Bombeiro trabalhando em incêndio na Amazônia. (Foto: AFP)
Uma audiência pública está sendo organizada por parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PT) e deputados de outros partidos em apoio ao Sínodo da Amazônia, evento organizado pelo Vaticano.
A audiência pública será realizada na Câmara dos Deputados, na Comissão de Direitos Humanos e Minorias, e os deputados pretendem formular um documento sobre “Direitos Humanos na Amazônia e no Brasil”.
“Estamos prontos para contribuir com essa Assembleia tão importante, que está sendo retaliada pelo governo Bolsonaro, simplesmente porque o tema é a Amazônia que está sendo destruída e entregue ao capital estrangeiro. Todos que estão nesse apoio merecem nossos parabéns”, disse o deputado Frei Anastácio (PT-PB).
Os políticos pretendem enviar uma comitiva para participar do evento em Roma, que será realizado de 6 a 27 de outubro. O papa Francisco havia anunciado que vetaria participação de políticos no sínodo.
Participaram da reunião os deputado petistas Padre João (MG), Patrus Ananias (MG), Pedro Uczai (SC), Airton Faleiro (PA), Nilto Tatto (SP), Helder Salomão (ES), Marcon (RS), e Alessandro Molon (PSB-RJ).
O advogado que representa vítimas de abuso sexual que teriam sido cometidos por padres vinculados à Diocese de Limeira (SP) vai pedir à Igreja Católica indenização de ao menos R$ 2 milhões para cada uma das vítimas.
A maioria dos casos está relacionada ao pároco Pedro Leandro Ricardo, afastado da Basílica Santo Antônio de Pádua, de Americana (SP), mas há denúncias envolvendo outros membros do clero. Os padres negam os abusos e a Diocese diz que investiga os casos.
Neste sábado (13), vítimas da cidade de Araras (SP) que teriam sido molestadas por Pedro Leandro e também pelo padre Carlos Alberto da Rocha, contaram à EPTV, afiliada TV Globo, sobre os abusos.
“Nós temos de reparar as vidas devastadas. O valor de R$ 2 milhões, por vítima, é um bom começo”, argumenta Roberto Tardelli.
Segundo o advogado, ainda não há um número fechado de vítimas, uma vez que novas denúncias estão aparecendo e envolvem outros nomes.
Além da investigação da Diocese de Limeira, o padre Pedro Leandro Ricardo é alvo de inquéritos nas cidades de Americana, Limeira e Araras, mas o caso corre em segredo de Justiça.
Novas denúncias
Uma das vítimas dos padres vinculados à Diocese de Limeira contou à EPTV que os abusos ocorreram quando tinha entre 16 e 17 anos, época em que estava no seminário. O homem que está casado há quatro anos e tem uma filha pequena, conta que decidiu denunciar o caso após ver os relatos de outras vítimas. “Senti que era hora de me juntar a elas”, disse.
Ex-coroinha, ele relata que sofreu primeiro com a aproximação do padre Carlos Alberto Rocha, e depois do padre Pedro Leandro Ricardo.
“Estava no seminário quando tive o primeiro contato com o padre Carlos. Foi como um pai, no começo foi tudo bem. Mas com o decorrer do tempo começou umas atitudes estranhas. Eu pousava na Casa Paroquial em decorrência das missas que a gente fazia no fim de semana, e um dia ele ele estava só de cueca, veio colocar a mão em mim, nas minhas partes íntimas, e comecei a ficar constrangido com isso. Isso foi por um bom tempo, até o dia em que ele pegou no meu pênis”, conta.
Segundo a vítima, a relação de poder exercida pelo padre sobre o seminarista deixava-o em situação delicada. “Ele [Carlos] comentava que eu deveria ficar quieto e entender como era o funcionamento da Igreja”, afirma.
Sobre o padre Pedro Leandro Ricardo, o homem conta que o abuso teria ocorrido quando tinha 17 anos, durante uma viagem dos dois para a cidade de Porto Ferreira (SP). “Ele veio colocar as mãos nas minhas partes íntimas e eu pedi para parar. Ele perguntou ‘se eu não gostava desse tipo de carinho’ e eu disse que não. Depois ele foi no seminário se explicar, e disse que eu não tinha entendido a intenção real dele”, destaca.
“Isso [abuso] foi muito impactante pra mim, porque era meu sonho ser padre. Eu cresci na igreja, fui coroinha, tinha aquele sonho de poder ajudar as pessoas e via nessa vida de sacerdote, essa possibilidade. Coisa que eles mataram. Eles mataram dentro de mim essa possibilidade. Destruíram meu sonho”, completa.
O que diz a Diocese de Limeira?
Sobre as denúncias de abusos, a Diocese de Limeira divulgou nota em que informa que o padre Pedro Leandro Ricardo “encontra-se suspenso desde o dia 27 de janeiro até que todas as denúncias sejam esclarecidas, conforme observância do Código de Direito Canônico” e que “não existe nenhuma denúncia formal contra o padre Carlos Alberto da Rocha na Diocese de Limeira”, mas que “as denúncias também estão sendo apuradas, conforme observância do Código de Direito Canônico.”
Sobre o pedido de indenização que a defesa das vítimas fará à Igreja Católica, a Diocese de Limeira informou que “não irá se manifestar, no momento”.
O que dizem os padres?
À EPTV, a defesa do padre Pedro Leandro informou que ele nega as acusações de abuso sexual. O G1 não conseguiu contato com o defensor do padre Carlos Alberto da Rocha. Em nota divulgada na sexta-feira, o religioso negou a acusação de abuso contra ele.
O papa Francisco pediu “perdão” aos ciganos em nome da Igreja pelas “discriminações, segregações, maus-tratos”, durante um encontro neste domingo com representantes desta comunidade na Romênia.
“Peço perdão, em nome da Igreja, ao Senhor e a vocês, pelas vezes em que, no curso da história, nós os discriminamos, maltratamos ou os olhamos mal”, declarou o pontífice em um discurso dirigido à comunidade cigana da cidade de Blaj, na região central da Romênia.
Na última etapa de sua viagem de três dias à Romênia, o papa se reuniu com integrantes da minoria cigana, que tem entre um e dois milhões de pessoas em um país com 20 milhões de habitantes, onde constituem uma comunidade pobre e com frequência marginalizada.
Francisco foi recebido por milhares de pessoas no bairro de Barbu Lautaru, construído ao redor de uma rua estreita, de casas pequenas.
Depois de saudar uma família e receber flores de um menino, o pontífice se dirigiu aos fiéis de uma pequena igreja do bairro e pediu aos ciganos que “assumam seu papel preponderante, sem ter medo de compartilhar e oferecer estas notas particulares”, que são parte de sua identidade, citando seu senso de “família, de solidariedade, de hospitalidade”.
Na Europa, o número de ciganos é calculado em entre 10 e 12 milhões.