade da Religião Cristã” – ed. Juerp, pág. 69, afirma: “A apologética vem a ser o conjunto de noções pelas quais se pode empenhar alguém na tarefa de articular qualquer defesa racional”. E continua: “O cristianismo sempre contou com excelentes apologistas, principalmente no decurso dos primeiros séculos desde seu surgimento na história universal”.

Sim, o cristianismo resistiu às fortes perseguições doutrinárias por parte das seitas porque usou de forma correta e coerente a defesa da fé. A reforma protestante é um grande exemplo, sua base foi a apologética.

Costumo dizer para os alunos das faculdades e seminários de ensino teológico que, a base da apologética não é o conhecimento teológico, mas a exposição desse conhecimento. Não basta apenas ter o conhecimento, é preciso saber apresentar tal conhecimento.

Defender a fé é oferecer respostas fieis e seguras a todas as pessoas que buscam a Verdade. Assim escreveu Pedro:

“Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós, Tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom porte em Cristo” . 1ª Pe. 3.15,16.

O versículo manda estarmos prontos. Talvez, jamais encontraremos alguém que faça perguntas difíceis sobre nossa fé; mesmo assim devemos estar prontos para responder caso alguém pergunte. Estar pronto não é só uma questão de ter a informação correta á disposição, é verdade também a atitude de prontidão e vontade de compartilhar a verdade sobre o que acreditamos.

“Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos, Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo”. 1ª Pe. 3,4

Tipos de Apologética

A apologética é um campo amplo e por isso possui cinco classificações: apologética clássica, evidencial, experimental, histórica e pressuposicional. Cada classe busca a melhor maneira de fazer sua defesa da fé. Todas seguem uma linha em harmonia com sua pregação ora literária ora verbal.

A apologética sempre teve famosos cristãos desde a era primitiva, devido sua maneira de propagar a fé destruindo todo tipo de argumento contrário á Palavra de Deus, mesmo em meio as perseguições.

Apologética Clássica: A apologética clássica enfatiza argumentos a favor da existência de Deus. Vale-se do argumento teísta para estabelecer a Verdade do teísmo à parte do apelo à revelação especial. O passo inicial da apologética clássica é de chegar à conclusão lógica de que, se o Deus do teísmo existe, milagres são possíveis; na verdade o maior milagre, a criação, é possível. A credibilidade dos milagres é essencial ao próximo passo na apologética clássica.

Apologética Evidencial: A apologética evidencial enfatiza a necessidade da prova para apoiar as afirmações das verdades cristã. A evidência pode ser racional, histórica, arqueológica, e até experimental.

Apologética Experimental: É a experiência como evidência da fé cristã. Alguns apelam à experiência religiosa em geral. Outros à experiências religiosas especiais. O valor da experiência religiosa geral é de valor limitado para a apologética exclusivamente cristã. Na melhor das hipóteses, a experiência geral estabelece a credibilidade da crença em algum tipo de ser supremo (não necessariamente o Deus teísta). No entanto, as provas da experiência religiosa têm sido oferecidas por cristãos e outros. Experiências gerais estão disponível a todos.

Apologética Histórica: A apologética histórica enfatiza a evidência histórica como base para demonstração da veracidade do cristianismo. Esses apologistas acreditam que mesmo a existência de Deus pode ser provada apenas pela evidência histórica. Por um lado a apologética histórica pertence à classe mais ampla da apologética comprobatória, mas é diferente por que enfatiza a importância, até mesmo a necessidade de começar com o registro histórico.

Apologética Pressuposicional: A apologética pressuposicional afirma que é preciso defender o cristianismo a partir do alicerce de certas pressuposições. Geralmente o apologista desta escola de apologética pressupões a verdade básica do cristianismo e depois continua demonstrando que só o cristianismo é verdadeiro.

Deus lhe chamou para defender a fé!

“Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas; Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo”

Isso significa que devemos confrontar questões nas nossas mentes e nos pensamentos expressos por outras que por ventura impeçam a nós e a eles de conhecer Deus. Essa é a essência da apologética.

“Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos, Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo”. 1ª Pe. 3,4

A Bíblia não precisa ser defendida! Afirmam alguns. Sim, a Bíblia é viva e eficaz (Hb. 4.12), mas como sabemos que a Bíblia e não o Alcorão (livro sagrado dos mulçumanos) ou o livro de Mórmon é a Palavra de Deus? A apologética é uma grande necessidade! É um dever de todo cristão fiel á palavra de Deus.

