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Arqueologia confirma: Antes de rastejar, as cobras tinham pernas

 

por Giovanna Montemurro

A. Houssaye/Divulgação

Antes de rastejar, as cobras tinham pernas. Isso pode lembrar outra história, mas para cientistas estudando a evolução desses répteis, uma nova tecnologia de raio X deve ajudar a esclarecer se eles evoluíram de lagartos terrestres ou marinhos (uma discussão antiga – e acalorada).

Novas imagens em 3D, publicadas na revista Journal of Vertebrate Paleontology, mostram que a arquitetura interna dos ossos das pernas das cobras antigas é muito parecida com a dos lagartos terrestres modernos, fornecendo evidências sobre a origem das serpentes.

Segundo a pesquisa, existem apenas três cobras fossilizadas com ossos das pernas preservados. O paper analisou um fóssil encontrado há 10 anos nas rochas de 95 milhões de idade do Líbano, o Eupodophis descouensi – uma cobra de 50 centímetros de comprimento com pernas de 2 centímetros. Ele é considerado um estágio intermediário na evolução das cobras e, por isso, essencial para a compreensão da evolução desses répteis.

 

O estudo descobriu que muito provavelmente essas espécies perderam as pernas porque passaram a crescer mais devagar. As imagens também revelaram que a perna tinha uma articulação no joelho e um calcanhar, mas não tinha pé.

Ainda faltam estudos para comprovar a origem das serpentes, e entender melhor o motivo do “sumiço” das pernas, mas com essas imagens os pesquisadores acreditam ter realizado um grande avanço no sentido de compreender sua evolução.

 

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Ciência

Arqueologia bílica: Onde está o Santo Graal?

Pesquisadores fazem o mais detalhado estudo das versões do cálice de Cristo e concluem que o verdadeiro é o da catedral de Valência
Luciana Sgarbi

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Quando a história sobre um determinado objeto atravessa o tempo – e, no caso, pensar em tempo significa traduzi-lo em milênios -, corre-se o risco de ela ir sendo aos poucos modificada. Pode tornar-se mais mítica, pode cada vez mais se cercar de mistérios. Esse foi um dos princípios que nortearam os 150 cientistas que se reuniram na semana passada em Valência, na Espanha, para apresentar as suas mais recentes descobertas sobre o Santo Graal – segundo o Novo Testamento, um cálice de 17 centímetros de altura no qual Jesus Cristo tomou vinho em sua Última Ceia com os apóstolos. Valendo-se de exames arqueológicos do material desse cálice, guardado a sete chaves na catedral de Valência, os pesquisadores afirmaram que o Santo Graal, muito provavelmente, de fato existiu, mas derrubaram lendas e mistérios que o foram envolvendo através dos séculos a ponto de transformá- lo em um símbolo quase inconsútil da religião católica. “Sempre se acreditou em cenas pobres, como as dos discípulos sentados no chão e Jesus, entre eles, pregando. Da mesma forma, sempre se fez crer que o Santo Graal seria um simples e pobre cálice de barro. As análises desse cálice e o seu contexto histórico, no entanto, provam que as coisas não são bem assim”, diz Vicente Martinez, um dos mais conceituados historiadores da Universidade de Valência. “Jesus escrevia em hebreu e era chamado de rabi (mestre, em hebraico). E freqüentava famílias de posses como a de Lázaro”, diz ele. “Temos de ter a coragem de admitir que a taça da Última Ceia não é de barro, é linda e rica, adornada com ouro e pedras preciosas.” Ou seja: a taça luxuosa que desde 1428 está em Valência, a julgar pela tese desse pesquisador, tem mesmo grande chance de ser o legítimo Santo Graal.

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DISPUTA DE TAÇAS

Análises colocaram um fim no dilema sobre a legitimidade da taça romana de Antioquia (ao lado). Ela tem capacidade para dois litros de vinho.

Outro mistério a cercar o cálice (ou taça) diz respeito a sua trajetória a partir da crucificação de Jesus. O antropólogo alemão Michael Hessemann foi um dos cientistas que tocaram nesse ponto ao apresentar aqui lo que considera o “resgate dos caminhos do Santo Graal”. Segundo ele, foi José de Arimatéia que recolheu, com essa taça, parte do sangue que jorrou de Cristo na cruz. O cálice foi então confiado a religiosos até ser perdido na Europa depois de uma perseguição do imperador romano Públio Valeriano, em 258 d.C. “No primeiro meio milênio após a morte de Jesus, documentos literários se referem ao Graal estando ele em posse dos Cavaleiros da Távola Redonda, como um objeto misterioso que dava sorte ao rei Arthur”, diz Hessemann. Especialistas israelenses endossam a teoria de que o Santo Graal foi sempre protegido por reis que lhe atribuíam poderes mágicos e sobrenaturais, até que chegou a Valência, onde está até hoje.

