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Vaticano irá realizar cúpula para discutir casos de abusos sexuais

Fonte: Folha.com

O papa Bento 16 irá reunir cardeais do mundo todo em Roma na próxima semana para discutir escândalos sexuais envolvendo membros da Igreja Católica, além de outras questões envolvendo a instituição, informou o Vaticano nesta segunda-feira. A cúpula — que ocorrerá no próximo dia 19– será presidida pelo cardeal americano William Levada.

A reunião será um dia antes da cerimônia em que Bento 16 irá nomear 24 novos cardeais, e da qual costumam participar membros do alto clero do mundo todo. De acordo com o Vaticano, a cúpula será um dia de "reflexão e orações", que também incluirá discussões sobre a ameaça à liberdade religiosa, a relação com outras religiões e os procedimentos que devem ser seguidos para que anglicanos insatisfeitos possam se integrar à Igreja Católica.

Nesta segunda-feira, cinco bispos ingleses anunciaram que iriam se converter ao catolicismo, depois do convite de Bento 16 para a integração dos anglicanos.

Alegações de abusos contra clérigos tomaram dimensão internacional, com a revelação de milhares de supostas vítimas e de indícios de que inúmeros casos foram acobertados pelo Vaticano durante décadas. As revelações abalaram a igreja neste ano, particularmente na Europa, nos Estados Unidos e na Austrália.

Desde a eclosão de uma série de escândalos em vários países neste ano, e sob fortes críticas de que o Vaticano teria feito vistas grossas, o papa tem feito reiteradas declarações públicas condenando os casos. Ele já admitiu que a Igreja não tomou medidas suficientes para deter os abusos e se reuniu com vítimas do mundo todo, prometendo combater a ocorrência de novos abusos.

No mês passado, ele disse que os abusos são "absolutamente reprováveis", mas não podem desacreditar a missão sacerdotal, e que na vida celibatária se pode viver "uma humanidade autêntica, pura e madura".

Em visita ao Reino Unido em setembro, Bento 16 já havia condenado a "perversão" de sacerdotes e lamentado a falta de vigilância da igreja para os casos de pedofilia. Em junho deste ano, ele chegou a "implorar perdão" a Deus e às vítimas de abusos sexuais por sacerdotes.

Bernie McDaid e Gary Bergeron, fundadores do site de vítimas de abusos (www.survivorsvoice.org), disseram na última sexta-feira (5), em coletiva de imprensa, que iniciariam uma petição para que a Organização das Nações Unidas considere a pedofilia sistêmica um crime contra a humanidade.

"Não somos aleijados. Somos pessoas feridas e que agora estão dispostas a falar sobre isso. A culpa e a vergonha estão encobertas", afirmou McDaid, que se tornou uma das primeiras vítimas de abuso a se encontrar com o papa, em Washington, há dois anos.

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Don Eugênio Sales lamenta a conversão forçada de Dilma

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às 4:49

“Lamento a conversão forçada de Dilma”

Por Alfredo Junqueira, no Estadão:
O cardeal e arcebispo emérito do Rio de Janeiro, d. Eugênio Sales, que completa 90 anos hoje, lamentou o que chamou de conversão tardia da presidente eleita, Dilma Rousseff, na reta final da campanha eleitoral. O religioso disse temer a pressão que grupos favoráveis à descriminalização do aborto e aos direitos dos homossexuais farão sobre a presidente. “Espero que o compromisso, que ela assumiu, ela possa cumprir.”

Apesar de classificar o homossexualismo como “anormalidade” e dizer que uma de suas preocupações no mundo é a China, d. Eugênio nega ser conservador ou reacionário. Cita como exemplo a ajuda que deu a “milhares” de refugiados de ditaduras sul-americanas e a animosidade que sofreu de militares brasileiros por se opor à tortura de presos políticos. O cardeal repudia abusos cometidos por padres contra crianças, mas compara as denúncias de pedofilia a campanhas difamatórias nas quais o Vaticano foi acusado de conivência com o Holocausto. Nascido em Acari, no Rio Grande do Norte, d. Eugênio foi ordenado padre aos 23 anos. Aos 33, já era bispo e tornou-se cardeal aos 48. Para ele, seu mérito foi a fidelidade à Igreja.

