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Terremoto de 4,9 de magnitude acontece perto de usina nuclear iraniana

Ainda não se sabe se terremoto tem relação com atividade nuclear.

Central nuclear de Bushehr. (Foto: Reprodução)

Em meio a tensão entre Estados Unidos e Irã, um terremoto de 4,9 de magnitude foi sentido perto de usina nuclear iraniana, segundo informou a US Geological Survey.

O tremor ocorreu pouco depois de o regime islâmico ter lançado um maciço ataque contra bases no Iraque que abrigam soldados norte-americanos.

De acordo com o Irã, o ataque causou a morte de 80 americanos, mas os números não foram confirmados pelos Estados Unidos, que estavam avaliando a situação.

Segundo o presidente norte-americano, Donald Trump, estava “tudo bem” apesar dos ataques.

As novas informações também incluem a queda de uma aeronave ucraniana, da Ukraine Internacional Airlines, perto do Aeroporto Internacional Imam Khomeini, em Teerã.

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O que a Bíblia diz sobre o porte de armas e a autodefesa?

Pastor responde se políticas pró-armamentistas podem ser consideradas cristãs

Bíblia e armasBíblia e arma. (Foto: Steve Bronstein / Getty Images)

Yago Martins que administra o canal no Youtube “Dois Dedos de Teologia” postou um vídeo onde argumenta biblicamente que Jesus foi a favor do armamento civil.

Segundo o vlogueiro, muitas vezes, “a Bíblia traz ideias bem diferentes do que a gente imagina”. Ele defende que as nações precisam de uma cultura de paz por um mundo mais pacífico.

“Mas quando a cultura não é suficiente pra pacificar o mundo, você precisa fazer um exercício de força contra as violências que vêm contra você”, explica.

“Jesus portou uma arma”

Segundo a Bíblia “…ele fez um chicote de cordas e expulsou todos do templo, bem como as ovelhas e os bois; espalhou as moedas dos cambistas e virou as suas mesas.” (João 2.15).

“O azorrague era um tipo de chicote dos mais violentos daquela época, aquele que foi usado contra Jesus quando Ele estava sendo torturado, antes de ser crucificado”, explicou.

“Jesus não bateu em ninguém, mas ele usou essa arma pra ameaçar os cambistas que estavam na sua propriedade, que era o templo. Ele afastou essas pessoas de forma armada”, disse.

Yago justifica que “armar-se e usar essa arma de forma correta não é um ato pecaminoso, e não é um ato que ofende ao Senhor”.

 Uso de armas no Antigo Testamento

“Crente pode dar tiro por aí? Pode andar com arma na cintura?”. Yago aborda textos do Antigo Testamento (AT) onde há muitos relatos de guerra. “Se você espremer escorre sangue, porque no AT Deus se apresenta com o Deus da guerra. É o Deus que usa Israel também como uma força militar”, lembra.

A passagem que está no livro de Êxodo 22.2-3. “Se o ladrão que for pego arrombando for ferido e morrer, quem o feriu não será culpado de homicídio, mas se isso acontecer depois do nascer do sol, será culpado de homicídio.”

Quer dizer que “quando está tudo escuro (noite), e alguém invade a sua casa, colocando sua vida em risco, você usar de força até letal para proteger a sua casa e sua família, não seria considerado pecado no AT”, explica. Lembrando que no mundo do AT não existia energia elétrica.

“Se isso acontece de dia e você percebe que o cara não está ali pra matar, ou coisa assim, mas está apenas roubando, e você mata essa pessoa, aí sim você é culpado de sangue”, disse.

A justificativa para esse texto é a autodefesa. Se você ou sua família corre risco de morte, defender-se não é um erro, mesmo que o agressor morra. Mas aqui fica claro que não foi morte intencional. Já que, no meio da noite, não foi possível identificar a intenção do ladrão.

Se for durante o dia, e o ladrão for morto propositalmente por conta de um bem material, então aquele que defendeu seu bem está errado aos olhos de Deus. “A vida do ladrão é mais valiosa do que qualquer bem que ele possa tirar de você”, justifica.

