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Vaticano reabre acesso à escada onde Jesus teria subido antes da crucificação

Chamado de Scala Santa, peça reúne 28 degraus de mármore

Escada Santa
Escada Santa. (Foto: Vatican News)

A tradição católica diz que Helena, mãe do Imperador Constantino, levou a “Scala Santa” [ Escada Santa] de Jerusalém para Roma no ano 326. Seus 28 degraus de mármore podem ser subidos pelos peregrinos que vão ao Vaticano, mas só se for de joelhos

Ela serva para lembrar aos fiéis os passos de Cristo até ao Pretório, onde foi julgado por Pôncio Pilatos e condenado à morte. Os primeiros testemunhos escritos deste local estão numa passagem no “Liber Pontificalis” do tempo de Sérgio II (844/847).

Ainda segundo a tradição, é concedida o perdão total dos pecados a quem sobe de joelhos a Escada Santa, meditando sobre a Paixão de Cristo e rezando. Existem três cruzes de bronze nos locais onde o sangue de Jesus teria pingado enquanto ele subia a escada.

O padre Francesco Guerra, reitor do Santuário da Escada Santa, disse ao site oficial do Vaticano que “o peregrino, no cansaço de subir, encontra-se com a dor que o próprio Jesus enfrentou na sua Paixão”.

Oculta do público por séculos

O mármore foi coberto cerca de 300 anos atrás por ordem do papa Inocêncio XIII que temia o desgaste dos degraus pelo contato com mãos e joelhos dos peregrinos. Em algumas partes há uma buracos com até 15 centímetros de profundidade.

A abertura é temporária, com acesso somente até 9 de junho.

A peça recentemente esteve em processo de restauração e o papa Francisco comemorou a reabertura: “Subindo de joelhos estes 28 degraus da Escada Santa, o peregrino no cansaço de subir, se encontra com a dor que o próprio Jesus enfrentou na sua paixão. E enquanto sobe, rezando, nestes degraus, a pessoa se sente em contato consigo mesma, ou seja, retornam à memoria as próprias dores ou os sofrimentos das pessoas que lhe são queridas. E Subindo, rezando e recordando a paixão de Jesus, eis que se mistura todo o sentido de quanto fez Cristo por nós: sofreu, morreu e ressuscitou pelo nosso amor”.

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Evangélico de 11 anos é o vencedor do The Voice Kids

Jeremias Reis cantou o clássico Oh Happy Day na grande final

Pleno.News – 14/04/2019 16h46
Jeremias Reis foi o vencedor do The Voice Kids Foto: Reprodução

Aos 11 anos, o capixaba Jeremias Reis se consagrou campeão no The Voice Kids. A grande final do reality show musical da Globo aconteceu neste domingo (14). Jeremias era do time da dupla Simone e Simaria e já recebeu convite para gravar uma música com suas técnicas.

Evangélico, o menino aprendeu a cantar com a mãe Fabíola e no projeto social Rede Aica. Em um post no Instagram, ele aparece cantando na igreja e escreveu na legenda que adora para Deus e não para as pessoas.

No último dia do reality, Jeremias cantou o clássico gospel Oh Happy Day. Nos Stories, ele revelou ser fã do coral Kemuel e da banda Preto no Branco.

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Jesus Cristo, o nosso “samaritano”

Os homens do hoje estão feridos e quase moribundos à beira da estrada da vida, tal qual como aquele pobre homem, enquanto a religião passa tantas vezes ao largo.
O Bom Samaritano

O Bom Samaritano. (Foto: JW.org)

Nos dias de Jesus os 24 quilômetros de viagem que separavam Jerusalém de Jericó eram perigosos. A estrada situava-se num vale rochoso frequentado por salteadores que atacavam as suas vítimas com extrema violência, deixando-as para trás agonizantes ou mortas. Normalmente os religiosos do templo eram poupados, tanto sacerdotes como levitas, mas a estrada ganhou fama como Adumim (“Vale do Sangue” ou “Passagem do Sangue”), devido às suas muitas curvas e aos rochedos que facilitavam as emboscadas.