Deus lhe chama para defender a fé com sabedoria, mansidão e unção da Palavra. Defenda a fé e mostre ao mundo o verdadeiro caminho para a salvação. Jesus Cristo, o Senhor!

Alex Belmonte – é Mestre em Teologia, Pós-graduado em Apologética Cristã e Lato Sensu em Heresiologia. Doutorado em Clínica Pastoral atua em ministrações com especialização em História das Religiões, Apologética e Escatologia, possui os títulos Honoris Causa de Doutor em Divindade pela Faculdade Luther King de Teologia e Filosofia de Franca (SP) e Fatecom. Pós-graduando em Línguas Originais (Grego e Hebraico).
Foi membro do Departamento de Educação Cristã da Convenção Batista Nacional (CBN-ES), Coordenador da Jornada  Teológica pela Fates – Faculdade Teológica do Espírito Santo (Extensão Itabatã – BA) e palestrante do ICP – Instituto Cristão de Pesquisas.

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Rev. Ângelo Medrado, Bacharel em Teologia, Doutor em Novo Testamento, referendado pela International Ministry Of Restoration-USA e Multiuniversidade Cristocêntrica é presidente do site Primeira Igreja Virtual do Brasil e da Igreja Batista da Restauração de Vidas em Brasília DF., é autor de diversos livros entre eles: Maçonaria e Cristianismo, O cristão e a Maçonaria, A Religião do antiCristo, Vendas alto nível, com análise transacional e Comportamento Gerencial.

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Genizah entrevista o Arcebispo William Mikler

William Mikler reside nos EUA, na Flórida, e é responsável pelo Apostolado para as Nações, um programa que envolve missões de evangelismo e ensino em mais de 40 nações do mundo.

O arcebispo é ainda Reitor da Abadia St. Johns. A CHRISTIAN COMMUNION INTERNATIONAL é uma denominação que está presente em vários países do mundo, inclusive no Brasil (www.ciceb.com.br). Tem suas tradições calcadas no cristianismo Celta e no Anglicanismo histórico e faz parte do Movimento de Convergência iniciado na década de 1970, o qual busca harmonizar as correntes litúrgica, sacramental, carismática e evangélica da Igreja.

Nesta entrevista exclusiva com o arcebispo Mikler, o Almanaque Genizah foi representado pelo seu co-editor Carlos Moreira.

[Genizah] Como o Sr. vê a crise na qual ambas as igrejas, a Americana e a Brasileira, estão hoje mergulhadas?
Posso observar este problema através de duas lentes: a da igreja e a da Palavra de Deus. A igreja é sal da terra e luz do mundo, e acredito que, apesar dos problemas sérios que  o homem pecador cria por si mesmo, a solução deles em nossos países fica nas mãos da igreja.
Na minha opinião a falta principal da igreja em ambos os países está enraizada no mal entendimento das questões pertinentes ao reino de Deus. Jesus Cristo é Deus Encarnado e é o Criador de toda criação, Redentor único do ser humano, e Rei sobre todas as coisas. O seu evangelho se aplica às realidades totais da criação, redenção e a governança de todos os tipos de deveres humanos (sejam do indivíduo, da família, da igreja, do governo civil, dos negócios, etc.).
Temos limitado, em ambos os países, a aplicação do Evangelho à vida total do povo e também ao planeta. Temos o “evangelho social” que alimenta o corpo, mas não alimenta a alma. Temos o “evangelho gnóstico” que prega o Verbo, mas não alimenta o corpo. (No seu encontro com o diabo, Jesus ensinou que  o homem precisa de pão e de Verbo para viver.)
Pregamos a Grande Comissão (Mateus 28:18-20), mas esquecemos a Primeira Comissão em que Deus mandou o homem casar-se, ter filhos, desenvolver e proteger a terra (Genesis 1:26-30). Pregamos sobre ofertas de um ponto de vista “mágico”, como é o caso da teologia da prosperidade (dar dizimo, ofertas, etc.), mas negamo-nos a ensinar (ou aprender) que o trabalho é algo essencial — seis dias na semana— ele sim é fundamental a geração de prosperidade.

O “evangelho social” alimenta o corpo, mas não alimenta a alma. O  “evangelho gnóstico” prega o Verbo, mas não alimenta o corpo.

