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Quem foi Melquisedeque e o que é a ordem de Melquisedeque

 

INTRODUÇÃO

Um dos personagens mais enigmático de toda a bíblia é sem duvida esse Melquisedeque, muitas religiões foram criadas a partir das passagens bíblicas relacionadas a ele (Melquisedeque), a bíblia diz que até Abraão deu todo o dízimo para ele, sendo que o menor entrega o dízimo para o maior, quem é este tão grande que até Abraão deu o dizimo ?

A “Ordem de Melquisedeque” não é nenhum tipo de sociedade secreta ou mistica, como: Rosa Cruz; Maçonaria ou os Templários, não é nenhuma organização privada e preservada desda antiguidade como muitos dizem.

Existem várias linhas de interpretação sobre esse assunto, nesse post eu quero DESTACAR a mais plausível e a que mais bate com a teologia bíblica. Essa linha de pensamento que iremos focar nesse estudo é uma linha de pensamento judaica, é uma interpretação rabínica.

UMA BREVE HISTORIA

Para entendermos melhor quem foi esse Melquisedeque de Gn 14:18, precisamos voltar ao tempo. Vou resumir a historia da criação e dos primeiros acontecimentos.

No principio Deus criou os céus a terra e logo em seguida Ele cria o HOMEM e colocou esse homem (Adão) num paraíso (Éden). Deus criou duas arvores nesse paraíso, a arvore da vida e a arvore do conhecimento do bem e do mal.

E o Senhor Deus fez brotar da terra toda a árvore agradável à vista, e boa para comida; e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal. – Gênesis 2:9

Deus deu ordem para que não comesse da arvore do conhecimento bem e do mal, mas não disse nada DE NÃO COMER da arvore da vida.

Veja também:

 

Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás. – Gênesis 2:17

Para entendermos quem foi Melquisedeque precisamos entender porque Deus não deixou eles comerem da arvore do conhecimento do bem e do mal, mas deixou que comesse da arvore da vida.

 SETE (7) ‘COISAS’ QUE EXISTIAM ANTES DA CRIAÇÃO DO MUNDO

Segundo o Talmud (Pessachim 54a), sete coisas existiam antes da criação do mundo, são elas:

  1. A Torá;
  2. O arrependimento;
  3. O jardim do Éden;
  4. Gehinom (Inferno);
  5. O Trono da Glória;
  6. O Templo;
  7. O nome do Messias – Yeshua – Fp 2.9.

Essas são as sete coisas que sempre existiram, a arvore da vida é uma delas, mas o que é a arvore da vida ? Muitos teólogos montam teorias e mais teorias sobre isso, a bíblia é muito clara sobre o que é a arvore da vida, Salomão diz que é a arvore da vida:

Filho meu, não te esqueças da minha lei, e o teu coração guarde os meus mandamentos. – Provérbios 3:1

É árvore de vida para os que dela tomam, e são bem-aventurados todos os que a retêm. – Provérbios 3:18

As LEIS DE DEUS (TORA) foi materializada na ARVORE DA VIDA, portanto a ARVORE DA VIDA é as leis de Deus. Em Provérbios 3.18 no original está:עֵץ- חַיִּים (ETS CHAYYM) que é a mesma palavra usada em Gn 2 quando descreve a arvore da vida.

 CONTINUANDO A HISTORIA

Agora que já sabemos que desdo começo a palavra de Deus sempre esteve no jardim materializada na arvore da vida, sabemos então que eles conheciam as leis de Deus.

A bíblia afirma que depois que CAIM matou ABEL, a terra toda estava corrompida, logo em seguida nasce um homem chamado SETE, e esse homem chamado SETE começou invocar o nome do SENHOR.

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E a Sete também nasceu um filho; e chamou o seu nome Enos; então se começou a invocar o nome do Senhor. – Gn 4.26.

Sete começou INVOCAR O NOME DO SENHOR, invocar o nome do Senhor é trazer a JUSTIÇA DE DEUS pra terra, zelar para que suas leis fossem cumpridas. Em resumo, Sete agora começou a ensinar e levar as leis de Deus para as pessoas.

