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Esposa de pastor surge seminua em fotos com dois homens para celebrar união gay

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Cristãos sofrem prisão, tortura e até morte por revelar a fé

 
Uma mulher cristã segura uma cruz durante protesto organizado por cristãos iraquianos na AlemanhaUma mulher cristã segura uma cruz durante protesto organizado por cristãos iraquianos na Alemanha

A realidade dos cristãos secretos é muito comum em países islâmicos da Ásia Central. Eles são, principalmente, convertidos de outras crenças e por causa de ameaças, precisam manter em segredo a nova fé.

Viver assim significa não poder cultuar todos os domingos em edifícios tradicionais de igreja. É preciso se reunir em lugares que não chamem a atenção. Nesses países, a igreja é tão escondida que a maioria das pessoas não sabe que ela existe.

Em países muçulmanos, os cristãos costumam se reunir às sextas, dia em que os islâmicos vão à mesquita para fazer as orações. Uma família cristã recebe algumas pessoas em casa, mas se um estranho chegar, a reunião se torna uma refeição ou uma festa.

Os locais e horários dos encontros podem mudar a cada semana, tudo para evitar chamar atenção. Muitas vezes é mais seguro para o grupo se reunir em lugares públicos, como uma casa de chá ou uma cafeteria.

A conversão ao cristianismo é considerada em vários países da Ásia Central uma traição às normas e valores da cultura dominante. Para evitar a desonra ou vergonha, os cristãos evitam revelar a nova fé. Caso a família ou a comunidade descubram, nossos irmãos podem ser mantidos sob prisão domiciliar, pressionados a voltar ao islamismo ou agredidos.

Através de sussurros, Rehanullah* conta como é ser cristão e resistir dentro de um país que proíbe sua fé

A Portas Abertas trabalha silenciosamente em um país muçulmano da Ásia, tão secretamente que a maioria das pessoas não faz ideia de que a organização atua ali. Mesmo assim, ações de distribuição de Bíblias, material cristão, discipulado e visitas continua.

De forma discreta, uma equipe da Portas Abertas encontrou com Rehanullah em sua casa, enquanto cuidava de seu neto. Na hora da refeição, ele se senta na ponta da mesa, reparte o pão e agradece a Deus pela comida. Depois distribui os pães primeiro para suas netas e noras.

Se analisarmos a cultura daquele lugar, o costume é que os homens comam primeiro que as mulheres. “Quando não tem ninguém por perto eu quero que minhas filhas saibam que as valorizamos. Eu aprendi isso quando vi como os cristãos não diferenciam meninas de meninos”, diz o cristão perseguido.

Rehanullah foi o primeiro da família a se entregar a Jesus. Depois seus filhos foram evangelizados em um campo de refugiados e, quando puderam voltar para casa, estavam todos batizados. Eles conhecem outras famílias que compartilham da mesma fé e juntos vão se fortalecendo para continuar a caminhada em Cristo.

Rehanullah cuida dos cristãos onde mora. De certa forma, ele é como um pastor para eles. No entanto, em seu país não há uma igreja “organizada” ou formal. Mas ele é categórico: “Este é o meu país, este é o meu povo e esta é a minha responsabilidade. Nós vamos morrer aqui servindo a Jesus”.

A Portas Abertas lançou uma campanha chamada Presentes de Esperança. Essa campanha permite que você, cristão brasileiro, livre da perseguição religiosa, possa ajudar cristãos perseguidos e secretos na Ásia.

Em 2018, foram distribuídas 914.493 Bíblias e literaturas cristãos para cristãos secretos na Ásia. Você pode aumentar ainda mais esse número e ajudar a fortalecer a igreja de Cristo por meio de Sua Palavra.

Para saber mais acesse https://www.portasabertas.org.br/doe/campanhas/presentes-biblias e veja como participar.

*Nome alterado por segurança.

Fonte: Portas Abertas

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Estudos

A glossolalia: o sacramento pentecostal

O falar em línguas: o sinal audível da graça invisível

Os sacramentos são sinais visíveis e sensíveis que mediam realidades invisíveis. É indiscutível que os cristãos evangélicos estão redescobrindo a importância dos sacramentos, ou melhor dizendo, dos “sinais visíveis da graça” nas cerimônias públicas. Isso porque a liturgia protestante ainda é essencialmente cerebral. Infelizmente, o protestantismo se contenta em alimentar a razão, enquanto esquece a complexa integralidade humana (imaginação, emoções, sensações etc.). Quantas vezes o culto protestante se assemelha a espécie de TED (1) com louvores?! Como escreveu Robinson Cavalcanti, o nosso culto evangélico é antiarte, antilúdico, anti-imaginativo, onde nos reunimos em  “quatro paredes caídas com um sermão” (2).

