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Haddad faz novas críticas a Edir Macedo

Candidato diz rejeitar “plano de poder” do líder evangélico

Edir Macedo, Dilma Rousseff e Fernando HaddadEdir Macedo, Dilma Rousseff e Fernando Haddad na inauguração do Templo de Salomão. (Foto: R7)

O candidato à Presidência da República, Fernando Haddad (PT), voltou a fazer neste domingo (14) críticas ao fundador e líder da Igreja Universa do Reino de Deus, bispo Edir Macedo.

Em uma entrevista coletiva, Haddad foi questionado sobre a declaração polêmica que deu no dia 12 de outubro após participar de uma missa em São Paulo.

Após a cerimônia, na escadaria da paróquia Santos Mártires, no Jardim Ângela, ex-prefeito paulista chamou Macedo de “fundamentalista charlatão” e disse que seu apoio declarado a Jair Bolsonaro (PSL) é motivado por “fome de dinheiro”.

Negando que esse tipo de fala possa prejudicar sua imagem junto aos eleitores religiosos, em especial entre os neopentecostais, Haddad minimizou, alegando que seu governo pretende acolher a todos, independentemente da crença. “Eu entendo que uma igreja não pode mandar no Estado”, reforçou.

Citando indiretamente o título de um livro de Macedo, assegurou: “Essa é minha preocupação, sobretudo com relação a esse projeto de poder que foi anunciado há anos e agora quer se materializar em uma candidatura”. No caso, a de Bolsonaro.

Universal e o PT

Na sexta-feira, a Igreja Universal emitiu uma nota de repúdio às declarações do candidato petista e avisou que irá processá-lo. Acusando Haddad de tentar causar uma “guerra religiosa” ao fazer um discurso atacando os evangélicos enquanto estava numa igreja católica, a igreja de Macedo destacou que “os brasileiros católicos e evangélicos não querem a volta ao poder de um partido político que tem como projeto a destruição dos valores cristãos, como a família, a honra e a decência”.

No entendimento da Universal, “Charlatão é o candidato que mente para o povo para ser eleito”. A nota lembrou também que, no passado, quando a IURD esteve ao lado do Partido dos Trabalhadores e o ex-presidente Lula, “o apoio era bem-vindo”.

De fato, José Alecar – foi vice de Lula entre 2003 e 2010 – era filiado ao Partido Liberal (PL), que tinha ligações com a IURD. Na campanha presidencial de 2006, o bispo Macedo apoiou Lula.

Ele escreveu “Plano de Poder” (Editora Thomas Nelson) em 2008 e continuou aliado ao PT, pedindo votos para Dilma Rousseff em 2010 e 2014.

O PRB, partido considerado como um braço político da IURD após a dissolução do PL foi base do governo petista e indicou Marcelo Crivella, bispo da Universal e sobrinho do seu fundador, como ministro.

Também foi base dos dois governos de Dilma, mas rompeu com o Partido dos Trabalhadores após o impeachment e os sucessivos escândalos de corrupção ligados à sigla. Quando eram aliados, em nenhum momento os membros do PT voltaram-se contra Macedo ou sua igreja.

Quando era prefeito de São Paulo, Haddad esteve na inauguração do Templo de Salomão, maior igreja da Universal no país.Com informações do gospel prime

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PT “prega a divisão entre evangélicos e católicos”, diz Bolsonaro

Candidato ironizou o fato de Haddad e Manuela terem ido à missa: “Eles nunca se preocuparam com religião”

Reprodução Facebook

As declarações de Fernando Haddad, candidato do PT à presidência, acusando Jair Bolsonaro(PSL) de se unir ao “fundamentalismo charlatão” de Edir Macedo por terem “fome de dinheiro”, teve diferentes repercussões ao longo do dia.

Logo após participar de uma missa na tarde desta sexta-feira (12), o petista atacou o capitão reformado e, ao mesmo tempo, o líder da Igreja Universal. Na sequência, disse que Bolsonaro era “um grandessíssimo mentiroso” por afirmar que ele era o “pai do kit gay”.

Suas palavras duras foram rebatidas pela denominação evangélica poucas horas depois, em uma nota oficial, onde a IURD denuncia que o Partido dos Trabalhadores “tem como projeto a destruição dos valores cristãos” e lamenta que o ex-prefeito de São Paulo esteja tentando criar uma “guerra religiosa” entre católicos e evangélicos.

No início da noite, como tem feito diariamente, Jair Bolsonaro fez uma transmissão ao vivo pelas redes sociais, onde comentou o fato. Lembrando que é católico, mas vai com frequência à igreja evangélica de sua esposa Michele.

“Como se não bastasse o PT ter dividido o Brasil entre brancos e negros, nordestinos e sulistas, homos e héteros, agora também prega a divisão entre católicos e evangélicos. Haddad perdeu a linha. Não é por aí. Nós temos que unir o Brasil”, assegurou.

O pesselista ironizou o fato de Haddad e sua vice, Manuela D’Ávila, terem ido à missa e comungado. “Eles nunca se preocuparam com religião, muito pelo contrário. Sempre atacaram, perseguiram”, destacou.

Bolsonaro passou então a falar sobre o aborto e da agenda LGBT, lembrando ações que a ex-presidente Dilma Rousseff tomou durante seu governo em relação aos temas.

Mostrando materiais publicados no período em que Fernando Haddad era ministro da educação, chamou atenção para o “Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBTs”.

“Se você for procurar na internet, acha facilmente. Era para crianças a partir de seis anos, sim. Ficou conhecido como kit gay e o pai se chama Fernando Haddad, como comprovei”, reforçou, após mostrar a portaria assinada em 2010 pelo então ministro.Com informações do Gospel Prime.

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Para PT, crescimento de Bolsonaro é “culpa” dos evangélicos

Diversos pastores vêm declarando apoio ao candidato do PSL

Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro. (Foto: Divulgação)

A revista Veja afirma que o comando da campanha de Fernando Haddad (PT) responsabiliza o eleitorado evangélico pelo crescimento da candidatura de Jair Bolsonaro (PSL).

Isso já vinha sendo identificado nas recentes pesquisas eleitorais. Lideranças petistas dizem saber de uma mobilização muito intensa em diversas igrejas no fim de semana, em consequência dos protestos #Elenão

A resistência maior teria sido nos templos da Igreja Universal do Reino de Deus onde pastores apresentaram fotos das mulheres que marcharam de seios de fora e em poses sensuais.

O líder da denominação, bispo Edir Macedo, declarou apoio ao candidato do PSL. Mas nos últimos dias diversas outras lideranças evangélicas vieram a público também declarar seu apoio.

Também pastores, os deputados federais Ezequiel Teixeira (Podemos/RJ) e Marco Feliciano (Podemos/SP) mesmo sob risco de serem expulsos do partido, abraçaram a campanha de Bolsonaro.

 Líder no segmento

Os evangélicos são quase um terço da população brasileira  e uma força política crescente no país.

A pesquisa do Ibope de 24 de setembro indica que Bolsonaro tinha 34% das preferências dos evangélicos e 24% dos católicos. Já no levantamento de 1º de outubro, os percentuais subiram para 40% e 28%.

Ao mesmo tempo, Haddad perdeu apoio nos dois segmentos. Entre os evangélicos, desceu de 17% para 15% e entre os católicos, de 25% para 24%.