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Saiba o que pode estar por trás do nascimento de ‘bebês gigantes’

Caso de menino que nasceu com 6,2 kg e 55 cm, no começo deste mês, no Rio de Janeiro, chamou a atenção até mesmo dos funcionários da maternidade

 

    • Fernando Mellis, do R7
Menino nasceu saudável, segundo os médicos

Menino nasceu saudável, segundo os médicos
Reprodução/Record TV

O nascimento por parto normal de um menino com 6,2 kg e 55 cm, no começo deste mês, no Rio de Janeiro, chamou a atenção até mesmo dos funcionários da maternidade.

Ao saber do caso, muitas pessoas se perguntam: o que acontece para que um bebê chegue a esse tamanho ainda na barriga da mãe?

O ginecologista José Carlos Peraçoli, membro da Comissão Nacional Especializada em Assistência Pré-Natal da Febrasgo (Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia), afirma que casos assim são raros e que “as causas mais comuns estão ligadas à gestação”.

“Uma mãe que já tem cinco ou seis filhos, a tendência é que eles nasçam cada vez maiores. Mães obesas podem ter filhos com peso maior, porque elas já têm um distúrbio metabólico. Quando a gestação passa das 40 semanas, os nenês ganham peso de uma forma acelerada.”

Entretanto, o diabetes gestacional, que ocorre exclusivamente durante a gravidez, responde por boa parte dos casos de bebês grandes, acima dos 4 kg (em média, recém-nascidos pesam 3,5 kg), segundo Peraçoli.

É possível, observa o médico, que a mulher desenvolva esse tipo de diabetes e, caso não seja acompanhado de maneira correta, pode passar despercebido e reaparecer na próxima gestação.

“A mãe diabética tem um problema de deficiência de produção da insulina, que consome o açúcar em excesso do sangue. Se a mãe tem uma deficiência e vai tendo uma produção maior de açúcar no sangue que não é controlada, esse açúcar passa direto para o nenê. É como se ele tivesse uma dieta sobrecarregada.”

A mãe ser diabética não significa que o bebê já nascerá com o problema. “Mas ele traz a herança genética, tem que ser acompanhado de perto desde criança”, afirma Peraçoli.

No caso do Rio de Janeiro, especificamente, a mãe contou à Record TV não ter tido diabetes gestacional. Os médicos também constataram que a criança nasceu sem qualquer problema.

Em bebês sem uma causa evidente que justifique o tamanho maior ao nascer, o ginecologista explica que é preciso investigar causas individuais de cada bebê, como genética ou um eventual distúrbio metabólico de base.

Obviamente, o tamanho dos pais também precisa ser considerado. “Tem que pensar na constituição dos pais, porque há, claro, chances de ter um feto grande.

Parto normal é arriscado
'Bebê gigante' ao lado de outro recém-nascido de tamanho normal

‘Bebê gigante’ ao lado de outro recém-nascido de tamanho normal

Reprodução/Record TV

“Nada em medicina é impossível”, diz o ginecologista sobre o parto normal do bebê de 6,2 kg. Porém, ele frisa que acima de 4,5 kg, “já se considera a indicação de cesárea”.

“Há muito risco de, na hora do nascimento, da criança ter o que a gente chama de distócia de ombro [quando o resto do corpo do bebê não sai após a passagem da cabeça]. Se não tiver conhecimento e habilidade para trabalhar com essa situação, pode levar a problemas para o nenê, como sequelas e até morte”, alerta o médico.

O ginecologista também relata a importância do pré-natal justamente para não deixar o parto chegar nas 40 semanas se o bebê já estiver com peso considerado acima da média.

“Mesmo uma cesárea não é tranquila. Imagine ter que tirar um nenê de 6 kg. O corte no útero é maior.”

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Le Cocq gerou o Esquadrão da Morte e ‘parcerias’ com os bicheiros do Rio

Grupo de extermínio de bandidos surgiu em 1965 com doze policiais que matavam ‘chupando pirulito’, entre eles Mariscott, assassinado pelo bicho

 

    • Eduardo Marini, do R
MMM(centro): crimes e conquistas

MMM(centro): crimes e conquistas

Estadão Conteúdo

Esquadrão da morte, por definição, é um grupo paramilitar armado formado por policiais, terroristas ou civis para executar ações extrajudiciais, ilegalidades, crimes e assassinatos, a mando de grupos políticos ou líderes da sociedade. Na maior parte dos casos, essas atividades são realizadas sob sigilo, para evitar a revelação de identidades e punição dos agentes.

