Aumento da taxa de natalidade de etnia islâmica preocupa
por Jarbas Aragão
Igreja paga membros para terem mais filhos
Uma igreja evangélica no estado de Mizoram, Índia, anunciou que vai distribuir dinheiro para casais que tenham quatro ou mais bebês. A quantia prometida é de 4.000 rúpias para o quarto filho, 5.000 para o quinto e assim por diante. Mil rúpias equivalem a 50 reais.
A Igreja Batista Bazar Veng explica que as quantias são um incentivo para aumentar a taxa de natalidade da etnia Mizo. Seus líderes dizem que não há um limite e investirão tanto quanto for necessário.
A Igreja possui um papel significativo em todos os aspectos da vida da etnia Mizo, onde 87% são cristãos, a maioria evangélicos. Embora a Índia tenha uma grande densidade populacional, passando de 1,3 bilhão de habitantes, a taxa entre os Mizo está declinando.
Lalramleina Pachuau, um dos líderes do Sínodo Mizoram da Igreja Presbiteriana da Índia, explica que sua denominação não oferecerá recompensas em dinheiro, mas também está estimulando as mulheres a terem mais filhos.
De fato, igrejas de várias denominações no estado de Mizoram, incluindo a Igreja Católica, concordam com esta política, ressaltou Pachuau. Ele acredita que é uma questão de sobrevivência para eles, já que a taxa de natalidade dos muçulmanos na região continua alta.
Caso a tendência não se reverta, no futuro eles poderão ser subjugados pelos islâmicos, como já acontece em algumas regiões do país. Com informações de Indian Express
Líderes de igrejas evangélicas e partidos ligados a elas estão traçando uma estratégia para aumentar o número de políticos nas eleições gerais deste ano. A ideia é passar de 93 deputados para 150, e de três senadores para 15, segundo o jornal Valor Econômico.
Partidos políticos estão de olho no voto desse grupo religioso, que representa quase 30% da população brasileira, lançando nomes que possam atrair os eleitores.
No Senado, a estratégia é lançar apenas um candidato por Estado, evitando que dois candidatos evangélicos concorram entre si. No caso de São Paulo, o nome seria o do deputado federal pastor Marco Feliciano, que pretende se candidatar a uma vaga no Senado.
“Meu sonho é o Senado. Mas, se não houver uma boa articulação [entre as igrejas], não vou trocar o certo pelo duvidoso”, diz Feliciano, que foi eleito para a Câmara em 2014 com 398.087 votos, o terceiro mais votado em São Paulo.
No Estado do Pará, o vice-governador Zequinha anunciou pré-candidatura ao Senado pelo PSC. No Tocantins, o pastor João Campos de Abreu, ex-vereador de Palmas é cotado para disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados. Já na Bahia, na Convenção Conemad-BA, declarou que irá apoiar o pastor Abílio Santana para deputado federal.
Neste ano, 54 cadeiras estarão em jogo no Senado, duas por Estado.
No caso da Câmara, a estratégia seria fazer uma espécie de “distritão evangélico”, com poucos candidatos em cada região para “concentrar” os votos em poucos nomes.
Segundo o jornal Valor Econômico, desde outubro um grupo de líderes evangélicos tem se encontrado para debater estratégias para aumentar a participação na política.
Entre os representantes estão pastores das igrejas batistas, Assembleia de Deus, Igreja Universal do Reino de Deus, Evangelho Quadrangular, Internacional da Graça de Deus, Ministério Internacional da Restauração, Fonte da Vida, Mundial do Poder de Deus, Sara Nossa Terra e outras.
O senador Magno Malta (PR-ES) e os deputados João Campos (PRB-GO), Sóstenes Cavalcanti (DEM-RJ) e Antônio Bulhões (PRB-SP) estariam articulando esses encontros, buscando apoio também de membros da Frente Parlamentar Mista Católica Apostólica Romana, como o deputado Givaldo Carimbão (PHS-AL), que têm agendas em comum com a dos evangélicos.
O bispo Robson Rodovalho, da Igreja Sara Nossa Terra, por meio da Confederação dos Conselhos de Pastores do Brasil (Concepab) também tem articulado esses encontros na esperança de ajudar a fortalecer a bancada religiosa. “Temos de 28% a 33% de representatividade na população, mas apenas 15% do Congresso”, declarou.
Se a estratégia der certo, os evangélicos pretendem puxar ainda mais uma agenda conservadora: antiaborto, contra liberação das drogas e do jogo, e em prol da família natural (homem e mulher).
