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O mais fiel retrato de Madalena

Novo livro e longa-metragem que estreia esta semana no Brasil revisitam uma das mais importantes personagens da Bíblia: a mulher que foi descrita como pecadora, arrependida e santa – até ser considerada pelo papa Francisco “apóstola dos apóstolos”. Sua importância cresce à luz do feminismo atual
O mais fiel retrato de Madalena
Camila Brandalise

Maria Madalena nunca foi prostituta. Esse título surgiu no século VI durante um sermão do papa Gregório Magno ao tentar convencer os fiéis que o arrependimento era condição para a remissão dos pecados, como teria acontecido com ela. Nascia ali uma lenda que percorreu a história. Mais de mil anos depois, essa imagem permanece – embora rivalize com outras versões sobre quem foi Madalena. Esposa de Jesus? Essa hipótese está em um evangelho não reconhecido pela Igreja Católica que afirma ter havido ao menos um beijo entre eles. Nem o documento é validado nem deixa claro se houve relacionamento amoroso. Quem de fato ela foi: discípula de Cristo, uma das pessoas que proviam seu sustento, santa e, desde 2016, considerada pelo papa Francisco como “apóstola dos apóstolos”. Sua verdadeira história se perdeu em uma miscelânea de representações que ao longo do tempo misturaram cânones, teorias da conspiração e charlatanismo, dependendo do interesse de cada um e de sua época. À luz do movimento feminista contemporâneo, revisitar a personagem significa tirar dela as alcunhas equivocadas, mostrar sua importância histórica e religiosa e falar de machismo e do papel da mulher na Igreja.

É a essa tarefa que se propõem duas novas obras, um livro e um filme, cujos títulos levam seu nome e que serão lançados na quinta-feira 15. “A imagem dela como uma prostituta arrependida é uma criação deliberada da Igreja, feita para minimizar o poder e o mistério que ela ganhou através de seu relacionamento espiritualmente íntimo com Jesus. Sua comunhão direta com o divino ameaçou a estrutura apostólica”, afirma o historiador britânico Michael Haag, autor do novo livro “Maria Madalena – Da Bíblia ao Código Da Vinci: companheira de Jesus, deusa, prostituta, ícone feminista” (ed. Zahar).

A confusão foi institucionalizada no ano de 591, quando o papa Gregório Magno afirmou que a pecadora é Madalena. Também disse ser ela outra Maria, irmã de Lázaro, o que não é comprovado. Wilma De Tommaso defende o papa Gregório: “Era uma época em que as pessoas tinham muito medo do inferno e se martirizavam. Por misericórdia, ele falou que ela pecou muito, mas foi perdoada, para dar o exemplo”, afirma. “A imagem da prostitua arrependida foi sendo historicamente construída a partir dessa homilia”, afirma André Chevitarese, especialista em história da religião e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “Com o tempo, ganhou contornos de verdade. É como se a pessoa acreditasse haver na Bíblia dados que nunca estiveram lá.” Para a pesquisadora Juliana Cavalcanti, também da UFRJ, que estuda as mulheres no catolicismo, ao reduzir Madalena à figura de prostituta, a Igreja acabou também colocando outras protagonistas femininas para “debaixo do tapete”, pois ela era uma peça chave que simboliza um conjunto de grandes personagens ocupando o papel de apóstolas. Elas, inclusive, bancavam as viagens de Jesus, segundo a Bíblia. “A insistência nessa história encerra também toda a possibilidade de mulheres ocuparem cargos dentro da Igreja.”

“Ela é vista como uma vítima da Igreja. Mas acho que ela foi mais vítima por causa da sua intimidade espiritual com Jesus”
Michael Haag, autor de “Maria Madalena”