Josefo – o historiador de origem judaica ao serviço dos romanos – chega a relatar que, um pouco antes de Jesus contar a suposta parábola do Bom Samaritano, Herodes havia demitido milhares de trabalhadores do templo de Jerusalém, pelo que muitos deles caíram na marginalidade e tornaram-se então salteadores nas estradas, fazendo disso modo de vida. 

Todos conhecemos esta estória, mas importa sublinhar alguns pontos. O judeu (provavelmente um mercador) saiu de Jerusalém (“morada da paz”) para Jericó (“cidade da maldição”), uma imagem da nossa jornada terrena. Roubaram-lhe tudo (dinheiro, bens e parece que até mesmo as vestes) e deixaram-no ferido para morrer. Através da leitura atenta do texto do Evangelho de Lucas (10:25-37) ficamos a compreender que tanto o sacerdote como o levita tinham motivos culturais, políticos e religiosos para passarem de largo. Desde logo devido ao histórico da divisão do reino e a consequente inimizade latente entre judeus e samaritanos.

Para os judeus os samaritanos começaram a perder a “pureza da raça” casando-se com gentios, como no caso paradigmático do rei Acabe que foi buscar uma noiva fenícia, filha de Etbaal, rei dos Sidônios, a perversa Jezabel (“Baal exalta” ou “Baal é marido de”), com o objectivo de estabelecer uma aliança que contribuísse para fortalecer as relações entre os reinos de Israel e da Fenícia.

Como se isso não bastasse, e uma vez que os samaritanos estavam limitados no acesso a Jerusalém, a capital do reino de Judá, Samaria começou a adorar Deus de forma estranha, no Monte Gerizim, próximo da cidade, e por vezes com recurso a totens, à semelhança do paganismo cananita. Os samaritanos, apenas reconheciam ao Pentateuco legitimidade de escritura hebraica canónica, rejeitando os escritos proféticos. Chegaram mesmo a erigir um aí um templo, de modo a competir com o de Jerusalém, e mais tarde dedicaram-no a Zeus. A sua religião era uma mistura de judaísmo e idolatria pagã.

Mas a dificuldade principal estava na própria lei de Moisés, que prescrevia claramente que qualquer sacerdote ou levita que tocasse num homem ensanguentado ficaria de quarentena, sem poder oficiar no templo. Ora, os religiosos deste episódio não terão aceitado correr tal risco.

Acresce que o Samaritano da estória também tinha motivos culturais, políticos e religiosos fortes para não socorrer o ferido. Não apenas porque os judeus se achavam superiores aos samaritanos, por isso evitavam falar-lhes e até faziam chacota deles.

Mas se formos a ver, também o estalajadeiro tinha os seus motivos, neste caso econômicos, para se recusar a receber o ferido e a cuidar dele, pelo simples facto de não possuir qualquer garantia concreta de vir a ser ressarcido das despesas que fossem para lá do valor inicial depositado pelo samaritano. Apenas a sua palavra.

O que fez a diferença foi o exercício de misericórdia (“Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai, e faze da mesma maneira” Lucas 10:36,37). Deus não está à espera que os preceitos religiosos substituam a misericórdia: “Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos” (Oseias 6:6). Os ouvintes do Mestre de Nazaré precisavam de tomar consciência de que o espírito da lei é tão ou mais importante do que a letra da lei. E é por isso que esta parábola constitui uma dura crítica à hipocrisia religiosa reinante.

Jesus fez-se “samaritano” por nós, cumprindo o papel do bom samaritano na história da Salvação. Os homens do hoje estão feridos e quase moribundos à beira da estrada da vida, tal qual como aquele pobre homem, enquanto a religião passa tantas vezes ao largo. O ferido era “um certo homem”, um homem sem nome porque representa todas as pessoas. Por outro lado, a compaixão deve ser aplicada a todos sem excepção, sem olhar a identificações religiosas ou simpatias culturais. Como é bom de ver judeus e samaritanos não se consideravam próximos

Se Jesus se prestou a assumir o lugar do samaritano, porque não somos nós capazes de considerar qualquer pessoa como o nosso próximo? O nosso próximo é todo aquele de quem nos aproximamos de coração, com misericórdia, independentemente de ser diferentes de nós. Ou de pensarmos que é diferente.