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“Teologia da prosperidade é a ‘bela mentira’ que a igreja ama”, alerta teóloga

Doutora em teologia, Kate Bowler se aprofundou no tema após ser diagnostica com câncer

          “Teologia da prosperidade é a ‘bela mentira’ que a igreja ama”

Uma professora de teologia de uma universidade renomada nos EUA vinha se dedicando há anos ao estudo da “teologia da prosperidade”. Contudo, sua vida mudou após ela ser diagnosticada com câncer.

Kate Bowler, da Duke Divinity School em Durham, Carolina do Norte, decidiu escrever um livro contando como mesmo para alguém criada na igreja e com formação teológica é fácil ser enganado pelo discurso do púlpito de que “saúde e prosperidade material” são consequências naturais da fé.

O argumento central de seu livro Everything Happens for a Reason: And Other Lies I Loved [Tudo acontece com um propósito e outras mentiras que amamos] é que existem certos chavões repetidos exaustivamente nas igrejas que nunca fizeram parte do evangelho. Para a autora, essa é mais uma “bela mentira” amada e repetida na igreja sem que se faça uma análise sobre o que isso realmente significa.

Dois anos atrás, aos 35 anos, Bowler foi diagnosticada com câncer de colo de útero, em estágio avançado. Era um tumor agressivo e “incurável”, que acabou se espalhando por seu fígado. Desenganada pelos médicos, ela decidiu escrever sobre sua crença de que esse tipo de situação não poderia acontecer com “pessoas como ela”.

Sua conclusão é que os cristãos estão acostumados com “clichês” sobre fé que, na verdade, são mentiras, mas que fazem os fiéis sentirem-se bem. Ela já havia escrito outra obra sobre o tema em 2013: “Blessed: A History of the American Prosperity Gospel” [Abençoado: A História do Evangelho da Prosperidade].

Oriunda de uma família batista tradicional, ela passou a ser influenciada pela pregação que via na televisão nos anos 1990, no auge de pregadores como Benny Hinn.

Bower relata que crê na cura divina, mas que desconfia da aparente “facilidade” que isso ocorre em frente as câmeras nas cruzadas de grandes expoentes desse tipo de ministério.  Suas críticas também incluem pregadores como Rick Warren, que apresenta um evangelho onde tudo ocorre com um “propósito”. Não por acaso esse é o nome de seus livros mais famosos: “Uma igreja com propósitos” e “Uma vida com propósitos”.

Segundo a erudita, esse tipo de discurso gera nas pessoas uma “supervalorização” das dificuldades e sofrimentos da vida que acaba sendo prejudicial para os cristãos, uma vez que não se sustenta à luz das Escrituras.

“O que consumimos no banco da igreja é, cada vez mais, uma teologia onde tudo é progresso para nossa vida, até mesmo as dores… Eu não acredito mais nisso. Durante muito tempo acreditei que a vida era apenas uma série de ‘escadas’ e, se eu continuasse me esforçando, chegaria a algum lugar de sucesso”, explica.

Contudo, o diagnóstico de câncer mudou toda a sua perspectiva de vida. E, consequentemente, do que ela cria. Bower não acha que o evangelho é o oposto, apenas sofrimento, mas entende que geralmente o assunto não é tratado de forma sadia nas pregações.

“[Durante o tratamento do câncer] Eu senti a presença de Deus. Senti também o amor de outros cristãos. Quando comuniquei que estava doente, minha igreja orou por mim, fizeram até uma corrente de orações para que eu fosse curada”, revela.

Ainda em tratamento, além do livro ela tem escrito alguns artigos sobre o tema. Na revista Vox  ela faz uma longa reflexão sobre o que chama de “Deus do Se” – se eu orar, se eu contribuir, se eu crer…

Ela testemunha: “Antes da doença, eu estava mergulhada na expectativa da eterna juventude. Minha vida era algo que eu poderia conduzir, ou pelo menos tentar, se tivesse determinação o suficiente. Eu tinha a confiança ilimitada que o evangelho da prosperidade chama de ‘vitória’. Nada estava além da minha capacidade de crer…. O que faz a teologia da prosperidade ser popular é a promessa que teremos uma vida sem dificuldades ou que tudo pode ser restaurado em algum momento. Mas a verdade é que, muitas vezes, estamos presos em corpos fracos, vivendo relacionamentos difíceis e situação que fogem ao nosso controle… Eu sempre amei ouvir sobre a garantia que ‘o melhor ainda está por vir’, trechos de versículos aliados a conselhos otimistas de pastores e amigos… Porém, só o que me restou agora, contemplando a proximidade da morte iminente, é saber que Deus me salvou”. Com informações de Christian Post

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“Tem muito joio no meio dos evangélicos”, reclama Danilo Gentili

Para humorista, “O verdadeiro evangélico pode fazer a diferença”

          “Tem muito joio no meio dos evangélicos”

No Programa Raul Gil que foi ao ar no sábado (10), o convidado do quadro “Para Quem Você Tira o Chapéu?” foi Danilo Gentili, apresentador do talk show The Noite.