 Autodefesa é defendida pela Bíblia

Se durante um roubo, a vida é colocada em risco durante o processo “se uma arma está apontada para você, o cara está dentro da sua casa e você não sabe quais são as intenções dele […] o uso comedido de violência de forma proporcional, que pode chegar a uma violência letal é completamente permitido por Deus”, defende.

Para esse tipo de caso, Yago argumenta que “Deus está aqui permitindo a autodefesa. Um uso de violência para proteger a própria vida”.

 Violência contra um agressor em casos de estupro

“A ideia não é que a violência é permitida no AT só para você se defender e defender sua casa, mas também defender aquele que está numa situação de vulnerabilidade”, disse.

Yago usou como exemplo o estupro para ilustrar como alguém faria para defender uma mulher nessa situação. “Você tem que, de alguma forma, segurar o cara, apagar o cara, dar um ‘mata-leão’ nele, dar uma pancada na cabeça dele”, exemplifica.

Não há como proteger uma mulher que está sendo atacada, sem ser de forma violenta. “Você não vai dizer ‘moço, por favor, você poderia por obséquio retirar-se deste ato forçoso contra esta jovem mulher?’ Isso não existe”, argumenta.

“Tem que tirar o cara de cima da mulher, e o modo de fazer isso vai ser violento. Não é autodefesa, mas é defesa do outro”, afirma. “Não é porque a gente ama a violência, nem porque a gente quer se vingar, mas porque a gente quer proteger”, continua.

“Toda grande ditadura começa com o desarmamento civil”

“Se alguém chega na sua casa pra matar sua família, você não entrega flores e canta ‘Imagine’ (música de John Lennon)”, cita.

Para o estudioso, no AT, desarmar um povo, era um instrumento de domínio sobre ele. “Toda grande ditadura se deu através do desarmamento civil. Foi o que Hitler fez na Alemanha, é o que a gente encontra na Venezuela”, lembra.

O direito do armamento civil, nos Estados Unidos, não existe só por causa da defesa pessoal. “Em termos políticos, existe também para que a população possa se defender do próprio governo”, menciona.

Para o teólogo, um povo armado nunca vai ser dominado politicamente por um tirano. O armamento é uma defesa diante de potências nacionais que se levantam contra o indivíduo”, disse.

“A palavra de Deus diz que a autodefesa é uma coisa boa. Defender o fraco é uma coisa maravilhosa. […] Jesus se armou e mandou se armar. E uma nação sem armas é uma nação que está debaixo da ira de Deus, que está sendo punida por Deus, e sujeita ao vilipêndio de líderes e dominações estrangeiras e cruéis contra o próprio povo”, resume.

 Estatuto do Desarmamento não resolveu

A Lei 10.826, de 22 de dezembro de 2003, conhecida como Estatuto do Desarmamento,

entrou em vigor no dia seguinte à sanção do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

A lei federal, ao que tudo indica, foi usada com o pretexto de ajudar a diminuir a taxa de homicídios no país. Depois do pico de 39,3 mil mortes em 2003, os números, num primeiro momento, caíram para aproximadamente 37 mil.

Quase 10 anos depois, em 2012, esse número subiu 42,4 mil. Mesmo considerando o crescimento da população, o índice de violência permaneceu alto demais. Ou seja, o desarmamento foi realizado, mas os conflitos seguiram. Quer dizer que o problema não foi resolvido.

 Campanha do Desarmamento foi uma farsa?

Para o jornalista Reinado de Azevedo, sim. Ele questionou, no ano passado, o porquê de 14 unidades da federação não terem apresentado uma redução de homicídios. “Deveria deixar claro que a queda de 11% no número de homicídios entre 2004 e 2010 se deve, basicamente, a São Paulo e Rio”, disse.

O jornalista mostra através de dados da segurança pública, que o número de homicídios nos demais estados brasileiros, manteve o crescimento, independente da Campanha do Desarmamento.

“Os números sobre a violência no Brasil servem justamente para desmistificar essa cascata cretina sobre a campanha do desarmamento”, protesta.

