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O que a biblia diz sobre marcar datas proféticas

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O que Jesus ensinou sobre marcar datas?

Nosso Senhor foi bem enfático ao ensinar sobre Sua volta. Em pelo menos cinco passagens (sete, se forem incluídas passagens paralelas), Jesus advertiu os discípulos e crentes contra marcar datas. Mas, como já vimos, em toda a história da Igreja houve uma quantidade incrível de especulações relativas a datas.

Jesus enfatizou a profecia e o entendimento dela nos Seus ensinamentos. Ele não evitou nem descartou sua relevância; fez exatamente o oposto. Ele enfatizou a importância da profecia para entendermos Sua vida e Seu ministério. Mas também explicou que há alguns aspectos do futuro que não podem ser conhecidos com precisão. Sua volta é certa, mas o momento exato não. Jesus entendia a vontade humana de conhecer o futuro, mas não permitiu que Seus seguidores caíssem nas tentações dos videntes:

  • Mateus 24.36: “Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai” (Marcos 13.32 é uma passagem paralela idêntica).
  • Mateus 24.42: “Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor”.
  • Mateus 24.44: “Por isso ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá”.
  • Mateus 25.13: “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora”. (Marcos 13.33-37 é uma passagem paralela.)
  • Atos 1.7: “Respondeu-lhes: Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade”.

Essas passagens são proibições absolutas de marcar datas. Alguns estudiosos de profecia disseram que estes versículos ensinam que era impossível saber a data na igreja primitiva, mas que nos últimos dias algumas pessoas saberão. Outros estudiosos disseram que estes versículos ensinam que ninguém sabe o dia nem a hora, exceto aqueles que forem capazes de descobri-los usando algum esquema cronológico. Ambos estão absolutamente errados! A data da volta de Cristo é uma questão de revelação de Deus. Ele decidiu não revelar isso nem para Cristo durante Sua humanidade em Sua primeira vinda (Mateus 24.36). Se o Pai não o revelou ao Filho na Sua humanidade, por que alguém pode crer que o Pai lhe revelaria isso? Jesus deixa bem claro: “Não!”

O que mais a Bíblia ensina sobre profecias?

O ensinamento de Cristo é reforçado também em outras partes das Escrituras. Em 1 Tessalonicenses 5.1-2, Paulo reafirma as palavras de Jesus com relação à incerteza da hora da Sua volta: “Irmãos, relativamente aos tempos e às épocas, não há necessidade de que eu vos escreva; pois vós mesmos estais inteirados com precisão de que o dia do Senhor vem como ladrão de noite.”

Por isso ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá.

Algumas pessoas acreditam que há passagens na Bíblia que ensinam que os crentes poderão saber a data da volta de Cristo. Examinaremos algumas dessas passagens para mostrar como aqueles que defendem a marcação de datas usaram os vários versículos de forma errada em suas tentativas de conseguir legitimidade para suas posições. A Bíblia não contém contradições internas. É errado pensar que as Escrituras dizem que “ninguém pode saber”, mas também afirmam que algumas pessoas conseguirão descobrir.

A primeira passagem ocasionalmente citada é Lucas 21.28: “Ora, ao começarem estas cousas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima.” Algumas pessoas ensinaram que essa passagem implica uma permissão para marcar datas. Mas indicadores contextuais importantes são esquecidos em tal argumento. Estes indicadores incluem o fato de que a passagem se refere aos crentes judeus durante a futura tribulação de sete anos, que, logo antes da segunda vinda de Cristo, devem vigiar,não marcar datas, enquanto passam pelo período final de severa perseguição. Isso não está relacionado a marcar datas durante a atual era da Igreja, já que está relacionado a eventos durante a tribulação de sete anos. Quando a tribulação começar, será possível saber a hora da vinda de Cristo. Mas, isso não tem nada a ver com os crentes hoje que estão vivendo durante a era da Igreja (não na tribulação). A era da Igreja termina com o arrebatamento, que é um evento sem sinais. Então não há maneira de ligar, especificamente, eventos da nossa época com os da tribulação para marcar uma data. Devemos vigiar e esperar a volta do nosso Senhor no arrebatamento justamente porque não podemos marcar datas.

