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Padre é preso dentro de igreja suspeito de abusos sexuais nas Filipinas

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As autoridades filipinas de imigração anunciaram, nesta quinta-feira (6), que detiveram um padre católico norte-americano acusado de ter abusado sexualmente de menores em uma cidade do país. O caso foi descrito por um oficial como “chocante e abominável”.

A porta-voz do Departamento de Imigração, Dana Sandoval, disse que o reverendo Kenneth Bernard Hendricks, indiciado no estado norte-americano do Ohio por conduta sexual ilícita nas Filipinas, foi detido nessa quarta-feira (5), em uma igreja na cidade de Naval, na província de Biliran.

Sandoval afirmou que um tribunal de Ohio emitiu um mandado de prisão contra Hendricks, de 77, que vive nas Filipinas há 37 anos.

A porta-voz adiantou que o suspeito teria abusado de sete vítimas e que enfrenta 50 acusações de crimes cometidos na sua residência.

Fonte: Mundo ao Minuto com informações da Lusa

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Já são 1.400 as denúncias de abuso na Igreja Católica na América Latina

México registrou 550 casos de abusos de menores de idade; Chile e Argentina são únicos países a fornecer ajuda às vítimas e exigir investigação
Giovanna Orlando, do R7
Mais de mil casos foram registrados na América Latina

Mais de mil casos foram registrados na América Latina

Arquivo/Agência Brasil

A América Latina é um dos lugares com a maior concentração de católicos no mundo, com o Brasil encabeçando a lista, e se tornou foco de uma investigação de abuso de menores de idades por religiosos.

Em um relatório de 60 páginas divulgado pelo Children Rights International Network, a chamada “terceira onda de denúncias” acontece no continente latino-americano anos depois da primeira, nos Estados Unidos, e da seguda, na Europa e Oceania.

Mesmo com mais de 1.400 denúncias registradas, sendo 550 no México e 243 no Chile, a América Latina ainda é a região com o menor número de casos registrados.

Os números chocantes sequer incluem cinco países importantes no continente. Brasil, Cuba, e Honduras não registram ou tornam públicos casos de abusos. Já o Equador não tem informações disponíveis e El Salvador é conhecido por não divulgar publicamente os casos.

 Argentina e Chile na vanguarda

A Argentina, com 129 denúncias, e o Chile se destacam na luta contra os abusos crescentes, com sobreviventes falando sobre sua experiência e pedindo ações contra os abusadores e a instituição religiosa que os protege.

“Essa mudança cultura é especialmente evidente no Chile, onde a determinação para responsabilizar instituições como a Igreja Católica pelos seus fracassos levou os sobreviventes a coletivamente pedir que o governo crie uma comissão para investigar independentemente a verdade sobre o histórico de abuso sexual no país pela igreja”, diz o relatório.

Além do Chile, a Itália, Polônia, Espanha e os Estados Unidos também investigam e tentam responsabilizar a igreja pelos abusos por meio de investigações independentes.

As maiores dificuldades porém estão na falta de auxílio da Santa Sé com as investigações. A Igreja se recusa a divulgar arquivos internos e o nome dos responsáveis, já admitiu ter destruído ou alterado provas que pudessem incriminar a instituição e alegam que os casos são falsos.

Os casos na América Latina

Muitas vezes, as vítimas não querem reportar o abuso ou demoram décadas para conseguir lidar com o trauma e conseguir registrar a ocorrência, o que torna impossível a missão de saber com precisão quantos menores de idade foram abusados dentro da Igreja Católica.

O caso mais antigo registrado na América Latina é de 2002, quando o padre Luis Francisco Calvo Bolaños foi sentenciado a quatro anos de prisão na Costa Rica por beijar forçadamente uma menina de 16 anos.

No Paraguai, em 2003, o padre Juan Andrés López Souza foi o primeiro padre condenado depois de abusar de um coroinha de 11 anos. Ele foi sentenciado à 11 anos de prisão.

Os únicos países latino americanos que oferecem ajuda às vítimas de abuso sexual na igreja, exigem investigações independentes, tomada de medidas e permitir que as vítimas tenham acesso à justiça são o Chile e a Argentina.

No mundo, a instituição Ending Clerical Abuse (Acabando com o abuso clerical, em tradução livre) é a primeira organização internacional focada em investigar e responsabilizar a igreja pelos abusos cometidos.

Mais de 1.400 casos

O México lidera o ranking de países com o maior número de casos de abuso, com 550 registrados até fevereiro de 2019.