Além disso, denúncias apuradas revelaram que, em algumas ocasiões, armas entregues por cidadãos nas campanhas de desarmamento, que deveriam ser destruídas, foram desviadas indo parar em mãos criminosas.

Em 2016, o Brasil alcançou a marca histórica de 62.517 homicídios, segundo informações do Ministério da Saúde. Isso equivale a 30,3 mortes para cada 100 mil habitantes, uma das mais altas taxas de homicídios do mundo. O limite considerado como suportável pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 10 homicídios por 100 mil habitantes.

Assista!

Debate sobre armas projeta Bolsonaro e racha presidenciáveis 

          João Amoêdo e Alvaro Dias também são a favor de flexibilizar Estatuto do Desarmamento
          Anna Virginia Balloussier
          SÃO PAULO-Folhauol
Os deputados Alberto Fraga e Jair Bolsonaro fazem sinal com as mãos imitando armas de fogo durante a votação do projeto que muda a maioridade penalOs deputados Alberto Fraga e Jair Bolsonaro fazem sinal com as mãos imitando armas de fogo durante a votação do projeto que muda a maioridade penal Alan Marques – 19.ago.2015/Folhapress

Na semana em que divulgava as canções “Apelido Carinhoso” e “Homem de Família”, Gusttavo Lima postou no Instagram uma foto com fuzil em mãos. Uma “tarde no clube do tiro”, dizia na mesma legenda em que o sertanejo declarou seu apoio ao pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro.

Lima defende armar “cidadãos de bem”, como Bolsonaro  afirma sempre que pode.  Em passagem recente pelo Japão, ele sugeriu que mulheres tenham “uma pistola em casa” em vez de contar com “aquela palhaçada da Lei do           Feminicídio”. “Se a mulher tiver uma arma em casa, [o vagabundo] não vai fazer besteira.”

 Filho do presidenciável e deputado como ele, Eduardo Bolsonaro publicou uma imagem da funkeira Jojô Toddynho e o emote de uma carinha chorando   de rir: “Nesse momento Gusttavo só pensa numa coisa!” Jojô é famosa pelo hit “Que Tiro Foi Esse?”.

Tanto esse episódio quanto a intervenção federal no Rio, açoitado por uma crise na segurança pública, vêm sendo usados por grupos de direita para reviver a polêmica do armamento no Brasil. Por pressão da bancada da bala, a Câmara pode destravar uma votação —há anos emperrada— por mudanças que enfraquecem o Estatuto do Desarmamento, sancionado no primeiro ano do governo Lula.

O tema divide a população, como revelou pesquisa Datafolha feita em novembro com 2.765 entrevistados em 192 cidades. Do total, 56% responderam que “a posse deve ser proibida, pois representa ameaça à vida de outras pessoas”, e 42% disseram que “possuir uma arma legalizada deveria ser um direito do cidadão para se defender” (2% não souberam opinar).

O assunto racha também os pré-candidatos ao Planalto. Os favoráveis à revisão do Estatuto vão do centro à direita no leque político, como Bolsonaro (que se filiará ao PSL), João Amoedo (Novo) e Alvaro Dias (Podemos).

Exceção: o PCO (Partido da Causa Operária), sigla de extrema-esquerda que, em contraposição “à direita ‘pacifista’ e à esquerda pequeno-burguesa”, diz que, na “ótica revolucionária, o direito de se armar é a necessidade de se defender justamente do Estado”.

De doutrina liberal, Amoedo se diz contra o Estatuto “em respeito às liberdades individuais”. “Não é razoável o que temos: a assimetria criada por uma lei que desarma o cidadão de bem, mas deixa as armas nas mãos do assassino. O Estado incapaz de nos defender dos 60 mil homicídios anuais não pode acabar com os meios da legítima defesa.”

Para o senador Alvaro Dias, flexibilizar também é a resposta. “Entendo que cabe ao Estado oferecer segurança à sociedade. Afinal, pagamos impostos. Mas isso não nos impede de oferecer ao cidadão a liberdade de decidir sobre o porte.”

