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Marfins citados nos livros de Reis e Amós são descobertos em Israel

Estes são os primeiros artefatos de marfim do período do Primeiro Templo descobertos em Jerusalém.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO GOVERNO DE ISRAELATUALIZADO: QUARTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO DE 2022 07:34
Fragmento de marfim descoberto em Jerusalém. (Foto: Yaniv Berman/Autoridade de Antiguidades de Israel)
Fragmento de marfim descoberto em Jerusalém. (Foto: Yaniv Berman/Autoridade de Antiguidades de Israel)

Uma descoberta inédita foi feita por arqueólogos em Jerusalém: um conjunto de placas de marfim do período do Primeiro Templo, considerado um dos materiais mais luxuosos do mundo antigo — ainda mais caros do que o ouro.

Estes são os primeiros artefatos de marfim do período do Primeiro Templo descobertos em Jerusalém, que foi a capital do Reino de Judá.

Segundo a Autoridade de Antiguidades de Israel, cerca de 1.500 fragmentos de marfim foram escavados no estacionamento ​​da Cidade de Davi, mas só foram descobertos durante uma peneira no Parque Nacional Emek Tzurim, nas proximidades.

O marfim é citado por diversas vezes na Bíblia, geralmente fazendo referência à exuberância, como o “grande trono de marfim” do rei Salomão (1 Reis 10:18), o palácio do rei Acabe adornado com marfim (1 Reis 22:39) e as advertências do profeta Amós contra aqueles que se deitam em camas e sofás de marfim (Amós 6:4).

Estudiosos acreditam que as peças de marfim eram usadas em móveis de madeira de um edifício em Jerusalém, entre os séculos 8 e 7 a.C., quando a cidade estava no auge de seu poder.

No local, provavelmente moravam pessoas de posses e influência, como altos funcionários do governo ou sacerdotes.

O edifício foi devastado por um grande incêndio, provavelmente durante a destruição de Jerusalém pela Babilônia em 586 a.C. Uma evidência disso é que os marfins foram descobertos esmagados em pequenos pedaços e queimados.


Fragmento de marfim descoberto em Jerusalém. (Foto: Gil Mezuman/Cidade de Davi)

De acordo com os diretores da escavação, o prof. Yuval Gadot, do Departamento de Arqueologia e Culturas do Oriente Próximo da Universidade de Tel Aviv, e o Dr. Yiftah Shalev, da Autoridade de Antiguidades de Israel, a descoberta mostra que Jerusalém era tão importante como Nimrud, a capital da Assíria, ou Samaria, a capital do reino de Israel.

“Agora, pela primeira vez, Jerusalém se une a essas capitais”, eles afirmam. “A descoberta dos marfins é um passo à frente na compreensão do status político e econômico da cidade como parte da administração e economia global”.

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‘É impossível escravizar um povo que lê a Bíblia’: Como surgiu a Escola Bíblica Dominical

Criada em 1780 na Inglaterra, a Escola Dominical chegou ao Brasil um século depois através de missionários escoceses.
FONTE: GUIAME, CÁSSIA DE OLIVEIRAATUALIZADO: SEXTA-FEIRA, 16 DE SETEMBRO DE 2022 11:00
Primeira EBD na Assembleia de Deus de São Cristóvão (RJ), em agosto de 1929. Ao centro, os missionários Gunnar e Frida Vingren. (Foto: Escola Dominical/CPAD).
Primeira EBD na Assembleia de Deus de São Cristóvão (RJ), em agosto de 1929. Ao centro, os missionários Gunnar e Frida Vingren. (Foto: Escola Dominical/CPAD).

Neste domingo (18), a Igreja brasileira comemora o Dia Nacional da EBD. Ao contrário do que muitos possam imaginar, a Escola Bíblica Dominical não nasceu em um seminário teológico renomado com os grandes nomes da teologia.

Tudo começou em 1780, na cidade de Gloucester, na Inglaterra, em uma região pobre que sofria com a desigualdade social e com o analfabetismo, durante a Revolução Industrial.

Segundo o site Escola Dominical, da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), o jornalista cristão Robert Raikes se preocupou ao notar que as crianças ficavam vagando nas ruas nos domingos, sem nada para fazer.

Na época, não havia escolas públicas e as crianças pobres trabalhavam 12 horas por dia, de segunda a sábado, nas fábricas. Raikes se preocupou com o futuro daqueles meninos e meninas.


No século 19 na Inglaterra, crianças pobres trabalhavam 12 horas por dia, de segunda a sábado, nas fábricas. (Foto: PhHere).

Foi assim que o jornalista teve a ideia de criar uma escola que funcionasse aos domingos e ensinasse os princípios bíblicos e morais, o civismo, as boas maneiras e a ler e a escrever.

Com a ajuda de algumas senhoras, que iam de casa em casa explicar o projeto e convencer os pais a permitirem que os filhos frequentassem a escola, Raikes conseguiu colocar seu plano em prática e, em 20 de julho daquele ano, foi fundada a Escola Dominical.