Também, é inegável que os pentecostais clássicos sempre desprezaram a ideia de rituais litúrgicos, embora, mesmo não admitindo, sejam adeptos de algum ritualismo (unção com óleo, orações de consagração do pão e do vinho na Ceia, orações específicas pela cura divina, imposição de mãos, leitura coletiva da Palavra, etc). Parte dessa ojeriza pelo sacramento no pentecostalismo é influência direta do zwinglianismo protestante e do fundamentalismo norte-americano e, também, infelizmente, porque as igrejas marcadas pela liturgia caíram naquele mero formalismo de etiqueta tão condenado pelas Escrituras. Assim, na tradição pentecostal, a liturgia ficou com a pecha de ritualismo vazio.

Curiosamente, essa postura antipática ao sacramento ou “sinal da graça”, em um contexto mais amplo, reflete, também, a mesma desconfiança do modernismo: o ritual seria algo irracional, supersticioso e papista. Diante desse cenário, nada resta senão o culto à razão. Só que os protestantes não perceberam que o racionalismo moderno é tão prejudicial quanto o sentimentalismo místico – e igualmente antibíblico. Outro ponto importante, diferente do cenário da Reforma do século XVI, não estamos vivendo nos contextos religiosos da atualidade a proeminência da mentalidade mágica e do excesso de sagrado, excetuando, é claro, essa espiritualidade difusa da modernidade líquida. Pelo contrário, o avanço do liberalismo teológico associado ao secularismo tem jogado o sagrado para “debaixo do alqueire”. O protestantismo, no lugar de reagir ao racionalismo moderno, ao contrário, mesmo em suas expressões conservadoras, se jogou fundo no culto à razão. Não é à toa que a preocupação litúrgica entre os evangélicos se resume, até hoje, em questões que envolvem tão somente a mensagem do sermão e a mensagem da música. Como isso, o protestantismo tem falhado ao comunicar o Evangelho porque, como filho da modernidade, pensa que está lidando apenas com pessoas racionais e despreza os aspectos gerais do homem (razão, emoção, vontade, paixão etc.). Tragicamente, a Bíblia, mesmo pelos protestantes conservadores, é apresentada como um compêndio de informações sobre Deus e não como a voz viva do Senhor do Universo (3). Uma forma de superar essa comunicação racionalista é pela volta dos sinais sacramentais.

O batismo nas águas é motivo de muita controvérsia no seio do cristianismo. A Igreja Católica e muitas igrejas protestantes batizam crianças. Outras igrejas associam o batismo nas águas com uma profissão de fé, algo que não pode ser feito conscientemente por um bebê. Ainda há a controvérsia da forma: o batismo é por imersão ou aspersão? Outro ponto: o batismo é feito em nome da Santíssima Trindade ou se destaca em particular o nome de Jesus? A discussão é infinita. Mas, em todos os casos, a administração do batismo é feita pela igreja. No batismo no Espírito Santo é diferente. “A igreja não administra o batismo no Espírito; em vez disso, o batismo do Espírito administra a igreja”, como lembra o teólogo pentecostal Frank Macchia (4).

O batismo no Espírito, como uma experiência de sacramentalismo sobrenatural, demanda um sinal externo. Somos mergulhados no Espírito Santo por Jesus Cristo para que possamos sair dessa experiência vestidos de coragem e intrepidez no anúncio vocativo do Evangelho. Sim, não é à toa que os pentecostais associam o falar em línguas e, algumas vezes, a profecia, como sinais do Batismo no Espírito. Ambos são dons de elocução e marcam, dessa forma, a lembrança que o revestimento de poder serve como capacitação espiritual do cristão como anunciante do Evangelho. Não é uma experiência pela experiência, ou seja, não é misticismo, no sentido pejorativo do termo, mas é uma experiência missiológica, um impulso à obra de evangelização. É, também, um sinal que Deus está conosco nessa missão.