Conhecido por ser o único humorista conservador com programa próprio na televisão brasileira, durante sua participação na atração sabatina ele não fugiu ao seu estilo e fez pesadas críticas a Nicolas Maduro, Fidel Castro e ao “jornalismo moderno”.

Ao tirar o chapéu com a palavra “evangélicos”, Gentili surpreendeu ao contar a parábola de Jesus sobre o joio e o trigo. “Tô tirando o chapéu para a boa semente, mas tem muito joio no meio”, afirmou ele.

“Tiro o chapéu para os evangélicos de verdade, para os pastores de verdade. Tem muito estelionatário. É o pior tipo. Esses eu não sei o que vão falar quando chegarem na frente de Deus”, comentou.

Dialogando com Raul Gil, destacou: “O verdadeiro evangélico, o verdadeiro pastor, ensina que você está na igreja se dar para Deus, não para fazer Deus de escravo e dar coisas para você”.

Para o humorista é a mesma lógica do conhecido 171: “O estelionatário sempre joga com a ambição da vítima. Você quer coisa fácil? Então vem aqui que dou coisa fácil… cai na conversa do estelionatário e fica sem as coisas”.

No telão, era apresentada a palavra “Jesus”. Gentili ele insistiu que sabe como “O verdadeiro evangélico pode fazer a diferença. Quando a igreja é comprometida, quando o pastor é comprometido, faz muita diferença”.

O humorista contou que frequentava a igreja batista na juventude, mas hoje não se considera evangélico. “Eu sou cristão. Acredito que a salvação é individual. Não é uma igreja que vai te salvar, mas eu sei que há muito evangélico sério que é prejudicado por esses estelionatários. Quem está queimando o filme não é o diabo… muitas vezes o inimigo do evangélico é esse que está dentro da igreja é o joio no meio do trigo”, disparou.

Citou vários trabalhos de apoio a comunidade feitos por igrejas sérias e lembrou que existe perseguição acirrada, “muitos evangélicos morrem hoje no mundo por sua fé e a imprensa não fala muito”.

“É um tabu! Geralmente hoje na imprensa o cristão é sempre o vilão”, destacou, lembrando que há muitos que dedicam suas vidas nos campos missionários para levar a Palavra e morrem fazendo isso.

Finalizou dizendo: “Espero que tenha cada vez menos estelionatário nesse meio. Para mim, o pior pecado é usar o nome de Deus para enganar os outros”.Com informações do Gospel Prime

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Ciência

Cientistas criam “híbridos” de homem e ovelha visando cultivar órgãos para transplante

Notícia gera amplo debate na esfera da bioética e acusações sobre “brincar de Deus”.


          Cientistas criam “híbridos” de homem e ovelha

No ano passado, uma equipe de pesquisadores dos EUA produziu “embriões híbridos”, a partir da mistura de células humanas em embriões de porco, gerando o que foi chamado de quimeras interespécies. O nome se refere a criaturas mitológicas resultantes da mistura de diferentes tipos de animais.

A notícia gerou amplo debate na esfera da bioética e acusações que eles estavam “brincando de Deus”. Mesmo assim, voltaram a fazer experimentos, desta vez com ovelha. Segundo os cientistas, o objetivo seria cultivar órgãos para transplantes.

Trata-se de mais um experimento onde partes do corpo humano são cultivadas dentro de animais. Surgiu assim a primeira quimera de “ovelha-humana”, com a introdução de células-tronco humanas em embriões de ovelhas.

O resultado é uma criatura 99% ovelha e 1% humana. Embora os embriões criados em laboratório tenham sido destruídos após 28 dias, esse tipo de pesquisa voltou a criar controvérsias.

O doutor Hiro Nakauchi, da Universidade de Stanford, um dos líderes da equipe, insiste que “O contributo das células humanas até agora é muito pequeno. Não é um animal com rosto humano ou cérebro humano”.

Durante uma apresentação no encontro anual da American Association for the Advancement of Science, no Texas, ele mostrou que apenas uma em cada 10.000 células nos embriões ovinos era humana.

Apontada como uma “nova solução” para as centenas de milhares de pessoas que aguardam por doação de órgãos, a tentativa de criação artificial desse tipo de vida encontra resistências até no meio acadêmico.

O biólogo reprodutivo Pablo Ross, da Universidade da Califórnia, que também colaborou na experiência, explica que as ovelhas têm certos órgãos – como o coração e os pulmões – que são semelhantes aos nossos e seriam do tamanho certo para o implante no corpo humano.

As pesquisas com porcos continuam, lembra Ross, observando que eles têm outros benefícios, incluindo a velocidade de crescimento. Porém, reconhece que essa mistura de elementos nas quimeras gera preocupações. “Se nossos resultados indicarem que as células humanas chegaram ao cérebro do animal, então talvez nunca possamos levar isso adiante”.

O argumento de Ross é que “Todas as abordagens são controversas, e nenhuma delas é perfeita, mas oferecem esperança às pessoas que morrem diariamente”. Para, ele é necessário “explorar todas as alternativas possíveis para fornecer órgãos aos doentes”. Com informações The Guardian