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Chamada ao arrependimento

Zaqueu não precisava de Jesus para lhe dar riqueza ou saúde, mas para o salvar do seu pecado.

José Brissos-Lino

Por  – gospelprime

 

Zaqueu na figueira brava, por James Tissot. (Foto: Wikipedia)

Acompanhemos o processo dum homem corrupto, pecador, que já tinha ouvido falar de Jesus de Nazaré mas ainda não o conhecia. Zaqueu não precisava de Jesus para lhe dar riqueza ou saúde, mas para o salvar do seu pecado.

O que nos dizem as Escrituras sobre a figura em questão? Lucas Evangelista traça-nos o retrato de Zaqueu (19:1-10) através de cinco pinceladas.

Diz-nos ele que:
  1. vivia em Jericó,
  2. era um homem rico,
  3. era chefe dos publicanos,
  4. era baixinho e
  5. queria ver Jesus.

Zaqueu vivia em Jericó

Mas o que era Jericó à época? Conhecida como a famosa Cidade das Palmeiras, a cidade foi edificada numa das mais ricas zonas agrícolas de todo o Médio Oriente.

Era um verdadeiro oásis no deserto, cercada por quilómetros de terra árida e rochosa, tinha campos floridos, árvores balsâmicas, amendoeiras, romãzeiras, tamareiras, sicómoros, e, sobretudo, palmeiras.

Jericó tinha águas canalizadas, jardins luxuriantes e belas construções, tendo-se tornado a cidade preferida da aristocracia judaica para passar o Inverno.

Jericó era local de passagem obrigatório para caravanas de mercadores e peregrinos, era economicamente muito forte, com bancos, lojas e armazéns.

Todos os dias, desde o nascer do sol, mercadores, lavradores, clientes e cambistas enchiam as ruas, a comprar, vender e a assinar contratos.

Zaqueu era rico

Rico por nascimento, mas também por ser um corrupto cobrador de impostos. Israel vivia subjugado ao império romano e, como todos os povos conquistados, pagava pesados tributos a Roma, para pagar os luxos das elites romanas e o seu grande exército.

Zaqueu cobrava impostos a mais e ficava com uma boa parte para ele, porque, como bem diz o povo, quando não há integridade “a ocasião faz o ladrão”…

Zaqueu era o chefe dos publicanos na cidade

Isto é, o chefe das finanças públicas de Jericó. O comércio local e a circulação de muita riqueza garantia à cidade elevada arrecadação de impostos, por isso despertava o interesse dos governantes e a ambição dos publicanos.

Segundo se sabe: “Os tributos passaram a ser recolhidos mediante contrato firmado, pelo prazo de cinco anos, entre o vencedor da hasta pública e o tesouro romano, devendo o vencedor antecipar o pagamento desses tributos ao Estado. Os participantes desses leilões, naturalmente, eram homens muito ricos, com fortuna pessoal mínima de quatrocentos mil sestércios, segundo alguns historiadores.

A adoção desse sistema de arrecadação tributária era eficiente mas teve graves consequências. Os publicanos, livres para cobrar quanto quisessem, exorbitavam nas taxas exigidas, multiplicando rapidamente a sua fortuna. Tornaram-se assim um símbolo de desonestidade, e eram detestados pela população em geral.” 

Zaqueu era baixinho

Física e moralmente. Se a baixa estatura física lhe traria complexos, uma vez investido de poder pode-se ter tornado soberbo e pouco sociável, além de ser odiado pela cidade por ser considerado um traidor da pátria por colaborar com os romanos e por roubar toda a gente.

Só lhe dirigiam a palavra quando necessário, e sempre com indisfarçável desprezo.

Zaqueu queria ver Jesus

Ouvira falar muito dele. Ouvira que dentre os seus mais íntimos estava um antigo cobrador de impostos de nome Mateus.

Ao fim da tarde, de volta a casa, encontrou uma multidão empolgada que anunciava a chegada do rabi galileu que tinha acabado de curar o cego Bartimeu, filho de Timeu. Depois aconteceu o que sabemos e que Lucas nos contou.

A atitude de Jesus

Mas centremo-nos agora na atitude de Jesus. Ele mostrou:

  1. Que está atento a quem o procura;
  2. Que não discrimina pessoas (nem pobres nem ricos);
  3. Que não está sujeito a convenções sociais nem ao que parece bem ou mal;
  4. Que não se importa de ser impopular estendendo a mão a um ladrão, entrando na sua casa e sentando-se com ele à mesa, por misericórdia;
  5. Que a salvação é para todos, sem excepções;
  6. Que a salvação não vem das boas obras mas da fé e exige arrependimento sincero.

Quem não está salvo por Jesus, está perdido na vida. Não há mais perdidos ou menos perdidos, há os que estão perdidos. Mais ou menos longe de casa, mas todos eles estão perdidos. Zaqueu não precisava de Jesus para lhe dar riqueza ou saúde, mas para o salvar do seu pecado.