Quem é contra a ideia questiona: se é a preocupação com segurança pública que alimenta esse debate, qual a eficiência de armar civis? Geraldo Alckmin (PSDB) afirma que “a luta contra o crime deve ser feita por uma polícia treinada, moderna e valorizada”. “O Brasil já tem uma legislação restritiva sobre porte de armas. Não se trata de restringi-la nem flexibilizá-la.”

Na mesma toada vai Ciro Gomes (PDT): “Segurança pública não se resolve armando toda a população. Se resolve com investimento em inteligência, polícia bem treinada, bem paga e, acima de tudo, políticas publicas de educação, saúde, cultura e lazer para não deixar a juventude ser aliciada pelo crime”.

Prestes a se filiar ao PSOL, Guilherme Boulos diz que mais munição nas ruas “vai apenas criar uma falsa sensação de segurança e ampliar os crimes de ódio. Imaginem se cada intolerante que esbraveja e ataca nas redes sociais tivesse uma arma?”.

Para Manuela D’Ávila (PC do B), “quando as pessoas estão armadas, está comprovado que as mulheres são as maiores vítimas da violência”.

Presidente da Câmara e potencial presidenciável do DEM, Rodrigo Maia advoga pelo aumento de rigidez do porte em alguns pontos, como “idade mínima de 25 anos, cinco anos sem nenhuma ocorrência policial desabonadora de conduta e exame psicotécnico mais amplo testando o equivalente emocional”.

Procurados pela Folha, Henrique Meirelles (PSD) e Fernando Collor (PTC) não responderam.

Lula (PT) e Marna Silva (Rede) idem, mas ambos têm posições conhecidas sobre o tema: o ex-presidente, afinal, sancionou o Estatuto, e a ex-senadora, em 2016,  declarou que, se exitosas, as tentativas de flexibilizar a legislação no Congresso seriam um “retrocesso de dimensões trágicas”.

CNBB NA MIRA

Por lamentar “que se apresentem soluções para superar a violência recorrendo a mais violência”, o cardeal Sérgio da Rocha, presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), entrou na mira de grupos evangélicos e de direita.

Eles acusam o braço do Vaticano no país de desestimular católicos a votar em Bolsonaro após Rocha dizer que a CNBB rejeitará “candidatos que promovam ainda mais a violência”, no lançamento da Campanha da Fraternidade 2018, em fevereiro.

“Historicamente alinhada a partidos de esquerda e movimentos como MST, a postura da CNBB não surpreende”, disse o portal Gospel Prime.

À reportagem Rocha negou que sua fala carregasse com indiretas eleitorais. “A CNBB não se pronuncia sobre candidatos/partidos. A Igreja no Brasil oferece critérios para discernimento sem substituir a consciência do eleitor.”

LOBBY

“O Estatuto do Desarmamento está sob ataque do lobby pró-armas desde que virou lei”, diz Robert Muggah, especialista em segurança e desenvolvimento e coordenador de pesquisas do Instituto Igarapé.

São mosqueteiros da ideia de que a legislação “falou em promover segurança pública no Brasil”. Estão errados, segundo Muggah. “Para cada 1% de aumento do armamento em circulação no país, há uma projeção de 2% de alta nos homicídios.”

Diretor-executivo do Instituto Sou da Paz, Ivan Marques aponta que o discurso bélico é um ótimo fermento eleitoral. “O que [candidatos armamentistas] estão apostando, no fim das contas, é na potencial popularidade que ganham ao dizer que a gente vai armar o cidadão de bem,  para se venderem como defensores da ordem.”

Marques define a tática como “estelionato eleitoral”, pois, em sua opinião, não é possível deter a escalada da violência dessa forma. “Imagina um arrastão na linha amarela do Rio. Se cada um dentro dos carros estiver armado, será que vai fazer com que arrastão não aconteça?”

“Tá todo mundo com medo, tentando achar tábua de salvação no caos da segurança pública. Falar isso acaba sendo maneira de ganhar holofote. Mas o que a gente quer? Ir ao Pão de Açúcar e sair com uma arma, como acontece nos EUA, onde em 15 minutos no Walmart você compra uma?”