 SETE: O PRIMEIRO MELQUISEDEQUE (QUEM FOI MELQUISEDEQUE)

 A Ordem de Melquisedeque é uma ‘ordem dada por Deus‘ para pessoas especificas para levarem as leis de Deus para as pessoas da terra. MELQUISEDEQUE É UM TITULO que significa – REI DE JUSTIÇA, Melquisedeque não é uma pessoa e sim um titulo.

A quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça, e depois também rei de Salém, que é rei de paz; – Hebreus 7:2

A ordem de Melquisedeque era levar as leis de Deus para as pessoas, a primeira pessoa a fazer parte dessa ordem chamada Melquisedeque foi SETE, filho de Adão.

Como já mencionei, SETE COMEÇOU INVOCAR O NOME DO SENHOR e invocar o nome do Senhor é trazer as justiças de Deus para a terra – Gn 4.26.

Vamos analisar os seguintes pontos, Paulo fala que ele só conheceu o pecado porque ele conhecia a lei, se não tinha lei na época de Noé, como o povo estava corrompido ? SE NÃO HÁ LEI, NÃO HÁ CORRUPÇÃO. Sete foi o responsável por ensinar a NOÉ e as demais pessoas as leis de Deus e os ensinamento da lei.

 AS LEIS SEMPRE EXISTIRAM

As leis sempre existiram, como já mencionei, o povo só estava CORRUPTO porque eles conheciam as leis, não tem como ter corrupção se não houver leis.

Sete era responsável por ensinar as leis de Deus ao povo. NOÉ guardava as leis de Deus e também sabia exatamente o que era ANIMAIS PUROS E IMPUROS, ele só sabia que era animais puros e impuros porque foi ensinado a ele, Sete ensinou. ?

De todos os animais limpos [puros] tomarás para ti sete e sete, o macho e sua fêmea; mas dos animais que não são limpos [puros], dois, o macho e sua fêmea. – Gênesis 7:2

Deus fala para Isaque que seu pai Abraão guardou as leis Dele.

Porquanto Abraão obedeceu à minha voz, e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos, e as minhas leis. – Gênesis 26:5

Com base nesses textos fica evidente que o povo de Gênesis conheciam as leis de Deus, mesmo antes de Moisés recebe-las. Sete foi primeiro dessa ordem de mensageiros de Deus a ensinar o povo as leis.

Esse povo que conhecia as leis de Deus só conheciam porque os chamados para Ordem de Melquisedeque ensinava.

 SEM: O SEGUNDO MELQUISEDEQUE (QUEM FOI MELQUISEDEQUE)

A bíblia fala que NOÉ teve três filhos, são eles: Sem, Cam e Jafé, o filho mais VELHO naqueles dias e nos países orientais eram muito valorizados e era sempre eles que recebiam as bençãos do pai.

Depois do diluvio o povo começa a popular a terra e um certo dia Noé fica embriagado e nu.

E bebeu do vinho, e embebedou-se; e descobriu-se no meio de sua tenda. – Gênesis 9:21

Depois de Noé ter se embebedado o seu filho SEM vai la e COBRE  AS VERGONHAS de seu pai e por este motivo Noé Abençoa ele. SEM foi abençoado por dois motivos, por ter coberto as vergonha do pai e por ser o filho mais velho.

E disse: Bendito seja o Senhor Deus de Sem; e seja-lhe Canaã por servo. – Gênesis 9:26

Bendito seja o Senhor Deus de SEM, isto é, agora SEM é responsável por levar a palavra de Deus para o povo. Só é bendito quem bendiz, Sem bendizia o nome do Senhor, por esta razão ele era bendito.

SEM agora é responsável por LEVAR AS LEIS DE DEUS ao povo, ele entrou na ordem de Melquisedeque, que era a ordem responsável por levar a justiça de Deus para o povo.

JUSTIFICANDO A DESCENDÊNCIA

A bíblia fala que Melquisedeque não tinha descendência.

