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HISTÓRIA DA PALESTINA – A TERRA PROMETIDA

MAPA DA PALESTINA NOS TEMPOS DE JESUS
CANAÃ A TERRA PROMETIDA
A Palestina, ou terra de Canaã, também é um símbolo teológico significativo no Antigo testamento. Esse território era o componente principal da promessa inicial de Deus a Abraão (Gn 12.1-3) e o objetivo ou destino das narrativas do Pentateuco. O êxodo do Egito foi o livramento divino com o propósito de levar os israelitas a “uma terra boa e vasta, onde há leite e mel com fartura” (Ex 3.8). Canaã era a meta da obediência à aliança de Javé e a recompensa pela manutenção das estipulações da aliança.
PALESTINA – ONDE SITUA-SE
A região da Palestina recebeu este nome por causa dos filisteus (Pelishtim), que se instalaram ao longo da costa do Mediterrâneo de Jope a Gaza por volta de 1300-1200 a.C. Segundo a Bíblia, o povo filisteu estava ligado a Cafror, geralmente associado à ilha de Creta (Jr 47.4; Am 9.7). Antes das migrações filistéias, a região chamava-se Canaã. Esse termo significa “terra púrpura” e, provavelmente, originou-se da tintura produzida por moluscos muricídeos encontrados em abundância ao longo da costa.
A Palestina é geralmente considerada o centro geográfico e teológico do mundo antigo. Situava-se no cruzamento de rotas comerciais importantes da Antiguidade, a “terra entre” os continentes da África, Ásia e Europa. Também foi nessa área que o judaísmo, o cristianismo e o islamismo se originaram. A região tem aproximadamente 240 km de extensão de Dã a Berseba (norte-sul), e 160 km do rio Jordão ao Mediterrâneo (leste-oeste), área equivalente ao Estado de Sergipe. O clima é típico do Oriente mèdio, com inverno, cujo clima varia de ameno a frio; e isso de acordo com a altitude. Normalmente cai um pouco de neve nas maiores elevações. A estação chuvosa vai de outubro a abril e os meses quantes e secos de verão vão de maio a agosto.
A terra divide-se claramente em quatro regiões longitudinais, ou norte-sul: a planície costeira, as colinas centrais, o vale do Jordão e o planalto da Transjordânia (Dt 1-6-8). As principais divisões geográficas latiduniais ou leste-oeste da Palestina, estão relacionadas a características do terreno e limites políticos do reino israelita dividido. Essas divisões incluíam a região da Galiléia ao norte.
Samaria no centro-norte da Palestina, Judá na porção centro-sul, o Neguebe ao sul, e a península do Sinai formando uma grande barreira natural entre a Palestina e o Egito.
A IMPORTÂNCIA DO VALE DO JORDÃO PARA A PALESTINA
O vale do Jordão é uma grande depressão geológica que começa na Síria, nas montanhas do Líbano, e corre para o sul até o golfo de Ácaba e o mar Vermelho. O vale do Jordão, que forma o limite oriental da Palestina, também faz parte da depressão recortada.
O rio Jordão origina-se nas encostas mais baixas do monte Hermom e é formado por três ribeiros de nascente. O Jordão flui ao sul do Hermom até o lago e pântano de Hulé e depois cai rapidamente 300m, desaguando no mar da Galiléia. Este lago de água doce fica a mais de 200m abaixo do nível do mar e é cercado por colinas. O lago em sí tem 20km de largura e 11km de comprimento. Em seguida, o rio flui sinuosamente ao sul até o grande mar Salgado ou Morto, mais de 400m abaixo do nível do mar – o ponta mais baixo do planeta.
Foz do Jordão no Mar da Galiléia
Na antiguidade, a região ao redor do mar da Galiléia era densamente povoada e intensamente cultivada por meio de irrigação. Mais ao sul, o vale do rio estreitava-se e ficava coberto de vegetação densa, habitação de animais selvagens nos tempos do Antigo Testamento (Jr 49.19; 50.44; Zc 11;3). A extremidade sul do vale fluvial era, em grande parte, despovoada, exceto onde o rio Jaboque desaguava no Jordão e no oásis de Jericó. Ladeado por montes de argila escorregadia e mata fechada, o vale do Jordão ainda é uma barreira natural entre a Palestina e o planalto da Transjordânia.