Uma segunda passagem citada algumas vezes é Hebreus 10.25b: “antes, façamos admoestações, e tanto mais quanto vedes que o dia se aproxima.” Alguns ensinam que isso implica que os crentes podem ver ou saber que “o dia” (a segunda vinda) está se aproximando. Enquanto alguns interpretam “o dia” como uma referência à segunda vinda, achamos que o contexto imediato e o contexto do livro de Hebreus indicam uma advertência aos crentes judeus antes da destruição de Jerusalém e do templo em 70 d.C. Trata-se de uma advertência para não voltarem para o judaísmo (i.e., apostatarem) já que o futuro próximo continha apenas castigo para os judeus que rejeitaram Jesus como seu Messias. Então “o dia” não é uma referência à segunda vinda mas sim à destruição de Jerusalém pelos romanos em 70 d.C. Se essa passagem realmente se refere à segunda vinda, uma vez mais, não haveria base para ligar um fator específico que sirva para marcar a data da segunda vinda. A afirmação geral “tanto mais quanto vedes que o dia se aproxima” não quer dizer que saberemos especificamente quando Ele vem, assim como alguém que vê a chegada de uma tempestade e não sabe a hora exata em que vai chover no lugar onde está.

Quando a tribulação começar, será possível saber a hora da vinda de Cristo. Mas, isso não tem nada a ver com os crentes hoje que estão vivendo durante a era da Igreja.

Uma terceira passagem que às vezes é mencionada é 1 Tessalonicenses 5.4:“Mas vós, irmãos, não estais em trevas, para que este dia, como ladrão, vos apanhe de surpresa.” Ensinava-se, com base nessa passagem, que os crentes saberiam a data “do dia” [i.e., “o dia do Senhor” (veja 1 Tessalonicenses 5.2)] para não serem pegos de surpresa. Mas esta interpretação atribui o sentido errado ao ensinamento de Paulo. Paulo está dizendo que os tessalonicenses não serão surpreendidos porque estão preparados pelo fato de serem crentes. O Senhor cuidará de todos os crentes (acreditamos que através do arrebatamento pré-tribulacional), de forma que, ao contrário do descrente que estará despreparado e será pego de surpresa, o crente estará preparado.

Que perigo existe em estudar profecias e marcar datas?

Não há perigo em estudar profecias. Na verdade, não podemos ignorar as profecias e o estudo correto da Bíblia, mas não podemos cair na armadilha de marcar datas. A Bíblia ensina claramente que a Palavra de Deus é suficiente para tudo o que precisamos a fim de vivermos uma vida que agrade a Cristo (2 Timóteo 3.16,17; 2 Pedro 1.3,4). Isso significa que se algo não é revelado a nós na Bíblia, não é necessário para cumprir o plano de Deus em nossas vidas. A data da volta de Cristo não é dada na Bíblia, então, apesar do que algumas pessoas possam dizer, não é importante conhecê-la para agradar a Deus. O Senhor disse a Israel: “As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus; porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei” (Deuteronômio 29.29). A data da vinda de Cristo não foi revelada; é um segredo que pertence somente a Deus.

Já que a Bíblia proíbe marcar datas, o que ensina? Muitas das mesmas passagens que proíbem marcar datas nos instruem sobre o que fazer até que o Senhor volte. Por exemplo, Mateus 24.42 não só adverte: “porque não sabeis em que dia vem o nosso Senhor”, mas também exorta os crentes a “vigiar”. Mateus 24.44 manda os crentes “ficarem apercebidos” porque “à hora em que não cuidais, o Filho do homem virá.” E também Mateus 25.13 nos exorta a vigiar “porque não sabeis o dia nem a hora.”

O alerta ao qual os crentes são chamados não é de marcar datas, mas de esperar o Salvador (já que não sabemos quando Jesus voltará). Devemos ficar alertas, ao contrário dos descrentes que ficam dormindo, em relação às coisas de Deus. Devemos ficar alertas a fim de vivermos piedosamente até o Senhor voltar porque estamos na noite escura desta era maligna, que exige uma vigilância ativa contra o mal.

O alerta ao qual os crentes são chamados não é de marcar datas, mas de esperar o Salvador.