Como o sr. acompanhou esse processo eleitoral em que a questão religiosa entrou de forma tão enfática no debate?
Sou inteiramente contrário ao aborto e à exaltação dos homossexuais. Casamento de homem com homem é um erro. Sou contra, mas sempre digo que é importante ter paciência com as pessoas. É uma aberração da natureza. Mas não se pode jogar pedra.

O que o sr. achou desses temas terem sido usados pelos candidatos?
Lamento que isso tudo tenha acontecido e também lamento a conversão forçada da presidente eleita. Na véspera da eleição, ela declarava “não sei se é válido”, tinha uma posição. Mas também não digo se ela está sendo ou não sincera. Achei que poderia haver recuo. Graças a Deus, parece que não está acontecendo isso.

Houve uma conversão forçada da presidente eleita?
Não posso julgar a pessoa. Não sei dizer. Trato bem, mas sem elogios.
(…)
Como o sr. avalia a situação do mundo hoje?
O mundo é feito de homens e os homens são limitados. Eles assumem posições que nunca levam à concórdia. Tem muita coisa difícil ainda. A China, por exemplo. Ainda é um regime marxista.
(…)
E quanto ao posicionamento do papa Bento XVI?
Ele foi bem. Disse que os bispos tinham razão em ensinar a verdade. Acho também. Não havia motivo de causar espécie.

O sr. está completando 90 anos de vida e 67 de sacerdócio. O que foi mais importante para o sr. nesse período?
É difícil distinguir umas coisas de outras. Mas eu acho que foi a fidelidade e a dedicação total à Igreja. Eu acho que esse foi o ponto que marcou. Acho que sou uma pessoa muito normal. Não sou excepcional.
(…)
O sr. considera ter sido patrulhado pela esquerda no Brasil?
A esquerda não me tolerava. Para eles, eu era conservador, golpista.

Dos momentos mais importantes da história recente do País, o que mais marcou o sr.?
Passei por momentos difíceis. Nos anos 70, um argentino veio pedir abrigo. Rezei para decidir o que fazer. Como cidadão, não podia abrigá-lo, já que ele fugiu de outro país. Mas, como pastor, tinha a obrigação. Foram milhares (de refugiados acolhidos). Uns 5 mil. Isso gerou animosidades, mas é motivo de satisfação na minha vida pastoral. Aqui

Por Reinaldo Azevedo

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ERITRÉIA – Governo prende 11 cristãos em nova onda de perseguição

     Em 20 de outubro oficiais do governo da Eritreia prenderam 11 cristãos e os levaram para local desconhecido. Oficiais de segurança eritreus sitiaram os cristãos nas cidades de Mendefera, Dekemharre e Dibarwa, cumprindo um mandado de Mustafá Nurhussein, governador das províncias do sul do país, que determinou uma perseguição aos cristãos de suas províncias.
     Os oficiais também confiscaram televisores, aparelhos de DVD e outros equipamentos eletrônicos pertencentes aos cristãos.
     A maioria dos detidos faz parte da Full Gospel Church (Igreja do Evangelho Pleno, tradução livre), que está entre as denominações cristãs banidas pelo governo daquele país em 2002. A Eritreia só reconhece oficialmente quatro grupos religiosos: o islã, a Igreja Ortodoxa Eritreia, a Igreja Católica Romana e a Igreja Evangélica Luterana da Eritreia. Até membros de grupos cristãos reconhecidos não vêm escapando da perseguição.
     Em maio de 2007, oficiais eritreus depuseram Abune Antonios, o patriarca da Igreja Ortodoxa no país, e o confinaram em prisão domiciliar. O patriarca e vários membros daquela igreja ainda são mantidos sob custódia.      
     Os agentes do governo comunistas da Eritreia já prenderam mais de 3 mil cristãos, mantendo-os sob condições desumanas, encarcerados em containers de metal, barracas militares e calabouços subterrâneos. Muitos têm morrido pelas torturas e pelos maus tratos nas prisões.    
     O representante da ICC na África, Jonathan Racho, afirmou: “É com pesar que recebemos a notícia da detenção de mais 11 cristãos. O governo eritreu continua a maltratar os cristãos de seu país por praticarem a sua fé. Nós solicitamos à Eritreia que  liberte imediatamente estes 11 cristãos e os mais de 3 mil que estão presos ilegalmente. E perguntamos: Onde está o clamor da comunidade internacional contra os abusos sofridos pelos cristãos da Eritreia?”

Data: 6/11/2010
Fonte: Portas Abertas