Nasceu em Lisboa (1954), é casado, tem dois filhos e um neto. Doutorado em Psicologia, Especialista em Ética e em Ciência das Religiões, é director do Mestrado em Ciência das Religiões na Universidade Lusófona, em Lisboa, coordenador do Instituto de Cristianismo Contemporâneo e investigador.

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Ciência Cultos

Igreja coreanas fecham pela primeira vez por conta do coronavírus

Cerca de 3.700 pessoas foram infectadas na Coreia do Sul, 18 morreram pelo vírus

Igreja na Coreia do Sul. (Foto: Yun Dong-jin / AP Images)

No dia 1º de março a Coreia do Sul comemora o Dia do Movimento da Independência, data onde as igrejas realizam um dos cultos mais alegres e importantes do calendário.

Porém neste domingo, as igrejas ficaram com suas portas fechadas diante do surto de coronavírus.

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“Esta é a primeira vez que as igrejas estão adiando oficialmente os serviços nos 100 anos de história protestante e 200 anos de história católica [na Coréia]”, disse Won Jae-chun, professor da Universidade Global Christian Handong em Pohang.

declaração foi dada ao Christianity Today, quando o professor também relevou que nem durante a guerra da Coreia as igrejas interromperam suas atividades como está acontecendo agora por conta da doença que tem se espalhado pelo país contaminando mais de 3.700 pessoas, deixando 18 mortos.

Para impedir a contaminação, megaigrejas como a Pentecostal Yoido Full Gospel de Seul, Sarang, Onnuri e Myungsung, resolveram transmitir seus cultos via internet, com as portas fechadas, para evitar a aglomeração.

Mais da metade dos 500 participantes de uma pesquisa do Instituto de Dados do Ministério, apoiada pela Igreja Presbiteriana da Coréia (Tonghap) e por muitas megaigrejas coreanas, afirmou que não compareceu a um culto no domingo passado por causa do coronavírus.

Cerca de dois terços dos que não compareceram ao culto disseram que adoravam em casa, e mais da metade deles disse que adorava através dos sites de suas igrejas ou assistia a um dos vários canais cristãos de 24 horas na Coréia.

 

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católicos

Segredos sobre o papa Pio XII são revelados pelo Vaticano

O Vaticano abriu nesta segunda-feira, 2, os arquivos sobre o pontificado do papa Pio XII, acusado de se manter em silêncio durante o extermínio de 6 milhões de judeus no Holocausto, supostamente por ser um simpatizante do nazismo.

A partir de agora, os documentos, que se referem ao período do pontificado, de 1939 a 1958, estarão acessíveis a pesquisadores do mundo inteiro. A liberação ocorre um ano após o papa Francisco declarar que a “Igreja não tem medo da História”. A montanha de documentos se tornou acessível graças a um inventário elaborado por funcionários da Santa Sé durante 14 anos. Na mesma leva, também serão abertos, pela primeira vez, os arquivos do pós-guerra e da censura de escritores e padres inspirados pelo comunismo.

Os desafetos criticam Pio XII por nunca ter condenado publicamente a perseguição e o extermínio de judeus. Seus defensores dizem que bater de frente com a Alemanha colocaria em risco padres e freiras. Eles garantem que o papa incentivava discretamente que conventos e outras instituições católicas dessem abrigo aos perseguidos pelo nazismo.

“Agora, os historiadores poderão fazer um juízo histórico”, disse o bispo Sergio Pagano, diretor dos Arquivos Apostólicos do Vaticano. Segundo o bispo, os gestos de bondade de Pio XII “ofuscarão algumas pequenas sombras” de seu papado. A análise de milhões de páginas, no entanto, poderá levar anos.

Pio XII foi secretário de Estado do Vaticano no papado anterior, de Pio XI, e núncio apostólico na Alemanha – espécie de embaixador do Vaticano. Em 1933, ele negociou uma concordata entre a Igreja Católica e o governo alemão. Ele foi eleito papa seis meses antes do início da 2.ª Guerra. Na Santa Sé, ele manteve relações diplomáticas com o Terceiro Reich e nunca condenou a invasão nazista da Polônia, em 1.º de setembro de 1939.

Em sua biografia, o historiador britânico John Cornwell chama o pontífice de “papa de Hitler”, descrevendo Pio XII como “antissemita”, narcisista e determinado a “promover o poder do papado”. “Ele foi um peão de Hitler”, grifou Cornwell.

Em 2012, o Yad Vashem, o museu do Holocausto em Jerusalém, mudou a descrição de Pio XII em uma exposição sobre o papa de “não interveio” contra o extermínio de judeus para “não protestou publicamente”.

O novo texto reconheceu diferentes visões da posição do papa dizendo que o museu “aguarda com expectativa o dia em que os arquivos do Vaticano serão abertos aos pesquisadores para que se possa obter uma compreensão mais clara dos acontecimentos”. O dia, finalmente, chegou. Fonte: Associated Press.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.