Em suma, esquecemos que a Igreja é uma polis, uma cidade com povo, uma instituição, possui muros, portões, templo, governança, a luz de Cristo, e a presença de Deus. Transformamos a igreja num clube de teologia / filosofia, entretenimento, ou escapismo social.
Nosso destino é reinar sobre a terra, e a falta de entendimento deste destino resulta na entrega da liderança da terra aos ímpios. Quem não sabe para onde está indo, logo chega em lugar nenhum. Precisamos, em ambos os países, entender melhor sobre o Reino de Deus e os seus deveres, sobre a aplicação dos mesmos em cada setor de vida.
[Genizah] O Sr. acha que existe algum ponto em comum entre a situação encontrada no Brasil e nos EUA?
Nossos países e povos têm muitíssimo em comum. Herdamos responsabilidades para desenvolver, como despenseiros apontados por Deus, as riquezas das Américas pelo nosso bem e pelo bem do mundo. Somos também povos com herança cristã (o Brasil, católica romana, e os EUA, protestante). Somos povos com raízes de várias partes do mundo, experimentando o nacionalismo além dos países de origens. Nunca me sinto estrangeiro quando estou no Brasil, e em geral os Brasileiros são bem recebidos nos Estados Unidos. (Se a nossa seleção não se sai muito bem na Copa do Mundo — que é o que geralmente acontece — a maioria dos americanos torce pela seleção brasileira. Ela é o nosso time — time das Américas na sua totalidade. Temos igrejas fortes (e fracas!) e temos também “carga” missionária. Possuímos pensadores importantes.
A respeito das diferenças, elas são, ideologicamente, complementares. Mas o ponto que temos em comum é entender e aplicar aquilo que falei acima, o Reino de Deus. Essa deve ser nossa prioridade e dever. Meus irmãos na fé tanto da África quanto da Europa e Ásia têm as mesmas necessidades. O Reino de Deus pertence a todo povo de Deus, em cada lugar em que ele se encontra.
[Genizah] Como hoje nos Estados Unidos a verdadeira Igreja de Jesus Cristo tem combatido os desvios encontrados na pregação do Evangelho?


Apesar de nossas divisões profundas  — divisões que tem raízes nas denominações (e não-denominações) do mundo cristão, as quais muitas vezes têm raízes em várias nacionalidades diferentes — acredito que cada dia mais cristãos estão se identificando com o que está dito no Credo Niceno, que somos “uma igreja santa, católica [universal] e apostólica.”
A unidade da igreja, calcada na sua santidade, nos seus aspectos de universalidade, e na missão comum fica evidente nas celebrações dominicais. Mas, nos dias da semana, enquanto o povo de Deus trabalha e interage com outros — parece que este aspecto do ser igreja se perde, se dilui.

Apologética é por demais acadêmica, com batalhas sem fim entre os academicistas que gostam de lutar “guerras do passado”. Protestantes vs Católicos, Luteranos vs Calvinistas, Tradicionais vs Pentecostais, etc.

Quando a união é mais saudável, ela revela a unidade da fé de forma profunda, e não apenas algo superficial ou teórico na igreja. O conteúdo da fé — a sua mensagem e missão, como são revelados na Santa Bíblia e compartilhados na comunhão do santo povo de Deus — é aquilo que nos reúne e mobiliza. A verdade trabalha no contexto da comunhão dos cristãos. É fato que mais e mais cristãos estão comungando e trabalhando em conjunto. Estou de viagem (se Deus permitir) para Uganda, com desafios quanto ao ensino. Fui convidado por um teólogo presbiteriano para um projeto de evangelização desenhado pelo arcebispo da Igreja de Uganda (Anglicana) que, intrigantemente, comporta tanto anglicanos como pentecostais.  A igreja verdadeira está, cada dia mais, encontrando seu papel. Mas a jornada de união é longa. Mas há algo positivo: já estamos de pé e a caminho.

Outra coisa importante: a maioria das igrejas de hoje está localizada abaixo do equador e além da America do Norte e Europa Ocidental. A igreja projetando-se para fora dos antigos centros, o que perdurou durante os ultimas 250 anos, está nos ensinando muito aqui nos EUA. Este tipo de comunhão mais ampla é algo muito saudável para nós.
[Genizah] O Sr. acha que a apologética em nossos dias caiu em desuso? A Igreja desaprendeu a fazer teologia?