O mar Morto não tem meio de vazão natural, e suas águas ricas em minerais possuem teor salino de 30%. Os desfiladeiros de calcário circundantes da margem ocidental do mar são repletos de cavernas que servem de esconderijos para bandidos, foragidos políticos e seitas religiosas.
Entre as cavernas desta paisagem erodida foram encontrados os famosos manuscritos do mar Morto ou de Cunrã. Ao sul do mar Morto, o vale de Arabá estende-se por cerca de 160km até o golfo de Ácaba.
AS ROTAS COMERCIAIS
O profeta Ezequial descreveu o comércio fenício no primeiro milênio a.C., confirmando a localização estratégica da região siro-palestina (Ez 27.12-36). Como ligação terrestre entre África e Eurásia, a Palestina desempenhava papel importante no comércio internacional já no terceiro milênio a.C.
Havia duas grandes rotas internacionais que ligavam a Mesopotâmia e o Egito através da Palestina. Ambas eram rotas antigas, originárias da Idade do Bronze Antigo (3000-2100 a.C.). Uma se chamava “caminho do mar”. A rota começava em Cantir (Cantara) no delta leste do baixo Egito, atravessava o norte da península do Sinai, rumava ao norte pela costa do Neguebe e da Judéia e depois se desviava para o interior por Megido até a planície de Bete-Seã. Ali a estrada se dividia, uma artéria indo para oeste pela margem do mar da Galiléia até Dã e Damasco, e a outra seguia para o sudeste, ligando a Babilônia a Ur dos Caldeus.
A segunda rota comercial importante chamava-se “estrada dos reis”. Ela também ligava a Babilônia ao Egito, atravessando o Sinai por Cades-Barnéia e continuando até o Neguebe por Edom. A estrada corria ao norte através de Moabe, Amom e Gileade até Damasco e dali até a Mesopotâmia. O rei Jorão chama a parte sul dessa rota de “caminho do deserto de Edom” (2Rs 3.8, ARA).
Estradas secundárias que saíam da “estrada do rei” incluíam uma rota de Cades-Barnéia a Elate (possivelmente o “caminho que vai para mar Vermelho”, em Nm 14.25) e outra para Elate, partindo de Bosra, mencionada na batalha que os reis de Sodoma e Gomorra travaram com Quedorlaomer (Gn 14.5,6).
A rota menos importante começava em Elate, estendia-se à Babilônia pelo deserto da Arábia com paradas em Dumá e Temá. Também havia uma estrada de Dumá para Damasco, ao norte. Além disso, 23 vias regionais ou locias cruzavam a Palestina dos tempos bíblicos.
PONTOS IMPORTANTES DA PALESTINA
GALILÉIA
O termo vem do hebraico, que significa “circuito”, “distrito”, “região”. Está situada na região do norte de Israel situada entre o mar Mediterrâneo e o vale de Jezreel. É uma região de colinas, entre eles o célebre monte Tabor, local em que segundo os Evangelhos, ocorreu a transfiguração de Jesus Cristo.
Nos tempos de Cristo a região incluía a parte setentrional da Palestina, a oeste do Jordão e ao norte de Samaria. Dividia-se em Alta e Baixa Galiléia. Os galileus usavam um dialeto e uma pronúncia peculiares. Nas Escrituras o termo “Galileu”, foi usado durante o processo de Jesus, bem como na boca de uma criada do Sumo Sacerdote. Tudo indica que levava tom de desprezo na observação que as pessoas faziam a Pedro na mesma ocasião: “Verdadeiramente, és um deles, porque também tu és Galileu” (Marcos 14.70).
SAMARIA
Capital do reino do norte de Israel, estava localizada sobre uma colina de 91 metros de altura, a 67 quilômetros ao norte de Jerusalém.
