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Aprendendo com os erros do filho mais velho da parábola do Filho Pródigo

Parábola do filho pródigo (ilustração)
Parábola do filho pródigo (ilustração)

É possível uma pessoa ter um pai incrível, uma casa maravilhosa, um campo cheio de novilhos, empregados, acesso à boa música, amigos e, mesmo assim, estar insatisfeito, vivendo como um pobre infeliz.

 Veja como a atitude do irmão mais velho do “filho pródigo” revela sentimentos autodestrutivos. O texto diz:

 “E o seu filho mais velho estava no campo; e quando veio, e chegou perto de casa, ouviu a música e as danças.  E, chamando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo. E ele lhe disse: Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo. Mas ele se indignou, e não queria entrar. (Lc 15.25-28).

Quando o “filho pródigo” chegou em casa, depois de ter passado muito tempo fora, seu  irmão mais velho estava no campo, e demorou a retornar. Quando estava voltando, ao ver aquela festa promovida pelo pai para celebrar a volta do irmão caçula,  ele deixou vazar do seu coração os sentimentos negativos que fazia dele um “pródigo”,  apesar de não ter saído de casa.

Veja como ele está em crise:

Primeiro: ele não aceitava entrar naquela festa “… indignou-se e não queria entrar”; 

Segundo: ele já não considerava o outro como seu irmão, ele diz ao pai:“Este teu filho…; 

Terceiro: o que o pai estava fazendo para o outro filho ele considerava um desperdício: “Vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado”; 

Quarto: ele, apesar de ter tudo, vivia como um mendigo,  era um rico/pobre

Quinto: ele cobra do pai aquilo que já era seu,  por direito: “Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas…”; 

Sexto: ele nunca conseguiu servir e obedecer ao pai por amor e prazer. “Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos…”;  

Sétimo:ele sofre de complexo de superioridade e de perfeição. Isto fica explícito quando ele afirma: “…Te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento…“;

Oitavo: ao não querer se envolver na festa do pai, do irmão, enfim, da festa da família,  ele acabou se revelando como uma pessoa que possuía um tipo de estado de mau humor crônico.

1. Quando a festa do outro incomoda.

 A inveja é um dos sentimentos mais destrutivos que acabam deformando as pessoas. A palavra “inveja” deriva do latim invidia, descrito no dicionário inglês, Oxford, como “olhar malicioso“.

O que o irmão do “filho pródigo” não sabia era amar. Isso  porque só as pessoas que amam de verdade são capazes de chorar com os que choram e celebrar com os que celebram (Rm 12.15). São estas as pessoas que não permitem que a inveja encontre espaço no seu coração porque o mesmo transborda de amor. Foi o apóstolo Paulo quem afirmou: “… o amor não é invejoso…” (1 Co 13.4).  Há pessoas que são capazes de chorar com os que choram, mas não são capazes de se alegrar com os que se alegram. Você sabia que há aqueles que “amam” você quando você está sofrendo, e que o “odeiam” quando você está feliz?

Podemos também definir a inveja como um sentimento de inferioridade, que encontra alívio na contemplação das tristezas e infortúnios reais ou imaginários dos outros. Incapaz de superar suas fraquezas, o invejoso consola-se com o pensamento de que todos as têm em dose igual. É a democracia dos complexos. A inveja é como erva-daninha, que viceja em qualquer terreno. E, muitas vezes, brota onde menos se espera.

“A inveja é chamada de pecado destruidor porque não se conforma com possuir mais, ou melhor. Gostaria, sim, de destruir o que o outro possui. Por isso mesmo, acaba destruindo o próprio invejoso, corroendo o seu coração com o desgosto de contemplar o bem do próximo”, descreve o Jesus Hortal, doutor em Direito Canônico e reitor da PUC-Rio. Segundo ele, a doutrina clássica define a inveja como “uma tristeza por causa do bem alheio”. Ou seja, o incômodo surge em decorrência não do próprio sentimento de falta, mas como uma infelicidade pela posse do outro.