“Sem pai, sem mãe, sem descendência, não tendo nem começo nem fim de dias… o qual recebeu o ofício do sacerdócio” – Hebreus 7:3

Como harmonizar isso ? – Simples, como Melquisedeque é um titulo, logo não teria como mesmo ter descendência e ascendência.

 O ENCONTRO DE MELQUISEDEQUE COM ABRÃO

Em Gn 14 narra a historia de uma guerra de quatro reis contra cinco e nessa guerra o sobrinho de Abrão é capturado como “despojo”, logo em seguida Abraão descobre e vai ao encontro do seu sobrinho para resgata-lo junto a 318 homens (Gn 14.14). Depois deles terem resgatado a Ló, no caminho de volta para casa aconteceu algo inusitado, o encontro de Abrão com Melquisedeque.

De uma forma totalmente inesperada e meio ‘mágica’ acontece esse encontrou entre os dois, não foi planejado nem agendado. No meio de uma guerra tremenda, tudo mundo desesperado, acontece um dos eventos mais importante de toda a bíblia que é esse encontro. Vamos ler o texto.

E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo.
E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra;
E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo. – Gênesis 14:18-20

Agora que sabemos o que era a ordem de Melquisedeque fica mais claro essa passagem. Melquisedeque era mensageiro de Deus para ensinar as leis. Fica muito claro nesse texto que Abrão conhecia essa pessoa, tanto é que o próprio Melquisedeque levou para Abraão PÃO E VINHO.

MAS, QUEM ERA ESSE MELQUISEDEQUE QUE ENCONTROU ABRÃO?

Esse Melquisedeque que encontrou Abrão no caminho era SEM (Filho de Noé), o segundo homem dessa ordem de melquisedeque’s.

Dentro da cronologia bíblica, SEM teria vivido mais de 600 anos (Gn 11:10-11) que é o suficiente para ter conhecido Abrão, Isaque e possivelmente até Jacó. Dentro dessa cronologia de mais de 600 anos, ele viveu o suficiente para ver até a 12ª geração.

Com base nessas informações (lembrando que são teorias), é possível afirmar que SEM era esse Melquisedeque que encontrou Abrão no caminho.

 O QUE SIGNIFICOU ESSE ENCONTRO – ABRÃO E MELQUISEDEQUE

Que Abrão encontrou Melquisedeque já sabemos, mas o que significou esse encontro ? –  Esse é um dos maiores mistérios bíblico do antigo testamento.

A bíblia diz que Melquisedeque trouxe para Abrão PÃO E VINHO, mas o que isso quer dizer?
Nos países orientais e na tradição da época o PÃO e VINHO era usado para dar boas vindas e ritual de iniciação. A bíblia diz em Ex 18 que o sogro de Moisés se converteu ao Deus de Israel, os sacerdotes e os anciões deram PÃO e VINHO para JETRO para comemorar (boas vindas).

Melquisedeque trouxe para Abrão PÃO e VINHO para o ritual de ‘iniciação‘, agora Abrão seria o terceiro homem dessa ordem de Melquisedeque, esse encontro foi para chamar Abrão para fazer parte dessa ordem. Abrão foi o último dessa ordem de Melquisedeque.

O chamado de Abrão é diferente do chamado dos Melquisedeque anteriores, porque agora ele não seria mais benção para terra onde ele estava, mas sim para toda as famílias da terra.

Visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e nele serão benditas todas as nações da terra – Gênesis 18:18

Os Melquisedeques anteriores eram responsáveis por ensinar o povo de Deus as leis Eterna, sendo mais especifico na cidade de Salém, já o chamado de Abrão foi para ser benção para todas as nações.

Só SOMOS IGREJA HOJE e abençoados por Deus por causa desse acontecimento, nesse encontro Deus deu a Abrão a chamada de ser benção para todas as nações. Por causa desse encontro somos abençoado todos os dias, essa benção não é mais só para o povo da cidade de Salém, mas para todos os moradores da terra.

Essa passagem bíblica é mais importante do que imaginamos, nesse encontro foi firmado a promessa das bençãos para nossas vidas.