Uma das mais revolucionárias novidades, no entanto, vem do arqueólogo espanhol Antonio Beltran, catedrático de arqueologia da Universidade de Zaragoza e um dos mais renomados cientistas do mundo. Beltran afirma que o cálice foi “maquiado” com o passar do tempo.

“Creio que a taça que está em Valência seja a legítima. Mas suas asas, a sua base de ouro e a sua copa alexandrina de ágata foram feitas muito tempo depois, por volta do ano de 1600 da era cristã. E têm origem oriental”, diz Beltran.

Em meio a tanto mistério e teorias, nada mais natural que outras taças tenham surgido ao longo do tempo, exibidas como sendo aquela que a Bíblia avaliza. A peça que mais ganhou força nessa multiplicação de cálices chama-se Antioquia e está em Roma.

“Tenho provas que evidenciam o contrário. Essa taça tem capacidade para dois litros, grande demais para ser passada de mão em mão na mesa da Última Ceia”, diz a historiadora americana Janice Bennet. Ela integra o rol dos 150 cientistas que pedem à Unesco para outorgar ao Santo Graal, mais particularmente à peça que está em Valência, o título de Patrimônio da Humanidade. “É impossível não reconhecer a importância desse cálice.

Talvez ele nunca tenha sido tocado por Jesus, mas temos também de levar em consideração a evidência de ele estar intacto, e talvez isso se deva ao fato de ser sagrado”, diz Martinez.

No Congresso Interna cional sobre o Santo Graal, em Valência, cientistas reconheceram a taça acima como a verdadeira e afirmaram que ela foi feita 100 anos a.C. Apenas a sua parte superior é da época de Jesus.

As ilustrações foram inseridas pelo autor do site

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Rev. Ângelo Medrado, Bacharel em Teologia, Doutor em Novo Testamento, referendado pela International Ministry Of Restoration-USA e Multiuniversidade Cristocêntrica é presidente do site Primeira Igreja Virtual do Brasil e da Igreja Batista da Restauração de Vidas em Brasília DF., ex-maçon, autor de diversos livros entre eles: Maçonaria e Cristianismo, O cristão e a Maçonaria, A Religião do antiCristo, Vendas alto nível, com análise transacional e Comportamento Gerencial.

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Israel

Arqueologia Bíblica: O túnel secreto de Jerusalém

Relíquia da arqueologia, através dele judeus escaparam dos romanos no ano 70 d.C.

J. T.

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PISCINÃO Vital na infra-estrutura da antiga Jerusalém, ele canalizava a água das chuvas para o Mar Morto

A intenção dos arqueólogos israelenses que realizavam escavações na cidade de David, na parte antiga de Jerusalém, era apenas a de chegar aos vestígios daquilo que, há cerca de dois mil anos, poderia ter sido sua rua principal, antes da invasão romana. O que os pesquisadores acidentalmente encontraram, no entanto, está sendo considerado uma das mais recentes raridades da arqueologia: um extenso túnel subterrâneo que data dos tempos de Jesus e através do qual, provavelmente, ele andou. Construído no subsolo dessa rua, imagina- se que esse túnel, funcionando como uma passagem secreta, serviu também para que milhares de judeus se escondessem e fugissem do cerco estratégico de Jerusalém pelos romanos no ano 70 d.C.

Além de ter possibilitado a fuga de muitos judeus, os arqueólogos consideram que o túnel recém-descoberto tinha uma importância vital na infraestrutura urbana de Jerusalém. Motivo: ele servia como um canal que escoava a água das abundantes chuvas que caíam na cidade até o Mar Morto, evitando, assim, as devastadoras inundações que sempre traziam doenças e mortes. Os seus primeiros 100 metros já localizados se iniciam no lago de Shiloah, uma das principais referências da parte sul da velha Jerusalém, e chegam a dez metros do Muro das Lamentações, fazendo nesse ponto uma curva à esquerda. Os arqueólogos estimam, porém, que a sua extensão seja muito maior. Além das dimensões, chamou a atenção também o seu bom estado de conservação. “O túnel está muito bem preservado”, explica Eli Shukron, arqueólogo do Instituto de Antigüidades de Israel.

Durante anos sob escombros pesados, que também sustentaram a pavimentação da rua, grande parte dessa passagem manteve-se intacta. Ela foi toda construída em pedras resistentes que chegavam a cerca de um metro de comprimento. Em alguns pontos, o túnel atinge um metro de largura e outros três de altura, o que permite boa circulação de pessoas pelo seu interior. Nas escavações, os arqueólogos também encontraram fragmentos de vasilhas e moedas que remontam à época de Jesus e que podem ter sido abandonadas pelos judeus, além de lamparinas de azeite que provavelmente serviam para iluminar caminhos de fuga. Essa descoberta histórica, divulgada na semana passada, é de extrema importância porque permitirá, na opinião de Shukron, “aumentar nossos conhecimentos sobre o cotidiano da Jerusalém daquela época”.