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‘É impossível escravizar um povo que lê a Bíblia’: Como surgiu a Escola Bíblica Dominical

Criada em 1780 na Inglaterra, a Escola Dominical chegou ao Brasil um século depois através de missionários escoceses.
FONTE: GUIAME, CÁSSIA DE OLIVEIRAATUALIZADO: SEXTA-FEIRA, 16 DE SETEMBRO DE 2022 11:00
Primeira EBD na Assembleia de Deus de São Cristóvão (RJ), em agosto de 1929. Ao centro, os missionários Gunnar e Frida Vingren. (Foto: Escola Dominical/CPAD).
Primeira EBD na Assembleia de Deus de São Cristóvão (RJ), em agosto de 1929. Ao centro, os missionários Gunnar e Frida Vingren. (Foto: Escola Dominical/CPAD).

Neste domingo (18), a Igreja brasileira comemora o Dia Nacional da EBD. Ao contrário do que muitos possam imaginar, a Escola Bíblica Dominical não nasceu em um seminário teológico renomado com os grandes nomes da teologia.

Tudo começou em 1780, na cidade de Gloucester, na Inglaterra, em uma região pobre que sofria com a desigualdade social e com o analfabetismo, durante a Revolução Industrial.

Segundo o site Escola Dominical, da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), o jornalista cristão Robert Raikes se preocupou ao notar que as crianças ficavam vagando nas ruas nos domingos, sem nada para fazer.

Na época, não havia escolas públicas e as crianças pobres trabalhavam 12 horas por dia, de segunda a sábado, nas fábricas. Raikes se preocupou com o futuro daqueles meninos e meninas.


No século 19 na Inglaterra, crianças pobres trabalhavam 12 horas por dia, de segunda a sábado, nas fábricas. (Foto: PhHere).

Foi assim que o jornalista teve a ideia de criar uma escola que funcionasse aos domingos e ensinasse os princípios bíblicos e morais, o civismo, as boas maneiras e a ler e a escrever.

Com a ajuda de algumas senhoras, que iam de casa em casa explicar o projeto e convencer os pais a permitirem que os filhos frequentassem a escola, Raikes conseguiu colocar seu plano em prática e, em 20 de julho daquele ano, foi fundada a Escola Dominical.

Transformando uma cidade inteira através da Bíblia

A escola de Raikes se tornou um sucesso e a procura cresceu tanto que em apenas três anos havia sete Escolas Dominicais, com uma média de 30 alunos, em Gloucester.

O poder do ensino da Palavra de Deus acabou transformando a cidade inteira. Além de tirar as crianças das ruas, as livrando de influências perigosas, em 12 anos após a criação da EBD, não havia um único criminoso para ser julgado na cidade.

Para o teólogo Rodrigo Urccino, a Escola Bíblica tem sido eficaz na formação de melhores cidadãos na sociedade e do caráter de Cristo na Igreja.

“A EBD não é apenas uma escola criada para aumentar nosso conhecimento, mas para transformar nossas vidas e fazer com que os seus alunos sejam capacitados para transformarem a sociedade onde estão inseridos”, ressaltou Urccino, em entrevista ao Guiame.

E acrescentou: “Como bem disse o jornalista norte-americano, Horace Greeley: “É impossível, mental e socialmente, escravizar um povo que lê a Bíblia”.


A Escola Dominical foi criada por Robert Raikes em 1780, na Inglaterra. (Foto: George Romney).

De acordo com a Crich Baptist Church, depois de 50 anos da criação da primeira escola bíblica, as EBDs se espalharam por toda a Inglaterra, educando cerca de mais de 1 milhão de crianças.

Em uma de suas cartas, John Wesley comentou sobre o fenômeno, destacando seu potencial de formar crentes maduros na fé.

“Eu encontro essas escolas surgindo onde quer que eu vá. Talvez Deus possa ter um fim mais profundo nisso do que os homens estão cientes. Quem sabe, algumas dessas escolas podem se tornar berçário para cristãos”, escreveu.

E, de fato, foi isso que aconteceu. Muitos dos grandes pregadores da história do cristianismo, como Charles Spurgeon, forjaram sua fé na Escola Dominical e foram professores da EBD antes de se tornarem evangelistas.