Feminista

A história de Madalena se embolou ainda mais porque, com o tempo, a associação foi feita também com a mulher prestes a ser apedrejada por ter cometido adultério, outra anônima. Já no século XXI, o autor Dan Brown, com seu livro “O Código Da Vinci”, popularizou a lenda de que ela foi esposa de Jesus (confira no quadro ao lado), em um raciocínio falacioso que se vale de interpretações insustentáveis de antigos manuscritos não-oficiais. O livro recém-lançado se propõe a trazer essas perspectivas, enquanto o filme, com uma pegada de “blockbuster” gospel, tenta abordar a única leitura oficial sobre ela que pode ser feita: a de uma discípula fiel a Jesus. Na obra cinematográfica, ao abrir mão de se casar com um homem escolhido pelo pai e pelo irmão, ela desafia a estrutura patriarcal, que não permitia a uma mulher decidir o próprio destino, e se torna seguidora de um profeta que fala sobre amor e compaixão. Em um momento do mundo que se fala tanto sobre feminismo, a leitura pende para esse lado. Mas especialistas concordam que é impossível chamá-la de feminista. “Esse filtro de leitura não existia naquela sociedade do século I. Vai surgir do XVIII em diante”, afirma Juliana Cavalcanti, da UFRJ. “É anacrônico dar esse título a ela”, afirma a teóloga feminista Ivone Gebara. O autor Michael Haag aborda essa visão atual e concorda com as especialistas. “Ela é vista como uma vítima da Igreja. Mas acho que ela foi vítima mais por causa da sua intimidade espiritual com Jesus, entrando em desacordo com a hierarquia do cristianismo institucionalizado, que nada tem a ver com os ensinamentos de Cristo.”

Wilma De Tommaso lembra que Madalena foi considerada santa desde a Igreja primitiva, tamanha a importância dada pelo próprio catolicismo, que dedica a ela o dia 22 de julho. Na época em que viveu, contudo, a voz de uma mulher não valia como a de um homem. “Se ela visse um crime, por exemplo, sua palavra não tinha valor algum. Era uma regra cultural”, afirma. Daí vêm algumas especulações sobre o porquê seu papel ter sido historicamente renegado e sua visão da história não ter sido difundida. Ela é uma das personagens fundamentais do cristianismo, pois foi quem viu Jesus ressuscitado. Historiadores avaliam, inclusive, a possibilidade de considerá-la uma apóstola. “O critério de apostolicidade passa a ser ter visto Cristo ressuscitado. Se ela o viu, e foi a primeira, por que não considerá-la como tal?”, afirma o professor André Chevitarese. Durante a divulgação do filme, a atriz Rooney Mara, que interpreta a protagonista no filme “Maria Madalena”, diz ter ficado indignada com o rumo que o reconhecimento à personagem tomou. “Ela foi uma parte intrínseca da história, mas foi relegada ao papel de prostituta enquanto Pedro, que negou Jesus três vezes e distorceu sua mensagem, tem Igrejas no mundo todo. Ela é uma prostituta, e ele é um santo. É simplesmente incrível.”

Mensagens ocultas

Quem leu “O Código Da Vinci” ou assistiu à adaptação para os cinemas provavelmente lembra de uma das principais teorias apresentadas na história: de que o artista italiano teria retratado Maria Madalena em sua interpretação da Santa Ceia, do lado direito de Jesus. Dan Brown, autor do livro, recebeu muitas críticas na época, mas ele não criou essa teoria sozinho. O que ele fez foi popularizar uma hipótese que circulava há algum tempo. Ela aparece em “O Segredo dos Templários”, livro de Lynn Picknett e Clive Prince lançado em 1997. Segundo a dupla, Leonardo Da Vinci deixou pistas sobre o relacionamento entre Maria Madalena e Jesus no quadro, das cores de roupa à posição dos dois à mesa, remetendo a um “M” de Madalena. Para sustentar a tese, os autores se baseiam em evangelhos apócrifos, especialmente os escritos por Filipe e Maria. A hipótese, no entanto, é contestada por historiadores da arte. A versão mais aceita diz que é João o apóstolo retratado ao lado de Jesus na Santa Ceia – e que ele havia sido pintado com feições femininas em outras obras de arte.

COMPANHEIRA Da Vinci teria retratado Madalena ao lado de Cristo, em uma posição que forma um “M”. A teoria é contestada por historiadores da arte

Seguidora fiel

APÓSTOLA Cena do batismo no filme “Maria Madalena”: obra a retrata como discípula de Jesus e afasta sua imagem dos títulos de prostituta ou esposa de Cristo. Abaixo, capa de novo livro sobre o mesmo tema (Crédito:Divulgação)

É em grande parte pela representação artística de Maria Madalena que a alcunha de prostituta foi disseminada. “Só conheço dois longas que saem disso, um grego e um mexicano, pouco conhecidos”, afirma a pesquisadora Juliana Cavalcanti, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O novo “Maria Madalena”, nos cinemas na quinta-feira 15, quebra o padrão. Mostra-a como uma discípula íntima, não no sentido romântico. É uma fiel escudeira, seguindo à risca os ensinamentos e batendo de frente com apóstolos. O filme retoma pregações com certo didatismo. Ainda assim, em tempos de intolerância e ódio, é uma obra necessária. A protagonista é vivida por Rooney Mara e, no papel de Jesus, Joaquin Phoenix encarna um profeta perturbado pela falta de amor entre as pessoas.

