Categorias
Estudos

Grande Tribulação será intensa e levará Igreja à beira da extinção, alerta Nicodemus

Categorias
política

Coreia do Norte: país número um em perseguição ao cristão

  
Coreia do Norte

Ser cristão na Coreia do Norte significa manter a fé em segredo, não adorar a Deus em público, sequer fazer uma oração (mesmo no secreto de seu lar), não ter uma Bíblia e se manter preso às tradições de um país que se restringe ao mundo.

O cristianismo na Coreia do Norte é visto como uma ideologia perigosa. É por isso que os cristãos são perseguidos intensamente. Os riscos são altos.

Apesar de ser o primeiro colocado na Lista Mundial da Perseguição desde 2002, o que classifica o país como tendo a pior perseguição do mundo, o cristianismo tem sobrevivido. A estimativa é que haja de 200 a 400 mil cristãos na Coreia do Norte, dos quais 50 mil a 70 mil estão presos em campos de trabalho forçados, por terem sido descobertos como cristãos.

Mesmo assim, igreja cres­ce na Coreia do Norte, seguida por uma perseguição violenta. Quanto mais pessoas vêm a fé, mais perseguição acon­tece.

Um risco a correr

O inimigo do cristão pode estar dentro de casa. Muitas crianças, filhos de cristãos secretos, ao descobrirem a fé de seus pais, os entregam às autoridades. Os pais são presos e muitas vezes mortos pelo Estado.

Entretanto, o cristão perseguido na Coreia do Norte não deixa de falar de Jesus e da Palavra de Deus a seus filhos e netos.

E essa foi a história de Hee Jin. Hoje, ela conhece a importância de cristãos comparti­lharem a fé. A avó foi uma cristã secreta. Todo domingo, ela pedia à jovem para fechar a porta do quarto, onde ajoelhavam, ora­vam e cantavam tão suavemente que dificilmente se ouvia. Hee Jin sabia que se, acidentalmente, contasse para alguém que a avó seguia a Deus, a família inteira – incluindo ela – seria eliminada.

“Minha avó trancava a porta e realizava cultos de 30 a 40 minutos. Começava com lou­vores e nós cantávamos juntas. Depois, orava pela família. Eu cantava sozinha e fechava os olhos durante as orações.”

Hoje, com 31 anos, Hee Jin sabe que no país cristãos conti­nuam sendo inimigos do Estado.

Fé para futuras gerações

Hee Jin é fruto da dedicação e todo o risco que sua avó correu ao evangeliza-la. Cristãos norte-coreanos precisam de ajuda na hora de transmitir seus valores aos filhos, mesmo sem compartilhar abertamente a fé. Como os fun­damentos da fé serão passados para a próxima geração?

Portas Abertas tem apoia­do a igreja norte-coreana nesse aspecto. Com a sua ajuda, pais cristãos norte-coreanos recebem livros cristãos que os auxiliam a ensinar os valores bíblicos aos filhos, sem precisarem comparti­lhar a fé.

Apenas no primeiro se­mestre de 2019, foram entregues 3 mil cópias de livros no país.

Para saber mais sobre essa campanha e como colaborar, acesse www.portasabertas.org.br/doe/campanhas/palavra-que-fortalece

Categorias
Cultos Estudos

O que os usos e costumes proíbem e a Bíblia permite

Alguns por um zelo sincero, já, outros por falta de conhecimento teológico, acabam por pregar mais costumes humanos, do que doutrinas bíblicas.

Irmãs de cabelo comprido

O tema “Usos e costumes”[1] sempre foi motivo de discussão em muitas comunidades evangélicas, especialmente nas pentecostais[2], entretanto, devemos sempre lembrar que costume não gera doutrina, mas, doutrina gera bons costumes. No entanto, alguns por um zelo sincero, já, outros por falta de conhecimento teológico, acabam por pregar mais costumes humanos, do que doutrinas bíblicas, o que gera em muitos cristãos, um interesse maior pelos usos e costumes, do que propriamente pelos ensinamentos bíblicos.

Sendo assim, durante muito tempo, alguns líderes acabaram por perpetuar a propagação de suas ideias dogmáticas, através de proibições sem respaldo bíblico, proibindo seus membros de jogar bola, assistir televisão, ouvir rádio, e mais algumas regras de uso comum para todos, e outras que eram direcionadas as mulheres que não podiam cortar o cabelo, usar maquiagem, usar calça comprida e etc.