São duas questões aqui. Vou tentar responder às duas.
(1) Apologética. Há problemas com: (a) a forma de se fazer apologética; (b) as dimensões onde ela deva ser praticada; e (c) a sua incapacidade de exprimir tudo o que é necessário para o testemunho cristão.
a) A forma de apologética é por demais acadêmica, com batalhas sem fim entre os academicistas que gostam de lutar as “guerras do passado”. Protestantes versus Católicos, Luteranos versus Calvinistas, Evangélicos tradicionais versus Pentecostais, etc. A maioria dos crentes não está enfrentando as batalhas experienciadas pelos acadêmicos. Tão pouco os incrédulos se afligem com os temas que motivam debates entre professores e teólogos. A forma de apologética precisa se adaptar às realidades do cotidiano do povo de Deus e também da sociedade.
b)  A apologética precisa ser trazida para a esfera da vivência cotidiana, da realidade familiar, da economia, política, trabalho, etc. Deve estar conectada com os desafios da comunidade, mas também das questões mais amplas da nação, da ciência, da política, etc. Ou seja, o mundo real. Deus se tornou carne para se envolver na realidade que Ele criou. A apologética tradicional é como um balão sendo empurrado pelo vento, não é algo sólido que ajuda as pessoas nas suas realidades, nos seus desafios e dramas. Temos de trazer a apologética para o mundo real, retirá-la do território acadêmico, onde, de fato, está nos dias atuais.
c) Outra coisa é o seguinte: apologética é algo ligado à defesa da fé. Mas quando focalizamos somente a defesa da fé, esquecemos de avançar para estendermos os domínios da fé. Precisamos de uma nova disciplina, algo que eu chamo a apostólica. A apostólica não focaliza a defesa, mas sim a ofensiva. Jesus não enviou os onze (Mateus 28:18-20) com uma missão defensiva, mas sim ofensiva! A respeito deste assunto, acredito que o cristão brasileiro é bem mais dado à apostólica do que o cristão americano. A igreja dos EUA tem muito a aprender com a  igreja brasileira neste quesito particular.

Apologética é defesa da fé. Precisamos de uma nova disciplina, algo que eu chamo a apostólica. A apostólica não focaliza a defesa, mas sim a ofensiva. Jesus não enviou os onze (Mateus 28:18-20) com uma missão defensiva, mas sim ofensiva!

(2) Teologia. Sem dúvida, temos desaprendido de como se faz teologia. Igreja tornou-se um lugar de “Oba-Oba” e isto acontece em ambos os nossos países. É a Igreja Show, ela não produz discípulos. A Igreja de Geria não proclama o verdadeiro Evangelho. Neste caso, para que então produzir teologia? Ela servirá apenas como teoria para alimentar um clube social, ou acadêmico, ou filosófico. Por isso, trona-se algo dispensável. Temos de acabar com isso! O que é preciso é o Verbo de Deus, pregado e entendido na comunhão dos verdadeiros irmãos e irmãs, aplicado no contexto das realidades vigentes, afirmado pelo testemunho da igreja histórica, conformado aos ensinos e deveres do Reino de Deus. Discipulado não é uma opção! É obrigação! Mas não pode ser feito fora do que a Palavra de Deus ensina e demonstra; ou seja, é algo que precisa ser realizado por irmãos e irmãs qualificados, líderes preparados para atuar neste campo. Algo que tem nos encorajado nesses dias é à volta à Bíblia e a procura cada vez maior de pessoas em busca de entender melhor a fé.

A igreja  já é global. A internet tornou possível a comunicação, interação, e mobilização entre irmãos, algo que antes não era possível.

[Genizah] Como o Sr. vê o uso de ferramentas na internet, como os blogs e sites, por exemplo, para ajudar fiéis na admoestação e no ensino?
As ferramentas têm um potencial enorme. Mas elas dependem muito de quem as opera. Aquilo que é bom, faz bem; mas o ímpio faz o mal. E neste particular, temos muito de ambos, sobretudo aqui nos EUA. Contudo, para a igreja em geral, vejo como algo positivo. A igreja universal já é global.