É possível que dessa coordenação, surja o apoio a um candidato a presidente- algo mais provável em um eventual segundo turno. Na economia, a preferência dos líderes é pelo modelo que definem como liberal adotado no governo Michel Temer. Um desafio é conquistar o eleitor evangélico das regiões Norte e Nordeste, ainda muito fiel ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Partido tenta se aproximar de evangélicos, apesar de agenda anticristã
por Jarbas Aragão
PSOL lançará pastor candidato para enganar conservadores
O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) é um contrassenso até no nome da sigla. Afinal, os países de regime socialista sempre violentaram as liberdades individuais. Cuba, maior modelo dos psolistas, desde sua revolução acabou com a liberdade de culto e a Bíblia foi proibida por décadas.
A única tentativa bem-sucedida dos psolistas em eleger um evangélico mostrou claramente como funciona a lógica do partido. Eleito em 2014, o Cabo Daciolo foi expulso do PSOL pouco mais de um ano depois por defender suas convicções cristãs.
A nova experimentação para atrair “evangélicos de esquerda”, outro contrassenso que se encaixa bem no perfil do partido é o vereador de Niterói (RJ) Henrique Vieira, 30. Ele é pastor da Igreja Batista do Caminho e será lançado à Assembleia Legislativa do Rio.
Segundo a reportagem da Folha de São Paulo, essa candidatura “robusteceria planos da sigla em se aproximar de eleitorados tidos como inclinados a cair no colo da direita”. Vieira foi assessor de Marcelo Freixo, defensor da necessidade do PSOL “abrir um diálogo progressista” com aqueles que a esquerda sempre repudiou. Ou seja, tenta conquistar votos de evangélicos, apesar de agenda anticristã
“Não acho que evangélicos ou policiais têm que ser tratados como reacionários, porque esse rótulo não diz respeito à cabeça da maioria deles. Muitas vezes a esquerda constrói essas bolhas, que são muito aconchegantes, porque você fica falando entre os iguais. A gente está num momento em que tem que buscar o comum, mais do que o idêntico”, afirmou Freixo, que quando disputou o segundo turno com Marcelo Crivella (em 2016) sempre depreciou a religião do oponente.
Ele também é frequentador das reuniões do #342, um movimento político liderado por Paula Lavigne e Caetano Veloso que defendeu exposições como a do Quermuseu e ataca o deputado federal Marco Feliciano, desafeto de Jean Wyllys, o psolista mais ativo do Congresso.
Para seus apoiadores, segundo a Folha, o pastor Henrique Vieira seria um exemplo que “nem todo evangélico é fundamentalista” e não representa as “pregações cheias de ódio em programas de TV e muito menos à lamentável Frente Parlamentar Evangélica”.
Ele diz estar acostumado a ser criticado por ser “crente de esquerda” e reconhece que, para a maioria dos evangélicos os adjetivos mais comuns para ser referir a eles são “lobo, falso, imoral, herege”.
O líder batista tenta se apresentar como o oposto de quem defende os valores cristãos na TV. Usando todos os chavões típicos da esquerda, ele dispara: “Existe um referencial evangélico televisivo e político que é muito extremista. Costumo dizer que são púlpitos cheios de sangue, na medida em que reforçam discursos machistas, homofóbicos e racistas que estimulam violência contra mulheres, LGBTQ e irmãos e irmãs de matriz afrobrasileira.”
Não deixa de ser curioso ver um defensor do aborto falando em sangue, afinal, nas redes sociais celebrou o apoio “por unanimidade”, em assembleia de sua igreja, a ação no Supremo Tribunal Federal para descriminalizar o aborto. “Em canto, orações e debate, decidimos em favor de uma política de defesa da vida, porque a criminalização mata”, garante.
Mas esse talvez não sejam seu maior contrassenso. Em postagem no Facebook diz que Deus é uma “Mulher Preta carregando a maior resistência do mundo” e avisa aos críticos: “Se essa imagem parece incômoda e requerendo mil explicações, é fruto do patriarcado e do racismo”.
Comungante de uma teologia liberal que reúne, por exemplo, igrejas inclusivas – apoiadoras do casamento gay defensora dos transgêneros como ‘imagem de Deus’ – Henrique Vieira parece desconhecer o significado do conceito bíblico de “pecado” e talvez seja uma boa representação de Mateus 7:15-20.
Em outubro será possível dizer se mais essa tentativa de ‘desconstrução’ do termo evangélico pela mídia brasileira está tendo o efeito desejado.