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Cristãos são “mais militantes” e homofóbicos do que os muçulmanos, diz ministro da igualdade da Inglaterra

Hilary White, correspondente em Roma

LONDRES, Inglaterra, 20 de junho de 2011 (Notícias Pró-Família) — Apesar do fato de que a Inglaterra é um país oficialmente cristão com uma população majoritariamente cristã e com uma herança cristã que data desde o sétimo século, o ministro da igualdade da Inglaterra disse que os cristãos precisam “se integrar” melhor na “moderna democracia liberal” da Inglaterra. Em comparação com os muçulmanos, disse ele, os cristãos são “mais militantes” e têm mais dificuldades para se misturarem.

 

Trevor Phillips

“Há muitas vozes de ativistas cristãos que parecem empenhadas em frisar o tipo de perseguição que penso que realmente não existe neste país”, disse Trevor Phillips, presidente da Comissão de Igualdade e Direitos Humanos (CIDH).

O atual movimento que busca ortodoxia doutrinária e moral na Igreja Anglicana e na Igreja Católica é o reavivamento de “uma religião antiquada incompatível com a sociedade moderna”. Essa religião está entrando em choque com as opiniões da moda atual, principalmente em questões como o homossexualismo, continuou ele.

Phillips disse para o jornal Sunday Telegraph numa entrevista neste final de semana que embora a maioria dos casos reais de discriminação religiosa seja contra muçulmanos, os cristãos muitas vezes se queixam de discriminação por motivos políticos cínicos. A entrevista ocorreu num momento em que a Comissão de Igualdade está para lançar um relatório sobre discriminação religiosa.

“A vítima mais provável de real discriminação religiosa na sociedade inglesa são os muçulmanos, mas as pessoas que têm a maior probabilidade de sentirem-se ofendidas por causa de sua religião são os evangélicos. Em minha opinião, o que a maioria dos ativistas cristãos querem é ter uma briga e escolhem a orientação sexual como desculpa para alimentar essa briga. Penso que essa briga não tem a ver com os direitos dos cristãos. Tem a ver com política”.

Ao mesmo tempo, Phillips disse que as pessoas religiosas estão sendo “um pouco encurraladas” pelos ateus, aos quais ele acusou de tentarem “expulsar a religião para a clandestinidade” e admitiu que há “mais censura antirreligiosa” na Inglaterra de uns tempos para cá.

Ele confessou que a CIDH havia no passado tomado posição em defesa de pessoas que estavam se queixando de discriminação religiosa, e disse que os “grupos religiosos” deveriam ter liberdade de interferências estatais em seus próprios assuntos.

As igrejas, disse ele, deveriam ter permissão de impedir mulheres e homossexuais de serem padres e bispos. Na mesma entrevista, porém, ele disse que as igrejas e instituições religiosas tinham de cumprir as leis de igualdade ao fornecer serviços religiões para o público em geral.

Ele culpou as igrejas cristãs que são adeptas de leis morais tradicionais por influenciarem os recentes imigrantes africanos e caribenhos a serem mais “intolerantes” para com a homossexualidade.

Diferente dos evangélicos intolerantes, os muçulmanos da Inglaterra, disse ele, estão “se portando de forma extraordinária em termos de adaptação aos seus vizinhos para tentar uma integração e eles estão fazendo tudo o que podem para tentar desenvolver uma ideia de que o islamismo é compatível com a vida numa moderna democracia liberal”.

A CIDH foi estabelecida pelo governo trabalhista [socialista] de Tony Blair em 2006 para administrar a Lei de Igualdade. A lei, inclusive a notória Lei de Orientação Sexual, já resultou no fechamento ou secularização de todas as agências católicas da Inglaterra que trabalhavam com adoção de crianças. Recentemente o ex-arcebispo de Cantuária, Lorde George Carey, acusou diretamente as leis de igualdade por “marginalizarem” os cristãos.

