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Gráfica recebe encomenda de bispo para imprimir 2,1 mi de panfletos anti-Dilma

16/10/2010 – 14h24

Folha.com

BRENO COSTA
DE SÃO PAULO

Atualizado às 15h05.

Uma gráfica no bairro do Cambuci, região sudeste da capital paulista, estava imprimindo, na manhã deste sábado, panfletos com um texto de um braço da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) contra o PT e a presidenciável Dilma Rousseff.

Segundo o contador da gráfica, Paulo Ogawa, a encomenda foi feita pela Diocese de Guarulhos (SP). Em julho, o bispo da cidade, d. Luiz Gonzaga Bergonzini, foi pivô de uma polêmica mobilização contra a petista.

Os papéis são idênticos aos distribuídos em Aparecida (SP) e Contagem (MG) no feriado do último dia 12, durante missas em homenagem ao Dia de Nossa Senhora Aparecida. Eles fazem um "apelo" para que os eleitores não votem em quem é a favor da descriminalização do aborto.

Ogawa, que é pai do dono da Pana Editora e Gráfica, afirma que um assessor do bispo, chamado Kelmon, encomendou a impressão de 2,1 milhões de panfletos –1 milhão no primeiro turno e 1,1 milhão no segundo.

De acordo com o contador, o assessor queria imprimir 20 milhões de panfletos. No entanto, a gráfica não aceitou a encomenda por falta de capacidade.

A gráfica foi descoberta pelo diretório estadual do PT. O deputado estadual Adriano Diogo (PT) afirmou já ter entrado em contato com a direção nacional da campanha de Dilma. Segundo o presidente do PT paulista, Edinho Silva, os advogados da campanha irão à Justiça Eleitoral para impedir a continuidade da impressão.

A reportagem ainda não conseguiu entrar em contato com representante da Diocese de Guarulhos.

PANFLETO

O panfleto é assinado pelos bispos da Regional Sul I da CNBB, responsável pelo Estado de SP. No entanto, isso não significa, necessariamente, que os panfletos tenham sido impressos a pedido da igreja.

A regional é presidida pelo bispo de Santo André (SP), dom Nelson Westrupp. O conteúdo do panfleto também está publicado no site da regional da CNBB.

A posição dos candidatos a presidente em relação ao aborto virou um dos temas principais da campanha, pautando debates entre Dilma e José Serra (PSDB) e os programas de TV dos candidatos.

O panfleto, datado de 26 de agosto, diz que Lula e Dilma assinaram o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos, "no qual se reafirmou a descriminalização do aborto".

A defesa da legalização é chamada de "política antinatalista de controle populacional, desumana, antissocial e contrária ao verdadeiro progresso do país".

O texto afirma ainda que, no mesmo congresso em que deu "apoio incondicional" ao plano, o PT aclamou Dilma como candidata.

Ao fim, o panfleto recomenda que os brasileiros "deem seu voto somente a candidatos ou candidatas e partidos contrários à descriminalização do aborto".

A CNBB divulgou uma nota oficial, em 16 de setembro, quando os primeiros panfletos foram distribuídos, afirmando que somente sua Assembleia Geral pode falar em nome da entidade.

No último dia 8, a nota foi reiterada, em que "desautoriza qualquer decisão contrária à da Assembleia Geral, que não vetou candidatos ou partidos".

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Após críticas de evangélicos, secretaria do governo defende plano de direitos humanos

 

DE BRASÍLIA

A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência divulgou nota nesta quinta-feira defendendo o PNDH-3 (Plano Nacional dos Direitos Humanos), que vem sofrendo bombardeio de setores evangélicos.

De acordo com a secretaria, o plano "é resultado de um processo histórico e democrático, com propostas debatidas e aprovadas (…) com ampla participação da sociedade civil".

A secretaria diz ainda que o PNDH-3 "não trata da legalização do aborto", "preza pela liberdade e tolerância religiosa" e "reitera a liberdade de expressão e de comunicação, respeitando os direitos humanos".

Um dos principais críticos do plano é o ex-governador Anthony Garotinho (PR-RJ), que tem pressionado a candidata Dilma Rousseff (PT) a esvaziá-lo. A bancada evangélica eleita para o Congresso já definiu como uma de suas prioridades trabalhar pela extinção do programa, enviado ao Legislativo pelo governo.

Após forte reação, o governo tirou do programa, em maio, pontos como a revisão da lei que pune quem se submete ao aborto.

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Onda verde ou onda crente?

 

Dr. Zenóbio Fonseca

Candidatos estão virando madre ou padre para convencer os cristãos.

Estamos vivendo um fenômeno eleitoral jamais visto numa eleição presidencial, onde os votos dos cristãos são disputados em todos os rincões do Brasil, e o motivo principal foi que uma “agenda de valores” tomou conta da pauta de discussão do rumo da nação.

Esse fato deve-se a melhoria do padrão de vida das pessoas carentes, onde a discussão principal era sobre condições basilares de sobrevivência, mas o amadurecimento da democracia tem gerado nos cidadãos a preocupação de discussões de valores inerentes á sua fé, que é guiada por princípios e dogmas, tal como aborto, ensino religioso ou “casamentos” de homossexuais.

Nesse caminho, acharam, como em outras eleições, que era possível ignorar a força numérica, eleitoral e demográfica da religião no Brasil, onde em sua grande maioria está estampado o vínculo cristão, e, em particular, a defesa da vida desde a concepção.

Daí, toda a gritaria na imprensa escrita e falada sobre o tema do aborto, pois nos últimos anos alguns grupos defendiam políticas públicas de descriminalização do aborto, ou seja, tornar o aborto (interrupção da gravidez) não punível pelo Estado, bem como instituir o chamado “direito de escolha” pelas mulheres, onde a mulher grávida poderia escolher livremente realizar o aborto e livrar-se do fruto do seu ventre.

Entretanto “esqueceram-se de combinar” com os cristãos que esse assunto não seria decisivo para eleger o próximo presidente.

O grande momento que estamos vivendo está fundamentado no princípio bíblico de conhecer a verdade e a verdade trazer libertação. As informações dos blogs e sites cristãos e vídeos temáticos postados no site YouTue inauguraram a “chamada onda crente” dos votos (e não onda verde como alguns afirmavam), onde os evangélicos descobriram a importância do voto consciente fundamentados em valores e dogmas de fé e cidadania. Tal fato fez a diferença, levando as eleições para o atual segundo turno de discussão.

Isso é tão cristalino que os atuais candidatos a presidente buscam os votos dos evangélicos e católicos, porque esse segmento está decidindo a eleição presidencial. O mais triste disso tudo é ver que tem candidato mudando de discurso tornando-se quase uma freira ou padre, para dizer que são cristãos desde que nasceram. De igual forma, alguns líderes seguem o mesmo caminho.

Uma coisa é certa: DEUS entrou nessas eleições presidenciais, ouviu a orações de muitos que não se curvaram ao sistema do poder temporal e os votos de cabresto estão com os dias contados dentro do segmento evangélico. Viva a informação e a autonomia do voto cristão.

Publicado no Jornal Unidade