Categorias
Artigos Noticias

Papa é acusado de ‘ocultar a situação de emergência’ da Igreja

DA EFE

O teólogo e dissidente religioso suíço Hans Küng criticou o papa Bento XVI por "esconder a situação de emergência" da Igreja Católica, que "se encontra doente do sistema romano" e comparado o pontífice com Vladimir Putin, o primeiro-ministro russo.

"A vida eclesiástica colapsou em nível de paróquia", afirma Küng por ocasião da visita do papa esta semana à Alemanha em entrevista adiantada neste domingo pela revista "Der Spiegel".

O teólogo suíço, ao qual o Vaticano retirou em 1979 a licença para ensinar teologia católica, considera que "a hierarquia eclesiástica não teve até agora a coragem de admitir sinceramente e às claras a realidade da situação".

Professor emérito da Universidade de Tübingen, no sul da Alemanha, Küng afirma que as imagens dos grandes atos protagonizados pelo papa não fazem mas do que mostrar de maneira enganosa uma igreja poderosa.

"Enquanto isso se sabe que esses atos não fornecem praticamente nada às paróquias", comenta o teólogo, que no passado trabalhou estreitamente com Joseph Ratzinger, o atual Bento XVI.

Além disso critica o papa por cultivar "um culto pessoal sem igual, que se encontra em contradição com o que pode ser lido no Novo Testamento".

Por isso explica que existem "similitudes estruturais e políticas" entre o primeiro-ministro russo e a política de restauração dos papas na Santa Sé depois do Concílio Vaticano II, que na realidade conduziu a uma renovação do entendimento ecumênico.

Categorias
Noticias

Padre acusado de relacionamento homossexual é removido por diocese da Espanha

 

Matthew Cullinan Hoffman

11 de julho de 2011 (Notícias Pró-Família) — A diocese de Getafe removeu um padre paroquiano depois de encontrar provas de um relacionamento homossexual com um seminarista, de acordo com fontes dos meios de comunicação da Espanha.

O Pe. Andrés García Torres, pároco da paroquia de Nossa Senhora de Fátima na cidade de Fuenlabrada, foi afastado de seus deveres depois que a administração diocesana recebeu uma foto de Torres e um seminarista com seus braços ao redor um do outro, sem camisa.

Torres, que está protestando que é inocente, diz que a diocese está também citando evidências de sites de relacionamentos sociais, em que Torres supostamente se ofereceu como um participante “passivo” em atos homossexuais. Ele afirma que a diocese também tem evidências em vídeo.

Em entrevista aos meios de comunicação, em que ele mesmo trouxe as alegações à luz, Torres nega que seja homossexual, e afirma que a foto só expressa uma amizade entre ele e o seminarista. Torres afirma que estavam sem camisa por causa do calor do dia, e acusa a diocese de “puritanismo”.

“Estava muito calor e não estávamos usando camisa. Por que esse puritanismo? Estamos no século 21”, Andrés disse em entrevista à imprensa. Ele diz que não sabe como a diocese conseguiu a foto, já que “estava no meu computador e nem mesmo fiz um upload dela para o Facebook”.

Andrés trouxe as acusações à luz depois que a diocese o abordou sobre o assunto, e depois de passar por várias sessões com um psicólogo. Ele resistiu à ordem de removê-lo do ministério por vários dias, e recebeu apoio de muitos paroquianos, que consideraram sua remoção como uma “injustiça”. Contudo, ele capitulou no domingo e entregou as chaves da igreja para as autoridades da diocese, dizendo que “era a melhor coisa a fazer, de modo que a família não continue a sofrer”.

O próximo destino do padre é desconhecido, embora ele tenha mencionado a possibilidade de tirar “férias” num monastério nos Estados Unidos. Ele recebeu ordem de não residir na cidade de Fuenlabrada. Os paroquianos dizem que planejam entregar uma petição com 1.500 assinaturas protestando sua remoção.

A ação rápida da diocese de Getafe está em contraste absoluto com a conduta da arquidiocese de Barcelona, cujo arcebispo cardeal Sistach permitiu que um padre que havia ajudado em abortos e uniões homossexuais continuasse em seu ministério durante anos.

A Igreja Católica, em união com todas as grandes religiões mundiais, ensina que os atos sexuais homossexuais são opostos à natureza e são intrinsecamente malignos.

Categorias
Noticias

Igreja Católica no Brasil vive desafios e esperança

 

Evasão de fiéis e secularização enfraquecem Igreja, que vê alento nos movimentos carismáticos

30 de janeiro de 2011 | 0h 00

José Maria Mayrink – O Estado de S.Paulo

A Igreja Católica vive uma crescente tensão interna por causa da evasão de fiéis e da distância entre sua pregação e a prática religiosa. A revelação, em novembro, de que a instituição ocupa o segundo lugar em credibilidade, abaixo apenas das Forças Armadas, conforme pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), entusiasma o episcopado, embora alguns teólogos e assessores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) atribuam essa boa imagem não a seu desempenho, mas ao descrédito de concorrentes, especialmente da classe política.