“É claro que temos de assumir uma posição contra a marginalização da nossa fé. Temos de lembrar constantemente a sociedade acerca de suas raízes e herança cristãs. Conforme escrevi recentemente, se agirmos como capachos, não devemos nos surpreender que nos tratem como capachos”, disse Lorde Carey, falando no ano passado num evento organizado pelo Conselho de TVs e Rádios Cristãs.

Uma pesquisa de opinião pública de 2009 revelou que milhares de cristãos na Inglaterra temem perder promoções no emprego e estão sofrendo aborrecimentos no trabalho por causa de suas convicções. De cada cinco, um disse que já havia sofrido “oposição” no trabalho e mais da metade disseram que haviam sofrido algum tipo de “perseguição” no trabalho.

Enquanto isso, a imprensa britânica noticia que crimes violentos cometidos por muçulmanos, principalmente contra homossexuais, estão aumentando, enquanto a polícia nada faz. Um bom exemplo é o bairro londrino de Tower Hamlets, onde, conforme Andrew Gilligan diz em sua reportagem no jornal Telegraph de 12 de junho, a polícia local “encobriu totalmente” uma campanha violenta dirigida por militantes islâmicos para “islamizar” a vizinhança inteira.

Os residentes da localidade dizem que crimes violentos cometidos por muçulmanos, principalmente contra homossexuais, estão aumentando, mas a polícia se nega a investigar ou registrar boletins de ocorrência e abafam as informações ao público por medo de serem rotulados como “islamofóbicos” ou racistas.

Crimes violentos contra homossexuais em Tower Hamlets aumentaram em 80 por cento desde 2007/8, afirmou a reportagem do Telegraph, e em 21 por cento durante o ano passado. O líder local do Partido Conservador, Peter Golds, disse que quando alguém faz queixa para a polícia de que muçulmanos o estão atormentando, a polícia rotineiramente faz vista grossa.

“Já fiz duas queixas para a polícia, e não aconteceu nada. Um colega do Partido Trabalhista aguardou três horas na delegacia de polícia, e no final disseram que nada seria feito. A polícia tem medo de ser acusada de islamofobia. Outro vereador do Partido Trabalhista disse que Met (a polícia da cidade de Londres) é hoje o oposto do que era na década de 1970, com uma completa falta de interesse quando pessoas brancas fazem queixas de importunação e violência”.

Quando apareceram cartazes em todo o bairro de Tower Hamlets citando o Corão e declarando que o bairro era uma “área proibida para gays”, Peter Tatchell, ativista homossexual que faz campanhas contra os cristãos, disse para o Telegraph: “A polícia disse que ninguém tinha permissão de falar publicamente sobre esse assunto porque não queriam causar aborrecimentos para os muçulmanos”.

Por um lado, os homossexuais, disse ele, estão paralisados por seu próprio medo de serem rotulados “islamofóbicos” e, por outro, de serem importunados e fisicamente agredidos, disse ele.

Rainbow Hamlets LGBT Community Forum, grupo homossexual daquele bairro, fez uma declaração condenando os cartazes antigay, mas acrescentou: “Condenamos também aqueles que usam esses incidentes para criar pânico moral e atiçar sentimentos islamofóbicos ou racistas. Neste momento, não é possível se apurar quem são as pessoas responsáveis, mas é evidente que quem quer que seja responsável, essas pessoas não representam ninguém do nosso bairro”.

Andrew Gilligan comentou: “Parece um pouco improvável que cartazes citando o Corão tivessem sido colocados por evangélicos riquinhos e moderninhos ou membros da classe operária branca, que compõem as áreas principais do bairro de Tower Hamlets”.

