Teólogo reacendeu debate ao dizer que seminários deveriam ter só professores homens
John Piper defende que mulheres não podem ensinar homens
O pastor batista John Piper, conhecido em todo mundo por seus livros, está no centro de um debate nos Estados Unidos por causa de suas declarações sobre o ministério feminino. Em um programa de rádio recente, publicado em seu site, ele falou sobre os papéis de liderança das mulheres na Igreja.
O centro do seu argumento é que as mulheres não deveriam ensinar em escolas de teologia. Piper disse que a base do seu raciocínio era o texto bíblico. Ele citou diferentes textos, dando ênfase a 1 Timóteo 2:12, que diz: “Não permito que a mulher ensine, nem que tenha autoridade sobre o homem. Esteja, porém, em silêncio”.
O teólogo disse não ver dificuldades que as mulheres estudem em um seminário ou façam cursos, “procurando obter o melhor fundamento bíblico possível”. Para ele, “A questão é se as mulheres podem mentoras e professoras daqueles que se preparam para desempenhar o papel projetado biblicamente para homens espirituais”.
Piper fez questão de enfatizar que não está questionando “a competência das mulheres, nem sua inteligência, conhecimento ou habilidade pedagógica”, mas sim a “natureza do ofício de ensino das Escrituras”.
Para o teólogo, que ajudou a fundar o seminário ligado à sua igreja, “Se não é bíblico termos mulheres como pastores, como pode ser bíblico vermos mulheres envolvidas no ensino formal e na orientação de pastores para uma própria vocação da qual elas estão excluídas?”.
Como era esperado, os comentários de Piper geraram grande controvérsia. A autora e líder de adoração Kaitlin Curtice tentou rebater, dizendo que não ficou surpresa em ouvir esses argumentos.
“Esta entrevista me lembrou de um dos pastores da minha infância, um homem a quem amo muito, mas que nunca me valorizou como líder”, cutucou Curtice. “Então, somos desafiados a não apenas tentar desfazer essa mentalidade, mas também tentar corrigir o risco dessas repercussões em nossa sociedade”.
Ela usou as redes sociais para pedir que seus seguidores do sexo masculino publicassem algo mencionando exemplos de mulheres líderes de igrejas que “contribuíram para sua teologia através de seu ministério”. Em pouco tempo, ela recebeu muitas respostas.
Várias pastoras disseram ter ficado contrariadas e levantaram questões sobre a importância do ministério infantil, dominado pelas mulheres, que ajuda a formar meninos, ensinando a eles sobre as Escrituras.
Também falaram sobre as missionárias que trabalham em locais onde muitas vezes os homens não querem ir. Outro argumento comum foi o sucesso de várias pregadoras, como Aimee Semple McPherson, fundadora da Igreja Quadrangular; Anne Graham Lotz, filha de Bill Graham; Joyce Meyers, autora de dezenas de livros; entre outras.
O debate sobre o assunto começou a se multiplicar nas mídias sociais e foi destaque de grandes sites voltados para o público evangélico como a Relevant, a Charisma e o Christian Post.