O movimento da Escola Bíblica se espalhou pela Europa e pelos Estados Unidos e nos séculos seguintes, chegou a todas as partes do mundo. Em 1803 foi criada a União das Escolas Dominicais.

A Escola Dominical chega ao Brasil


Primeira EBD na Assembleia de Deus de São Cristóvão (RJ), em agosto de 1929. Ao centro, os missionários Gunnar e Frida Vingren. (Foto: Escola Dominical/CPAD).

No Brasil, a EBD chegou através dos missionários escoceses Robert e Sara Kalley. Em 19 de agosto de 1855, na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro, eles ministraram a primeira Escola Dominical em terras tupiniquins, de acordo com a Igreja Presbiteriana de Pinheiros.

Na ocasião, apenas cinco crianças assistiram a aula. Mas não demorou muito para o trabalho dos missionários florescer e alcançar os lugares mais distantes do país.

Mais tarde, foi essa mesma EBD que deu origem à Igreja Congregacional no Brasil.

Mas, foi no século seguinte que a cultura da Escola Bíblica se espalhou por toda a nação, através dos missionários suecos Daniel Berg e Gunnar Vingren, fundadores da Igreja Assembleia de Deus.

“As Assembleias de Deus, originalmente são igrejas voltadas à Bíblia, ainda que muitos pelo senso comum pensem o contrário, os fundadores e pioneiros do movimento assembleiano eram pessoas muito capacitadas teologicamente”, explicou Urccino, pastor na AD em Guarulhos (SP).

Segundo ele, Gunnar Vingren, por exemplo, aos 18 anos já ministrava aulas na EBD e logo depois, ingressou no Seminário Teológico Batista de Chicago.

“Ficou impregnado em seu coração o poder do ensino bíblico-teológico desde a fundação das Assembleias de Deus”, observou Rodrigo.

A primeira Escola Dominical da denominação aconteceu em agosto de 1911, na casa do irmão José Batista Carvalho, em Belém, no Pará, dois meses após a fundação da Assembleia de Deus.

A escola contava com quatro classes: homens, senhoras, meninos e meninas. Entre os primeiros professores, estavam os missionários Samuel Nyström e Lina Nyström, também pioneiros da AD no Brasil.

No início da década de 1920 no Pará, surgiram as revistas da Escola Dominical. Elas eram publicadas em forma de suplemento no jornal assembleiano Boa Semente.

Chamado de “Estudos Dominicais”, as primeiras revistas foram escritas por Samuel Nystrom, que possuía grande conhecimento bíblico.

Em 1930, no Rio de Janeiro, é criada a revista “Lições Bíblicas”, nome que permanece até hoje.


Uma das primeiras Revistas “Lições Bíblicas”. (Foto: CPAD). 

Nos primeiros anos, a revista era semestral devido a demora da entrega dos correios, naquela época, feita apenas pelo mar. A publicação levava muito tempo para chegar às regiões mais distantes do Brasil.

Com o desenvolvimento das entregas, as Lições Bíblicas passaram a ser trimestrais.

Na década de 1950, a Escola Dominical passou por um grande avanço com a criação da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), contando com grandes nomes da literatura cristã como comentaristas, incluindo Eurico Bergstén, N. Lawrence Olson e Orlando Boyer.

A maior escola do mundo

O pastor Urccino destacou que a Escola Bíblica chegou a todos os cantos do Brasil através da Assembleia de Deus.

“Ela está presente em todas as congregações da denominação, desde as mais periféricas até as mais centralizadas, causando um enorme benefício social (além do espiritual), principalmente nas comunidades mais pobres e carentes”, observou.

Conforme o teólogo, a EBD é a maior e a melhor escola do mundo. “São milhões de pessoas, crianças, adolescentes, jovens e adultos, todos os domingos, estudando as Escrituras Sagradas, fortalecendo os valores centrais do cristianismo e do Reino de Deus”, afirmou Rodrigo.

Além de fortalecer e aprofundar a fé do cristão, a Escola Bíblica protege contra os falsos ensinamentos do mundo.

“A EBD tem contribuído em curto e longo prazo com a manutenção da fé cristã e, de maneira apologética, como um escudo contra as sutilezas de satanás. Ou seja, nela o cristão se reveste de conhecimento para enfrentar as ideologias malignas e as heresias das falsas religiões”, declarou Urccino.