A glossolalia dá um significado mais profundo ao nosso vocabulário limitado. É um tipo de sinal que não pode ser controlado pelo clero e nem mesmo pelo pelo leigo. É uma dimensão que não despreza a razão, mas a supera. “E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis”, como disse Paulo aos romanos (8.26). Diante disso, sempre vem pergunta: o sinal é realmente necessário? Embora não seja obrigatório, o sinal é naturalmente necessário. Há quantos séculos a Igreja Cristã tem cultos litúrgicos cheios de sacramentos, músicas e imagens mostrando a importância dos sinais visíveis para encarnar as realidades invisíveis? (5)

João Calvino definiu sacramento como “um símbolo externo com o qual o Senhor sela em nossas consciências as promessas de sua benevolência para conosco, a fim de dar sustentação à fraqueza de nossa fé e de que testemunhemos, por nossa vez, diante dele e dos anjos e entre os homens, nossa reverência para com Ele”. Diante desse conceito, o falar em língua enquanto sinal corriqueiro do Batismo no Espírito Santo, tem a força de um sacramento. Embora, seja não um sacramento palpável, o falar em língua tem a “forma visível (ou audível) de uma graça invisível” (6). O falar em línguas, enquanto sinal, sempre desperta a memória da congregação que o Espírito Santo nos capacita a anunciar o Evangelho (7). Assim como o Espírito nos dá o falar em línguas de maneira sobrenatural, o Senhor Jesus, da mesma forma, nos dará as palavras de anúncio do Seu evangelho mediante a Sua graciosa vontade. Jesus mesmo disse: “porque eu vos darei boca e sabedoria a que não poderão resistir, nem contradizer todos quantos se vos opuserem” (Lucas 21.15).

Portanto, a liturgia, para não cair no formalismo, precisa de ritos onde a plenitude dos sentidos encontre espaço, ou seja, onde Deus se comunica conosco pelo Espírito. Na liturgia viva, sim, a presença de Deus é sentida, não como arrepio ou êxtase, mas como senso real de que servimos a um Deus vivo. A liturgia autêntica tem a emoção compartilhada pela comunidade ao comungar os mesmos gestos, alegrias e expectativas. É uma liturgia de relação vertical, onde o Espírito Santo se faz presente com seu constante derramar. É no espaço do culto, portanto, quando o Espírito concede a graça dos dons para a edificação da igreja. Porém, mesmo a glossolalia enquanto sinal da presença ativa de Deus, se tomada como em sua forma externa mais importante do que ela aponta, que é o anúncio do Evangelho, será uma tragédia de vaidades e pensamentos mesquinhos. A sacramentalidade pentecostal não pode perder de vista que a estamos diante de uma interação constante entre o conhecimento e a experiência vivida, entre o aprendizado sobre Deus e a experiência de Deus – e um depende do outro perpetuamente.

Referências:

(1) “TED (acrônimo de TechnologyEntertainmentDesign; em português: Tecnologia, Entretenimento, Planejamento) é uma série de conferências realizadas na Europa, na Ásia e nas Américas, incluindo o Brasil, pela fundação Sapling, dos Estados Unidos, sem fins lucrativos, destinadas à disseminação de ideias – segundo as palavras da própria organização, ‘ideias que merecem ser disseminadas’”. (Wikipédia)

(2) CAVALCANTI, Robinson. A Igreja, o País e o Mundo. 1 ed. Viçosa: Editora Ultimato, 2000. p 36.

(3) Para uma crítica poderosa contra essa ingenuidade racionalista do protestantismo, veja: SMITH, James K. A. Você é Aquilo que Ama. 1 ed. São Paulo: Edições Vida Nova, 2017.

(4) MACCHIA, Frank D. Baptized in the Spirit: a Global Pentecostal Theology. 1 ed. Grand Rapids: Zondervan, 2006. p 402.

(5) Para uma defesa exegética da necessidade do sinal externo na teologia lucana do Espírito veja: MENZIES, Robert. Pentecostes. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2016. p 57-84.

(6) CALVINO, João. A Instituição da Religião Cristã: Tomo 2. 1 ed. São Paulo: Editora Unesp, 2009. p  692.

(7) Não pretendo inventar a roda ao associar o sacramento com sinal miraculoso. O reformador luterano Filipe Melâncton já tinha feito o mesmo no livro Loci communes de 1521. Veja: WENGERT, Timothy J. Dictionary of Luther and the Lutheran Traditions. 1 ed. Grand Rapids: Baker Academic, 2017. p 654.