Se a Igreja soubesse o dia ou a hora do arrebatamento, a iminência, a posição que os crentes pré-tribulacionistas têm em relação ao arrebatamento, seria destruída. A iminência bíblica ensina que Cristo pode, mas não precisa, vir a qualquer momento. Isso também significa que não há sinais que precisam ser cumpridos para o arrebatamento acontecer. Então, Cristo poderia literalmente vir hoje ou neste exato momento ou instante. Todas as tentativas de marcar datas destróem essa iminência. Se alguém ensinasse que o arrebatamento aconteceria num dia, mês, ou ano específico, então isso significaria que Cristo não poderia vir antes dessa data. E, assim, o arrebatamento não poderia ser iminente, já que Cristo não viria até essa data específica. A iminência é importante porque geralmente está relacionada a mandamentos de vida santa. Por isso, marcar datas também tem um impacto negativo na ética.

Ao mesmo tempo que marcar datas é claramente proibido na Palavra de Deus, acreditamos que é válido entender que Deus está preparando o cenário para Seu grande programa do fim dos tempos. O que isso significa? Como mencionamos anteriormente, o arrebatamento é um evento sem sinais, então é impossível identificar sinais específicos que indiquem sua proximidade. É por isso que todas as tentativas de datar o arrebatamento aplicaram erroneamente à Igreja passagens relacionadas ao plano de Deus para Israel. Um exemplo deste erro seria dizer que as festas de Israel (i.e., Rosh Hashanah) estão relacionados com a marcação da data do arrebatamento como observado acima. Mas, já que a Bíblia descreve os participantes, os eventos, e as nações envolvidas na tribulação final, podemos ver a preparação de Deus para os últimos sete anos das setenta semanas de Daniel para Israel.

Por exemplo, o fato de que Israel foi restabelecido como nação e agora controla Jerusalém é uma indicação forte de que a era da Igreja está chegando ao fim (Isaías 11.11-12.6; Ezequiel 20.33-44; 22.17-22; Sofonias 2.1-3). Mas isso só pode ser uma indicação geral, já que nenhum cronograma é dado especificamente para a atual preparação do cenário. Não podemos saber com certeza que somos a última geração antes do arrebatamento porque Deus pode resolver “preparar o cenário” durante os próximos 100 anos ou mais. O Dr. Walvoord diz corretamente:

Não há base bíblica para marcar datas para a volta do Senhor nem para o fim do mundo… Os intérpretes estão percebendo cada vez mais uma correspondência surpreendente entre a tendência óbvia dos eventos mundiais e o que a Bíblia previu séculos atrás.[1]

Jesus Cristo voltará! É nossa responsabilidade estar preparados para essa volta e para proclamar a salvação que Ele oferece, a fim de que outros também estejam preparados.(Thomas Ice e Timothy Demy – http://www.chamada.com.br)

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Mujer y Biblia: conclusión

Luis Marián

 

Mujer y Biblia (X)

Mujer y Biblia: conclusión

Unos pocos artículos no es un espacio suficiente para desarrollar como se merece este asunto.

