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Paris literalmente nua

Paris literalmente nua

Pessoas participam de visita nudista à exibição no Palais de Tokyo em Paris, na França, em 5 de maio de 2018 – AFP
AFP

Isto é independente

Até então pudica, Paris se abre para o nudismo, cujos praticantes, em seu empenho de derrubar preconceitos, vão conquistando espaços como museu, restaurante e boliche, ainda causando objeções dos mais puristas.

A França é o primeiro destino mundial de nudismo: com 2,6 milhões de praticantes no país, a cifra supera os quatro milhões no verão, segundo dados da Associação de Nudistas de Paris (ANP).

Mas o salto das praias e dos campings para a capital é um fenômeno recente, que coloca Paris no patamar de outras cidades com mais tradição, como Berlim, Munique, Estocolmo e Londres.

“Até agora tendíamos a pensar que era melhor não nos mostrarmos” em Paris, admite à AFP Cédric Amato, vice-presidente da ANP, que calcula em 88.000 os nudistas na região da capital.

Mas vários dados mostram que a cidade, que neste domingo celebrará a primeira Jornada Parisiense de Nudismo, estava preparada para se abrir a esta prática, contando além disso com o apoio-chave da prefeita socialista, Anne Hidalgo, e de seus sócios ambientalistas.

Um restaurante nudista, “O’Naturel”, abriu suas portas no leste da cidade – transformado de forma pontual em pista de dança com DJ – e em alguns meses aconteceram eventos como uma partida de boliche com 140 participantes e um espetáculo de humor.

Mas a iniciativa com mais repercussão foi a visita, no mês passado, ao Palácio de Tóquio, um museu de arte moderna e contemporânea, que recebeu 30.000 solicitações para 161 vagas.

“Respondemos a um interesse de nossos adeptos que querem praticar na cidade, mas estas visitas também fazem com que se fale de nós”, reconhece Amato, cuja associação aspira a outras atividades em museus como o Centro Pompidou e em “monumentos históricos”.

Mas os mais puristas parecem fugir desta prolífica proposta urbana: graças à ANP e ao acordo da prefeitura de Paris, desde o ano passado é possível deitar nu ao ar livre, em um discreto mas amplo espaço situado no Bosque de Vincennes, situado no leste da cidade.

Este lugar rodeado de árvores e arbustos, para “não impor nenhuma visão a ninguém”, segundo Amato, será palco no domingo, durante a Jornada Parisiense, de uma aula de ioga e um piquenique no qual cerca de 3.000 pessoas demonstraram interesse.

Sentado junto a um grupo de amigos que conheceu ali, Johnny, de 70 anos, comemora que este lugar tenha sido “legalizado”. “Nos tira da clandestinidade e permite que se constate que aqui não acontece nada repreensível”.

Para este aposentado, o nudismo facilita os encontros: “As barreiras sociais desaparecem. Ninguém usa um boné Hugo Boss ou, pelo contrário, da Zara”, afirma.

– As mulheres, minoria –

Cerca de 50 pessoas, em sua imensa maioria homens, aproveitam os tímidos raios de sol. Em um dia quente, no entanto, pode haver até 500 pessoas – gente “demais”, segundo Johnny, que privilegia a tranquilidade em relação às atividades maciças.

Junto a ele um homem de meia idade, que se nega a dar seu nome, critica a iniciativa do Palácio de Tóquio: “Não vejo nenhum interesse nisso, tem um lado muito esnobe, tipicamente parisiense”.

Mais afastado, um casal homossexual que tampouco quer se identificar e que trabalha no setor comercial, afirma que não lhes passa pela cabeça comentar no trabalho que frequentam este lugar ou se exibir em um museu. “Eu fiquei sabendo que existia isto porque meus colegas riam disso”, afirma um deles, garantindo que se trata de um espaço muito “gay friendly”.

Nadia Sabah, uma das poucas mulheres presentes, colocou três guarda-chuvas abertos no chão para esconder seu corpo. “Com os homens nudistas não sinto nenhuma agressividade, mas me protejo dos ‘voyeurs’ em volta porque de vez em quando há alguns. Por isso há policiais por aqui”, explica.

As mulheres são minoria na prática nudista da capital, mas segundo Amato o número de adeptas à associação passou nos últimos anos de três a 70, de um total de 417 atualmente.

Sabah, que também não se uniria a umas proposta urbana porque o que a atrai é a natureza, admite que já havia vindo a este bosque anos antes para se despir dissimuladamente, “mas então a polícia me repreendia por exibicionismo”.