No Brasil, os esquadrões da morte começaram a pipocar em vários estados nos anos 1960. O mais notório – e cruel – deles surgiu em 1965, no Rio de Janeiro do então Estado da Guanabara, a partir da Scuderie Le Cocq, ou Esquadrão Le Cocq. E tomou corpo com o apoio extraoficial do governador do estado na época, o mineiro Francisco Negrão de Lima (em 15 de março de 1975 houve a fusão dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro).

O núcleo duro da Scuderie Le Cocq era composto pelos chamados Doze Homens de Ouro da Polícia fluminense, um para cada signo do zodíaco, escolhidos a dedo pelo então secretário de Segurança do Rio, Luis França, para “promover uma faxina”, ou seja, tirar de cena ladrões de carros, táxis e casa, assassinos, assaltantes e afins.

A escalação do time: Aníbal Beckman dos Santos, o Cartola, Euclides Nascimento Marinho, Hélio Guahyba Nunes, Humberto de Matos, Jaime de Lima, Lincoln Monteiro, Mariel Mariscot de Matos, Nelson Duart, Neils Kaufman, o Diabo Loiro, José Guilherme Godinho, o Sivuca, Vigmar Ribeiro e Elinto Pires.

Oficialmente, a Scuderie foi montada para promover a vingança do assassinato, em ação, de Milton Le Cocq, primo do brigadeiro Eduardo Gomes e respeitado detetive que havia integrado a guarda pessoal de Getúlio Vargas. Le Cocq foi abatido a tiros por Manoel Moreira, o Cara de Cavalo, bandido que comandava o esquema de proteção às bancas, banqueiros, funcionários e pontos do jogo do bicho na Favela do Esqueleto.

Cara de Cavalo caiu na rede da Scuderie poucos dias depois de matar Le Cocq. Foi fuzilado com 52 tiros, “o primeiro para matar, o segundo para confirmar e o terceiro para fazer a festa”, como disseram colaboradores na ocasião. Um dos líderes da operação foi José Guilherme Godinho Ferreira, o Delegado Sivuca, que mais tarde, em 1990 e 1994, seria eleito deputado estadual no Rio com o sugestivo e explícito bordão bandido bom é bandido morto. “A Scuderie foi criada para dar satisfação à sociedade”, costumava discursar Sivuca. “Havia uma regra: criminoso que reagisse à prisão era chão. Morto sem a menor dúvida.”

Na prática, a turma matava chupando pirulito – e Cara de Cavalo foi só o tiro de largada da prova. Depois dele, vários ícones da bandidagem carioca da década de 1960 foram para o latão com centenas de comparsas. Entre eles Mineirinho, Zé Pretinho (fuzilado na porta de seu barraco no Morro dos Macacos, no bairro de Vila Isabel, zona norte da cidade), Bidá (abatido no Morro do Querosene, no Catumbi) e Passo Errado (que teve os passos interrompidos para sempre no Morro do Tuiuti, em São Cristóvão).

A Scuderie tinha como presidente executivo Euclides Nascimento. E de honra o jornalista David Nasser, dos Diários Associados. O emblema trazia uma caveira sobre ossos cruzados, e o significado original das iniciais EM no brasão é Esquadrão Motorizado, divisão da polícia carioca da qual Milton Le Cocq fazia parte, e não Esquadrão da Morte, mas essa informação era solenemente desprezada pelos populares e até mesmo por integrantes.

EM do símbolo da Le Cocq é de Esquadrão Motorizado, e não da Morte, como muitos pensam
EM do símbolo da Le Cocq é de Esquadrão Motorizado, e não da Morte, como muitos pensam

Divulgação/Youtube

A Le Cocq transformou-se em associação e, no auge, chegou a ter mais de sete mil seguidores, entre associados e admiradores. Com o tempo e o aumento assustador dos índices de vaidade e de poder gerado pelo medo, seus integrantes assumiram projetos mais ambiciosos – e perigosos -, entre eles as parcerias com líderes do jogo do bicho. Muitos lecocquianos ligavam para imprensa para contar em detalhes como tinham acabado de fechar um ou um grupo de criminosos. Para combater essas e outras práticas, consideradas excessos internamente, a Scuderie expulsou alguns de seus pesos pesados.