15 de mayo de 2011

Pero hemos podido asomarnos a la consideración bíblica de la mujer para comprobar que el evangelio se había constituido en un extraño oasis de dignidad y consideración en cuanto al trato de dignidad dado a la mujer.
Hemos visto como la comparación, enormemente dispar, del relato de Adán y Eva con las cosmogonías antiguas más influyentes o con los relatos grecorromanos más extendidos en el siglo primero dan cuenta de la actitud favorecedora que el Dios bíblico mostraría desde el principio de los tiempos hacia el llamado sexo débil.
Es cierto que las cartas del apóstol Pablo aparentan ser misóginas desde un acercamiento superficial realizado desde el Occidente del siglo XXI. Sin embargo, en un análisis contextualizado más somero hemos comprobado que sus escritos defendían la dignidad de la mujer como pocos se atrevieron. Hasta tal punto fue así que a muchos hombres cristianos del siglo primero no les sería fácil asumir las nuevas actitudes de consideración y amor hacia sus esposas tal que Pablo preconizaba, un aspecto igualitario que chocaba de bruces con los modelos sociales ¡y legales! de su tiempo. Por desgracia, el dominante machismo de la sociedad grecorromana y la inevitable tendencia hacia el mal de quienes ostentan dominio nublaría la visión de renombrados cristianos y Padres de la iglesia en los siglos siguientes a Cristo. Debido a un cúmulo de circunstancias injustas, temores diversos y finalmente por causa de la condición pecadora del hombre, muchos cristianos de influencia siguieron viendo a las mujeres como entes execrables y perversos, una consideración que era totalmente ajena a la enseñanza de Cristo. Que duda cabe que esta lamentablemente cosmovisión teológica ejerció su influencia en el desarrollo posterior del cristianismo y que tampoco la Reforma del siglo XVI centraría su atención en la dignificación de la mujer. Esto ha hecho que mucha de esta injustica teológica contra la mujer y los dones que Dios le da sigua acompañándonos hasta nuestros días.
Pero la revolución bíblica tuvo su cenit con Cristo.  Desde entonces los cristianos hemos sido llamados a seguir las enseñanzas de Jesús y a tratar de superar las costumbres sociales que no concuerden con el evangelio revelado, pues “¿qué compañerismo tiene la justicia con la injusticia? ¿Y qué comunión la luz con las tinieblas? ” ( 2ª Corintios 6:14 ). Por esta razón los aspectos transgresores mostrados por Cristo a favor de las mujeres deben ser tomados como un inflexible punto de partida para que cada generación de creyentes desarrolle aún más la responsable labor de traer más y más luz, dignidad y justicia a todo ser.
Si no lo hiciéramos así, recibiríamos el filamento incandescente de la luz de Cristo a la vez que incurriríamos en el contradictorio error de decirle “ no ” a cualquier tentativa de invento y desarrollo derivados de esta semilla eléctrica que se nos ha entregado. Seguiríamos pasando hambre y frío sentados frente a la tenue luz de una sencilla bombilla empeñándonos en no tener nevera y olvidándonos de quien anunciaba que, por la gracia de Dios, todo “ el que en mí cree, las obras que yo hago, él las hará también; y aun mayores hará ” ( Juan 14:12 ). Si continuamos desarrollando el espíritu liberador sembrado por Jesús que en parte continuó Pablo, podemos soñar con que en esta imperfecta tierra cada vez habrá menos oposición y sufrimiento en la Iglesia para todo aquél que en el mundo ha sido