Linhagem nobre

Um sucesso de vendas desde que chegou às livrarias em 1982, “O Santo Graal e a Linhagem Sagrada”, de Michael Baigent, Richard Leigh e Henry Lincoln, popularizou uma outra hipótese. Segundo os autores, Jesus e Maria Madalena foram casados e tiveram um ou mais filhos. Estes, ou seus descendentes, viajaram ao sul da França e casaram com famílias nobres. Essa linhagem daria origem à Dinastia Merovíngia, cujo primeiro representante foi Meroveu. Para o trio, o Santo Graal era, ao mesmo tempo, o útero de Maria Madalena e a linhagem de Cristo. A teoria foi considerada blasfêmia e a pesquisa do livro é contestada pela falta de provas capazes de conectar com um mínimo de precisão os merovíngios a Jesus.

Colaborou André Sollitto, com informações da Isto é independente

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Destruição da Síria é cumprimento de profecia bíblica? Teólogos estão divididos

Ghouta Oriental era parte de Damasco nos dias do Antigo Testamento

         Destruição da Síria é cumprimento de profecia bíblica? Teólogos opinam

Desde o ano passado, quando o cenário de destruição na Síria começou a se aproximar da capital Damasco, alguns teólogos vêm fazendo diferentes análises sobre a possibilidade de isso ser o cumprimento, em nossos dias, de antigas profecias bíblicas.

A partir do último dia 18 de fevereiro, as tropas do presidente sírio Basha Al Assad começaram um bombardeio maciço nos subúrbios ao Leste da capital, na região de Ghouta Oriental. Com cerca de 400 mil moradores e dominada por forças rebeldes ao regime, quase que diariamente há notícias de dezenas de civis mortos após os ataques.

A ONU tentou negociar uma trégua, que incluiria um cessar-fogo de 30 dias, quando seria possível evacuar a região. Porém, ela não foi seguida e agora surgem denúncias do uso de armas químicas. O conflito em Ghouta se estende desde 2013. Distando cerca de 15 km de Damasco, uma derrota ali permitiria que os opositores do presidente conquistassem a capital, ponto fim ao regime atual.

Ainda que alguns estudiosos descrevam essa lamentável crise humanitária como evidência do cumprimento de profecias bíblicas, há quem classifique essa conexão como “irresponsável” e “equivocada”.

Os textos mais citados são Isaías 17 e Jeremias 49, que falam sobra a destruição de Damasco, que se tornaria um “montão de ruínas”.

Para o renomado escritor evangélico Joel Rosenberg, “Estamos vendo o que parece o fim de Damasco. Não sabemos se esse é o prelúdio para o cumprimento dessas profecias. Porém, Damasco é a cidade mais antiga da Terra a ser habitada continuamente. O fato de ela estar sendo destruída é algo extraordinário… No passado, ela foi atacada, sitiada e conquistada, mas nunca ficou completamente destruída e desabitada”.

Autor de vários livros sobre escatologia, Rosenberg lembra que “O profeta Ezequiel escreveu há 2.500 anos que, nos ‘últimos dias’, a Rússia [Gogue?] e o Irã [Pérsia] formarão uma aliança militar para atacarem Israel pelo norte. Os estudiosos da Bíblia chamam este conflito escatológico, descrito em Ezequiel 38 e 39 de a guerra de Gogue e Magogue”. O teólogo acredita que a participação ativa de Moscou e Teerã neste conflito nos últimos anos não é apenas uma coincidência, mas um cumprimento profético.

Lançado em 2016, o livro “Armageddom Code” [O código do Armagedom] do jornalista cristão
Billy Hallowell possui uma interpretação muito similar a maneira como as cidades e países mencionados no “cenário dos últimos dias” podem ser facilmente identificadas em muitas reportagens exibidas recentemente na TV.