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Os homófobos, os evangelicófobos e a PLC 122


Muita gente tem usado o termo “homofóbico” para se referir à pessoa que odeia os homossexuais — opondo-se a eles de maneira irascível, raivosa, truculenta, violenta, etc. — ou se opõe à homossexualidade de maneira ofensiva, zombeteira, etc.Penso que o termo mais apropriado seria “homófobo”: “que ou aquele que demonstra ter homofobia” (Houaiss).
O termo “evangelicófobo” não consta dos dicionários. Eu o propus ontem, no Twitter e no Facebook, para mostrar a incoerência do PLC 122, projeto de lei que pretende criminalizar a opinião dos que apenas são contrários à prática homossexual, como, por exemplo, os evangélicos, que sempre pregaram contra a homossexualidade, visto que apresentar o Evangelho aos pecadores significa mostrar o amor e o juízo de Deus. E, na Bíblia, um dos pecados que o Senhor condena é a homossexualidade (Lv 18; Rm 1; 1 Co 6, etc.).
Diante do exposto, se o simples fato de eu discordar dos homossexuais torna-me homófobo (inimigo figadal dos homossexuais), o simples fato de eles discordarem de mim também os torna evangelicófobos (inimigos figadais dos evangélicos). E não é isso que temos visto atualmente? Os defensores do homossexualismo pedem a aprovação do PLC 122, mas eles mesmos portam-se de maneira irascível, truculenta, em relação aos evangélicos.
Ontem, o STF reconheceu a legitimidade da união de pessoas do mesmo sexo. É evidente que tal decisão não foi tomada com base na Bíblia, visto que esta prescreve que o casal deve ser formado por homem e mulher (Mt 19.4). E, segundo o meu amigo e pastor Euder Faber, presidente da VINACC (Visão Nacional para Consciência Cristã), a decisão não foi tomada com base “na Constituição, pois a mesma é explícita em afirmar o conceito de família, composto por um homem e uma mulher […], o que os ministros do Supremo fizeram foi desconstruir o texto, extraindo deles toda a objetividade. Enfim, rasgaram a Constituição”.
Como cristãos, é evidente que devemos respeitar as pessoas homossexuais que vivem juntas. O que não podemos — sob pena de desobedecer à Palavra de Deus e ao Deus da Palavra — é concordar com esse tipo de união, a qual, biblicamente, constitui um pecado. Enão é porque a justiça reconheceu tal união que vamos incentivá-la ou considerá-la não-pecaminosa, à luz da Bíblia.
Vendo um pouco mais além, e pensando na possibilidade da aprovação do PLC 122, seria um abuso obrigar os ministros evangélicos contrários à prática homossexual a fazerem casamentos de homossexuais. Isso é uma violação do direito constitucional. Se os homossexuais querem casar e constituir “família”, respeitamos o seu direito. Mas que procurem aqueles que estão de acordo com a sua ideologia.
Nenhum padre gostaria, por exemplo, que um casal evangélico o obrigasse a celebrar o seu casamento. Na igreja da maioria, sabemos, só podem casar as pessoas que seguem os seus dogmas. Por que os pastores seriam obrigados a casar pessoas que não estão de acordo com a doutrina evangélica, no caso dos que mantêm relações homossexuais?
Por que os evangélicos não aceitam o PLC 122? Porque ele é uma tentativa de nos obrigar a concordar “na marra” com o homossexualismo. E isso é um absurdo!Temos o direito constitucional da livre expressão da opinião, o que não caracteriza homofobia, a menos que usemos de ofensa, ameaça, violência, etc. A pregação contrária ao que a Bíblia chama de pecado não é discriminar pessoas, ser homófobo ou adotar postura homofóbica.
A Bíblia — isto é, Deus — condena a prática homossexual. Mas a Bíblia (Deus) também mostra que o homem tem livre-vontade para escolher entre o bem e o mal (Dt 30.19; Mt 7.13,14). E os cristãos devem respeitar as escolhas das pessoas. Entretanto, ninguém pode nos obrigar a concordar com as escolhas das pessoas. Ter opinião contrária faz parte do processo democrático. Ou não?
Em Cristo,
Ciro Sanches Zibordi