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Papa Francisco diz que inferno não existe; Vaticano se retrata

O papa Francisco afirmou nesta quinta-feira (29), a três dias da Páscoa, que “o inferno não existe”, segundo relato feito pelo jornal italiano La Repubblica.

Em conversa com o jornalista Eugenio Scalfari, de 93 anos, fundador da publicação, o sumo pontífice teria dito que as almas dos pecadores simplesmente desapareciam após a morte.

O Vaticano pediu para que as palavras sejam desconsideradas.

Scalfari não estava realizando uma entrevista com o papa quando obteve as aspas que, segundo afirmou, reproduziu de sua memória, pois não as havia gravado ou escrito.

“O inferno não existe, o desaparecimento das almas dos pecadores existe”, escreveu o jornalista e filósofo em artigo disponível somente para assinantes.

O papa e o jornalista costumam se encontrar com alguma frequência, tendo esse sido o quinto encontro, segundo o jornal The Times, que repercutiu o artigo.

“Eles não são punidos, aqueles que se arrependem obtêm o perdão de Deus e vão entre as fileiras das almas que o contemplam”, afirmou o padre em aspas reproduzidas pelo jornal britânico. “Mas aqueles que não se arrependem e, portanto, não podem ser perdoados, desaparecem.”

O Vaticano, em nota, afirmou que o encontro foi de caráter privado por ocasião da Páscoa e que as palavras são reconstrução do jornalista.

“O Santo Padre Francisco recebeu recentemente o fundador do jornal La Repubblica em uma reunião privada por ocasião da Páscoa, sem lhe dar nenhuma entrevista”, diz nota.

E acrescenta: “O que é relatado pelo autor no artigo de hoje é o resultado de sua reconstrução, em que as palavras textuais pronunciadas pelo papa não são citadas. Nenhuma aspa do artigo mencionado deve ser considerada, portanto, como uma transcrição fiel das palavras do Santo Padre”.

De acordo com o ensinamento tradicional da Igreja Católica, aqueles que morrem em estado de pecado mortal enfrentam o castigo eterno pelo “fogo inextinguível” no inferno.

Esta não foi a primeira vez que o Vaticano teve de se retratar em decorrência de aspas reproduzidas por Scalfari obtidas em encontros privados com o papa. Em 2013, Francisco teve de escrever uma carta ao jornal em resposta a um artigo do jornalista sobre a relação da igreja com os “não crentes”.

Fonte: Veja via Cidade Verde

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CONTINUE GRITANDO, NÃO FIQUE ANESTESIADO, PAPA DIZ AOS JOVENS

Francis falou um dia após centenas de milhares de jovens americanos e seus partidários terem respondido a um apelo à ação de sobreviventes do massacre do liceu da Flórida no mês passado.
POR REUTERS
  
Papa Francisco

CIDADE DO VATICANO – O papa Francisco, iniciando os cultos da Semana Santa que levam à Páscoa, pediu aos jovens no domingo que continuem gritando e não permitam que as gerações mais antigas silenciem suas vozes ou anestesiam seu idealismo.

Francis falou um dia depois de centenas de milhares de jovens americanos e seus partidários terem respondido a um apelo à ação de sobreviventes do massacre do liceu da Flórida no mês passado e se reunido nos Estados Unidos para exigir leis mais severas sobre armas.
Ele não mencionou as manifestações. O Catholic News Service (CNS) disse que Gabriella Zuniga, 16 anos, e sua irmã Valentina, 15, ambas estudantes da Escola Stoneman Douglas, na Flórida, onde 17 pessoas morreram em fevereiro, compareceram ao serviço com seus pais. 

A CNS publicou uma foto dos dois cartazes na praça de São Pedro, com uma leitura: “Proteja nossos filhos, não nossas armas”.

Francisco, de 81 anos, conduziu um longo e solene culto no Domingo de Ramos, diante de dezenas de milhares de pessoas na praça, muitas delas jovens para o Dia Mundial da Juventude da Igreja Católica.

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Carregando um ramo de palmeira conhecido como ” palmurello ” , Francis conduziu uma procissão em frente à maior igreja da cristandade para comemorar o dia em que a Bíblia diz que Jesus entrou em Jerusalém e foi saudado como salvador, apenas para ser crucificado cinco dias depois.

“VOCÊ TEM EM TI PARA GRITAR”

Baseando-se em paralelos bíblicos, Francisco exortou os jovens da multidão a não se deixarem manipular.

“A tentação de silenciar os jovens sempre existiu”, disse Francis na homilia de uma missa.

“Há muitas maneiras de silenciar os jovens e torná-los invisíveis. Muitas maneiras de anestesiá-los, fazê-los ficar quietos, não perguntar nada, não questionar nada. Há muitas maneiras de sedá-los, impedi-los de se envolver, fazer sonhos planos e tristes, mesquinhos e queixosos “, disse ele.

Alunos do ensino médio seguram cartazes com os nomes das vítimas do tiroteio na Marjory Stoneman Douglas High School enquanto marcham por leis de armas mais seguras / JONATHAN DRAKE / REUTERS

Alunos do ensino médio seguram cartazes com os nomes das vítimas do tiroteio na Marjory Stoneman Douglas High School enquanto marcham por leis de armas mais seguras
/ JONATHAN DRAKE / REUTERS
“Queridos jovens, vocês têm em você a gritar”, disse ele aos jovens pessoas, exortando-os a ser como as pessoas que acolheram Jesus com as palmas das mãos, em vez daqueles que gritavam por sua crucificação poucos dias depois.