O grande drama humanitário do Oriente Médio poderá ficar ainda pior nas próximas semanas, uma vez que tantos os Estados Unidos quanto o Reino Unidos ameaçam bombardear Damasco, caso fique comprovado o uso de armas químicas, que violam os acordos da ONU. Embora o alvo primordial seria os arsenais de Assad, isso poderia, definitivamente, fazer com que a capital Síria se torne “um montão de ruínas”.

Cabe ressaltar que, a geografia bíblica é distinta da atual e nos dias do Antigo Testamento, a localização de Damasco incluía o que hoje é Ghouta, palavra que significa “oásis” e faz referência a uma fonte de água no deserto, condição essencial para o estabelecimento de cidades na antiguidade.

Profecia cumprida no passado

A ideia que não faria sentido relacionar os eventos atuais com a profecia bíblica é rejeitada por eruditos que acreditam que tanto Isaías quanto Ezequiel se referiam a algo que já ocorreu: o ataque dos assírios contra Damasco no ano 732 a.C.

É o que defende Hank Hanegraaff, teólogo com vários livros publicados no Brasil, e apresentador do programa de rádio “Bible Answer Man”, onde esclarece dúvidas sobre a Bíblia. Questionado por um ouvinte sobre o texto de Isaías 17, foi enfático: “Usar essa passagem de Isaías para explicar o que está acontecendo atualmente na Síria é um bom exemplo “escatologia de imprensa”. É uma vergonha os pastores fazerem isso. Ou eles não conhecem a palavra de Deus ou quererem promover o sensacionalismo e sofismas”.

Hanegraaff defende a ideia, comum nos seminários tradicionais, que Isaías 17 foi cumprido há milhares de anos. “Se olharmos para o que a Bíblia realmente diz, fica muito claro que o cumprimento da profecia também é relatado pelo texto bíblico. Se você olhar para o que começa a ser dito em Isaías 7, verá uma permutação, e seu cumprimento é descrito no capítulo seguinte, em Isaías 8”.

No entendimento de Hanegraaff, quem foge da interpretação histórica dessas passagens está tentando “encaixar as profecias em suas próprias visões escatológicas”.

Ele não está sozinho. A doutora Candida Moss, professora de Novo Testamento e Cristianismo Primitivo na Universidade Católica de Notre Dame, também acredita que a prometida destruição de Damasco ocorreu no século VIII antes de Cristo, mais especificamente na sua conquista pelos assírios, em 732 a.C. “Porém, essa não foi a única vez que Damasco testemunhou grandes conflitos”, sublinha Moss.

Entre os conquistadores de cidade, sempre com algum tipo de destruição, incluem-se o rei Nabucodonosor, da Babilônia, e o rei grego Alexandre, o Grande. Menos conhecido no Ocidente, o general islâmico Khalid ibn al-Walid, fez um cerco militar à cidade, no século 7. Posteriormente, na início do século 15, os exércitos turco-mongóis de  Timur-i-Lenk (Tamerlão, em português) conquistaram Damasco, matando toda a sua população. Com informações de Gospel Prime e CBN

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As Religiões Unidas para uma Nova Ordem Global

Autor: Carl Teichrib

Forcing Change, Volume 8, Edição 10.

“A vindoura civilização mundial terá uma única e totalmente abrangente religião, da mesma forma como necessitará de um governo mundial federal e de uma economia mundial integrada.” — W. Warren Wagar, The City of Man. [1].

Há muito tempo que a ideia de colocar juntas as religiões do mundo na causa da paz mundial é um sonho dos visionários globais. Meses atrás, o sonho avançou em diversas frentes, incluindo um gigantesco evento interfé realizado na Coreia do Sul, que apresentou um Acordo de Unidade de Religião: “Todas as religiões precisarão se unir, como uma só, sob Deus”. Parece que estamos testemunhando aquilo que o pensador católico Hans Kung certa vez descreveu como “a terceira dimensão ecumênica”.

Há muito tempo que as visões de unidade religiosa global passam pela cabeça dos pensadores, junto com a crença que a cooperação interfé fará nascer uma nova ordem de unidade e paz, o “Céu na Terra”. Considere algumas citações do Primeiro Parlamento das Religiões do Mundo, que se reuniu em Chicago, em 1893 (fotografia abaixo):

“Neste dia, o sol de uma nova era de paz e progresso religioso nasce sobre o mundo, dissipando as nuvens escuras da luta sectária.”