 A ORDEM DE JESUS É SUPERIOR A DE MELQUISEDEQUE (O QUE É A ORDEM DE  MELQUISEDEQUE)

Para finalizarmos nosso estudo, precisamos entender o sacerdócio de Jesus que é superior a ordem de Melquisedeque.

A ordem de Melquisedeque é superior a ordem sacerdotal dos levitas da tribo de Levi. As pessoas que eram chamadas para serem sacerdotes segundo a ordem de Melquisedeque era superior as do levitas.

A bíblia afirma em vários textos que Jesus recebeu uma ordem que é SUPERIOR a ordem de Melquisedeque – Hebreus 5.6; 5.10; Salmos 110. Mas porque superior ? – Já vamos entender isso.

Como Jesus poderia ser sumo sacerdote sendo que ele era da tribo de Judá ?
Como Jesus não sendo da tribo de Levi entra no Santo dos Santos e faz expiação por nós ? (Hebreus 9.12)
Como Jesus não sendo da tribo de Levi purificava as pessoas se fazendo impuro por elas? (Nm 19)
Como Jesus não sendo da tribo de Levi se fez maldito por nós ? (Gl 3.13)

Sabe porque Jesus fez tudo que só os levitas podiam fazer ? PORQUE ELE RECEBEU UMA ORDEM QUE É SUPERIOR A DE MELQUISEDEQUE, isto é, o sacerdócio de Cristo não esta relacionado a tribos, mas sim uma ordem dada direto de Deus. Por este motivo Jesus fazia tudo que só os levitas podiam fazer.

Espero que tenha entendido o que é a ordem de Melquisedeque – ou o que era a ordem de Melquisedeque. Bora conhecer um pouco mais sobre esse assunto.

 JESUS DA TRIBO DE JUDÁ

Para finalizar esse estudo, uma pergunta muito frequente, porque Jesus nasceu na tribo de Judá e não na tribo de Levi ?

Deus fez uma promessa para Davi que da descendência dele o trono não afastaria.

Tu não edificarás casa para minha habitação . . . o Senhor te edificaria uma casa.  Há de ser que, quando teus dias se cumprirem, e tiveres de ir para junto de teus pais, então farei levantar depois de ti o teu descendente, que será dos teus filhos, e estabelecerei o seu reino. . . . O confirmarei na minha casa e no meu reino para sempre, e o seu trono será estabelecido para sempre” (1 Crônicas 17:4-14).

Vou listar dois motivos porque Jesus nasceu na tribo de Judá e não na de Levi.

1 – Jesus como é REI de Israel (Mc 15.32), se é rei tem que ser da tribo de Judá, promessa de Deus para Davi, como já mencionei.
2 – Os levitas são benção para Israel, eles trabalham em favor de Israel, se Jesus nascesse na tribo de Levi, Ele teria que ser benção para Israel, apenas para Israel, este é um dos motivos que ele não e da tribo de Levi e sim de Judá, que é benção para todas as famílias da terra.

 CONCLUSÃO

Vimos nesse estudo que desdo começo Deus sempre chamou pessoas para levarem a sua palavra. Deus nos chamou para sermos sacerdotes Dele, não mais segundo a ordem de Melquisedeque, mas agora segundo a ordem de Cristo Jesus (Ap 1:5-6). Que Deus nos ensine a sermos sacerdotes capacitados para levar as boas novas e manifestar a justiça Dele na terra.

Post – Quem foi Melquisedeque e o que é a ordem de Melquisedeque.
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Sobre o Autor

moisesfp

 moisesfp

Moisés Figueiredo, criador do portal Estudo de Deus e do Curso Tsade – Hebraico do Jeito Certo. Formado em Ciência da Computação e Tecnologia em Marketing, pós graduado em Gestão de Projetos e amante da bíblia sagrada e do hebraico bíblico.

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Jesus cura um menino com epilepsia:

MARK ARNOLD

Sander Weeteling (Unsplash, CC0)

A história da perspectiva do menino Os discípulos haviam se mostrado impotentes e a fé do pai era limitada. Somente Deus decide quem será curado ou não, em vez do nível de fé ou falta de fé dos pais.