No entanto, com o passar do tempo, a maioria destas regras foram sendo abolidas, pois são doutrinas humanas, e que não contam com o devido respaldo bíblico. No entanto, sabemos que a maior parte destes líderes eram muito piedosos em sua espiritualidade, pois criam piamente que estavam agindo de modo correto, entretanto, faltou tanto para estes líderes, como também para estas comunidades, uma teologia mais profunda e um ensino doutrinário com mais qualidade.

 Teologia e Doutrina

A palavra doutrina deriva-se do latim doctrina, cuja forma verbal é docere que significa ensino; etimologicamente significa algo que é ensinado de forma sistemática. No contexto bíblico a doutrina significa qualquer ensino extraído da Bíblia a carta magna dos cristãos, contudo infelizmente são poucos os crentes que conhecem verdadeiramente as doutrinas bíblicas, poucos a estudam e poucos a amam de forma verdadeira.

Existem pelo menos três formas de doutrinas:

 Teologia (Doutrina) e os Usos e Costumes

Antropologia significa o estudo do homem, sendo que em suas divisões podemos encontrar a antropologia cultural que é a ciência que se ocupa com o que o homem tem descoberto ao longo dos tempos; esta divide-se em Linguística, Tecnologia, pré-histórica e social. Dentro do grupo denominado social estudam-se os costumes e tradições de uma comunidade, família ou organizações; podendo-se definir a palavra Costume no latim “suescere” que significa “acostumar-se com” sendo, alguma coisa com que alguém fica acostumado. Portanto, os usos e costumes são uma forma de expressão que demonstra o porte, a conduta, a postura e o comportamento pessoal, grupal ou comunitário. Sendo uma questão meramente humana, embora podendo em alguns casos estiver em harmonia com a vontade de Deus, desde que seja sempre como um derivado das doutrinas, pois os costumes não podem servir de regra de fé e conduta, mas no caso de um grupo adotar um grupo de doutrinas como no caso Bíblico, isto irá gerar bons costumes como o caráter, santificação, ética, moral e os valores cristãos.

Segundo o Pastor Antônio Gilberto da Silva consultor doutrinaria da CPAD, existem pelo menos três grandes diferenças entre doutrina bíblica e costumes[3].

A  – Quanto à origem:

  • A doutrina é divina
  • O costume em si é humano

B – Quanto ao alcance:

  • A doutrina é geral
  • O Costume em si é local

C – Quanto ao tempo:

  • A doutrina é imutável
  • O Costume em si é temporário

 Usos e Costumes no Pentecostalismo Brasileiro[4]

Desde o princípio do movimento pentecostal brasileiro, muitos líderes legitimaram sua fala por meio da oralidade e através dos Dogmas, sendo que em muitas comunidades pentecostais pelo país se seguiam as regras estabelecidas em convenções e que geralmente era fixado no quadro de avisos da Igreja e ensinado por meio de estudos nos chamados “Cultos de Doutrina”, onde se ensinava além do texto bíblico, os usos e costumes, o que gerou alguns radicalismos.[5] Esse radicalismo foi fruto da ausência de uma hermenêutica clara e de uma Teologia mais consistente, o que justificou uma compreensão equivocada na qual, muitos pastores e líderes acabaram por confundir Costumes com Doutrinas, o que de acordo com Araújo, definia a imagem do povo pentecostal nas primeiras décadas em solo brasileiro:

“Os usos e costumes estiveram profundamente arraigados à própria imagem que os pentecostais faziam de si mesmo e às representações estereotipadas, uniformizadoras, que a maioria dos brasileiros, ainda hoje mantem a respeito deles. [6]

Entretanto, os usos e costumes adotados por uma denominação não podem de maneira alguma ditar as regras de norma e fé de uma Igreja, entretanto, existem igrejas que contam com um grande elenco de costumes, mas quase nada de doutrina (Teologia) e o costume é imposto por convenções humanas de maneira espontânea ou obrigatória, sendo assim, o costume é humano, o que pode gerar a eisegese[7].

Infelizmente, em muitos lugares os “usos e costumes” se baseiam em “visões” e “revelações”, entretanto muitos se esqueceram que o verdadeiro propósito dos dons espirituais é de edificar, consolar e encorajar; mas nunca estabelecer “doutrinas”, “regras” e “preceitos”.

