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Exército israelense se prepara para possível confronto com a Síria

11/08/2011 – 04h30

 

DA EFE

O Exército de Israel prepara-se para um possível confronto armado com a Síria em setembro, informou nesta quinta-feira o diário israelense "Ha’aretz".

As Forças de Defesa israelenses acreditam que, se em setembro –após a solicitação dos palestinos à ONU de seu reconhecimento como Estado independente– centenas de palestinos da Síria tentarem entrar no território ocupado por Israel das Colinas de Golã, como aconteceu em maio e junho, o ditador sírio Bashar al Assad pode enviar seus militares à zona.

Segundo indica o diário, a atual tensão na Síria, com protestos populares que o Exército reprime com violência há cinco meses, pode levar Assad a buscar um enfrentamento fronteiriço para distrair a atenção interna e as críticas internacionais.

O Exército israelense também treina para a possibilidade de que em setembro haja grandes protestos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

Os militares israelenses se preparam para utilizar sobretudo armas não letais de controle de massas, e consideram que, se houver violência na Cisjordânia, não será necessário enviar tanques, uma vez que já não existem as redes terroristas e as armas que havia na região durante a Segunda Intifada, indica o correspondente militar do "Ha’aretz".

O Exército também considera a possibilidade de confrontos nas fronteiras com o Líbano e a Faixa de Gaza.

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Protesto entre Síria e Israel deixa pelo menos 20 mortos e 325 feridos

5/06/2011 – 16h13

 

DA EFE, EM JERUSALÉM

Pelo menos 20 manifestantes sírios e palestinos morreram neste domingo e outros 325 ficaram feridos por disparos de soldados israelenses quando tentavam atravessar a fronteira entre Síria e Israel, segundo a televisão estatal síria, durante o 44º aniversário da Guerra dos Seis Dias de 1967, conhecido no mundo árabe como a Naksa (ou "dia da derrota").

Os fatos mais violentos ocorreram neste meio-dia na fronteira entre Israel e Síria, quando um grupo de manifestantes tentou atravessar a divisa para entrar em Golã, território que o Estado judeu ocupou dos sírios na disputa relembrada neste domingo.

A televisão síria mostrou imagens de centenas de cidadãos que se concentraram junto à fronteira com bandeiras palestinas e que em alguns pontos conseguiram retirar a cerca de arame farpado que separa ambos países chegando a passar para o lado controlado por Israel.

Os participantes do protesto, muitos deles palestinos, se reuniram no início do dia na chamada "colina dos gritos", contígua com a localidade Drusa de Majdal Shams, nas ocupadas Colinas do Golã, onde pela tarde também se registraram distúrbios.

Porta-vozes do Exército israelense disseram que seus soldados, milhares dos quais se encontravam mobilizados na zona, "efetuaram disparos ao ar e advertências verbais" para impedir que os manifestantes se aproximassem à divisória.

Quando os concentrados se aproximaram da cerca, abriram fogo contra as extremidades inferiores, agregaram as fontes militares.

Fontes médicas sírias disseram que vários internados foram vítimas de disparos diretos e que alguns feridos estavam em estado grave.

As forças israelenses empregaram gás lacrimogêneo e mandaram atiradores de elite próximo do alambrado que separa ambos territórios.

Cerca de 12 simpatizantes com a causa palestina morreram nas fronteiras de Israel com a Síria e Líbano em 15 de maio, dia que os palestinos e o mundo árabe qualificam da "nakba" (tragédia) que marca para eles a criação do Estado de Israel, em 1948.

Há 44 anos se iniciou a denominada Guerra dos Seis Dias, na que Israel ocupou a Península do Sinai e a Faixa de Gaza ao Egito, as Colinas do Golã à Síria, e Cisjordânia e Jerusalém Oriental à Jordânia. Os soldados dispersaram a concentração com gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral e balas de borracha, em um enfrentamento que durou pelo menos três horas. Houve dois feridos graves palestinos e outros 37 com ferimentos leves, segundo a agência Ma’an.

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Sírios temem conflito religioso no país

publicado em 17/05/2011 às 17h26:

Acirramento da repressão aos protestos fez país ficar mais perigoso, dizem imigrantes

Letícia Casado, do R7

Daia Oliver/R7Daia Oliver/R7

Para o jornalista Tamman Daaboul, o problema é a proporção que os pensamentos radicais alcançam na Síria

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A comunidade síria no Brasil está assustada com a possibilidade de um conflito religioso no país. Mesmo estando no coração do Oriente Médio, a pluralidade religiosa no na Síria sempre foi motivo de orgulho para imigrantes que estão aqui.

Comunidade síria apoia regime e fala em complô dos EUA

Com o acirramento da repressão aos protestos por parte do regime de Bashar al Assad, a questão religiosa voltou à tona. Apesar de a maioria da população ser muçulmana sunita (um dos ramos do islamismo), com uma significativa comunidade cristã, a Síria é governada pela minoria xiita/alauíta (outra facção do islamismo).

Claude Hajjar, psicanalista e estudiosa da imigração árabe no Brasil, de origem cristã, diz perceber uma escalada crescente de tensão. Ela esteve no país em fevereiro, quando do “clima era tranqüilo”. Desde o dia 15 de março, ela diz sentir preocupação na voz de seus amigos.

– O pessoal não sai mais. As pessoas estão tristes, a tranquilidade foi embora, não tem mais segurança. Antes você podia andar com joias na rua de madrugada, e agora, ninguém arrisca.

Conflito religioso se espalha

No Egito, as diferenças religiosas entre cristãos e muçulmanos foram o estopim de um conflito que provocou pelo menos 12 mortos na semana passada. No Iraque, igrejas têm sido incendiadas e muitos cristãos são perseguidos.

O clima na Síria também piorou, contam os imigrantes que vivem aqui. Para o jornalista Tamman Daaboul, o medo do conflito étnico-religioso está instalado na região, e a Síria não escapa deste cenário.

– O problema não é a existência de pensamentos radicalistas, que existem em qualquer religião e não apenas no islamismo, mas sim, a proporção que eles tomam.

Perseguição

A família de Eduardo Elias, presidente da Fearab São Paulo (entidade dos países árabes), veio para o Brasil no começo do século fugindo exatamente da perseguição religiosa. Seu avô imigrou sozinho em 1904 e trouxe a mulher e os oito filhos em 1913. Eles eram cristãos ortodoxos “e a pressão do Império Turco-Otomano [que dominou a região por séculos] era muito grande”, conta Elias.

– O respeito à multiplicidade de religiões foi implantado no país, e isso para nós é altamente significativo.

Segundo ele, o regime dos Assad trouxe estabilidade política e união nacional à Síria. Sedimentou também a liberdade religiosa.

-  Com a subida de Hafez al Assad ao poder, em 1971, foi abolida a lei que obrigava a identificação religiosa escrita no documento de identidade. Daí o nosso respeito por quem nos respeita.