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Papa é vaiado em visita à Espanha e critica lei do aborto no país

 

O papa afirmou ontem em Barcelona, onde foi vaiado, que a Igreja Católica se "opõe a todas as formas de negação da vida humana e apoia o que promova a ordem natural na esfera da instituição familiar", numa crítica indirecta à reforma da lei espanhola do aborto.

Proferidas na celebração a que presidiu na igreja da Sagrada Família, que Bento XVI consagrou como basílica, no segundo e último dia da sua visita a Espanha, aquelas palavras foram interpretadas como um ataque também ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Entre as 250 mil pessoas que esperavam ontem o chefe da Igreja Católica em vários pontos da capital catalã, incluindo 13 mil através de ecrãs gigantes na praça de touros, estavam duas centenas de homens e mulheres homossexuais, que se beijaram "apaixonadamente durante cinco minutos" à sua passagem e para os quais o papa "lançou um olhar furtivo", no relato da agência France Presse.

Além dos custos da visita, estimados em 4,8 milhões de euros (não contando segurança e emergência médica) para 32 horas de permanência num país em crise, as posições da Igreja Católica em matéria sexual estiveram na origem da mobilização contra a visita de Bento XVI.

"Vai-te embora!" e "Pedófilo!", gritavam os activistas, em protesto contra a visita papal e apelando "a uma mudança de mentalidade no ensino católico que mantém uma atitude de oposição aos direitos (dos homossexuais) e às diferentes formas de amar", explicou um manifestante, Sergi Diaz.

Considerando que as condições de vida têm progredido nos campos técnico, social e cultural, o papa disse que "não podemos simplesmente ficar satisfeitos com esses avanços", pois, "ao lado deles devem estar também avanços morais como a defesa, cuidados e assistência às famílias, na medida em que o generoso e indissolúvel amor de um homem e uma mulher é o contexto eficaz e fundamento da vida humana desde a gestação, nascimento, crescimento e fim natural".

Reclamando uma natalidade "dignificada, valorizada e apoiada jurídica, social e legislativamente", Bento XVI defendeu medidas económicas e sociais que permitam "às mulheres encontrar a sua plena realização em casa e no trabalho, para que homem e mulher unidos em casamento possam formar uma família".

Segundo a última pesquisa do Centro de Investigações Sociológicas, 73,2% dos espanhóis declaram-se católicos, contra 80% em 2002.

Data: 9/11/2010 08:28:15
Fonte: NC

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Espanhóis organizam beijaço homossexual para a visita do papa

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Cerca de 500 casais gays planejam beijar-se em frente à catedral de Barcelona, na Espanha, durante a visita do papa Bento 16 ao país no próximo domingo.

Gays e lésbicas espanhóis receberão o pontífice com um “beijaço” de dois minutos assim que ele sair da catedral, por volta de 10h da manhã.

A manifestação, que segue o modelo flashmob (ação coletiva que dura pouco e se dispersa rapidamente) foi organizada por meio de um blog e uma página no site Facebook que defendem os direitos dos homossexuais.

Em nota no site oficial do movimento, os organizadores dizem querer “fazer alguma coisa para demonstrar o nosso incômodo” com uma “instituição que há muitos anos tem sido antagônica, para não dizer inimiga, das lutas pelos direitos sexuais e afetivos de muitos”.

O papa Bento 16 visitará Barcelona logo após sua visita a Santiago de Compostela, um dos lugares sagrados para a Igreja Católica.

Flashmob

A página do movimento no site social Facebook explica como deve funcionar a manifestação.

A organização vai disparar um sinal sonoro para dar início ao “beijaço”. Dois minutos depois, outro sinal indicará que os participantes devem se dispersar “como se nada tivesse acontecido”, segundo o site.

Segundo Joan Pérez, um dos organizadores, o evento não é especificamente contra o papa. “O beijo coletivo é uma forma de manifestar nosso desacordo com a maneira como a Igreja concebe as relações entre as pessoas”, disse.

Pérez afirmou ao jornal espanhol El País que os organizadores não fazem parte de nenhum grupo político e que a manifestação deve ser pacífica.

Na página oficial do movimento, pede-se que os participantes não respondam a nenhum tipo de provocação ou insulto.

A convocação também foi estendida a heterossexuais. No entanto, o comunicado esclarece que todos devem beijar alguém do mesmo sexo.

A visita de Bento 16 à Espanha desencadeou uma onda de protestos em Barcelona. Além dos homossexuais, 50 associações de ateus organizam manifestações e distribuem cartazes com a frase “Eu não te espero”.

Protestos de mulheres e até encontros de católicos para refletir sobre o “atual modelo de Igreja” também estão programados para o fim de semana.

Segundo jornais espanhóis, os moradores da região estão descontentes com o apoio financeiro “excessivo” à visita papal e com o tratamento da força policial da Catalunha, que cuidará da segurança do pontífice.

Data: 5/11/2010 09:08:24
Fonte: BBC Brasil

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Dilma e Serra subiram no muro, diz pastor homossexual

Fonte: Folha.com

ELVIRA LOBATO
DO RIO

Na guerra pelos votos do eleitorado evangélico, no segundo turno, Dilma Rousseff e José Serra desagradaram os gays. “Os dois subiram no muro”, queixa-se o fundador da Igreja Cristã Contemporânea e gay assumido, pastor Marcos Gladstone.

Dilma e Serra já defenderam publicamente a união civil de pessoas do mesmo sexo. O candidato tucano também já se declarou favorável à adoção de crianças por casais gays, mas, para Gladstone, os presidenciáveis deveriam ser mais explícitos no apoio às causas dos gays, como a criminalização da homofobia e o direito à adoção.

Com quatro anos de existência, três templos no Rio de Janeiro e um em Belo Horizonte, a igreja tem maioria de gays e lésbicas.

O rebanho do pastor Gladstone (900 fiéis) cresce rapidamente. No final do mês, será inaugurado o quinto templo, em Madureira, na zona norte do Rio. Ele diz que a igreja não cresce mais rápido por falta de infraestrutura, pois não lhe faltariam potenciais adeptos.

Ele não aborda a eleição nos cultos, nem recomenda voto. “Aqui não tem voto de cabresto. Somos uma igreja de membros livres”, afirma.

Ele tem relação estável há quatro anos com o pastor Fábio Inácio, egresso da Igreja Universal do Reino de Deus. Eles registraram a união em cartório e casaram na igreja.

Chegou a ser noivo de uma mulher por vários anos. Rompeu o noivado ao retornar de uma viagem a São Francisco (meca dos gays nos EUA), onde, diz, teve uma revelação divina sobre sua homossexualidade.

O casal de pastores votou em Dilma no primeiro turno, mas está dividido em relação ao segundo turno. Fábio Inácio vai repetir o voto na petista, mas Gladstone disse que ainda está indeciso.

O engajamento do pastor da Assembleia de Deus Silas Malafaia –crítico ferrenho do homossexualismo– na campanha de José Serra pode tirar votos do tucano entre os gays evangélicos.