Transformando uma cidade inteira através da Bíblia

A escola de Raikes se tornou um sucesso e a procura cresceu tanto que em apenas três anos havia sete Escolas Dominicais, com uma média de 30 alunos, em Gloucester.

O poder do ensino da Palavra de Deus acabou transformando a cidade inteira. Além de tirar as crianças das ruas, as livrando de influências perigosas, em 12 anos após a criação da EBD, não havia um único criminoso para ser julgado na cidade.

Para o teólogo Rodrigo Urccino, a Escola Bíblica tem sido eficaz na formação de melhores cidadãos na sociedade e do caráter de Cristo na Igreja.

“A EBD não é apenas uma escola criada para aumentar nosso conhecimento, mas para transformar nossas vidas e fazer com que os seus alunos sejam capacitados para transformarem a sociedade onde estão inseridos”, ressaltou Urccino, em entrevista ao Guiame.

E acrescentou: “Como bem disse o jornalista norte-americano, Horace Greeley: “É impossível, mental e socialmente, escravizar um povo que lê a Bíblia”.


A Escola Dominical foi criada por Robert Raikes em 1780, na Inglaterra. (Foto: George Romney).

De acordo com a Crich Baptist Church, depois de 50 anos da criação da primeira escola bíblica, as EBDs se espalharam por toda a Inglaterra, educando cerca de mais de 1 milhão de crianças.

Em uma de suas cartas, John Wesley comentou sobre o fenômeno, destacando seu potencial de formar crentes maduros na fé.

“Eu encontro essas escolas surgindo onde quer que eu vá. Talvez Deus possa ter um fim mais profundo nisso do que os homens estão cientes. Quem sabe, algumas dessas escolas podem se tornar berçário para cristãos”, escreveu.

E, de fato, foi isso que aconteceu. Muitos dos grandes pregadores da história do cristianismo, como Charles Spurgeon, forjaram sua fé na Escola Dominical e foram professores da EBD antes de se tornarem evangelistas.

O movimento da Escola Bíblica se espalhou pela Europa e pelos Estados Unidos e nos séculos seguintes, chegou a todas as partes do mundo. Em 1803 foi criada a União das Escolas Dominicais.

A Escola Dominical chega ao Brasil


Primeira EBD na Assembleia de Deus de São Cristóvão (RJ), em agosto de 1929. Ao centro, os missionários Gunnar e Frida Vingren. (Foto: Escola Dominical/CPAD).

No Brasil, a EBD chegou através dos missionários escoceses Robert e Sara Kalley. Em 19 de agosto de 1855, na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro, eles ministraram a primeira Escola Dominical em terras tupiniquins, de acordo com a Igreja Presbiteriana de Pinheiros.

Na ocasião, apenas cinco crianças assistiram a aula. Mas não demorou muito para o trabalho dos missionários florescer e alcançar os lugares mais distantes do país.

Mais tarde, foi essa mesma EBD que deu origem à Igreja Congregacional no Brasil.

Mas, foi no século seguinte que a cultura da Escola Bíblica se espalhou por toda a nação, através dos missionários suecos Daniel Berg e Gunnar Vingren, fundadores da Igreja Assembleia de Deus.

“As Assembleias de Deus, originalmente são igrejas voltadas à Bíblia, ainda que muitos pelo senso comum pensem o contrário, os fundadores e pioneiros do movimento assembleiano eram pessoas muito capacitadas teologicamente”, explicou Urccino, pastor na AD em Guarulhos (SP).

Segundo ele, Gunnar Vingren, por exemplo, aos 18 anos já ministrava aulas na EBD e logo depois, ingressou no Seminário Teológico Batista de Chicago.

“Ficou impregnado em seu coração o poder do ensino bíblico-teológico desde a fundação das Assembleias de Deus”, observou Rodrigo.

A primeira Escola Dominical da denominação aconteceu em agosto de 1911, na casa do irmão José Batista Carvalho, em Belém, no Pará, dois meses após a fundação da Assembleia de Deus.

A escola contava com quatro classes: homens, senhoras, meninos e meninas. Entre os primeiros professores, estavam os missionários Samuel Nyström e Lina Nyström, também pioneiros da AD no Brasil.

No início da década de 1920 no Pará, surgiram as revistas da Escola Dominical. Elas eram publicadas em forma de suplemento no jornal assembleiano Boa Semente.

Chamado de “Estudos Dominicais”, as primeiras revistas foram escritas por Samuel Nystrom, que possuía grande conhecimento bíblico.

Em 1930, no Rio de Janeiro, é criada a revista “Lições Bíblicas”, nome que permanece até hoje.


Uma das primeiras Revistas “Lições Bíblicas”. (Foto: CPAD). 