A internet tornou possível a comunicação, interação, e mobilização entre irmãos, algo que antes não era possível. Ensino, comunhão, pesquisa, admoestação e comunicações – superficiais e profundas – criação e gerência de projetos, dentre outras coisas são avanços trazidos pela internet. Cada dia mais Jesus está convertendo esta ferramenta aos seus propósitos. Hoje, por exemplo, podemos promover aulas (tanto no ensino médio e fundamental, quanto nas universidades, ou até mesmo nas igrejas) através da internet. Este é um tipo de treinamento que antes não existia nem na imaginação, mas agora tornou-se realidade! Que Deus nos abençoe e ajude a aproveitar esta ferramenta para Sua glória e para nosso bem!

Se pudesse usar uma frase para defini-los, diria que nos dias de hoje, o próprio Lutero teria se servido do Genizah para “pregar” as suas teses no blog se ele tivesse essa oportunidade.

[Genizah]  Seus pensamentos finais.
Sou muito grato por essa oportunidade concedida pelo Genizah para poder tratar de questões que penso são relevantes nos nossos países. Quero congratular-me com o sucesso que vocês têm obtido neste campo específico.  Que Deus continue abençoando toda a equipe envolvida – escritores, editores, pessoal técnico e de apoio administrativo. Se pudesse usar uma frase para defini-los, diria que nos dias de hoje, o próprio Lutero teria se servido do Genizah para “pregar” as suas teses no blog se ele tivesse essa oportunidade. Desta forma, estou muito Grato a Deus por mais esta “porta” que se abre no presente e se projeta para o futuro da pregação e defesa da fé.

Genizah

Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/2011/04/entrevsita-almanaque-genizah.html#ixzz1Ijqxrcgi
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27-5-16-a 006Rev. Ângelo Medrado, Bacharel em Teologia, Doutor em Novo Testamento, referendado pela International Ministry Of Restoration-USA e Multiuniversidade Cristocêntrica é presidente do site Primeira Igreja Virtual do Brasil e da Igreja Batista da Restauração de Vidas em Brasília DF., ex-maçon, autor de diversos livros entre eles: Maçonaria e Cristianismo, O cristão e a Maçonaria, A Religião do antiCristo, Vendas alto nível, com análise transacional e Comportamento Gerencial.

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Crente fica Doente

 

Chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie e pastor da Igreja Presbiteriana de Santo Amaro, SP.

Por Augustus Nicodemus Lopes

Creio em milagres. Creio que Deus cura hoje em resposta às orações de seu povo. Durante meu ministério pastoral, tenho orado por pessoas doentes que ficaram boas. Contudo, apesar de todas as orações, pedidos e súplicas que os crentes fazem a Deus quando ficam doentes, é um fato inegável que muitos continuam doentes e eventualmente,
chegam a morrer acometidos de doenças e males terminais.
Uma breve consulta feita à Capelania Hospitalar de grandes hospitais de algumas capitais do nosso país revela que há números elevados de evangélicos hospitalizados por todos os tipos de doenças que acometem as pessoas em geral. A proporção de evangélicos nos hospitais
acompanha a proporção de evangélicos no país. As doenças não fazem distinção religiosa.

Não fazem acepção de pessoas. Para muitos evangélicos, os crentes só adoecem e não são curados porque lhes falta fé em Deus. Todavia, apesar do ensino popular que a fé nos cura de todas as enfermidades, os hospitais e clínicas especializadas estão cheias de evangélicos de todas as denominações – tradicionais, pentecostais e neopentecostais – sofrendo dos mais diversos tipos de males. Será que poderemos dizer que todos eles, sem exceção, estão ali porque pecaram contra Deus, ficaram vulneráveis aos demônios e não têm fé suficiente para conseguir a cura?
É nesse ponto que muitos evangélicos que adoeceram, ou que têm parentes e amigos evangélicos que adoeceram, entram numa crise de fé. Muitos, decepcionados com a sua falta de melhora, ou com a morte de outros crentes fiéis, passam a não crer mais em nada e abandonam as suas igrejas e o próprio Evangelho. Outros permanecem, mas marcados pela dúvida e incerteza.

Eu gostaria de mostrar nesse artigo, todavia, que mesmo homens de fé podem ficar doentes, conforme a Bíblia e a história nos ensinam.