À época da invasão da terra por parte dos israelitas esta região era habitada pelos farizeus. Couberam como herança as tribos de Efraim, Issacar e Benjamim. Com a divisão do reino entre Roboão e Jeroboão, a faixa de terra que se estendia desde Betel até Dã, e desde o mar Mediterrâneo até a Síria e Amom, ficou conhecida como província de Samaria. Essa área de terra foi primeiramente ocupada pelas dez tribos de Jeroboão.
Esse território foi diminuídos pelas conquistas de Hazael, rei da Síria, conforme relato bíblico: “Naquelas dias começou o Senhor a diminuir os limites de Israel, que foi ferido por Hazael em todas as suas fronteiras, desde o Jordão para o nascente do sol, toda terra de Gileade, os gaditas, os rubenitas e os manassitas, desde Aroer, que estão junto ao vale de Amom a saber Gileade e Basã” (2 Reis 10.32). Depois foi a vez de Pul e Tiglate-Pileser diminuírem a extensão da província (2 Reis 15.29) e finalmente pelas vitórias de Salmanaser, que “passou por toda a terra, subiu a Samaria e a sitiou por três anos” (2 Reis 17.5-6). Depois deste último, Samaria ficou em completa desolação (2 Reis 17.23), sendo depois povoada por estrangeiros durante os anos de cativeiro (2 Reis 17.24; Esdras 4.10).
A capital da província de Samaria era a cidade que tinha o mesmo nome: Samaria. Onri pai de Acabe comprou de um cidadão de nome Semer, um monte onde construiu uma bela cidade. Em homenagem a seu antigo proprietário, Onri deu a cidade o nome de Samaria (1 Reis 16.24).
Estava situada a meio caminho do Jordão ao Mediterrâneo, ao oriente da planície de Sarom, no alto de um monte alongado e íngreme. Os reis empreenderam muitas obras na cidade para a tornarem forte, bela e rica. Acabe construiu uma casa de marfim (1Reis 22.39) e também mandou cercar a cidade com grossas muralhas, tornando-a invencível. Construiu ainda, a gosto de sua esposa, um monumental templo dedicado a Baal.
Foi ali que os profetas Elias e Eliseu exerceram seus ministérios. Por causa de seus constantes pecados, foi tomada mais tarde, depois de um cerco de cinco anos. O assédio, principalmente por Salmanaser IV, foi concluído por Sargão no ano de 772 a.C. (2 Reis 17.5-6). Os habitantes sofreram horrivelmente durante esse tempo, e esses sofrimentos acham-se descritos pelos profetas Oséias (Oséias 10.5,8-10) e Miquéias (1.6).
Este último havia predito que a cidade seria reduzida a um montão de pedras. Subjugada a cidade, Sargão mandou seus habitantes para longe, estabelecendo-os em territórios que ficavam muito longe do país de origem. Em contrapartida trouxe outros povos para habitar as terras despovoadas, foi assim que surgiram os samaritanos.
JUDÉIA
Esse nome aplica-se, algumas vezes, a toda a Palestina (At 28.21), mas geralmente só a parte meridional do país. A extensão do território que coube a Judá acha-se minuciosamente descrita em Josué 15. O limite norte do primitivo quinhão de Judá começava no lugar em que o Jordão entra no mar Morto, e daí para o ocidente, passando por Bete-Semes, até Jabneel perto de Ecrom, distante 16 km do Mediterrâneo. E a linha limítrofe toma depois a direção sudeste, quase em linha reta, correndo junto ao país do filisteus, e pelos limites de Simeão até Cades-Barnéia, na orla do deserto. Ao oriente era limitada pelo mar Morto e montanhas de Seir na terra de Moabe. Mas, depois da morte de Salomão a tribo de Benjamim fez aliança com a casa de Davi, ficando assim incorporadas as duas tribos. E por essa forma Jerusalém ficou dentro dos limites do novo reino, tornando-se a cidade real (2Sm 2.9). Partes de Simeão (1Sm 27.6) e outra de Dã (2Cr 11.10) foram também incluídas em Judá, mais tarde foi essa área pela inclusão de parte de Efraim (2Cr 13.19; 15.8; 17.2). O total do território acha-se dividido em quatro regiões, e tinha a extensão de quase 72 km do norte ao sul, sendo de 80 km a distância do oriente ao ocidente.