“Neste dia, uma nova flor floresce nos jardins do pensamento religioso…”

“Neste dia, uma nova fraternidade nasce no mundo do progresso humano, para ajudar na construção do reino de Deus no coração dos homens.”

“A nova era, a flor e a fraternidade trazem um nome. É um nome que alegrará os corações daqueles que adoram a Deus e que amam o homem, independente de sua origem. Aqueles que ouvirem esta música alegremente a ecooarão de volta para o sol e para a flor.”

ESTA É A IRMANDADE DAS RELIGIÕES.” [2; maiúsculas no original].

“A religião do futuro será universal em todos os sentidos. Ela incorporará todos os pensamentos, aspirações, virtudes e emoções de toda a humanidade; ela unirá todas as terras, povos, tribos e línguas em uma irmandade universal de amor e serviço; ela estabelecerá uma ordem celestial na Terra.” [3].

“… a religião universal até aqui ainda não evoluiu na emanação dos sóis. Ela é uma bênção ainda por vir.” [4].

“Caráter e conduta, não um credo, serão os pontos-chaves do Evangelho na Igreja da Humanidade Universal.”

“Mas, e o pecado? O pecado, como uma imputação teológica, possivelmente, desaparecerá do vocabulário desta grande comunhão dos justos… O alvo que está diante de nós é o Paraíso. O Éden aparecerá.” [5].

Ideais elevados e apelos para a unidade — uma nova religião — dominaram o evento em Chicago. Na verdade, um conferencista descreveu a “nova religião” em formação como Idealismo: “Os confessores dela são chamados de idealistas… O objetivo principal é o idealismo… a perfeição em tudo para o ideal da humanidade…” [6]. E um tipo de idealismo religioso universal entrou no quadro, pois esse evento é considerado o ponto de partida para o moderno movimento interfé.

Mas, o Parlamento de 1893 não foi o único fator histórico na busca pelo idealismo interfé. Lojas maçônicas e sociedades esotéricas já tinham iniciado o universalismo religioso dentro do ambiente cultural daquele tempo. A Maçonaria, com suas lojas em praticamente todas as grandes e pequenas cidades, tinha incorporado as ideias de universalismo dentro da consciência de seus membros. Considere duas citações pré-1893:

“A Maçonaria requer somente uma crença no Grande Arquiteto do Universo… o cristão, o judeu, o muçulmano e o hindu, poderão se unir em torno do nosso altar comum, e a Maçonaria se torna, na prática e na teoria, universal. A verdade é que a Maçonaria indubitavelmente é uma instituição religiosa — sendo sua religião a do tipo universal na qual todos os homens concordam…” — Albert Mackey. [7].

“A Maçonaria, em torno de cujos altares o cristão, o hebreu, o muçulmano, o hindu, os seguidores de Confúcio e de Zoroastro podem se reunir como irmãos e se unirem em oração ao Deus que está acima de todos os Baalins…” — Albert Pike. [8].

A Teosofia, um sistema ocultista / esotérico de filosofia e religião que deu origem a outras sociedades e subgrupos, promovia sem acanhamentos o universalismo. Embora seja verdade que o indivíduo mediano na rua nunca teve contato com os teosofistas, é também verdade que o movimento atraiu homens e mulheres de considerável influência social e conquistou o interesse de muitos intelectuais. Na verdade, durante o Parlamento das Religiões do Mundo, de 1893, a Sociedade Teosófica recebeu espaço para realizar um Congresso dentro das atividades maiores do Parlamento. O primeiro Congresso Teosófico foi realizado em uma sala com capacidade para 250 pessoas sentadas, que rapidamente ficou lotada. Em seguida, eles receberam um espaço para 1.000 pessoas, mas que também se mostrou inadequado. Os organizadores do Parlamente então alocaram um salão muito maior, que ficou apertado com 3.000 participantes e interessados.

