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Escândalos de abuso sexual derruba a credibilidade na Igreja Católica

Crucifixos
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Em meio a tumultos na Igreja Católica Romana nas constantes consequências dos escândalos de abuso sexual de padres, um recorde de baixa de 31% dos católicos norte-americanos classifica a honestidade e os padrões éticos do clero como “muito altos” ou “altos”.

 Isso marca uma queda de 18 pontos percentuais entre 2017 e 2018, quando surgiram mais alegações de abuso sexual contra padres e surgiram dúvidas sobre a resposta do Vaticano.

O instituto Gallup vem medindo a opinião do público sobre os padrões éticos do clero desde 1977 como parte de sua pesquisa mais ampla de “honestidade e ética das profissões”. Inicialmente altas classificações do clero está diminuindo de forma constante entre todos os adultos desde 2012.

As últimas descobertas, da pesquisa Gallup de 3 a 12 de dezembro, vêm depois de um relatório do Grande Júri da Pensilvânia em agosto detalhar as acusações de abuso sexual envolvendo mais de 300 padres católicos ao longo de 70 anos. O relatório indicava que os bispos católicos e outros líderes de alto escalão da igreja encobriam esses casos.

Esta última queda na visão positiva dos católicos sobre a ética do clero, de 49% para 31%, é a segunda queda de dois dígitos desde 2004. Ambos os declínios estavam claramente associados a escândalos na Igreja Católica, embora a questão sobre o clero não especifique. uma denominação.

Entre 2004 e 2014, a maioria dos católicos classificou altamente a ética do clero, mas as opiniões caíram acentuadamente entre 2014 e 2015. Essa queda de 13 pontos de 57% para 44% ocorreu após o lançamento de um estudo da Igreja Católica que encontrou mais de 4.000 padres que haviam enfrentado acusações de abuso sexual nos últimos 50 anos.

Embora as classificações protestantes do clero tenham caído desde 2004, o declínio não foi tão acentuado, e os últimos 48% de avaliação positiva do clero são muito mais altos do que os católicos ”. Ainda assim, é a primeira leitura que cai abaixo do nível majoritário entre os protestantes.

Confiança na igreja

A confiança dos católicos na igreja / religião organizada, medida pela pesquisa anual da Gallup na Confidence in Institutions em junho, estava em declínio mesmo antes das últimas alegações de abuso sexual na Pensilvânia terem sido descobertas. A confiança dos católicos caiu de 52% em junho de 2017 para 44% em junho de 2018.

Nacionalmente, a igreja / religião organizada, que tinha sido a instituição mais bem avaliada de 1973 a 1985, atingiu uma confiança de 38% em 2018. A confiança dos protestantes na igreja declinou como os católicos, de 54% em 2017 para 48% em 2018.

Frequência na igreja

Outro indicador para o possível futuro da Igreja Católica dos EUA é o declínio contínuo da frequência à igreja. A frequência semanal à igreja diminuiu entre todos os americanos, incluindo os católicos norte-americanos, na última década. No entanto, manteve-se relativamente estável entre os protestantes.

Uma análise anterior da Gallup mostrou que, entre 2014 e 2017, uma média de 39% dos católicos relataram comparecer à igreja na última semana . Isso caiu de uma média de 45% entre 2005 e 2008 e de 75% em 1955. Os mesmos dados mostraram que, pela primeira vez, no período de 2014 a 2017, nenhuma faixa etária relatou participação semanal em massa de nível maioritário. Em 2018, uma média de 36% dos católicos relataram comparecer à igreja nos últimos sete dias.

Essas descobertas acontecem em meio a uma tendência mais ampla de que mais americanos evitem a religião formal. Em 2018, o Gallup encontrou 20% dos americanos dizendo que não se identificavam com nenhuma religião, uma mudança marcante em relação aos 2% registrados há 60 anos.

Apesar desses sinais perigosos para o futuro da Igreja Católica dos EUA, a porcentagem de americanos que se identificam como católicos permanece estável. Os atuais 22% que se identificam como católicos estão próximos da média histórica de 70 anos da Gallup e nunca ficou superior a 29%.

A maioria dos católicos ainda vê a religião como “muito importante” em suas vidas. Os 52% desta última pesquisa coincidem com a média de 2001-2018 para esta medida. O apego dos americanos à religião ocasionalmente subiu mais, como 64% em dezembro de 2012, mas o padrão a longo prazo tem sido de estabilidade.

Fonte: Gallup

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Seita religiosa mantém jovem em cárcere privado no Gama,DF

A mãe da vítima era conivente com a situação. Líder da seita chegou a ser presa, mas acabou liberada pela Justiça em audiência de custódia

MM Mariana Machado – Especial para o Correio
(foto: Maurenilson Freire/CB/D.A Press)
(foto: Maurenilson Freire/CB/D.A Press)

Mantida em cárcere privado por uma líder religiosa, obrigada a fazer as tarefas domésticas da casa, sem direito a comunicação, acusada de estar com o demônio no corpo, forçada a estudar a Bíblia e tudo com o consentimento da mãe. Foi nesta situação que uma jovem de 18 anos viveu por quatro meses até ser resgatada pela Polícia Civil no núcleo rural do Gama, às margens da na DF-290.