O nome Judéia veio do nome do patriarca que herdou essa faixa de terra como herança, Judá. A Judéia era a porção no extremo sul das três principais divisões da Terra Santa. Também denotava o reino de Judá, para distingui-lo do reino de Israel (Norte). Toda a região é montanhosa, e os picos mais altos estão em Jerusalém. Essas montanhas se estendem para o sul, passando por Belém, alcançando Hebrom, formando depois as famosas cadeias de montanhas da Judéia. A leste dessa região fica o rio Jordão e seu vale; mais para oeste a região montanhosa; e mais para oeste, Sefalá ou colinas baixas. Ao norte, a Judéia fazia fronteira com Samaria; ao sul encontrava-se o grande deserto. Três estradas partem de Jericó e seguem na direção noroeste, até Ai e Betel, a sudoeste de Jerusalém, e para o sul e para o sudoeste, até o baixo Cedrom ou até Belém.
O coração da Judéia sempre foi à região montanhosa, um planalto que se estende desde Betel até Berseba, onde estão localizadas as cidades de Jerusalém, Belém e Hebrom. Esse planalto tem vertentes que descem na direção do ocidente até a planície marítima com margens no mediterrâneo. No lado oposto, oriental desce em direção do mar Morto e do rio Jordão. Nessa localização se encontra o deserto da Judéia. A cidade mais importante dessa região era Jericó.
DECÁPOLIS
Distrito do norte da Palestina, com grande população grega, principalmente no lado leste do Jordão e que abrange dez cidades. Decápolis é o nome dado na Bíblia e por escritores antigos a uma região na Palestina que se encontra ao leste e a sul do mar da Galiléia. Seu nome é dado devido à confederação das dez cidades que dominaram sua extensão, unidas por certos costumes e por certa população. Localiza-se entre a planície de Esdrelon, dirigindo-se para o vale do Jordão, ocupando o leste deste rio. Era formada pelas cidades de Hipos (na margem oriental do mar da Galiléia), Damasco (ao norte), Canata (no extremo leste), Diom, Gadara, Citópolis (no extremos oeste), Pela, Filadélfia e Gerasa (no extremo sul.
PARTIDOS E SEITAS DA PALESTINA
SADUCEUS
Representavam o poder, a nobreza e a riqueza. Grandes proprietários de terras e membros da elite sacerdotal, controlavam o Sinédrio, o conselho supremo de Israel. Em matéria religiosa, negavam a imortalidade da alma e aceitavam apenas o texto escrito da Lei (Torá) e não suas interpretações orais. Foram os principais responsáveis pela condenação de Jesus.
ESCRIBAS
Sem ligação com uma atividade econômica ou partido específico, gozavam no entanto, de enorme autoridade, por terem entre seus membros os intérpretes abalizados das Escritos. Detinham forte influência no Sinédrio, nas sinagogas e nas escolas rabínicas.
FARISEUS
Separavam-se do resto da comunidade judaica pelo cumprimento rigoroso das numerosas regras de pureza prescritas na Torá. Reuniam representantes de todas as classes sociais, principalmente dos artesãos e comerciantes. Foram duramente criticados por Jesus por desprezarem a essência da Lei, enquanto davam extrema importância a suas minúcias formais. Criam na imortalidade da alma e na ressurreição do corpo.
ZELOTAS
Dissidentes radicais da seita dos fariseus, expressavam os sentimentos dos pequenos camponeses e dos pobres em geral. Religiosos e ultranacionalistas, resistiam aos dominadores pagãos e contavam com iminente chegada do Messias para desencadear uma guerra contra os romanos. Por isso eram duramente perseguidos.
ESSÊNIOS
Compostos por sacerdotes dissidentes e leigos exilados, viviam em comunidades ultra fechadas, como as que foram descobertas nas cavernas de Qumran. Consideravam-se únicos puros em Israel, levavam uma vida comunal extremamente austera. Praticavam rituais como o batismo e dedicava-se ao trabalho manual na lavoura. Combatiam tanto os romanos quanto o poder do Templo de Jerusalém. Propunham uma guerra santa para instaurar o “reino dos justos”.