discriminado. Las mujeres y hombres de Dios están llamados a ocupar el lugar para el que cada uno ha llamado sin atender a razones de raza, clase social, sexo o nacionalidad, pues ya no hay judío ni griego; no hay esclavo ni libre; no hay varón ni mujer; porque todos vosotros sois uno en Cristo Jesús ( Gálatas 3:28 ). Cristo nos ha hecho, tanto a hombres y mujeres “ reyes y sacerdotes para Dios ” ( Apocalipsis 1:6 ), “ linaje escogido, real sacerdocio, nación santa, pueblo adquirido por Dios, para que anunciéis las virtudes de aquel que os llamó de las tinieblas a su luz admirable” ( 1ª Pedro 2:9 ). Vivimos en los “ postreros días ” anunciados por Joel en los que Dios dice: “ Derramaré de mi Espíritu sobre toda carne, y vuestros hijos y vuestras hijas profetizarán […] Y de cierto sobre mis siervos y sobre mis siervas en aquellos días Derramaré de mi Espíritu, y profetizarán ” ( Hechos 2:17 y 18 ).
Q ue la cultura occidental sea, con diferencia, el contexto en el que la mujer esté hoy más dignificada y respetada tiene mucho que ver –como hemos visto en esta serie de artículos- con el legado del evangelio de Jesucristo. Y es que“ Roma no reconoció nunca la influencia ejercida por la mujer, este reconocimiento, realmente se producirá en el cristianismo [1] ”.Aplicar un estilo de vida heredado de la sociedad postindustrial del siglo XIX o de la Roma del siglo I para revestirlo de supuesta enseñanza bíblica y justificar así un abusivo dominio masculino es un error. Por eso sería una triste paradoja que la Iglesia fuera hacia atrás respecto al mundo en estos legados en pos de la mujer que no son ni feminismo políticamente correcto ni teología liberal sino un legado netamente evangélico que por milenios ha tratado de pisotearse por la serpiente y por el pecado humano. Es evidente que el cristiano debe defender el inmovilismo de todos los principios bíblicos, pero la injusticia surge cuando arraigadas tradiciones milenarias dificultan el continuo reto reformista de la revelación liberadora del Espíritu. Debemos discernís los tiempos y aquello que es circunstancial, externo y que golpea al viejo hombre como el nefasto enseñoramiento de la mujer vaticinado en la maldición del Edén ( Génesis 3:16 ).
ACCIÓN DE AMOR, NO DE DOLOR
En un debate televisivo hablaban acerca de la pornografía y de la apertura a la libertad sexual tras la dictadura de Franco en España. Una de las chicas, actriz porno, afirmaba con orgullo que “ como en aquella época nos reprimieron, ahora nos toca a nosotros desfogarnos ”. Sus palabras y tono evidenciaban un estado más de revancha y malestar que la alegre vivencia de una supuesta libertad conquistada. Sin embargo, hay diferencia entre una acción liberadora sustentada en el perdón y una contrarreacción dolorosa cargada de amargura.
La mujer está llamada por Dios a que no sea el rencor sino el amor y la verdad lo que propulse la búsqueda de su libertad y los propósitos a los que Dios le ha llamado de forma particular. Gracias a Dios, Cristo trae un Reino de justicia y de paz, un Reino sobrenatural en el que todos estamos llamados a “ someternos los unos a los otros ” ( Efesios 5:21 ) pues en Cristo “ todos somos sacerdotes ” ( Apocalipsis 1:6 ) para ser parte de la regeneración del Espíritu, bendecir y crecer sin más límites que los que Dios disponga, pues si alguno está en Cristo, nueva criatura es; las cosas viejas pasaron; y he aquí todas son hechas nuevas ( 2 Corintios 5:17 ).