O desejo é o de possuir aquilo que é possuído pelo outro. É “preciso” comprar o carro do outro, não igual, mas, de preferência, o mesmo. É “preciso” ter o mesmo casaco, comprado na mesma loja. Se não se consegue isso, então a saída é queimar o casaco do outro com um isqueiro ou fósforo.   Acidentalmente, e inconscientemente, é claro! Pois a cólera causada pela inveja desperta o desejo inconsciente de destruir aquilo que é cobiçado no outro. Se não se tem, então é preciso destruir. Mas, em cada pessoa, esses sentimentos manifestam-se de formas diferentes. Antítenes disse: “A inveja consome o invejoso como a ferrugem, o ferro”.  A Bíblia registra muitos casos de conflitos, perseguição e morte por causa da inveja

A inveja foi a causa do primeiro homicídio registrado na Bíblia: “Caim matou seu irmão Abel” (Gn 4.4-8). 

A inveja foi à causa dos grandes problemas na família de Jacó (Gn 37.11).

A inveja foi à causa da perseguição de Saul contra Davi (1 Sm 18.8).

A inveja foi à causa da morte de Core e mais quatorze mil e setecentos homens (Nm 16.1-50).

A inveja fez Sabala se opor ao trabalho de Neemias (Ne 2.10).

A inveja de Hamã foi à causa do seu enforcamento (Et 5.13; 7.10).

A inveja dos homens levou Daniel para a cova dos leões (Dn 6.1-28).

Os principais sacerdotes, movidos pela inveja, entregaram Jesus para ser crucificado (Mc 15.10).

Thomas Brooks disse: “A inveja tortura as afeições, incomoda a mente, inflama o sangue, corrompe o coração, devasta o espírito; e assim se torna, ao mesmo tempo, torturadora e carrasco do homem”.

 Em uma de suas mensagens, o pastor, Wagner Gabi, contou uma ilustração que nunca mais esqueci:

 “Era uma vez uma cobra que começou a perseguir um vagalume, que só vivia a brilhar. Ele fugia rapidamente, com medo da feroz predadora. Mas a cobra nem pensava em desistir. O vagalume fugia um dia, dois… Mas ela não desistia. No terceiro dia, já sem forças, o vagalume parou e perguntou à cobra:

– Posso fazer-lhe três perguntas?

– Não costumo abrir esse precedente para ninguém, mas já que vou comer você mesmo, pode perguntar.

– Pertenço à sua cadeia alimentar?

– Não.

– Fiz-lhe alguma coisa?

– Não.

– Então, por que você quer me comer?

– Porque não suporto ver você brilhar…”

A inveja continua sendo a causa dos conflitos nos relacionamentos, das divisões nas igrejas, das perseguições dentro das empresas e das guerras entres os povos e de muitas mortes no mundo.

Teste seu coração, com relação à inveja.

  • O retrato de um invejoso…

1Não suporta ouvir o outro falando sobre os seus  sonhos, projetos e ideais. Isso lhe provoca a ira. (Ex.: José e seus irmãos, Gn 37).

2. Diante do sucesso do outro, a pessoa se sente injustiçada por Deus.

3. O invejoso sente-se incomodado com a presença daquele que está celebrando uma grande conquista. A manifestação de alegria do outro lhe causa perturbação.

4. Busca difamar (tirar a boa fama)  do outro, que está melhor do que ele, que chegou na frente, que fez melhor, que conquistou mais.

5. As conquistas do outro provocam-lhe grande tristeza, estraga o seu dia, o faz perder o sono.

6. Alegra-se quando fica sabendo do fracasso do outro.

7. São capazes de levantar uma calúnia para impedir o crescimento do outro.

8. Toda pessoa invejosa é “fofoqueira”. Uma das causas das conversas vis é a inveja.

(Pv 27.4; Ec 4.4; Mt 7.22; Rm 13.13; 1 Co 3.3; 1 Co 13.3.).

Pr. Josué Gonçalves

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Pastor usa placa em frente a igreja para criticar lei anti-aborto e defender transgênero nos EUA

 

Pastor Adam Ericksen em placa colocada na porta da igreja protestante Clackamas United Church of Christ, em Oregon (EUA)
Foto: Clackamas United Church of Christ / Divulgação

O Globo

Como milhares de pastores protestantes americanos, o reverendo Adam Ericksen vai ao gramado de sua igreja toda semana para montar uma mensagem em letras garrafais em uma placa localizada ao lado da porta do templo.

