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Brasil teve média de 25 novas igrejas abertas por dia

 
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O fortalecimento do movimento neopentecostal e a facilidade para a abertura de novas igrejas são apontados como motivos que podem explicar o número considerado elevado.

No Brasil, de 2010 a 2017, a média foi de 25 novas organizações religiosas abertas por dia. São 67.951 entidades que se registraram na Receita Federal sob a rubrica de “organizações religiosas ou filosóficas” no período.

Os números podem ser maiores, já que parte dos estabelecimentos não é registrada. A Receita não tem dados discriminados por religião ou ordem filosófica.

A burocracia para se abrir uma igreja é menor do que em praticamente todas as outras atividades jurídicas. É necessário um registro em cartório, com a ata de fundação, o estatuto social e a composição da diretoria; depois, os dados são apresentados à Receita, para que o órgão conceda o CNPJ; e aí basta procurar a prefeitura e o governo estadual para solicitar, caso necessário, o alvará de funcionamento e garantir também a imunidade tributária para a manutenção de templos. A garantia é constitucional. O artigo 150 da Constituição Federal proíbe a cobrança de impostos de “templos de qualquer culto”.

Igrejas não pagam IPTU, Imposto de Renda (IR) sobre as doações recebidas, ISS, além de IPVA sobre os veículos adquiridos. Aplicações financeiras em nome das organizações também estão livres do IR. Em alguns estados, como no Paraná, há ainda isenção sobre o recolhimento de tributos indiretos, como o ICMS, referente à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços.

De acordo com o auditor fiscal do Paraná Angelo José de Medeiros Baptista, há algumas variações tributárias, que podem gerar cobranças, mas, em regra, templos de qualquer religião têm imunidade constitucional. “Não incide imposto de qualquer natureza. Mas nem toda entidade religiosa é um templo. A PUC (Pontifícia Universidade Católica), por exemplo, é ligada a uma religião, mas tem impostos a pagar”, explica.

O auditor afirma que a garantia de isenção faz com que o processo se torne mais simples. “Já na declaração (de IR) tem um campo lá que pergunta se é empresa, indústria, um templo, etc. Aí já se declara com isento. Porém, se contratar funcionários, um administrativo, por exemplo, em tese pagaria contribuição previdenciária, aí teria que entrar com um pedido para pedir isenção. Mas logo no início, a declaração, ao marcar templo religioso, abre um campo de perguntas que são diferentes de outras empresas. Aí tem campos onde se informa o quanto arrecadou e patrimônio, mas não incide imposto”, afirma.

Mesmo isentos de impostos, os templos religiosos devem cumprir determinadas obrigações para serem instalados. É necessário, por exemplo, alvará da prefeitura, licença dos bombeiros, entre outras autorizações. No caso de impacto ambiental, a instituição também deve realizar contrapartidas que possibilitem licenças pertinentes. Para inaugurar no ano passado o chamado Templo Maior de Curitiba, no bairro Rebouças, a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) se comprometeu a realizar sete benfeitorias, principalmente no trânsito.

Organizações também precisam se preocupar com a gestão

O grande número instituições religiosas abertas no Paraná e no Brasil fez o Centro Universitário Internacional Uninter, com sede em Curitiba, lançar neste ano um curso de pós-graduação em Gestão de Igrejas e Instituições Sociais. O curso visa religiosos, teólogos e gestores.

A coordenadora do curso, Patrícia Carla Ferreira, afirma que ele foca principalmente em gestão financeira e legislação aplicadas. “A igreja precisa, como qualquer outra instituição, prestar contas do que faz. O que queremos é instrumentalizar esses gestores para que não entre justamente um escopo suspeito (como suspeitas de lavagem de dinheiro) para que essas possam ser caracterizadas como de gestão transparente”, afirma.

“Embora a gestão de igrejas tenha muitos pontos em comum com a gestão empresarial, instituições religiosas têm suas especificidades e precisam de profissionais especializados”, explica Patrícia.

Além do grande número de igrejas no Estado, a demanda interna da faculdade fez com que o curso fosse idealizado. “Temos o curso de teologia, um voltado para evangélicos e outro da teologia católica. Então, pensamos nos egressos dos cursos de graduação. Eu considero que tem um número bastante grande (de igrejas), como mostram mesmo os dados, e temos expectativa de que essas pessoas venham buscar uma formação”, diz.