No evangelho de Marcos, encontramos um garoto que é descrito como tendo um espírito maligno. Lendo o relato, é possível que esse garoto tenha epilepsia e talvez outras necessidades adicionais também. Muitas vezes lemos as histórias dos encontros que Jesus teve com as pessoas através das palavras de testemunhas em primeira ou segunda mão desses eventos, os escritores do Evangelho.

Às vezes, é útil usar o que sabemos desses encontros e nossa própria imaginação para reexaminar a história da perspectiva da pessoa que Jesus conheceu . Vamos explorar essa história dos meninos a partir de sua própria perspectiva, imaginando como poderia ter sido para ele: “Meu nome é Benjamin …” Um garoto descrito como tendo um espírito maligno   (Marcos 9: 14-29) Seu pai havia pedido aos discípulos que curassem o menino, mas eles não foram capazes de fazê-lo. O menino é levado diante de Jesus e prontamente se encaixa novamente. Há alguma discussão sobre a crença em Jesus do pai, que é repreendido por Jesus por dizer ” se você puder  fazer alguma coisa …” , Jesus respondendo que ” tudo  é possível para quem crê”.   Jesus então cura o menino e, posteriormente, responde às perguntas dos discípulos sobre por que eles não tiveram sucesso na cura do menino; “Esse tipo pode sair apenas pela oração.” “Meu nome é Benjamin e agora tenho 10 anos; Eu tinha sido assim desde que me lembro … a maioria dos dias eram os mesmos. Eu começava a me sentir um pouco estranho na minha barriga, às vezes na minha cabeça também; é difícil descrever, mas foi como uma onda passando pela minha cabeça.

Às vezes eu também me sentia ‘formigando’ e começava a ver luzes coloridas piscando; Eu ficaria assustado e sempre saberia o que viria a seguir … tudo ficaria preto. A próxima coisa que soube foi que estaria acordando e me sentindo horrível, tão cansada, protegendo desesperadamente meus olhos da luz. Às vezes, sentia dores devido a uma lesão ou queimadura que não tinha antes. Meus pais disseram que eu tinha um “espírito maligno” que me agarrou e me jogou no chão; Eu não sabia o que era um espírito maligno. Às vezes, ao cair no chão, aterrissava no fogo e me queimava; algumas vezes eu estava perto do rio e acabei nele, quase me afogando.

Eu não teria lembrança do que aconteceu comigo, apenas acordaria depois; foi horrível. Por causa do que continuava acontecendo comigo, eu não conseguia mais falar, não podia dizer às pessoas como estava me sentindo; isso me fez chorar muito. Papai me levou para ver alguns homens que ele disse que poderiam me ajudar, para me livrar do meu ‘espírito maligno’. Eles colocaram as mãos em mim e disseram algumas palavras que eu não pude ouvir direito e não entendi, mas nada aconteceu.

Houve uma grande discussão com uma multidão de pessoas ao meu redor, eu estava assustada e desejava que todas elas me deixassem em paz. Então outro homem chegou, todos ficaram satisfeitos em vê-lo e papai perguntou se ele poderia me ajudar. O nome dele era Jesus e, a princípio, ele parecia um pouco irritado com papai, fiquei um pouco assustada, mas depois comecei a me sentir mal e de repente tudo ficou escuro. A próxima coisa que lembrei foi que esse Jesus estava segurando minha mão. Era quente e eu me senti diferente. Eu não tinha os sentimentos usuais que tinha depois de cair no chão, não me sentia cansado e não estava lutando com a luz do sol. Eu me senti tão tranquilo, tão cheio de alegria, nunca me senti tão bem. Eu podia ouvir todos ao meu redor claramente. Eu não estava com medo. Jesus olhou para mim e me levantou. Quando ele olhou para mim, era como se todo o amor do mundo estivesse derramando de alguma forma em mim; foi maravilhoso. Todo mundo estava tão feliz e papai me levou para casa com lágrimas de alegria nos olhos.

Posso falar de novo agora e nunca mais fui jogado ao chão desde então, todo mundo diz que meu ‘espírito maligno’ se foi … para sempre. ” Você pode ler a passagem completa do Evangelho de Marcos aqui .