Roma começou a se destacar mais ou menos na mesma época em que a cidade-estado de Atenas assumiu a hegemonia da Grécia, ou seja, no século V a.C. Naquela época Roma foi reforçando seu exército e dominando áreas cada vez maiores. Depois de submeter seus vizinhos mais próximos, derrotou os etruscos. Mais tarde expulsou as tribos do povo gaulês, que atacavam pelo norte da península. Em pouco tempo, quase toda a Itália pagava tributos a Roma.
Depois de derrotar os catargineses, Roma passou a atacar outros povos. Os objetivos dos romanos nessas guerras continuavam as mesmas: dominar territórios, cobrar impostos dos povos dominados e escravizar prisioneiros de guerra. Depois da Grécia os romanos conquistaram a Ásia Menor. Foi assim que em 63 a.C. os judeus perderam sua independência quando Pompeu, mai uma vez os submeteu ao “jugo dos pagãos”.
O poder estava nas mãos do imperador de Roma; ele é quem mandava nas forças armadas, ele é quem governava e tinha o poder de legislar não só em causa própria, mas também alheia. Ele era também o chefe religioso. O imperador nomeava as pessoas para os cargos de destaque, como os prefeitos de uma cidade ou governador (chamado procônsul) de uma província. A Palestina foi governada por um procônsul romano que residia na Síria. Seus limites abrangiam a Judéia, Peréia, Samaria, Galiléia, Decápolis. Em cada uma dessas regiões havia um governador que era indicado pelo imperador, sendo cada qual independente e autônoma.
Foi assim que Herodes o Grande foi indicado pelo imperador Augusto para exercer o governo da Palestina. Seu cognome, “o Grande”, deveu-se principalmente a um fabuloso programa de obras urbaníticas e arquitetônicas. Ele imediatamente recuperou economicamente a Judéia com suntuosas construções, como também fortificou as cidades com muros ou contingentes militares. Jerusalém e várias outras cidades foram reurbanizadas ao estilo romano, cortadas por grandes avenidas e embelezadas com palácios, anfiteatros, hipódromos, piscinas e jardins. O preço desse ambicioso empreendimento foi uma opressão ilimitada sobre o povo. Seu governo perdurou de 37 a.C. a 4 d.C. Herodes retalhou o país por testamento entre três dos seus filhos, que milagrosamente conseguiram sobreviver, sendo assim repartida à Palestina:
Herodes Arquelau recebeu a parte central: Judéia, Samaria, e Iduméia. Governou por seis anos, até que foi exilado pelos romanos. Com este fato, sua região passou a ser governada por procuradores, nomeados, como de costume, diretamente pelo imperador. Não muito tempo depois os romanos entregaram sua região para ser governada por Herodes Agripa I.
Herodes Antipas ganhou a Galiléia e a Peréia – a parte da Transjordânia habitada por judeus, do mar Morto até perto do mar da Galiléia.
Herodes Felipe II ficou com as terras entre o mar da Galiléia e a Síria, ou seja, cinco distritos: Gaulanitis, Betânia, Auranitas, Ituréia e Traconites.
Herodes Agripa I recebe parte das terras do Líbano. Depois da morte de Herodes Antipas, foi incorporada a sua jurisdição as regiões da Galiléia, Peréia e a Judéia. Foi em sua administração que foi morto Tiago (Atos 12.1-4) e também preso o apóstolo Pedro. Esse Herodes é o que foi comido de bichos por não ter dado glória a Deus (atos 12.23).
A submissão política e a extorsão por meio de impostos geraram uma forte oposição ao domínio romano, que culminaria em revolta generalizada. Em consquência, no ano 70 d.C., a população judaica foi dispersa e Jerusalém, destruída pelas legiões comandadas por Tito, futuro imperador de Roma. Com informações do site arqueologia bíblica