 Não devemos confundir doutrina com Usos e costumes

Sendo assim,  em algumas Igrejas  as Doutrinas de Deus tem sido confundida com as doutrinas dos homens o que se constitui em legalismo gerando costumes exacerbados, como proibições antibíblicas, como relata o pastor Ciro Sanchez Zibordi em um de seus livros uma experiência que ocorreu em uma igreja de uma certa denominação evangélica na cidade de São Paulo:

“O Obreiro fez uma pergunta a uma senhora assentada num dos últimos bancos do recinto, a qual usava um par de brincos. A senhora aí, já é crente? Ela balançou a cabeça positivamente e respondeu: Graças a Deus. Inconformado, o pastor voltou-se aos componentes do coral à sua direita e perguntou-lhes: irmãos, crente usa brinco? Nãããõ! Responderam. Em seguida, dirigiu-se à mocidade: Jovens, crente usa brinco? Nããão! Olhando novamente para aquela irmã, bastante envergonhada e constrangida, o pastor disse aos diáconos: Tragam essa senhora aqui, pois ela precisa entregar a sua vida a Jesus! Os diáconos, também constrangidos, cumpriram a ordem do obreiro local: pegaram a senhora pelo braço e a conduziram a frente do púlpito…” [8]

 Não precisamos do legalismo, pois em Cristo somos suficientes

Por fim, esse triste episódio relata o quanto algumas denominações compreendem de forma errônea o processo de santificação que ocorre de dentro para fora e não de fora para dentro (I Ts 5:23). Em Jesus, somos livres de todo o julgo e assim devemos procurar ultrapassar a barreira das diferenças e proclamar a Cristo através de nossas ações de Serviço que irão apresentar o Senhor como solução para a sociedade dos dias atuais, pois viver no Espírito no meio de uma sociedade injusta é ter uma vida de vitória. Portanto, nosso Senhor Jesus deseja que todos conheçam a verdade para que possam ser verdadeiramente livres: “Se, pois, o filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8:36sem preconceitos ou dogmas meramente humanos, mas por meio do conhecimento da palavra que é libertador e gera mudança de mentalidade, pois em Cristo temos a perfeita suficiência.  No entanto, devemos diariamente buscar a prática do fruto do Espírito que são expressões do caráter de Cristo em nossas vidas. De acordo com o pastor John Macarthur:

“Há suficiência em Cristo? Absoluta suficiência. O desafio para nós é conhecermos melhor a Cristo, servi-Lo fervorosamente e sermos mais conformados à sua imagem”.[9]

A ação do Espírito em favor de cada cristão vai transformando este de glória em glória de valor em valor, fazendo com que cada cristão se torne mais parecido com Jesus. Refletindo sobre o tema “usos e costumes”, concluo este texto com as sábias palavras do pastor Altair Germano:  “Prefiro a promoção de uma tomada de consciência quanto ao bom senso e ao pudor, fundamentados nos princípios espirituais, éticos e morais da Santa Palavra de Deus. [10]

[1] Para compreender melhor o tema, você pode ler este livro:  O que a Bíblia permite e a Igreja proíbe, escrito pelo pastor e professor Ricardo Gondim e editado pela editora Mundo Cristão.
[2] Para compreender melhor os “Usos e Costumes” no pentecostalismo brasileiro, você pode consultar o blog do historiador Mario Sérgio Santana: http://mariosergiohistoria.blogspot.com.br/2015/08/usos-e-costumes-nas-ads.html.
[3] GILBERTO, Antônio. Manual do CAPED. CPAD: Rio de Janeiro, 2000.
[4] Compreende-se por costumes, um conjunto de hábitos, normas e dogmas.
[5] De acordo com ARAÚJO (2014), havia forte conotação para os usos e costumes e restrições ao vestuário, ao uso de bijuterias, aos produtos de beleza, ao corte de cabelo, como destacados pelas famosas resoluções expostas em convenções, como a resolução das Assembleias de Deus em São Cristóvão, Rio de Janeiro, em de junho de 1946.
[6] ARAÚJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal. CPAD: Rio de Janeiro, 2015.
[7] Eisegese: Interpretação de fora do texto para dentro,  diferente da Exegese, que é a interpretação do texto a partir das regras de interpretação e do texto hebraico e grego.
[8] ZIBORDI, Ciro. Evangelhos que Paulo jamais pregaria. CPAD:Rio de Janeiro, 2006.
[9] MACARTHUR, John. A Nossa suficiência em Cristo. Editora Cultura Cristã: São Paulo, 2011.
[10] GERMANO, Altair. Usos e Costumes Assembleianos: Curiosidades.  Disponível em: http://www.altairgermano.net/2009/04/usos-e-costumes-assembleianos.html. Acesso em 07 Jan 2018.