O que essa história, essa passagem, nos ensina? Bem, olhando através da experiência do próprio garoto, é uma história maravilhosa de cura e restauração. O garoto é levado a Jesus e é milagrosamente curado. Ele experimenta o amor de Jesus de uma maneira muito pessoal e maravilhosa e é restaurado, inteiro, à sua família. Mas é uma passagem que também é frequentemente usada hoje, incorretamente, para repreender os pais de crianças com necessidades adicionais por sua falta de fé.

O argumento errado é que se os pais tivessem mais fé, o filho seria curado, comparando os pais com o pai do menino nesta história. Jesus aqui nos mostra que a cura depende do poder e da vontade de Deus, não da extensão de nossa fé . Os discípulos haviam se mostrado impotentes e a fé do pai era limitada. Somente Deus decide quem será curado ou não, em vez do nível de fé ou falta de fé dos pais. A explicação de Jesus sobre a oração mostra que a vitória sobre o inimigo, da qual essa cura é mostrada como exemplo, não deve ser conquistada a baixo custo, mas a um grande custo, ensinando os discípulos sobre sua morte e ressurreição.

Foco Evangélico
See more: http://evangelicalfocus.com/blogs/4909/Jesus_heals_a_boy_with_epilepsy_The_story_from_the_boys_perspective
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Onde nascem os valentes

“Estes são os nomes dos valentes que Davi teve…”

Armadura. (Foto: Nik Shuliahin / Unsplash)

A seleta guarda pessoal de Davi era formada por homens valentes, a tropa de elite, com habilidades bélicas das mais avançadas da época.

Eram hábeis no uso do arco e flecha, usavam a mão direita e esquerda para atirar pedras; soldados com essas técnicas, no período dos juízes, eram capazes de acertar um fio de cabelo sem nunca errar (Jz 20.16).

Tinham uma resistência incomum nas batalhas, quando lutavam, mesmo cansados, não soltavam suas armas, ficavam com a mão pegada à espada até tombar o último inimigo. Incríveis! Invencíveis! Verdadeiros supersoldados, exterminando não apenas homens, mas também feras e gigantes.

Em alguns casos, a proporção era de um valente para trezentos, até oitocentos homens da linha inimiga – um dos capitães de Davi se opusera a oitocentos e os feriu de uma vez. Soldados ligeiros como corças e com o aspecto mais de leões do que de homens. Somava-se – porque não dizer a razão de todos esses feitos? – a essas habilidades titânicas, a presença soberana do SENHOR, o qual sempre operava grande livramento.

Mas quem realmente eram esses gladiadores israelitas? Quais suas origens antes das épicas batalhas davídicas? Foram sempre vencedores e colecionadores de troféus? Será que nunca tiveram medo, fraquezas, dificuldades?

Onde, como e por quem foram forjados para alcançarem tão glamorosas vitórias e proezas, a ponto de serem laureados nos anais sagrados da galeria dos heróis-guerreiros de Israel? Enfim, quais suas origens, onde nasceram esses valentes?

Não se forja um valente nas brisas suaves das campinas melancólicas da vida. Os valentes – guerreiros, vencedores, homens de fé, pessoas de sucesso e vidas solidificadas – são resultados de resistência em muitas provações, tentações e tribulações, como disse Paulo: “…possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes” (Ef 6.13).

A origem dos valentes de Davi não foi diferente. Tiveram, também, uma vida de superação, partindo de um passado obscuro de opressões, pobrezas, dívidas, perseguições e depressão. Eram homens que talvez ninguém acreditasse em sua recuperação e que um dia seriam tão bem-sucedidos, ainda mais no campo de batalha.

No entanto, suas dívidas, conflitos emocionais e frustrações não foram suficientes para barrar a busca de um recomeço. Iniciaram com o desprendimento das cadeias psicológicas de inferioridade que os atormentavam; soltas as amarras, levantaram-se e fizeram uma viagem rumo ao sucesso. As crises existenciais que os oprimiam foram, na verdade, combustíveis que os levaram para um lugar não tão óbvio, uma caverna. Ali suas vidas seriam mudadas para sempre, ou melhor, eles nasceriam de novo – agora como valentes!