Satanás insiste que os muçulmanos são nossos inimigos, afirma pastor

Líder de missões mostra mentiras propagadas para evitar a evangelização de muçulmanos

        “Satanás insiste que muçulmanos são nossos inimigos”

O pastor Greg Livingstone, fundador e líder da missão Frontiers, que trabalha com a pregação do evangelho em diferentes partes do mundo, está fazendo um apelo aos cristãos para que não se enganem sobre o cenário espiritual do planeta. Ele acredita que nunca ocorreram tantas conversões de muçulmanos a Jesus, mas que a Igreja deveria tomar alguns cuidados.

Em um artigo para o site Desiring God, de John Piper, ele relatou um pouco do que aprendeu nos 27 anos em que trabalha com a evangelização de muçulmanos. O pastor diz que os relatos que estão vindo a público nos últimos anos não dão “todos os motivos para estarmos alegres, gratos e esperançosos. O Senhor está agindo”.

Mencionando o texto de Apocalipse 5:9, lembrou que Jesus irá resgatar pessoas de “toda tribo e língua e povo e nação [grupo étnico]”. Portanto, temos uma base bíblica para acreditar que “haverá milhares e milhares de ex-muçulmanos naquela grande multidão adorando o Salvador no céu”.

Contudo, alerta, “o mundo muçulmano representa mais de um quarto de todos os homens, mulheres e crianças no planeta hoje. Eles ainda estão sob o engano de um falso profeta. Suas almas estão em grave perigo. Satanás ainda os aprisiona demais. Como igreja devemos orar e trabalhar para vermos mais muçulmanos conhecendo o evangelho e chegarem a Jesus”.

As cinco mentiras de Satanás

Livingstone, que é um estudioso da missiologia, parte da teologia que aborda questões relativas ao avanço do evangelho, destacou que é preciso estarmos alertas para o que chama de “as 5 mentiras de Satanás” sobre a evangelização de muçulmanos. Para o pastor, a igreja deve seguir o conselho do apóstolo Paulo: “Não ignoramos as maquinações de Satanás” (2 Coríntios 2:11).

Mentira 1: Satanás insiste que os muçulmanos são nossos inimigos

Satanás tenta nos fazer achar que nosso inimigo não é ele, mas os outros seres humanos. Por isso, ele nos faz odiar os muçulmanos. Muitos cristãos no Ocidente veem os muçulmanos como vilões que merecem o julgamento e não a misericórdia de Deus.

Isso é satânico. Afinal, Jesus nos mandou amar nossos inimigos (Mt 5:44). Logo, não deveríamos ficar indiferentes ao sabermos de tantas mortes e sofrimentos dos que vivem em países como Líbia, Iêmen, Síria, Iraque, Eritreia e Paquistão, onde os perseguidos não são apenas os cristãos. Nesses lugares há uma verdadeira guerra de grupos islâmicos, que matam uns aos outros.

Mentira 2: Relatórios mentirosos de conversões entre muçulmanos

Já está comum lermos manchetes como “Centenas de milhares de muçulmanos estão se entregando a Jesus”. Essa é uma afirmação enganosa. Embora haja sim, um grande número de conversões, algumas de maneira sobrenatural, sabemos que existem ministérios que divulgam histórias que não podem ser comprovadas.

Infelizmente, alguns fazem afirmações que estão alcançando islâmicos que agora “reconhecem a Jesus como seu profeta”. Cuidado! Se você perguntar, quase todos os muçulmanos dirão que Jesus é profeta, pois ele é chamado assim no Alcorão.