Mas as mensagens que ele monta são um pouco mais polêmicas do que a maioria.

Em uma manhã ele criticou a supremacia branca, em outra ele escreveu que “Deus te ama bem do jeito que Ela te fez”, em uma terceira semana ele alertou sobre o número de pessoas mortas com armas de fogo.

E na manhã do dia 21 de maio, em meio a uma enxurrada de leis de restrição ao aborto – sete estados americanos estão tentando proibir o aborto a partir da sexta semana, quando se pode registrar os batimentos cardíacos do feto – , ele escreveu “nossos irmãos transgênero têm batimentos cardíacos”.

Ao publicar sua foto ao lado do letreiro, no perfil que a igreja mantém no Facebook, ele ainda adicionou a legenda irônica “Just FYI” (“apenas para seu conhecimento”, em tradução livre).

Há um ano e meio, Ericksen se tornou líder religioso na igreja protestante Clackamas United Church of Christ, em Milwaukie, no estado de Oregon. Quando chegou à comunidade, conta o clérigo à CNN, o culto tinha cerca de 30 participantes a cada domingo. Ele procurou maneiras de divulgar sua mensagem na comunidade e construir seu rebanho.

– A melhor maneira de fazer isso foi com este letreiro – disse ele ao canal televisivo.

Desde então, a audiência em seus cultos praticamente dobrou, com 50 a 60 pessoas enchendo os bancos a cada semana.

As frases destacadas na porta da igreja , conta o pastor , são mensagens inspiradas na Bíblia, parte de algum sermão do próprio reverendo, ou uma reflexão sobre o que está chamando atenção nos jornais. Ele afirma que a reação do público foi positiva.

Muitos motoristas que passam em frente à igreja buzinam em apoio, relata o pastor . Nas mídias sociais, o sucesso é inegável: algumas de suas fotos ao lado do placar recebem mais de 10 mil compartilhamentos no Facebook. Especificamente o post com os dizeres sobre aborto e direitos trans teve 5,3 mil compartilhamentos e 333 comentários.

– Recebemos centenas de mensagens, inclusive de pessoas transexuais dizendo que gostariam de ter uma igreja como essa em sua área. As pessoas têm sede de saber que são amadas – disse Ericksen à CNN.

Fonte: O Globo

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Isolada, Universal busca aproximação com outras igrejas evangélicas

Edir Macedo, líder e fundador da Igreja Universal do Reino de Deus
Edir Macedo, líder e fundador da Igreja Universal do Reino de Deus
Anna Virginia Balloussier
Folha de S. Paulo

Das metáforas usadas por pastores para descrever a relação da Igreja Universal do Reino de Deus com outras denominações, há aquela que a compara a uma ilha apartada de um continente evangélico —um segmento que, em 50 anos, avançou 1.400% no Brasil (de 2% para 30% da população).

O bispo Edir Macedo, contudo, está disposto a flexibilizar esse isolacionismo que acompanha a história de sua igreja, segundo reportagem do jornal Folha de São Paulo.

O principal líder da Universal escolheu um de seus bispos, Eduardo Bravo, para fazer as relações fora da Universal e coordenar a Unigrejas —que, segundo Bravo, já agregou 30 mil pastores.

Esse mesmo projeto promoverá um de seus congressos abertos a responsáveis por outros templos, no próximo dia 8, no Templo de Salomão, em São Paulo, a mais icônica construção da Universal.

Alguns líderes evangélicos ouvidos pela Folha de S. Paulo sobre o tema falaram sobre as impressões acerca de como a Universal era (“se achava melhor do que as outras” e “era como o aluno que sentava sozinho no recreio, mas por escolha própria”, por exemplo) e como avaliam esse movimento de aproximação.

Divididos, exatamente quando se fala da aproximação com outras igrejas, alguns pastores apostam na vocação espiritual da parceria, e há aqueles que dizem que a ficha caiu para a Universal.