O mais famoso desses líderes dispensados foi o policial mais famoso de sua geração: Mariel Araújo Mariscot de Mattos, o Mariel Mariscot, o Ringo de Copacabana, ou MMM, limado da Scuderie na década de 1970. Mariscot nasceu em Niterói mas, por mais um desses caprichos do destino, foi criado na mesma Bangu do megabanqueiro de bicho Castor de Andrade (leia reportagem sobre ele nesta série). Treinava natação e pólo-aquático no Bangu Atlético Clube e foi campeão carioca de natação e saltos ornamentais.

Como policial, MMM passou o rodo em alguém pela primeira vez ainda jovem, em Copacabana, durante um flagrante de assalto em que o ladrão resistiu à voz de prisão. Ameaçado de prisão por homicídio, rendeu o delegado do caso com duas pistolas calibre 45, uma em cada mão. Surgia o apelido Ringo de Copacabana.

Bonito e forte, conquistou algumas das mulheres mais desejadas do Rio de Janeiro em sua época, entre elas as atrizes Elza de Castro e Darlene Glória, além da modelo Rose di Primo. Nos anos 1960, teve um caso com Rogéria, a “travesti da família brasileira”.

Mariscot foi detido sob acusação de assassinato e de integrar o Esquadrão da morte. Em 19 de junho de 1973, recebeu pena de 16 anos e dez meses de reclusão. Fugiu da cadeia, mas depois foi obrigado a passar um período no presídio de Ilha Grande.

De volta às ruas, decidiu tentar, a todo custo, fazer parte do poderoso grupo do jogo do bicho – o problema é que esqueceu de combinar com o baronato da atividade. MMM e sua intenção tombaram juntos depois de uma sequência de balas disparadas contra o ex-policial no dia 8 de outubro de 1981, no Centro do Rio, em frente a uma das fortalezas do bicheiro Raul Capitão, no centro do Rio. Tinha 41 anos.

Mariscot era sócio de um dos filhos de Capitão, Marcos Aurélio Corrêa de Mello, o Marquinhos. É provável que tenha deixado no parceiro a semente de sua ambição desmedida: sete anos depois, em maio de 1988, Marquinhos também tombou em solo carioca a tiros de metralhadora.

Extinta no início de 200, a Scuderie voltou em 2015 em versão bem mais discreta, “do bem” e com novo nome: Associação Filantrópica Scuderie Detetive Le Cocq. Entre seus 60 integrantes estão policiais aposentados e profissionais de outras áreas. O objetivo agora é fazer um “trabalho preventivo e de conscientização” dos cariocas diante da violência que afeta a cidade.

“Queremos colaborar com as autoridades e mudar a imagem que tivemos no passado”, disse o presidente da associação, o policial civil aposentado Humberto Fittipaldi Filho, durante uma panfletagem na Lagoa Rodrigo de Freitas, zona sul da Cidade Maravilhosa. Os Doze Homens de Ouro certamente achariam um fim melancólico, mas até a melancolia pode ter alguma versão positiva.

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Pastor é baleado e morre em assalto em São Gonçalo; um suspeito foi preso e outro fugiu

Pastor tinha 47 anos e foi morto em São Gonçalo Foto: Reprodução das redes sociais
Diego Amorim
Via Extra

Um assalto em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, terminou com a morte do pastor Nelsinei Badini Alvim, de 47 anos, na noite desta terça-feira. Ele estava a caminho de casa, no bairro Amendoeira, quando foi baleado por dois bandidos que praticavam assaltos na Rua Raul Veiga. A vítima chegou a ser levada para o Hospital estadual Alberto Torres, em São Gonçalo, mas não resistiu aos ferimentos.

O pastor deu entrada na unidade de saúde por volta de 21h50m. Segundo fontes do Hospital Alberto Torres, os médicos tentaram vários procedimentos mas não conseguiram salvar a vida de Nelsinei.

De acordo com a Polícia Militar, equipes do 7º BPM (Alcântara) foram até a região. No local, os militares avistaram um marginal atirando contra um motorista que descia do carro. “Assim que avistaram os policiais, um criminoso tentou fugir com o automóvel roubado e o outro pulou um muro de uma casa e fugiu”, diz a nota enviada pela PM.

Ainda segundo a corporação, houve perseguição e o criminoso que estava no carro acabou colidindo com outro veículo e levado à Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI).

Nas redes sociais, amigos lamentam a morte do pastor: “Nossas condolências a familia e igreja, que o Deus Espírito Santo console todos nós”, diz uma das mensagens. Outro internauta questiona mais um caso de violência registrado no município: “Meus sentimentos à família, aos amigos. Que Deus venha trazer o consolo. Mas onde vamos parar? Autoridades, cadê vocês?”, afirma a publicação.