Chamado de Isa Al Masih em árabe, a história de Jesus no Alcorão traz as ideias falsas de que ele não era filho de Deus e que não morreu na cruz. O grande teste de fé para um muçulmano é reconhecer a Jesus como Salvador e passar pelo batismo.

Os estudiosos cristãos sobre o mundo muçulmano concordam que mais muçulmanos se tornaram cristãos nos últimos 25 anos do que em todos os séculos anteriores combinados. Contudo, devemos ter cautela com relatos de multidões se convertendo ao mesmo tempo e que não precisamos mais nos preocupar em evangelizar esses povos.

Na maioria dos países islâmicos a pregação do evangelho é proibida, bem como a distribuição de Bíblias. Conversões individuais e de famílias são mais críveis que movimentos que dizem alcançar muita gente, sem que isso chame atenção das autoridades. O mais sábio é verificar como operam os ministérios que divulgam histórias muito mirabolantes.

Mentira 3: Os missionários ocidentais não são necessários porque os ex-muçulmanos convertidos já estão fazendo o trabalho de forma mais eficiente.

Embora existem casos de ex-muçulmanos que estão dispostos a arriscar suas vidas para fazer discípulos entre o seu próprio povo, isso é muito raro. A maioria dos cristãos no Oriente Médio ou em países como Paquistão, Malásia ou Índia não conseguem manter trabalhos de plantação de igrejas a longo prazo. Eles simplesmente não possuem as condições financeiras e nem treinamento para isso.

Em muitos casos os ex-muçulmanos mais ousados ​​em compartilhar a nova fé acabaram fugindo para algum país do Ocidente.

No Paquistão, por exemplo, os cristãos que tentam evangelizar muçulmanos enfrentam o perigo real de serem acusados ​​de “blasfêmia contra o Profeta Maomé”. Pelas leis antiblasfêmia eles são imediatamente presos e podem ser condenados à morte, por isso é irreal esperar que eles tenham condições de alcançar milhões de muçulmanos sozinhos.

Mentira 4: Divisões entre os missionários sobre metodologias de trabalho

As divisões entre cristãos são conhecidas, seja por questões teológicas ou disputa sobre   metodologias de trabalho. Não é diferente no campo missionário.

Mesmo sendo minoria em uma sociedade islâmica, eles se recusam a trabalhar juntos, transformando a evangelização em uma espécie de competição, para ver “quem Deus abençoa mais”. Precisamos orar para que as agências missionárias sejam libertas de suas tradições e parem de gastar tempo e recursos precisos em debates sobre as metodologias “corretas” para testemunhar os muçulmanos.

Mentira 5: É errado colocarmos nossas famílias e vida em risco para servir no campo missionário

Isso é compreensível de uma perspectiva emocional, mas não é bíblica. O testemunho das Escrituras e da história da igreja atesta para a necessidade dos cristãos, às vezes, colocarem suas vidas (e de seus familiares) em risco pelo bem do evangelho.

Afinal, fomos enviados “como cordeiros no meio dos lobos” (Lc 10: 3). As probabilidades de vitória dos cordeiros contra os lobos não são boas a não ser, claro, que Deus esteja com eles.

A Igreja moderna ignora as histórias de vida dos missionários que morreram para levar o evangelho em locais remotos do mundo todo, sabendo que poderiam morrer de doenças incuráveis na época como a malária ou ser morto por nativos hostis.

Olhemos para o Afeganistão, onde pelo menos quarenta missionários foram assassinados nos últimos anos. Vamos parar de enviar pessoas por serem casados e terem filhos? Onde a Bíblia diz isso? Jesus continuará enviando trabalhadores para sua seara, para que as boas novas sejam pregadas aos muçulmanos que estão perecendo na incredulidade. Tudo o que precisamos fazer é obedecer. Com informações do Gospel prime

Número de meninas cristãs sequestradas por islâmicos atinge recorde

Caso mais preocupante é do Egito

             Número de meninas cristãs sequestradas por islâmicos atinge recorde

Uma antiga estratégia militar dos muçulmanos é sequestrar meninas e adolescentes cristãs, estuprá-las e forçá-las a se casar com o estuprador. Isso, pela lei religiosa, equivale à conversão, já que a mulher deve total obediência ao marido.