O que diz a história bíblica
Há diversos exemplos na Bíblia de homens de fé que adoeceram. Ao lermos a Bíblia como um todo, verificamos que homens de Deus, cheios de fé, ficaram doentes e até morreram dessas enfermidades. Um deles foi o próprio profeta Eliseu. A Bíblia diz que ele padeceu de uma enfermidade que finalmente o levou a morte: “Estando Eliseu padecendo da enfermidade de que havia de morrer” (2Rs 13.14).
Outro, foi Timóteo. Paulo recomendou-lhe um remédio caseiro por causa de problemas estomacais e enfermidades frequentes: “Não continues a beber somente água; usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas frequentes enfermidades” (1Tm 5.23).
Ao final do seu ministério, Paulo registra a doença de um amigo que ele mesmo não conseguiu curar: “Erasto ficou em Corinto. Quanto a Trófimo, deixei-o doente em Mileto” (2Tm 4.20).
O próprio Paulo padecia do que chamou de “espinho na carne”. Apesar de suas orações e súplicas, Deus não o atendeu, e o apóstolo continuou a padecer desse mal (2Co 12.7-9). Alguns acham que se tratava da mesma enfermidade da qual Paulo padeceu quanto esteve entre os Gálatas: “a minha enfermidade na carne vos foi uma tentação, contudo, não me revelastes desprezo nem desgosto” (Gl 4.14). Alguns acham que era uma doença nos olhos, pois logo em seguida Paulo diz: “dou testemunho de que, se possível fora, teríeis arrancado os próprios olhos para mos dar” (Gl 4.15).
Também podemos mencionar Epafrodito, que ficou gravemente doente quando visitou o apóstolo Paulo: “[Epafrodito] estava angustiado porque ouvistes que adoeceu. Com efeito, adoeceu mortalmente; Deus, porém, se compadeceu dele e não somente dele, mas também de mim, para que eu não tivesse tristeza sobre tristeza” (Fp 2.26-27).
Temos ainda o caso de Jó, que mesmo sendo justo, fiel e temente a Deus, foi afligido durante vários meses por uma enfermidade, que a Bíblia descreve como sendo infligida por Satanás com permissão de Deus: “Então, saiu Satanás da presença do Senhor e feriu a Jó de tumores malignos, desde a planta do pé até ao alto da cabeça.
Jó, sentado em cinza, tomou um caco para com ele raspar-se” (Jó 2.7-8).
O grande servo de Deus, Isaque, sofria da vista quando envelheceu, a ponto de não saber distinguir entre Jacó e Esaú: “Tendo-se envelhecido Isaque e já não podendo ver, porque os olhos se lhe enfraqueciam” (Gn 27.1).
Esses e outros exemplos poderiam ser citados para mostrar que homens de Deus, fiéis e santos, foram vitimados por doenças e enfermidades.

O que diz a história da Igreja
O mesmo ocorre na história da Igreja. Nem mesmo cristãos de destaque na história da Igreja escaparam das doenças e dos males. João Calvino era um homem acometido com frequência de várias enfermidades. Mesmo aqueles que passaram a vida toda defendendo a cura pela fé também sofreram com as doenças. Alguns dos mais famosos acabaram morrendo de doenças e enfermidades. Um deles foi Edward Irving, chamado o pai do movimento carismático. Pregador brilhante, Irving acreditava que Deus estava restaurando na terra os dons apostólicos, inclusive o da cura divina. Ainda jovem, contraiu uma doença fatal. Morreu doente, sozinho, frustrado e decepcionado com Deus.
Um outro caso conhecido é o de Adoniran Gordon, um dos principais líderes do movimento de cura pela fé do século passado. Gordon morreu de bronquite, apesar da sua fé e da fé de seus amigos. A. B. Simpson, outro líder do movimento da cura pela fé, morreu de paralisia e arteriosclerose. Mais recentemente, morreu John Wimber, vitimado por um câncer de garganta. Wimber foi o fundador da igreja Vineyard Fellowship (“A Comunhão da Videira”) e do movimento moderno de “sinais e prodígios”. Ele, à semelhança de Gordon e Simpson, acreditava que pela fé em Cristo, o crente jamais ficaria doente. Líderes do movimento de cura pela
fé no Brasil também têm ficado doentes. Não poucos deles usam óculos, para corrigir defeitos na vista e até têm defeito físico nas mãos.
O meu ponto aqui é que cristãos verdadeiros, pessoas de fé, eventualmente adoeceram e morreram de enfermidades, conforme a Bíblia e a história claramente demonstram. O significado disso é múltiplo, desde o conceito de que as doenças nem sempre representam falta de fé até o fato de que Deus se reserva o direito soberano de curar quem ele quiser.

Fonte: Apolegética.com