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Pokémon Go e os impactos na vida cristã

Que Deus nos ajude a definir, de fato, quem e o quê possuem prioridade e importância em nossas vidas.

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Ao chegar em casa na hora do almoço, vi no condomínio um marmanjo andando para cima e para baixo com o celular na mão. Minha esposa estava junto comigo e logo me disse: “ele está procurando um Pokémon”. Logo entendi que eu estava por fora da notícia que virou febre mundial, o mais novo game chamado Pokémon Go.

Em suma este game é instalado no smartphone com o objetivo de capturar alguns monstrinhos (Pokémons) que ficam espalhados por diversos lugares. Para isso, é utilizado o sistema de GPS e a câmera do celular que auxiliam na busca e captura dos monstrinhos. Quanto mais monstrinhos são capturados melhor fica a performance do seu treinador (avatar).

Até aí parece ser um ótimo entretenimento para pessoas de idades variadas, entretanto, haveria alguma objeção acerca deste mais novo modismo virtual?

Certamente! Em poucas horas de uso no Brasil este novo fenômeno virtual já tem demonstrado uma série de problemas, tais como: colisões e atropelamentos com veículos; morte de um jovem de 18 anos por invadir uma casa para pegar o animalzinho virtual[1]; acidentes em lagos e rios; roubos de celular, etc… Dizem até que informações privativas, bem como a revelação de coordenadas da casa por meio de registros com a câmera do celular são enviadas a empresa dona do game. A lista de problemas e infortúnios é extensa.

Junto a isso, pesquisas tem revelado a dependência cada vez maior de uso do smartphone (conectado a internet) por esta geração. Não importa a faixa etária! Cada vez mais, crianças, jovens, adultos, idosos, etc., tem demonstrado comportamentos compulsivos no uso das redes sociais como Facebook, WhatsApp, Twitter, Snapchat, etc. No caso do Pokémon Go, a grande sacada é o realismo adaptado ao ambiente virtual, uma vez que o usuário deve literalmente sair procurando pelo bichinho para capturá-lo.

Através da cosmovisão cristã podemos perceber que existem princípios a serem observados em relação ao uso da tecnologia, assim como no caso deste novo game de fama internacional. Um dos princípios mais claros e inerentes neste caso é o ‘correto uso do tempo’. O uso excessivo das mídias sociais e de jogos como esse tem levado as pessoas a consumirem quase todo o tempo do dia em um único aparelho. De modo que, atividades importantes do cotidiano, investimento em relacionamentos familiares, admissão de conhecimento, empreendedorismo, etc., tem sido deixados de lado por uma sociedade cada vez mais virtualmente vaidosa. Se esquecem que há um tempo determinado para cada propósito debaixo do céu (Eclesiastes 3.1).

A virtualidade presente nas redes sociais e em jogos como esse, tem tomado a primazia e a importância dos relacionamentos interpessoais e, principalmente, da intimidade com Deus por grande parte das pessoas que confessam a fé cristã. Não somente a intimidade com Deus, mas a comunhão com os irmãos em Cristo, retratada no livro de Atos, tem dado lugar a uma espécie de “mundo ideal platônico”, onde tudo parece ser a representação perfeita da vida, mas, na prática está mais para uma fuga da realidade do que qualquer outra coisa.

Não precisamos ir muito longe. Basta fazermos uma comparação do tempo que temos disponibilizado para Deus (por meios dos devocionais diários) com o tempo que gastamos conectados por meio do smartphone. Outro ponto interessante é a mudança de comportamento ao dormir e ao acordar. Em ambos os casos, os cristãos se preocupavam em se dirigir a Deus por meio da oração. Hoje em dia o primeiro ato logo após o despertar da manhã ou antes de repousar é o de acessar os ambientes virtuais pelo smartphone.

O resultado disso? Cada vez mais nossa geração está perdendo o interesse pelo conhecimento da revelação de Deus, através das Escrituras Sagradas, aumentando exponencialmente o analfabetismo bíblico-teológico de cristãos confessos que, ao se depararem com ataques do relativismo pós-moderno à sua fé, desmoronam facilmente por não saberem apresentar a razão da esperança que há neles.