Um pastor disse à reportagem que, sozinhos, eles não têm força, atingiram o teto. Precisam de outras igrejas, afirmou um outro pastor, sempre sob anonimato. Eles dizem não querer se indispor com a igreja de Macedo.

Como pano de fundo, haveria ainda o interesse político: angariar apoio para o PRB, costela política da Universal. Isso jamais, diz Bravo à reportagem.

A meta é unir forças para fortalecer um país campeão em “consumo de pornografia, de antidepressivo, em criminalidade e desejos suicidas”.

Uma estratégia detectada pelo professor da USP Ricardo Mariano, especializado na ascensão evangélica no país. O PRB tem ampliado a presença de parlamentares de fora da Universal com visibilidade pública para atrair voto e conferir aparência secular ao partido, mas também de outras igrejas pentecostais, diz.

Caso, por exemplo, do ex-presidente da bancada evangélica João Campos (PRB-GO), pastor da Assembleia de Deus, e do católico Celso Russomanno (PRB-SP).

Como pode isso, se três em cada dez brasileiros se dizem crentes? “A gente observa que as pessoas estão se rotulando evangélicas, mas não queremos um Brasil apenas com quem se diz evangélico.” Daí a ideia de procurar outros pastores, de Silas Malafaia a Robson Rodovalho, e “orar por isso”.

“Temos reuniões ordinárias e estamos nos organizando nos conselhos de pastores”, afirma Rodovalho, bispo da Sara Nossa Terra.

Em entrevista à revista Renovação, Bravo diz que o batalhão de “lavados no sangue de Jesus” tem condições de ampliar e muito os 60 milhões de brasileiros que se declaram evangélicos.

Com selo da Unigrejas, a revista Renovação, recém-lançada publicação, é um bom indicador da disposição interna em estender a mão a outras denominações. A começar pelo editorial, assinado pelo próprio Macedo, que levanta a bandeira branca: “Eu não creio apenas no trabalho da Igreja Universal, mas sim que a missão de todas as igrejas evangélicas é em favor do Reino de Deus”.

Como a Folha Universal, jornal da casa, a revista também enaltece temas internos, como o anúncio da estreia, em agosto, da segunda parte da cinebiografia de Macedo, “Nada a Perder”.

As páginas também destacam uma “Santa Ceia da Unidade”, que aconteceu em abril no Templo de Salomão, e trazem o perfil de dois líderes “concorrentes”, Estevam Hernandes (Renascer em Cristo) e José Wellington Bezerra da Costa (Assembleia de Deus Belém).

Há ainda o depoimento de vários outros, vindos da Bola de Neve à Fonte da Vida. Lamartine Posella (Batista Palavra Viva) elogia as novelas bíblicas da emissora do bispo Macedo, a Record: “Um serviço memorável ao Reino de Deus”. Ele e a esposa amam “Jezebel”.

A Universal tem fama de antissocial no segmento. Nunca está, por exemplo, na Marcha para Jesus, maior evento evangélico do Brasil, cria da Renascer. Quando o bispo Eduardo Bravo começou a aparecer em encontros com pastores, muitos se surpreenderam com sua igreja dando as caras por lá.

A Universal é a mais forte das igrejas neopentecostais brasileiras, seguida por outras como a Mundial do Poder de Deus e Internacional da Graça de Deus, de dois dissidentes: respectivamente Valdemiro Santiago, que já foi bispo da igreja de Macedo, e R.R. Soares, que inclusive chegou a ser o principal pregador dela.

“É verdade que a Universal sempre esteve um pouco longe das demais igrejas”, ele admite. Mas quem assistiu a “Nada a Perder” entendeu muito bem por quê, diz. A produção põe Macedo sob ataque constante de vários lados: da Globo, da Igreja Católica, de outros pastores evangélicos.

“As pessoas não acreditavam nesse chamado de Deus que o bispo tinha. Se o primeiro não crê, o segundo, o terceiro, o quarto… Eu vou sozinho.”

Agora, não. A Universal, segundo Bravo, amadureceu. “Sabemos que todos fazemos parte do corpo de Cristo.”

Fonte: Folha de S. Paulo