Tudo começou sim, em uma caverna. Davi, ao fugir de Saul, refugiou-se na caverna de Adulão (1Sm 22.1,2). Ali, se viu solitário e, em um dado momento, ele próprio sentiu-se desvalorizado; clamou pelo Senhor, queixando-se que ninguém se interessava em cuidar dele (Sl 142.4), mal sabia que ele mesmo era quem cuidaria de um exército vitorioso.

Logo, sua família, todo homem que se achava em aperto, todo homem endividado e todo homem de espírito desgostoso juntaram-se a ele, totalizando uns quatrocentos homens (1Sm 22.2). Foi em Davi que aqueles homens encontraram inspiração e uma liderança para o sucesso, os quais retribuiriam com fidelidade devocional irrestrita (2Sm 21.17).

O próprio Davi, enquanto sozinho se achava, desacreditava acerca de uma possível superação da perseguição que estava sofrendo. Chegou a confessar para Deus, naquela gélida caverna, que estava muito fraco (Sl 142. 6). Mas, ao ver a determinação daqueles homens, chegando a ele naquele estado – superando suas frustrações e buscando ajuda –, entendo que isso o motivou de tal maneira que ele próprio se fez chefe deles (1Sm 22.2).

Foi na caverna de Adulão que os valentes começaram travar suas primeiras batalhas, não com armas, mas com a mente; sem armaduras, mas com a emoção inspirada pelo trovador de harpas; sem exércitos, mas com o Senhor dos exércitos que os confortava através das respostas dos clamores de seu futuro líder (Sl 142.5).

Davi legou a estes homens princípios de vida ­– resultado de um relacionamento pessoal entre ele e Deus – que os tornariam valentes – os Valentes de Davi! (2Sm 23.8-23). Estes não seriam simplesmente vencedores, porque vencedores buscam vitórias, mas quando perdem oprimem-se; valentes, tanto ganhando como perdendo, continuam lutando; vencedores buscam prêmios, valentes buscam sobrevivência; vencedores querem conquistar o pódio mais alto, valentes conquistam superação; vencedores são apenas vencedores, valentes são mais que vencedores (Rm 8.37).

A tão admirada e respeitada história de vida ministerial que você, caro pastor, a cada dia vem construindo e, atualmente, já é reconhecido e laureado, talvez ofusque o início de onde e como tudo começou, impossibilitando o vislumbre de sua origem – provações e superações – indesejada por aqueles que almejam somente ser, mas nunca vivenciar o real nascimento como valente! Porque muitos não esperam – ou não querem – passar pelo “deserto de Midiã”, pelo “calabouço do Egito”, pela “cova dos leões” ou mesmo pela “caverna de Adulão” para tornarem-se valentes!

Os valentes não nascem em jardins arborizados e deleitosos regados por rios, como Adão; mas em quarentena de desertos, sombreados por tentações e provações, como Jesus. Não nascem nos afagos e preferências da casa paterna, mas em covas e calabouços, como José. Valentes não nascem em cortes correligionadas de reis e súditos, mas em cortes constituídas de espias, invejosos, cova de leões e fornalhas, como Daniel, Misael, Azarias e Ananias. Eles não nascem em faculdades e palácios reais, mas em desertos cuidando de ovelhas e ouvindo a voz inconfundível de Deus, como Moisés.

“E que mais direi? Faltar-me-ia o tempo contando de Gideão, e de Baraque, e de Sansão, e de Jefté, e de Davi, e de Samuel, e dos profetas, os quais, pela fé, venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões, apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fugida os exércitos dos estranhos. As mulheres receberam, pela ressurreição, os seus mortos; uns foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição” (Hb 11.32-35). ­­­

Bacharel em Teologia pela FAETAD/GLOBAL UNIVERSITY. Licenciado em Biologia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú-CE. Pós-graduando em Liderança e ADM. Eclesiástica. Pastor na Assembleia de Deus em Barroquinha-CE