]Há cerca de duas semanas, a jovem, cujo nome não foi divulgado, conseguiu enviar uma mensagem a amigos que moram em Goiânia pedindo socorro e a partir daí que a denúncia chegou aos policiais da 20ª delegacia de polícia (DP), localizada no Gama.
Segundo o delegado Vander Braga, à frente das investigações, desde os 12 anos a moça vivia na Igreja Adventista Remanescente de Laodiceia, quando a mãe decidiu integrar o grupo.
A comunidade existe há cerca de 10 anos, mas só chegou no Gama há dois. Antes disso, os integrantes estavam estabelecidos em Cuiabá (MT), de onde, supostamente foram expulsos. Depois foram para Corumbá (GO) e só então para o DF.
Há quatro meses a mãe consentiu que a filha passasse a viver na casa da líder do grupo, Ana Vindouro Dias da Luz, de 64 anos. Lá, ela precisava fazer todas as tarefas da casa e não podia sair. A líder convenceu a todas de que a menina estava endemoniada e por isso, quando não estava trabalhando, tinha de estudar a Bíblia.
Ela não era a única mantida prisioneira. Outras duas jovens teriam vivido a mesma situação, mas foram resgatadas pelos pais e levadas embora da comunidade. “Nós fomos até a chácara onde eles ficam e a princípio tentaram dissimular que a garota estivesse ali.
Sempre que alguém entra para a seita, eles mudam o nome, então também acreditamos que esse nome bíblico da líder seja falso”, relatou o delegado Vander.
Depois de muita conversa, os policiais localizaram a vítima no dia 28 de dezembro. Ela confirmou o cárcere. Ana Vindouro foi presa preventivamente, mas passou por audiência de custódia e foi liberada.
“No dia da prisão não pudemos algemá-la e atrás de nós veio uma comitiva com praticamente todos os membros do grupo, na intenção de pressionar a gente a soltá-la”, relembra.
Essa não foi a primeira denúncia sobre o lugar. Segundo Vander Braga, relatos de trabalho escravo e até abuso sexual já chegaram na delegacia, mas como nenhum pôde ser confirmado, a Igreja Adventista Remanescente de Laodiceia continua funcionando normalmente.
A igreja não se manifestou até a última atualização desta reportagem. Com informações do Correio Brasiliense
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Cardeal do Vaticano será julgado por abuso sexual de crianças

Cardeal católico australiano George PellCardeal católico australiano George Pell

A Justiça australiana decidiu nesta terça feira (1º) que o cardeal australiano George Pell, terceiro na hierarquia do Vaticano, será julgado por abuso sexual por um tribunal de Melbourne.

O religioso de 76 anos era um dos conselheiros do Papa Francisco, em Roma, e presidia o Departamento de Economia do Vaticano desde 2013.

Pell será o mais alto representante da Igreja Católica a responder à Justiça, como réu, por agressões sexuais. Sob o comando do Papa Francisco, a Igreja deixou de proteger sacerdotes acusados por esse e outros crimes.

Em comunicado, o Vaticano se disse ciente “da decisão anunciada pelas autoridades judiciais da Austrália“.

A decisão de levá-lo a julgamento foi tomada pela juíza Belinda Wallington, ao final de um mês de audiências. Pell ingressou na corte sob forte proteção policial para a audiência final, de hoje. Permaneceu impassível e declarou-se “inocente”, ao ser perguntado pela magistrada como se colocava diante das acusações.

Ele deixou o tribunal em liberdade, depois de ter pago fiança. Mas está proibido de deixar a Austrália e já entregou seu passaporte às autoridades.

O cardeal fora acusado à Justiça no final de julho do ano passado. Desligou-se de suas funções em Roma e voltou à Austrália para preparar sua defesa, conduzida por um dos melhores criminalistas do país, Robert Richter.

Segundo o jornal americano Washington Post, Pell é acusado por tocar as genitais de dois meninos em uma piscina da cidade de Ballarat nos anos 1970. Ballarat, no Estado de Victoria, é a cidade natal de Pell e o local onde serviu em seus primeiros anos como sacerdote.

Também responde por ter atacado dois menores integrantes do coral da Catedral de São Patrício, em Melbourne, onde foi arcebispo nos anos 1990. A juíza Belinda, porém, rejeitou algumas das mais graves acusações contra o cardeal, que haviam sido investigadas pela polícia de Victoria.

O fato de seus supostos crimes terem tido crianças como vítimas fez com que a maioria dos detalhes dos casos fossem omitidos durante a audiência final, que se deu em um tribunal fechado ao público.

Pell admitiu que “falhou” em sua abordagem sobre casos de padres pedófilos no Estado de Victoria durante os anos 1970. Ele é tido como uma das autoridades da Igreja que preferiram ocultar os casos e afastá-lo da possibilidade de julgamento pela Justiça comum.

Richter, advogado do cardeal, tentou durante a audiência levantar dúvidas sobre a credibilidade das vítimas – uma das velhas táticas de defesa. Conforme declarou, as acusações “são fruto de problemas mentais, fantasias ou pura invenção, com o objetivo de castigar o representante da Igreja católica neste país por não ter impedido as agressões de pedofilia cometidas por outros”.

O advogado ainda insistiu ter Pell colaborado plenamente com a polícia do Estado de Victoria e retornado voluntariamente à Austrália para defender-se.

O escândalo provocou grande comoção na Austrália. O anúncio do julgamento de Pell coincide com o final dos cinco anos de uma investigação nacional, conduzida pelo governo, sobre abusos sexuais cometidos contra crianças. A investigação foi resultado de uma década de protestos por parte das vítimas.

A conclusão foi de que houve mais queixas contra a Igreja do que contra outras instituições, segundo o Washington Post. Em Ballarat, 140 pessoas se declararam vítimas de abuso sexual entre 1980 e 2015.

Com uma carreira brilhante na hierarquia da Igreja, Pell foi ordenado padre em 1966. Trinta anos depois, foi nomeado arcebispo de Melbourne e, em 2001, de Sydney. Os representantes da Igreja na Austrália o apoiam e o qualificam como de um homem “decente”.

Fonte: Veja online com Agência EFE