Veja também:
link
João Paulo II e Bento XVI moldaram episcopado atual
linkFiéis ignoram norma moral e sexual

A pesquisa da FGV prova, na avaliação do professor Felipe de Aquino, membro do movimento carismático Associação Canção Nova, que a Igreja mantém seu prestígio na sociedade. "A grande maioria do povo se professa católica, respeita e acata posicionamentos morais", argumenta. A Renovação Carismática Católica e outros grupos, como o Opus Dei e as novas comunidades , seguem o Vaticano. "Em questões políticas pode haver divergências, mas mesmo assim a Igreja tem voz ativa, como ocorreu no caso da aprovação da Lei da Ficha Limpa", observa Aquino.

Outro exemplo recente foi a tomada de posição de parte do episcopado durante a campanha presidencial. Alguns bispos, como d. Luiz Gonzaga Bergonzini, de Guarulhos, combateram Dilma Rousseff com o argumento de que ela e seu partido eram favoráveis à descriminalização do aborto. A crítica repercutiu na imprensa, sobretudo depois que o papa Bento XVI aconselhou os bispos a saírem às ruas em defesa da defesa da vida, num discurso interpretado por d. Bergonzini como apoio à sua atitude.

Houve reação a esse posicionamento dentro da própria Igreja, o que demonstra como ela está dividida. "Foi um espanto os três bispos da presidência do Regional Sul 1 (São Paulo) recomendarem um texto de condenação da candidatura de Dilma Rousseff nas eleições, apoiando d. Bergonzini, porque se jogou fora a colegialidade, fugindo à orientação da CNBB, quando d. Geraldo Lyrio Rocha (presidente da entidade) teve de dizer que cada bispo faz o que quer", reagiu o padre José Oscar Beozzo, teólogo e respeitado historiador da Igreja. "É um sintoma de que não há consenso, os bispos quebraram uma tradição de mais de 45 anos", acrescentou.

Essa intromissão na campanha eleitoral incomodou, mas não deverá impedir um bom relacionamento com o novo governo, na avaliação de d. Joaquim Mol, bispo auxiliar de Belo Horizonte e reitor da Pontifícia Universidade Católica de Minas. "Não diria que a Igreja tenha perdido a capacidade de diálogo, apesar de alguns arranhões, porque isso poderá ser recuperado, sem sequelas", disse o bispo. Em sua opinião, mais do que prestígio, é a sua estatura moral que a Igreja deve preservar, nas relações com a sociedade e com o governo.

"A Igreja sempre falou de política, sempre defendeu valores éticos", afirmou d. Mol, lembrando a força de vozes da hierarquia que se destacaram contra a ditadura militar e aquelas que atualmente se levantam em defesa dos pobres. "Havia gente de outra linha, até bispos muito afinados com o regime militar." O que chamou a atenção nas eleições de 2010 foi o fato de ter prevalecido uma voz de membros da Igreja contra um dos candidatos, de maneira contundente e direta. "Quando há dois candidatos e se diz para não votar em um, é como se dissesse para votar no outro, sem alternativa", criticou o bispo.

Para o padre Manoel Godoy, diretor do Instituto de Teologia Santo Tomás de Aquino, em Belo Horizonte, o fato de Bento XVI ter aconselhado os bispos brasileiros, na véspera do segundo turno das eleições, a saírem às ruas em defesa da vida, contra o aborto, "foi um paradoxo, um episódio contra o toque de recolher ao qual a CNBB vem sendo submetida nos últimos anos".

Disputa interna. O dominicano Carlos Alberto Libânio Christo, o Frei Betto, atribui a uma disputa interna no episcopado a polêmica criada em cima da discussão sobre o aborto. "Acredito que todo esse conflito à sombra do processo eleitoral tinha como alvo não evitar a eleição da Dilma, mas assegurar aos conservadores a vitória da eleição na CNBB", afirmou o teólogo e ex-assessor do presidente Lula no programa Fome Zero.

As denúncias de pedofilia no clero repercutiram relativamente pouco no Brasil, porque os casos ocorridos aqui foram poucos, em comparação com outros países. "Se a Igreja já vinha sofrendo uma crise de credibilidade, a pedofilia aprofundou essa crise e não adianta dizer que a pedofilia está presente na família e no mundo civil, porque o padre foi trabalhado, desde o século 16, como um alter Christus ("outro Cristo"), uma figura tão exaltada que é impossível deixar de haver consequências", disse o padre Godoy. Com a ressalva de que não tem "a mentalidade conspiracionista" de achar que a imprensa é contra a Igreja, ele admite que a repercussão da pedofilia é inevitável, por causa da imagem de pessoa venerada, culta e sábia que se criou do padre.