De certa forma, ainda é cedo para tirar conclusões contundentes sobre a chegada deste novo game no Brasil. Como qualquer outro entretenimento utilizado de modo sadio, creio não haver prejuízos para os seus usuários. Entretanto, tenho uma expectativa pessimista de que no meio da juventude evangélica se ouça falar e gastar mais tempo com o Pokémon Go do que propriamente com o Reino de Deus e a sua justiça. Espero estar redondamente enganado.

Por fim, tenho uma palavra a você, jovem evangélico, que está afetado por esta febre passageira: que a empolgação com a obtenção de Pokébolas dê lugar a obtenção de sabedoria através da Palavra de Deus. Que a visitação dos PokéStops para ganhos no jogo dê lugar a visitação da presença de Deus por meio da oração aí mesmo no seu quarto. Que a busca pelo crescimento do seu treinador (avatar) dê lugar ao seu próprio crescimento, através de boas leituras, bons hábitos e bons relacionamentos.

E que Deus nos ajude a definir, de fato, quem e o quê possuem prioridade e importância em nossas vidas. Afinal de contas, ficar o dia inteiro correndo atrás de monstrinhos que não existem é de doer né?

[1] http://www.mirror.co.uk/news/world-news/pokmon-go-sees-first-death-8453153, Com informações Gospel Prime.

06-06-16 013

Rev. Ângelo Medrado, Bacharel em Teologia, Doutor em Novo Testamento, referendado pela International Ministry Of Restoration-USA e Multiuniversidade Cristocêntrica é presidente do site Primeira Igreja Virtual do Brasil e da Igreja Batista da Restauração de Vidas em Brasília DF., ex-maçon, autor de diversos livros entre eles: Maçonaria e Cristianismo, O cristão e a Maçonaria,A Religião do antiCristo, Vendas alto nível, com análise transacional e Comportamento Gerencial.

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Por que Deus permitiu que Salomão tivesse tantas mulheres, se ele condena a poligamia?

Por Redação Gospel+-gnoticias – em 4 de maio de 2010

Por que Deus permitiu que Salomão tivesse tantas mulheres, se ele condena a poligamia?

1 REIS 11:1

PROBLEMA: Em 1 Reis 11:3, lemos que Salomão tinha 700 mulheres e 300 concubinas. Mas as Escrituras repetidamente nos advertem contra manter mais de uma mulher (Dt 17:17) e violar o princípio da monogamia – um homem para uma mulher (cf. 1 Co 7:2).

SOLUÇÃO: A monogamia é o padrão de Deus para os homens. Isso está claro nos seguintes fatos: (1) Desde o princípio Deus estabeleceu este padrão ao criar o relacionamento monogâmico de um homem com uma mulher, Adão e Eva (Gn 1:27; 2:21-25). (2) Esta ficou sendo a prática geral da raça humana (Gn 4:1), seguindo o exemplo estabelecido por Deus, até que o pecado a interrompeu (Gn 4:23). (3) A Lei de Moisés claramente ordena: “Tampouco para si multiplicará mulheres” (Dt 17:17). (4) A advertência contra a poligamia é repetida na própria passagem que dá o número das muitas mulheres de Salomão (1 Reis 11:2): “Não caseis com elas, nem casem elas convosco”. (5) Jesus reafirmou a intenção original de Deus ao citar esta passagem (Mt 19:4) e ao observar que Deus “os fez homem e mulher” e os juntou em casamento. (6) O NT enfatiza que “cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido” (1 Co 7:2). (7) De igual forma, Paulo insistiu que o líder da igreja deveria ser “esposo de uma só mulher” (1 Tm 3:2; 12). (8) Na verdade, o casamento monogâmico é uma prefiguração do relacionamento entre Cristo e sua noiva, a Igreja (Ef 5:31-32).

Em resumo, a monogamia é ensinada na Bíblia de várias maneiras: (1) pelo exemplo precedente, já que Deus deu ao primeiro homem apenas uma mulher; (2) pela proporção, já que as quantidades de homens e mulheres que Deus traz ao mundo são praticamente iguais; (3) por preceito, já que tanto o AT como o NT a ordenam (veja os versículos acima); (4) pela punição, já que Deus puniu aqueles que violaram o seu padrão (1 Rs 11:2); e (5) por prefiguração, já que o casamento de um homem com uma mulher é uma tipologia de Cristo e sua noiva, a Igreja (Ef 5:31-32). Apenas porque a Bíblia relata o pecado de poligamia praticado por Salomão, não significa que Deus a aprove.