“Cabe a você não ficar quieto. Mesmo que os outros fiquem calados, se nós, pessoas mais velhas e líderes, alguns corruptos, ficarmos quietos, se o mundo inteiro ficar quieto e perder a alegria, eu lhe pergunto: você vai gritar? ”

Os jovens da multidão gritaram: “Sim!”

Embora Francis não tenha mencionado as marchas de sábado nos Estados Unidos, ele frequentemente condenou a fabricação de armas e os tiroteios em massa.

O Domingo de Ramos marcou o início de uma agitada semana de atividades para o papa.

Na quinta-feira santa ele deve presidir dois cultos, incluindo um em que ele vai lavar os pés de 12 presos em uma prisão de Roma para comemorar o gesto de humildade de Jesus para com seus apóstolos na noite anterior à sua morte.

Na sexta-feira santa, ele deve liderar uma Via Crucis ( Caminho da Cruz) procissão no Coliseu de Roma. No sábado à noite ele lidera um culto de vigília de Páscoa e no domingo de Páscoa ele entrega sua mensagem semestral “Urbi et Orbi” (para a cidade e o mundo ).

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Brasil tem mais de 4 milhões de desigrejados, segundo IBGE

Grupo se reúne em uma casa para cultoGrupo se reúne em uma casa para culto

É inegável o crescimento da Igreja evangélica no Brasil nos últimos anos. Ao mesmo tempo, também avança o número de crentes que se desvinculam das estruturas denominacionais e vão viver a fé de forma diferente, fora do sistema e de tudo que ele representa. Há quem os chame de “desigrejados”, “crentes reconfigurados” ou “Igreja orgânica”.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre os anos de 2003 e 2009 o número de brasileiros que se declaram evangélicos, mas não frequentam igrejas cresceu de 0,7% para 2,9%.

Esse grupo são os chamados desigrejados, evangélicos que continuam a seguir os preceitos da religião, mas que não pertencem a nenhuma denominação. Esse número é algo em torno de 4 milhões de pessoas.

Entre essas pessoas estão tanto aqueles que frequentam 2 e até mesmo 3 igrejas, sem criar vínculo com nenhuma, como quem desistiu de se tornar membro de uma igreja e prefere não ir para nenhuma denominação.

Ainda que não sejam confundidos com os “desviados” (quem deixa de praticar a fé evangélica), os desigrejados enfrentam diversas críticas, pois para muitos pastores e teólogos é impossível ser cristão sem estar ligado à uma igreja.

“Viver sem igreja está errado. Tentar ser crente em casa, sozinho, tá errado também”, declarou o reverendo Augustus Nicodemus da Igreja Presbiteriana do Brasil em um vídeo postado em seu canal do Youtube.

Com todo o seu repertório histórico e conhecimento, o reverendo lembrou que os desigrejados não são uma invenção da modernidade, pois na história da igreja houve vários grupos de pessoas que queria se organizar de forma informal.

A diferença de hoje é que muitos dos desigrejados estão decepcionados com a forma que as denominações estão organizadas e criticam o perfil mercadológico de muitas delas. “Criticar a igreja organizada, como se ela fosse a mãe de todos os males, tá errado, é ingratidão e desconhecer a história da igreja também. O que devemos fazer é reconhecer a necessidade de estarmos juntos com nossos irmãos e obedecermos ao que Jesus mandou em termos de membresia”, declarou.

Nicodemus ensina que jamais podemos deixar a igreja e achar que ela é desnecessária para a vida de um cristão. “Jesus mandou batizar, Jesus mandou discipular, Jesus disse que tinha de ter disciplina, que se o irmão pecasse e não se arrependesse tinha de ser excluído, Jesus falou da liderança da igreja, o apóstolo Paulo constituía presbíteros e diáconos. Então, tudo isso implica um mínimo de estrutura para que você obedeça essas ordens do Senhor Jesus”, disse.

Desigrejados: fenômeno vira tema de livros

O pastor Daniel de A. Durand é autor do livro “Desigrejados”, que traça o perfil do evangélico que resolve deixar a igreja para viver uma fé longe das organizações. Além de explicar que são essas pessoas e o que as levam a tomar essa atitude, o autor refuta as heresias sobre não precisar estar incluso em uma igreja para viver a vida cristã.

Como professor de teologia, tem lecionado voluntariamente na Missão Ceifa em Pacajus (CE), Durand usa o livro para alertar os líderes sobre as mudanças que ele precisa fazer para evitar que o número de desigrejados continue crescendo.

Outra obra sobre o tema é o livro “Os Sem-Igreja”, de Nelson Bomilcar. O livro tenta responder questões e lança reflexões sobre os principais pontos que afastam as pessoas das igrejas e questiona: esta nova geração de cristãos não deveria buscar e insistir em novos caminhos para ser igreja, em vez de simplesmente abandoná-la?.

Fonte: JM Notícia