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A Igreja Católica no México diz ter suspendido 152 padres das suas obrigações religiosas nos últimos 9 anos depois de suspeitas de abuso de menores, mas não divulgou os nomes dos clérigos e nem se os casos estão sendo investigados.

Na Argentina, o número de casos vem crescendo desde 2015. Até junho deste ano, 243 padres, freiras e outros clérigos foram acusados de abuso nos últimos 20 anos.

O Chile tem 166 casos sendo investigados e outras 243 acusações foram feitas contra clérigos e funcionários da igreja, segundo a Rede Chilena de Sobreviventes de Abuso Sexual de Clérigos.

 Brasil não investiga casos

A Igreja Católica no Brasil não conduz atualmente nenhuma investigação de abuso sexual de menores envolvendo religiosos.

Um dos poucos dados disponíveis diz que um relatório do Vaticano estimou em 2005 um aumento de 70% em casos de padres envolvidos em abuso sexual, cerca de 1.700 clérigos sendo acusados. A maior parte das vítimas é pobre.

Cuba também não divulgou informações sobre abusos e não existem estatísticas disponíveis sobre o número de acusações.

 Transferência de padres, dinheiro e manipulação

Os casos de abuso mancham a imagem e credibilidade da Igreja Católica, que tenta por séculos esconder os casos e crimes cometidos.

Quando um padre é acusado de abusar sexualmente de um menor de idade, ele pode ser transferido para um novo país e escapar das investigações e acusações.

A Igreja também pode tentar resolver o caso diretamente com a família, através de pagamentos secretos para comprar o silêncio da criança e dos familiares. Em um caso na Colômbia, em que o padre William Jesús de Mazo foi sentenciado a 33 anos de prisão por abusar de 4 crianças, a instituição disse que a culpa era da família, que falhou na missão de cuidar, proteger e vigiar as crianças.

Em outros casos, psicólogos indicados pela igreja conversam com as vítimas e as fazem acreditar que a culpa é delas e as ameaçam na esperança de que elas nunca falem sobre os abusos, por medo de irem para o inferno por terem pecado e poderem ser presas.

 Mídia silenciada

A mídia também é silenciada e impedida de reportar os casos. No Paraguai, o jornal La Nación publicou uma série de reportagens em 2016 sobre um padre acusado de abusar de crianças na Argentina antes de se mudar para o país. Depois da quarta publicação, a série foi descontinuada sem explicação.

O embaixador do Vaticano, Eliseo Ariotti, teria conversado com a dona do jornal, dizendo que “a publicação não era conveniente”.

O jornal decidiu publicar sobre a censura imposta pela igreja e ganhou um prêmio de jornalismo de direitos humanos.

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Justiça emite mandado de prisão por abuso sexual de bispo próximo a papa Francisco

Papa Francisco cabisbaixo

A Justiça de Salta, na Argentina, emitiu um mandado de prisão internacional contra o bispo Gustavo Óscar Zanchetta, que oficialmente reside no Vaticano e foi denunciado por abusos sexuais contra dois seminaristas.

A ordem foi emitida a pedido da procuradora María Soledad Filtrín, após o prelado ter ignorado reiteradas tentativas da Justiça de notificá-lo. Tido como próximo ao papa Francisco, Zanchetta chefiava a diocese de Orán, mas renunciou ao cargo em 2017.

No fim do mesmo ano, foi nomeado pelo Pontífice como “assessor” da Administração do Patrimônio da Sé Apostólica (Apsa), cargo até então inexistente. A indicação foi revogada após o estouro do escândalo. Em maio passado, o Papa também autorizou a abertura de um processo canônico contra o bispo.

O passaporte de Zanchetta chegou a ser apreendido pela Justiça, que mais tarde lhe deu autorização para ir ao Vaticano, apesar da oposição de Filtrín. As denúncias surgiram entre 2016 e 2017, e o bispo também é acusado de má gestão financeira e abuso de poder no seminário em que trabalhava.

Segundo a denúncia, Zanchetta costumava entrar à noite nos quartos dos seminaristas, pedir massagens, agredi-los e convidá-los para tomar bebidas alcoólicas. Em entrevista ao canal mexicano Televisa, no fim de maio, o Papa admitiu que foi sua a decisão de levar o bispo ao Vaticano.

“Fiz com que ele viesse e pedi sua renúncia. Bem claro. Enviei-o à Espanha para fazer um exame psiquiátrico”, disse Francisco na ocasião.

Fonte: Ansa via UOL