O propósito da Teosofia foi explicado em 1889 como a reconciliação de todas as religiões, seitas e nações, “sob um sistema comum de ética, baseado em valores eternos”. [9]. Como tal, a Teosofia tem, ao longo das décadas, desde o Parlamento das Religiões, em Chicago, de 1893, feito muito para avançar os ideais da unidade religiosa global. Alice Bailey (fotografia à direita), uma renomada pensadora da Sociedade Teosófica, expressou isto como a evolução para uma “nova religião mundial que enfatizará a unidade, mas sem cobrar a uniformidade.” [10].

Testemunhando a Unidade para a Ordem Mundial

Ao longo dos anos, tive a oportunidade de compararecer como observador a alguns eventos interfé pequenos, porém significativos, e também a alguns grandes. Um dos menores e mais íntimos eventos em que estive presente ocorreu em 13 de novembro de 1999, na Igreja Metodista Unida Foundry, em Washington DC. O programa do dia tinha como título “A Busca da Paz e Justiça Mundiais: O Que as Religiões do Mundo Podem Fazer?”

A resposta à pergunta foi dada no próprio evento: Entrar em parceria com a Associação Federalista Mundial (WFA), o maior grupo de lóbi pró-governo mundial nos EUA e com a recém-formada Iniciativa das Religiões Unidas — uma organização que tenta criar um organismo inter-religioso permanente e global conhecido como Religiões Unidas. Portanto, naquele dia, um pequeno grupo de representantes religiosos, oficiais da Associação Federalista Mundial, e o vice-presidente da Iniciativa das Religiões Unidas enfatizaram a necessidade de governança global, o desejo por um organismo espiritual no estilo das Nações Unidas e a necessidade de harmonia religiosa para garantir a ordem política mundial. O rascunho de uma declaração, distribuído para os participantes dizia o seguinte:

“Nós, participantes na conferência de hoje, afirmamos as iniciativas nos terrenos político e religioso… Propomos um círculo mais amplo de diálogo e de esforços, envolvendo as religiões mundiais que trabalham juntas construtivamente com ideais e tendências pró-governança mundial, para que a unidade da humanidade possa ser trazida a um novo nível de realidade mundial no milênio por vir.”

Cerca de seis meses depois, em 25-30 de junho de 2000, o Encontro de Cúpula Global Iniciativa das Religiões Unidas ocorreu em Pittsburgh, na Pensilvânia. Ao contrário da conferência de um dia da Associação dos Federalistas Mundiais / Iniciativa das Religiões Unidas, em Washington DC, a Cimeira Global foi um evento robusto, com aproximadamente 300 representantes de 39 religiões e tradições espirituais, federalistas mundiais e muitos ativistas globais participantes. Foi um evento suntuoso no campus da Universidade Carnegie-Mellon, completo com apresentações culturais e rituais, uma elegante recepção na Catedral do Aprendizado e uma ricamente adornada celebração da Carta de Constituição da Iniciativa das Religiões Unidas, na Sala de Música Carnegie. A mídia local esteve presente, o suporte de muitas organizações foi apresentado e uma ligação telefônica pública com felicitações foi transmitida a partir das Nações Unidas.

Entretanto, o planejado organismo global das “Religiões Unidas” não se materializou. Em vez disso, a Iniciativa das Religiões Unidas mudou para se transformar em um movimento de raiz popular e um grupo interfé de defesa de direitos. Dez anos mais tarde, em 2010, recebi a credencial de observador para a Cimeira das Religiões Mundiais do G8/G20. Ao contrário da experiência da Iniciativa das Religiões Unidas, esse encontro não teve o objetivo de formular uma nova instituição espiritual no estilo da ONU. Em vez disso, ele exemplificou uma abordagem dirigida pelo consenso para pressionar os governos nacionais a adotarem a governança global. Cada organismo religioso representado permaneceu autônomo, porém cada um se comprometeu a promover e cobrar os objetivos e métodos combinados como um coletivo espiritual. De uma forma nâo incidental, os membros de liderança do Movimento Federalista Mundial eram os atores-chaves na organização e promoção deste evento (leia o artigo “Definindo a Agenda Internacional — Compreendendo o Quadro Grande: O Movimento Federalista Mundial”.

As três conferências acima fornecem um instantâneo, uma rápida visão geral do aspecto do “suporte interfé” para a ordem global.