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Caso de George Alves reacende debate sobre “falsos pastores”

Polícia o acusa de ter violentado e matado duas crianças e provocado incêndio para encobrir crime

George AlvesGeorge Alves e esposa em culto. (Foto: Reprodução / Facebook)

George Alves, que está preso, denunciado pela polícia por estuprar, agredir e queimar os meninos Joaquim de 3 anos (seu filho), e Kauã, 6 anos (seu enteado) fez a vida como cabeleireiro. Nos últimos anos era pastor da Igreja Batista Vida e Paz, na cidade de Linhares, Espírito Santo.

O caso chamou atenção mundial pela crueldade envolvida. No meio evangélico, está reacendendo o antigo debate sobre como uma pessoa se torna pastor sem ter, necessariamente, estudo formal de teologia e reconhecimento de alguma organização.

A prática não é incomum, mas para o pastor José Ernesto Spinola Contide, presidente de honra do Conselho Estadual de Igrejas evangélicas do Espírito Santo, é necessária uma reflexão.

“Sabemos que nossa Constituição assegura o livre exercício dos cultos religiosos e garante, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias. O problema é: será que ao assegurar o livre exercício dos cultos religiosos, permite que qualquer pessoa abra uma porta, invente o nome de uma ‘igreja’ e se autodenomine pastor, bispo, apóstolo, ou sei lá o quê, para dirigir aquela igreja? A resposta, para mim, é não”, afirmou ele ao jornal Gazeta.

Contine insiste que ser pastor não é nem deveria ser visto como uma profissão. O experiente líder religioso faz uma crítica aberta a algumas igrejas que não possuem critérios claros.

“É irresponsável uma denominação que ordena alguém pastor com apenas seis meses de conversão. Já está passando da hora das diversas denominações serem mais criteriosas e conscientes na escolha de seus pastores.”

Ao mesmo tempo, ele defende que a Igreja Batista Vida e Paz deveria ser responsabilizada civil e criminalmente por ter ordenado George. “Ele é uma pessoa monstruosa e desqualificada para exercer qualquer cargo eclesiástico. A denominação assumiu o risco de ordenar uma pessoa despreparada para a função. Se ela fosse responsabilizada, assim como um hospital também é responsabilizado pelo erro de um médico, tenho certeza de que as denominações teriam mais cuidado em ordenar qualquer um para pastor”, avalia.

Já Oscar Domingos de Moura, que é pastor há 40 anos e hoje o presidente da Convenção Fraternal das Assembleias de Deus do Estado do Espírito Santo, reitera que são muito sérias acusações que o pastor George responde.

“A categoria está estarrecida. A pessoa que tem coragem de fazer isso com duas criancinhas não é gente, é monstro. Não é qualquer um que pode ser pastor. O George entrou na igreja para enganar. Na verdade, ele é um falso pastor”, sentencia.

Outro pastor que opina de modo semelhante é Geovanni Gomes Coelho, da igreja batista de Morada da Barra, em Vila Velha. Ele explica que conhece outros casos de pastores que cometeram crimes e isso sempre gera um desgaste na imagem de todos os líderes evangélicos.

“Esses criminosos costumam ter poder de persuasão. Já vi pessoas usando a função de pastor para praticar crimes. Usam da lábia e infelizmente é difícil detectar”, lamenta.

Apesar de todo o processo montado pela polícia, que fez perícia na casa incendiada e nas crianças mortas, George Alves alega inocência e nega todas as acusações. Com informações Gazeta

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ONU pede que América Latina legalize as drogas

Argumento da CEPAL é que isso reduziria o “alto custo humano” da proibição

Não é só a legalização do aborto que vem ganhando força na agenda da Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo afirmou a secretária-executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), Alicia Bárcena, esta semana, a América Latina deveria legalizar as drogas.

Isso iria “diminuir o custo humano da proibição”, argumentou a mexicana que comanda esse braço regional ONU. Ela insiste que a América Latina deveria “explorar uma nova estratégia” uma vez que dezenas de milhares de pessoas de todo o continente morrem em decorrência da violência resultante do esforço de controlar o lucrativo comércio de narcóticos.

Bárcena discursou durante um encontro em Paris: “Serei muito provocadora. A legalização das drogas seria boa para quem? Para a América Latina e o Caribe, pelo amor de Deus. Porque a ilegalidade é o que está matando as pessoas. É hora de cogitar seriamente legalizar as drogas”.

Os maiores produtores da folha de coca usada para fazer cocaína são latinos: Peru, Colômbia e Bolívia. Por sua vez, o Brasil  é um dos principais mercados de cocaína, com consumo quatro vezes maior do que a média mundial. O país também é o maior centro de distribuição de cocaína no mundo.

Alguns dos pré-candidatos a presidente do Brasil já vem falando sobre a possibilidade da legalização em entrevistas. Manuela D’Ávila (PCdoB) é a mais vocal nesse sentido. Guilherme Boulos (PSOL) é outro que já declarou seu apoio a essa medidaCom informações de Reuters