“Igrejas e instituições sociais têm objetivos específicos, que só serão atingidos com uma boa gestão. Por isso esse profissional se faz cada dia mais importante”, pontua a professora. A formação é ofertada na modalidade à distância, em que as aulas são disponibilizadas por meio do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). Os estudantes têm acesso ao material didático digital e podem interagir com professores on-line. Também contam com a estrutura do polo de apoio presencial da Uninter mais próximo de sua casa.

Desproporcional

O advogado tributarista Hugo Sellmer avalia que as igrejas usufruem de benefícios desproporcionais em relação a instituições que desenvolvem outras atividades e que geram receita ao Estado. “O poder público estaria deixando de arrecadar com uma instalação do mesmo porte que geraria receita, com IPTU e ITBI, por exemplo, por uma entidade que não gera arrecadação nenhuma. Não trazem, do ponto de vista econômico, beneficio ao município”, analisa.

Fonte: Bem Paraná

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Eleições 2018: TRE reúne líderes religiosos para debate sobre propaganda eleitoral nos templos

TRE-PE reúne líderes religiosos para alertar contra propaganda eleitoral nos templos
TRE-PE reúne líderes religiosos para alertar contra propaganda eleitoral nos templos

Cerca de 30 líderes de diferentes denominações religiosas foram convocados na manhã desta quarta-feira (15), no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE), para debater quanto à proibição de propaganda eleitoral – seja de forma verbal ou impressa – nos templos religiosos.

O desrespeito a essa regra da legislação pode resultar em aplicação de multa à entidade e até na cassação de registro do candidato.

A recomendação destacada na reunião do órgão, reforçou que “a liberdade de manifestar a religião ou convicção, tanto em local público como em privado, não pode ser invocada como escudo para a prática de atos vedados pela legislação” que a propaganda “realizada por entidade religiosa, ainda que de modo velado, pode caracterizar abuso de poder econômico”.

O presidente do TRE-PE, Luiz Carlos Figueiredo, alertou que o encontro foi essencial para alcançar grande parte dos eleitores.

“Sem o apoio dessas igrejas nós não conseguiremos levar essa mensagem a população inteira, nós não queremos mentir nas eleições queremos que os candidatos mais votados sejam os vencedores”, afirmou.

“O eleitor e fiel de qualquer igreja, precisa distinguir esses papéis. Você como eleitor a vontade é a sua, você deve ouvir sim aquelas pessoas que são seus líderes religiosos, mas essa convicção é só sua, dentro da igreja não é o lugar adequado para esse debate”, pontuou.

Representando o Conselho dos Pastores de Pernambuco (CONPEPE), o pastor Leonardo Gomes afirmou que é possível não haver propaganda eleitoral nos templos.

“A igreja é um ambiente para que a gente possa conscientizar as pessoas com relação a religião, para levar as pessoas a Deus e não fazer política dentro da empresa, o eleitor tem que ter seu ideal, seu candidato e não ser induzido pela máquina religiosa a levar um candidato a ser eleito”, explicou.

Acentuando ainda mais o tema, o assessor da corregedoria do TRE-PE, Orson Lemos, lembrou que o fato das doações eleitorais por pessoa jurídica a partidos políticos e candidatos terem sido vedadas “reforça a proibição de as entidades religiosas contribuírem financeiramente para a divulgação direta ou indireta das campanhas” e que “levar à cassação do registro ou do diploma dos candidatos eleitos”.

“A partir do momento que o líder religioso pede voto, ele está fazendo uma propaganda irregular. Quando ele estiver lá, é só chegar, filmar tudo e encaminhar para o TSE e o processo estará aberto”, esclareceu Orson.

No evento, foi apresentado aos líderes presentes que, de acordo com a Lei das Eleições (9.504/1997), é vedada a veiculação de propaganda nos bens de uso comum, aqueles aos quais a população em geral tem acesso e dentre esses estão as igrejas e os templos.

O prazo para partidos e coligações apresentarem os pedidos de registro das candidaturas terminou nesta quarta-feira (15).

Além do trabalho para evitar a propaganda política em locais públicos, o TRE-PE também montou uma força-tarefa de combate às fake news. A parceria é feita com as polícias Militar e Federal e com o Ministério público para receber denúncias sobre a propagação de informações falsas sobre campanhas e candidatos.

“Esse é o nosso grande calo dessas eleições não se trata apenas de notícia falsa, e sim de notícia fraudulenta que é o uso deliberado da intenção de distorcer a verdade”, lamentou o presidente do TRE. “É preciso que as pessoas não saiam propagando ou replicando notícias sem antes checar e confirmar aquela informação. Portanto, confiem mais na imprensa verdadeira e divulgue a aquilo que tenha certeza, que é verdade”, continuou.