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¿Palabra del Señor o Palabra de la Iglesia?

Leonardo de Chirico

 

La Biblia en una reciente declaración papal

¿Palabra del Señor o Palabra de la Iglesia?

La Biblia ha sido siempre objeto de una continua polémica entre la Reforma Protestante y el Catolicismo Romano.

8 de mayo de 2011

De modo que, cualquier declaración procedente del Papa sobre este tema debe leerse cuidadosamente por parte de todos aquellos que viven la fe centrada en la Biblia. La declaración de la que estamos hablando procede de un determinado Sínodo, que tuvo lugar en 2008, cuando los obispos católico romanos trataron la siguiente cuestión: “La Palabra de Dios en la vida y en la misión de la Iglesia”. Después de los debates de cada sínodo, es costumbre que el Papa emita un documento escrito que resume lo más esencial de los procedimientos y los declara autoritativos. Este es también el caso de la Exhortación Apostólica Post-Sinodal Verbum Domini (VD, la Palabra del Señor)  promulgada en 2010 por Benedicto XVI.
El documento recuerda la enseñanza CR de la Biblia de la forma en que se ha articulado y enseñado en el siglo XX. En particular, reconoce la Constitución Dogmática del Vaticano II Dei Verbum  (La Palabra de Dios) como la primordial referencia doctrinal para la teología católico romana de la Palabra de Dios y la considera en total continuidad con el Concilio. Lo más interesante es la relación entre la Palabra y la Biblia que se manifiesta en VD.
Para empezar, VD pretende que la Palabra de Dios “precede y excede la Sagrada Escritura, aunque la Escritura, como inspirada por Dios, contiene la palabra divina” (17). VD pretende que la Biblia es la Palabra de Dios en el sentido de que contiene  la Palabra. Existe la Biblia y también existe una palabra adicional más allá de la Biblia, lo cual hace que la Biblia no sea suficiente por sí sola.  Lo que está en juego no es la inspiración divina de la Biblia (que VD afirma con seguridad), sino la suficiencia  de la Biblia y su finalidad . Para el Papa Ratzinger, la Biblia es la Palabra de Dios en cierto sentido, pero la Palabra de Dios es más grande que la Biblia. La última contiene la primera.
Aquí es oportuno hacer un comentario dirigido especialmente a los lectores protestantes.  La teología liberal ha desarrollado su propia teología de la Palabra, por lo cual la relación entre la Palabra y la Biblia se piensa de una forma dialéctica y existencial. En otras palabras, para algunas versiones de la teología liberal, la Biblia es un testimonio (falible) de la Palabra y se convierte en la Palabra de Dios, si alguna vez llega a serlo, cuando el Espíritu habla a través de ella. Ahora, la versión CR de la relación Palabra-Biblia se articula de una forma diferente. La premisa es la misma (o sea, la Biblia contiene  la Palabra) pero la fortaleza de la Palabra viene a través de la tradición de la Iglesia CR.
El desfase entre la Palabra y la Biblia no es existencial sino eclesial. La Iglesia es la cuna de la Palabra, tanto en su forma escrita del pasado (la Biblia) como en sus expresiones actuales (la Tradición). En este sentido, Benedicto XVI escribe: “La Iglesia vive en la certidumbre de que su Señor, que habló en el pasado, continua comunicando hoy su palabra por medio de su Tradición viva y su Sagrada Escritura. En realidad, la palabra de Dios que nos ha sido dada en la Sagrada Escritura como un testimonio inspirado de la revelación, a la vez que la Tradición viva de la Iglesia, constituye la norma suprema de la fe” (18). La Biblia se mantiene, pero debe ir siempre acompañada y además es superada por la tradición viva de la Iglesia, más amplia y más profunda, que es la forma de la Palabra actualmente. Entre otras cosas, esto significa que la Biblia no es suficiente por si sola para acceder a la Palabra y no es la norma final para la fe y la práctica. La Biblia debe completarse mediante el Catecismo de la Iglesia Católica que es “una significativa expresión de la Tradición viva de la Iglesia y una norma segura para la enseñanza de la fe” (74).
De este modo VD sustenta un punto de vista dinámico de la Palabra según el cual la Biblia es un estuche divino de la Palabra. Sin embargo, el punto de referencia definitivo de la Palabra es la Iglesia de la que la Biblia proviene y mediante la cual resuena actualmente la Palabra de Dios.
Muchas preguntas surgen a partir de la imagen descrita por VD que es totalmente coherente con el Vaticano II y, desde luego, con el Concilio de Trento.  Puesto que VD no es un tratado sistemático, sino una exhortación escrita, solamente se tratan algunos puntos para explicar la forma en que la Iglesia se relaciona con la Palabra.
Primero, el papel de las “revelaciones privadas”  ( p.e. las visiones marianas y las sucesivas revelaciones autorizadas por la Iglesia CR). Junto a la Biblia, “introducen nuevas prioridades, dan lugar a nuevas formas de piedad, o agudizan las antiguas” (14). Las revelaciones privadas son la base para los cultos marianos de Lourdes, Fátima y Medjugorie, por ejemplo. Para los evangélicos, estos cultos no encajan con la enseñanza bíblica fundamental, a pesar de que el método para las “revelaciones privadas” es la tradición de la Iglesia, no la Biblia sola. Para los CR cimentar la fe en la Biblia es importante, pero no concluyente. Existen pautas complementarias para el discernimiento espiritual que van más allá de la Escritura.
