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ONU lamenta perda e condena atos de Israel

O Conselho de Segurança da ONU lamentou a perda de vidas e os ferimentos causados a outras pessoas durante a operação militar israelense contra uma frota humanitária junto à costa de Gaza, e condenou os atos, mas não o Governo de Israel.

Após doze horas de intensas negociações, a sessão do Conselho terminou com o pedido de "uma investigação rápida, imparcial, credível e transparente" sobre o incidente desta segunda-feira, enquanto afirmou que a situação de Gaza é "insustentável" e ressaltou que a única solução possível para o conflito palestino-israelense é o diálogo.

O presidente rotativo do Conselho e embaixador do México perante a ONU, Claude Heller, disse que o organismo decidiu "pedir a imediata libertação dos navios e dos civis retidos por Israel".

O Conselho começou suas reuniões na segunda-feira por volta das14h de Brasília, a pedido da Turquia e do Líbano, país que o presidia até a 0h de 31 de maio, quando o México assumiu o comando para o mês de junho.

"É uma declaração aprovada pelo Conselho durante uma sessão formal, e é um pronunciamento em termos taxativos e contundentes" sobre o incidente, disse Heller ao término da reunião.

O mexicano ressaltou que na declaração aprovada "há uma condenação dos atos de força e reiteramos a importância de que Israel liberte os detidos e devolva os navios a seus donos, além da entrega da ajuda humanitária ao povo palestino".

A declaração aprovada pelos quinze membros nas duas primeiras horas da Presidência mexicana vinculou o incidente com as negociações de paz do Oriente Médio e com a situação de Gaza, que é qualificada como "insustentável".

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Israel tem capacidade para atacar o Irã diz vice-primeiro-ministro

Guila Flint

De Tel Aviv para a BBC Brasil

Moshe Yaalon (arquivo)

Yaalon também é ministro para Assuntos Estratégicos de Israel

O vice-primeiro-ministro de Israel, Moshe Yaalon, afirmou nesta segunda-feira que, em caso de guerra, a Força Aérea israelense tem capacidade para atacar um país distante como o Irã.

Yaalon, que também é ministro para Assuntos Estratégicos, fez o pronunciamento, considerado sem precedentes, durante uma conferência sobre os desafios da Força Aérea israelense nas próximas décadas.

“Não há dúvida de que a capacidade tecnológica (da Força Aérea israelense) melhorou nos últimos anos, aumentando a distância e as possibilidades de fornecimento de combustível (no ar)”, afirmou Yaalon. “A tecnologia gerou uma melhora dramática da exatidão, do armamento e da capacidade de inteligência.”

“Podemos utilizar essa capacidade (da Força Aérea) na guerra contra o terror em Gaza, na guerra contra os foguetes no Líbano, na guerra contra o Exército sírio e também na guerra contra um país distante como o Irã.”

Essa foi a primeira vez que Yaalon utilizou o termo “guerra” no contexto do Irã.

Obama

Líderes israelenses já mencionaram anteriormente a possibilidade de um ataque ao Irã, mas nunca em uma linguagem tão direta.

O primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu, afirmou que o Irã estaria se preparando para cometer um “segundo Holocausto” e disse que “deve-se usar de todos os meios para impedir que isso aconteça”.

O ministro da Defesa, Ehud Barak, já disse que “não descarta nenhuma opção para impedir que o Irã tenha armamentos nucleares”, e o chefe do Estado Maior, general Gabi Ashkenazi, mencionou a capacidade da Força Aérea de atacar “alvos distantes”.

Yaalon, que já foi chefe do Estado-Maior do Exército de Israel e é um dos ministros do “gabinete dos sete” – o fórum de ministros considerado mais importante do governo israelense –, chegou a declarar que Israel de fato “já se encontra em um confronto militar com o Irã”, mencionando o conflito de Israel com o Hamas e o Hezbollah, organizações que Israel considera “extensões” do Irã.

Os pronunciamentos sobre a possibilidade de que Israel venha a atacar o Irã levaram o presidente americano, Barack Obama, a enviar emissários especiais para convencer o governo israelense de que o caminho para impedir o desenvolvimento de um projeto nuclear iraniano para fins militares seria por intermédio de sanções.

Entre os emissários de Obama que vieram a Israel especialmente para dissuadir o governo de tomar o caminho militar, os principais foram o chefe da CIA, Leon Panetta, e o chefe das Forças Armadas americanas, Mike Mullen.