Para identificar uma notícia falsa, Orson Lemos explicou as características mais frequentes. “Se a notícia, qualquer que seja a informação, esteja com letras garrafais, não fale qual a sua origem e não apresente a fonte da informação, desconfie. E antes de enviar, é necessário que você entre numa rede social confiável e confirmar a informação”.

Ações contra bispos

Das duas ações impetradas pelo Ministério Público Eleitoral envolvendo religião e votos, a primeira, do final de julho, pede que o Judiciário aplique multa de R$ 25 mil ao deputado estadual Osséssio Silva (PRB), a William Brígido (PRB) e a Sérgio Corrêa.

Os três são bispos da Igreja Universal do Reino de Deus e, segundo o processo, devem ser condenados por propaganda eleitoral antecipada.

A propaganda teria sido feita, conforme vídeo anexado ao processo, durante culto religioso realizado em junho deste ano. Osséssio e William são candidatos a deputados federal e estadual, respectivamente, enquanto o bispo Sérgio indicava no culto que os dois eram pré-candidatos.

A segunda ação, ainda no início deste mês, também pede que se aplique multa ao radialista André Carvalho (PPS). Pré-candidato a deputado federal, ele é acusado de divulgar o seu nome e imagem em 20 outdoors e 30 outbus, orçados em R$ 45 mil, propagar a campanha em evento religioso e nas redes sociais. O valor da multa não foi especificado pelo Ministério Público Eleitoral.

Fonte: JC online

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Evangélicos abrem 14 mil igrejas por ano no Brasil

Números comprovam a força do segmento na sociedade

por Jarbas Aragão

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Evangélicos abrem 14 mil igrejas por ano no BrasilEvangélicos abrem 14 mil igrejas por ano no Brasil

O crescimento dos evangélicos no Brasil nas últimas décadas é confirmado pelo IBGE e pela crescente influência desse segmento na sociedade. Os números oficiais do governo apontam para 42,3 milhões de adeptos em 2010. De acordo com o ministério Servindo aos Pastores e Líderes (SEPAL) os evangélicos poderão ser mais da metade da população brasileira em 2020.

Alguns jornais publicaram esta semana uma análise do chamado “mercado gospel”, baseado em dados recentes levantados pela Receita Federal. Segundo a publicação, diariamente as igrejas do Brasil arrecadam R$ 60 milhões, num total de R$21,5 bilhões por ano.

O Correio Brasiliense divulgou a estimativa que sejam abertas 14 mil igrejas evangélicas no Brasil a cada ano. Embora seja difícil fazer tal estimativa, pode-se facilmente afirmar que a maioria são igrejas neopentecostais. Afinal, este é o movimento que mais cresce no país, onde aproximadamente 60% dos evangélicos são de linha pentecostal. É igualmente verdade que muitas igrejas não duram mais que alguns anos.

Estranhamente, o Correio não cita a fonte do número publicado. A grande maioria dessas igrejas não é devidamente registradas, com um CNPJ. Se considerarmos apenas as que fizeram o registro, em 2013 foram 4400. Ou seja, a média é de 12 igrejas novas por dia; uma a cada duas horas. Os dados são do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, que monitora a abertura de empresas de todos os tipos no país.

Existem outros números que mostram a força dos evangélicos. A exemplo de outros países, hoje a música gospel já conquistou seu espaço nas rádios seculares. O mesmo pode ser dito das publicações. Antes limitados às livrarias evangélicas, hoje CDs, DVDs e livros evangélicos são amplamente distribuídos nas grandes lojas e supermercados. Isso sem mencionar o espaço conquistado em alguns canais de TV.

O Correio afirma que são pelo menos 4,5 mil cantores e bandas gospel atuando no país. Existem cerca de 600 rádios registradas (fora as piratas) que tocam música gospel. Já são 157 gravadoras produzindo material e no mínimo 10 novos CDs do gênero são lançados todo mês.

Um dos segredos do seu sucesso é que seu material é menos suscetíveis à pirataria por conta dos princípios dos fiéis. “É uma economia da fé que desconhece crises e vai de vento em popa”, explica Luciana Mazza, que trabalha há mais de 10 anos somente no meio evangélico.

As editoras cristãs já são 150 no país, sendo 60 de grande porte. Em média são 3 mil novos títulos lançados anualmente. “O desejo por um crescimento espiritual impulsiona a divulgação da palavra de Deus, que, claro, envolve um grande mercado editorial”, ressalta Reiner Lorenz, diretor executivo da Associação dos Editores Cristãos (Asec).