Segundo, la lectura “eclesial” de la Biblia.  Según VD, la Escritura no debe leerse nunca por cuenta propia. Su lectura debe ser siempre una “experiencia eclesial”, o sea, tiene que hacerse en comunión con la Iglesia. El tema que está en peligro no es únicamente el metodológico, o sea, hacer algo así como reemplazar la lectura privada por grupos de estudio a nivel parroquial presididos por un sacerdote, sino también el hermenéutico. “Una interpretación auténtica de la Biblia siempre tiene que estar en armonía con la fe de la Iglesia Católica” (30). Leer la Biblia es un ejercicio que se hace de conformidad con la iglesia institucional, tanto en sus formas como en sus resultados.
Aparentemente, hay mucha sabiduría en estas afirmaciones, considerando principalmente que existen riesgos reales de dejarse llevar por la fantasía, el individualismo, hacer interpretaciones torpes, etc., por parte de algunos lectores aislados de la Biblia. No obstante, aquí falta algo. Es muy desafortunada la actitud de una Iglesia que ha prohibido, durante siglos, la lectura de la Biblia en las lenguas vernáculas, y ahora no ofrece ni una simple palabra de arrepentimiento.
Por otro lado, resulta asimismo desconcertante que una Iglesia que ha evitado que la gente tuviera acceso a la Biblia hasta hace cincuenta años, no dedique ni una sola palabra a destacar la necesidad que tiene de autocorrección y vigilancia. Además, si la lectura de la Biblia debe hacerse siempre bajo la pauta de la institución, ¿qué ocurre si esta institución cae en el error, la herejía o la apostasía?  ¿Cómo corrige el Espíritu a una iglesia pecadora si no es mediante la Palabra bíblica? A lo largo de la historia de la Iglesia, la enseñanza de la Biblia tenía que hacerse, a veces, en contra dela iglesia institucional y en contra de su consenso. Unicamente una Iglesia que se autoproclama indefectible puede pedir total sumisión a “la vigilante mirada del sagrado magisterio” (45) sin encontrarse con un obstáculo final. Aquí está en juego la cuestión: ¿quién tiene la última palabra? ¿La Biblia o la Iglesia CR? Puesto que la Iglesia es “el hogar de la palabra” (52), VD responde: ¡la última!
Tercero, la práctica de la interpretación bíblica. Una lectura CR de la Biblia adecuadamente definida requiere la aceptación de la unidad del conjunto de la Escritura (“exégesis canónica”), así como también la obediencia a la Tradición viva de toda la Iglesia y la combinación entre el nivel de interpretación histórico-crítico y el teológico (34). La Iglesia CR recela de los dos extremos: Por una parte teme la arrogancia crítica que corta la unidad de la Biblia y rechaza sus orígenes divinos; por la otra, también desconfía del enfoque fundamentalista que ofrece interpretaciones “subjetivas”, “arbitrarias” y “antieclesiales (44). A este respecto se pueden hacer dos breves observaciones.
1.  Benedicto XVI es frecuentemente presentado a la opinión pública como un campeón de la “espiritual” lectura de la Biblia (p.e. su aclamado libro Jesús de Nazaret, 2007). Sin embargo, VD reconoce fácilmente los beneficios de los métodos histórico-críticos (32) al tiempo que rechaza sus demandas extremas cuando son contrarias a las consideraciones “teológicas”. Aunque no se considera un liberal, Ratzinger no pertenece a la misma tipología de erudición conservadora bíblica que puede encontrarse en los círculos evangélicos. Cualquier simple superposición enturbia las aguas.
2.  El fundamentalismo no se define de ninguna manera, pero es el destinatario de fuertes críticas. No se ofrecen referencias de la literatura fundamentalista pero en su lugar se hacen declaraciones negativas en lo que concierne a la teoría del dictado, o a la falta de reconocimiento del lenguaje bíblico como si estuviera ajustado a los tiempos y a las culturas. ¿Quién se cree que la Biblia fue dictada maquinalmente o que su lenguaje es de una realidad angelical? La impresión que se obtiene es que en este sentido VD juega contra un hombre de paja.
Cuarto y último, el contexto litúrgico de un enfoque adecuado de la Escritura. Leer la Biblia como una experiencia eclesial significa que debe hacerse en un contexto litúrgico establecido por la Iglesia CR. “El lugar privilegiado para la devota lectura de la Sagrada Escritura es la liturgia y, en especial la Eucaristía, en la cual, al celebrar el Cuerpo y la Sangre de Cristo en el sacramento, la propia palabra está presente y operando en medio de nosotros” (86). La audición de la Palabra de Dios es provechosa cuando se dan ciertas condiciones: la administración de la Eucaristía (54) y otros sacramentos (61), la Liturgia de las Horas (62), la práctica de obtener indulgencias (87), y la recitación del Santo Rosario (88). Según VD, la Biblia no puede nunca ir sola, sino que siempre debe estar rodeada de una parafernalia eclesiástica que informa, dirige y domina la lectura bíblica y su interpretación. Al hacerlo de esta forma, la Biblia nunca es libre  para guiar a la Iglesia sino que perpetuamente está condicionada por las prácticas extra-bíblicas de la Iglesia.
Es una buena noticia que la declaración papal aliente la lectura de la Biblia, pero el problema fundamental permanece: La palabra de la Verbum Domini  ¿es la de la Biblia o la de la Iglesia?

Autores: Leonardo de Chirico

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