Financiada com dinheiro de organizações religiosas da Arábia Saudita, essa prática comum no Oriente Médio e no norte da África está atingindo índices recordes.

No ano passado, cenas dos “leilões” de meninas feito pelos jihadistas do Estado Islâmico na Síria despertou o mundo para essa tragédia. Contudo, afirma a Release International, o cenário mais preocupante hoje é o que acontece no Egito.

O drama dessas crianças e adolescentes não recebe atenção da grande mídia, mas a Release diz que essa é uma forma subestimada de perseguição. A ONG reuniu dados de fontes egípcias e ocidentais e aponta que o número de cristãs coptas sequestradas no Egito no último ano atingiu um recorde histórico.

Os coptas são 10% da população do Egito. Na maioria são pessoas muito pobres, que vivem em áreas rurais ou na periferia da capital Cairo.

Kate Ward (nome alterado por questões de segurança) trabalha com uma instituição inglesa que luta contra esses sequestros. Através de seus parceiros egípcios, entrou em contato com 2.500 famílias que sofreram com o “sumiço” de algum membro.

“Os sequestradores visam as meninas com cerca de nove anos e procuram fazer amizades com elas. Oferecem presentes e investem nessa relação por meses. As meninas somem quando são consideradas sexualmente maduras, a partir dos 14 anos de idade”, conta.

Abouna é um obreiro egípcio que trabalha com a ONG de Ward em comunidades cristãs pobres. Ele conta que esses sequestros são uma estratégia deliberada. As mais velhas são enganadas, pensando que terão uma vida melhor, mas quando descobrem a realidade já é tarde demais.

Frances Windsor, que trabalhou com a Release no Cairo durante muitos anos conta que, geralmente, os homens mais velhos seduzem as meninas com promessas. “Fazem promessas de amor e de riquezas. Quando elas aceitam se casar, acabam se tornando escravas, pois geralmente não são a única esposa”. Em outros casos, as meninas são sequestradas e criadas como filhas em uma nova família, até serem entregues a um marido muçulmano quando estiver ‘apta’ a reproduzir.

Abouna conta que conseguiu ajudar algumas dessas meninas a fugir para o exterior, pedindo asilo como refugiadas. Por questões culturais, elas não podem simplesmente voltar para a casa dos pais, pois os seus ‘maridos’ sempre terão direitos sobre elas.

Em muitos casos, as igrejas é que precisam resolver o problema, lembra Windsor. Mas elas não possuem estruturas para abrigar essas meninas. Afinal, o governo ‘fecha os olhos’ para a perseguição religiosa da minoria cristã.

Ward lembra que muitos desses sequestradores – quer tenham casado com as meninas ou não – recebem uma recompensa dos líderes islâmicos, que pode chegar a 5.000 reais. “Muitas vezes, as garotas engravidam logo, mas não podem dar uma educação cristã aos filhos”, destaca a obreira. Após o nascimento da criança, as mulheres sabem que, se saírem do casamento, nunca terão a guarda dos filhos.

Ela destaca que o aumento drástico do número de sequestros pode ser observado quando a Irmandade Muçulmana voltou ao poder no Egito, em 2011. Havia muito dinheiro estrangeiro chegando no país para pagamento de todo aquele que se dispusesses a casar com uma cristã (ou a sequestrar) forçando a conversão pelo casamento.

Após a deposição do presidente Mohamed Morsi, em 2013, a Irmandade Muçulmana perdeu muito da influência política, mas continua ativa na luta pela eliminação dos cristãos em solo Egípcio.

Como os países islâmicos dominam várias comissões nas Nações Unidas, incluindo o Conselho de Direitos Humanos, essa questão sequer é debatida em organismos internacionais. Com informações Christian Today