Interfé 2014

A razão para o histórico acima, incluindo minha interação pessoal com o movimento interfé, é simplesmente a seguinte: Tanto a história documentada e minhas observações pessoais demonstram que o movimento interfé — com sua esperança pela ordem mundial — está firmado na sociedade ocidental. A pressão dele tem sido sentida, em diferentes disfarces e por meio de vários métodos, há muitas décadas.

Entretanto, algo mais precisa ser lembrado. Nem sempre os eventos com objetivos espetaculares, grandes audiências, grandes orçamentos e cobertura da mídia produzem o fruto originalmente esperado. A experiência da Iniciativa das Religiões Unidas é um exemplo, como também o Parlamento das Religiões, de 1893, com seus ideais da “Paternidade de Deus e Irmandade dos Homens”.

Apesar disso, a pressão se acumulou e continua a crescer à medida que os visionários internacionais procuram modelar o “Céu na Terra”. Além disso, frequentemente esse ideal pega carona nas grandemente divulgadas instabilidades e agitações sociais, “crises globais”, ameaça de destruição do planeta e conflitos regionais.

Com isto em mente, é digno de nota que acontecimentos e eventos inter-religiosos ocorreram no terceiro trimestre deste ano. Aqui estão alguns exemplos, pequenos e grandes, que ocorreram nos últimos meses:

Encontro de Cúpula de Paz da Aliança Mundial das Religiões (WARP Summit).
Onde: Seul, Coreia do Sul.
Quando: 17-19 de setembro.

Patrocinado pela Cultura Celestial, Paz Mundial, Restauração da Luz — um controverso movimento religioso de origem coreana fundado por Lee Man-hee — o Encontro de Cúpula da Paz da Aliança Mundial das Religiões foi um evento impressionante. A colorida e complexa cerimônia de abertura teve lugar no estádio Olímpico de Seul e, segundo noticiado na imprensa, mais de 200.000 pessoas participaram. Todos contados, mais de 700 líderes religiosos e mais de 50 chefes de Estado atuais e passados, além de altas autoridades governamentais participaram da cimeira. O resultado: uma declaração formal que reconhece a unidade de Deus, o estabelecimento da “unidade da religião” e um chamado para a “lei internacional” unir a humanidade.

Encontro de Cúpula Interfé Sobre Mudança Climática (ISCC).
Onde: Nova York, NY.
Quando: 21-22 de setembro.

Em setembro passado, a cidade de Nova York foi o epicento da política climática global. Encontros de alto nível ocorreram dentro e em torno do Encontro de Cúpula do Clima da ONU, concentrações e marchas ocorreram nas ruas e grupos de interesse especiais exigiram “justiça social”, “ecojustiça” e governança global. As religiões também estiveram envolvidas. O Encontro de Cúpula Sobre a Mudança Climática foi organizado pelo Conselho Mundial de Igejas e pela Religiões pela Paz, uma organização multifé que coordena a ação global para a paz mundial. O ponto do Encontro de Cúpula Interfé foi declarado na página da Cúpula na Internet: “Todos os participantes serão solicitados a se comprometerem em serem defensores da justiça climática e da proteção da Terra, tanto no nível global quanto no nacional.” Em outras palavras, as religiões mundiais se comprometem a atuar como ativistas políticos.

Conferência Fé e Ecologia.
Onde: Jerusalém, Israel.
Quando: 22 de outubro.

Este evento foi patrocinado pela Iniciativa Fé & Ciência do Planeta Unido, um projeto cujos 12 “líderes fundadores” incluem Desmond Tutu e o Dr. Rajendra Pachauri, presidente do Painel Intergovernamental Sobre Mudança Climática, da ONU. Por um dia, cerca de cem pessoas — líderes religiosos representando o Cristianismo, Judaísmo e o Islão, junto com cientistas e estudantes — se reuniram para apoiarem uns aos outros e se unirem “em torno de uma visão compartilhada da sustentabilidade ecológica”.

Outros acontecimentos interfé recentes incluem três anúncios significativos:

Primeiro: Em 9 de setembro, foi anunciado que o próximo encontro do Parlamento das Religiões do Mundo ocorrerá em Salt Lake City, Utah, EUA, em 15-19 de outuburo de 2015. Como explicado pelo presidente do Parlamento, o imã Abdul Malik Mujahid, “os EUA foram o lar de origem do movimento interfé e chegou a hora de o Parlamento retornar para casa.”