Nos primeiros anos, a revista era semestral devido a demora da entrega dos correios, naquela época, feita apenas pelo mar. A publicação levava muito tempo para chegar às regiões mais distantes do Brasil.

Com o desenvolvimento das entregas, as Lições Bíblicas passaram a ser trimestrais.

Na década de 1950, a Escola Dominical passou por um grande avanço com a criação da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), contando com grandes nomes da literatura cristã como comentaristas, incluindo Eurico Bergstén, N. Lawrence Olson e Orlando Boyer.

A maior escola do mundo

O pastor Urccino destacou que a Escola Bíblica chegou a todos os cantos do Brasil através da Assembleia de Deus.

“Ela está presente em todas as congregações da denominação, desde as mais periféricas até as mais centralizadas, causando um enorme benefício social (além do espiritual), principalmente nas comunidades mais pobres e carentes”, observou.

Conforme o teólogo, a EBD é a maior e a melhor escola do mundo. “São milhões de pessoas, crianças, adolescentes, jovens e adultos, todos os domingos, estudando as Escrituras Sagradas, fortalecendo os valores centrais do cristianismo e do Reino de Deus”, afirmou Rodrigo.

Além de fortalecer e aprofundar a fé do cristão, a Escola Bíblica protege contra os falsos ensinamentos do mundo.

“A EBD tem contribuído em curto e longo prazo com a manutenção da fé cristã e, de maneira apologética, como um escudo contra as sutilezas de satanás. Ou seja, nela o cristão se reveste de conhecimento para enfrentar as ideologias malignas e as heresias das falsas religiões”, declarou Urccino.

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Jogador copia a Bíblia à mão em 16 meses: “Tive várias experiências com Deus”

Leandro Moura, atacante do F.C. Tokyo, dedicava 3 horas por dia para copiar a Bíblia.
FONTE: GUIAME, LUANA NOVAES
Leandro Moura copiou a Bíblia de Gênesis a Apocalipse. (Foto: F.C. Tokyo/Instagram/Leandro Moura)
Leandro Moura copiou a Bíblia de Gênesis a Apocalipse. (Foto: F.C. Tokyo/Instagram/Leandro Moura)

O atacante Leandro Moura sempre se inspirou na Palavra de Deus para guiar suas decisões e fortalecer sua família. Depois de já ter lido a Bíblia inteira por 2 vezes, ele decidiu enfrentar um novo desafio.

Em apenas 16 meses, o atleta do F.C. Tokyo, no Japão, copiou a Bíblia à mão, de Gênesis a Apocalipse. Em entrevista exclusiva ao Guiame, ele contou que foi motivado por viver novos desafios em sua caminhada com Deus.

“Eu queria um novo desafio, pois já tinha lido a Bíblia inteira duas vezes e queria algo diferente”, disse o atacante.

Leandro já começou o desafio com o objetivo estabelecido: “Eu determinei que iria copiar em 16 meses”. Para isso, ele se organizou e estipulou um período diário que seria dedicado somente à Bíblia.

No meio do caminho, porém, a tarefa fluiu e foi concluída antes do esperado. “Eu iria copiar 3 páginas por dia, assim daria o tempo certo que eu estipulei. Mas eu acabei adiantando. Muitas vezes, copiava mais do que 3 páginas, então acabei terminando muito antes do prazo determinado”, disse.


Leandro Moura copiou a Bíblia de Gênesis a Apocalipse. (Foto: Instagram/Leandro Moura)

Apesar da determinação, Leandro também teve que lidar com dificuldades. “Confesso que muitas vezes eu pensei em desistir, até porque eu já tinha começado outras vezes e tinha desistido. Mas dessa vez fiquei firme e fui até o fim”, destaca.

Transcrever as Escrituras à mão foi enriquecedor para Leandro e fortaleceu ainda mais a sua comunhão com Deus.

“Durante o processo ao longo dos meses tive várias experiências com Deus. Ele falou comigo de várias formas”, revela o jogador. “Mas eu creio que [copiar a Bíblia] foi algo particular, um propósito que estipulei entre eu e Deus — até porque eu já tinha lido a Bíblia inteira duas vezes, e a cada leitura tive experiências diferentes.”

Leandro lembra que cresceu vendo sua mãe se dedicando à Palavra de Deus. Agora, através da transcrição da Bíblia, ele pôde inspirar seus filhos de 5 e 7 anos a se comprometerem com as Escrituras.

“Eu tenho certeza que inspirou e motivou meus filhos, porque todos os dias eles me viam copiando e lendo a Bíblia — assim como minha mãe, a muito tempo atrás. Eu a via lendo a Bíblia todos os dias pela manhã. Ela me ensinou a ler a Bíblia, mesmo sem dizer nenhuma palavra”, relata o jogador.

Leandro é membro do ministério Mevam Kanto, no Japão, e tem se dedicado ao ministério de louvor em sua comunidade.


Leandro Moura ministrando louvor em sua igreja. (Foto: Instagram/Leandro Moura)