Segundo: Em 23 de outubro, Jerry White, um assessor e suplente do Secretário de Estado junto ao Gabinete de Conflitos e Operações de Estabilização, um setor do Departamento de Estado dos EUA, foi à Rádio Vaticano e propôs um Convênio Global das Religiões Mundiais.

Terceiro: Em fim de outubro, foi anunciado que Astana, no Casaquistão, sediará o Quinto Congresso de Líderes do Mundo e Religiões Tradicionais, em junho de 2015. Este evento será a continuação do Congresso de Líderes iniciado pelo presidente do Casaquistão, Nursultan Nazarbayev, em 2003. Como um reforço para o Congresso, a UNESCO proclamou o período de tempo entre 2013 e 2022 como a Década Internacional para a Reaproximação das Culturas, uma iniciativa promovida pelo governo do Casaquistão.

Desde os sonhos do “Céu na Terra”, de 1893, até a política interfé atual para a ordem global, a visão das “religiões em acordo para uma meta comum” tem sido implementada de forma lenta, porém segura. E essa visão ainda está em desenvolvimento.

Em 1982, Hans Kung, o famoso padre católico e acadêmico, que mais tarde rascunhou o documento interfé intitulado Towards a Global Ethic (A Busca por uma Ética Global), escreveu as seguintes palavras reveladoras: “Após o ecumenismo intraprotestante e intracristão, chegamos agora irrevogavelmente à terceira dimensão ecumênica, o ecumenismo das religiões do mundo! [11].

Notas Finais

1. W. Waren Wagar, The City of Man (Houghton Mifflin Company, 1963), pág. 167.

2. Discurso de Charles Carroll Bonney, “Words of Welcome”, The Dawn of Religious Pluralism: Voices from the World’s Parliament of Religions, 1893 (“Palavras de Boas-Vindas: A Aurora do Pluralismo Religioso: Vozes do Parlamento das Religiões do Mundo”) (Open Court, 1993), págs. 21-22.

3. Discurso de Merwin-Marie Snell, “Future of Religion”, The Dawn of Religious Pluralism: Voices from the World’s Parliament of Religions (“O Futuro da Religião: A Aurora do Pluralismo Religioso: Vozes do Parlamento das Religiões do Mundo”), 1893 (Open Court, 1993), pág. 174.

4. Emil Gustav Hirsch, “Elements of Universal Religion”, The Dawn of Religious Pluralism: Voices from the World’s Parliament of Religions, 1893 (Elementos da Religião Universal: A Aurora do Pluralismo Religioso: Vozes do Parlamento das Religiões do Mundo, 1893), (Open Court, 1993), pág. 221.

5. Idem, pág. 224.

6. Adolph Brodbeck, “Idealism the New Religion”, The Dawn of Religious Pluralism: Voices from the World’s Parliament of Religions, 1893 (“Idealismo, a Nova Religião”, A Aurora do Pluralismo Religioso: Vozes do Parlamento das Religiões do Mundo, 1893 (Open Court, 1993), pág. 348.

7. Albert Mackey, A Text Book of Masonic Jurisprudence (Redding & Company, 1859), pág. 95.

8. Albert Pike, Morals and Dogma of the Ancient and Accepted Scottish Rite of Freemasonry (Conselho Supremo da Jurisdição Sulista, Rito Escocês Antigo e Aceito, EUA, 1871 — reimpresso em 1944), pág. 226.

9. H. P. Blavatsky, The Key to Theosophy (Theosophical University Press, 1889 — reimpresso em 1995), pág. 2.

10. Alice A. Bailey, Esoteric Psychology, Volume 1 (Lucis Publishing Company, 1936 — reimpresso em 1979), pág. 362.

11. Hans Kung, Prefácio do livro, The Meaning of Other Faiths, de Willard G. Oxtoby (The Westminster Press, 1983), pág. 10. O prefácio foi originalmente escrito em outubro de 1982.


Clima, Fé e Esperança

As Tradições de Fé Juntas para um Futuro Comum

Nota: Esta é a Declaração do Encontro de Cúpula Interfé Sobre Mudança Climática de 2014.

Como representantes de diferentes fés e tradições religiosas, expressamos conjuntamente uma profunda preocupação pelas consequências da mudança climática sobre a Terra e sobre seus habitantes, que, como nossas fés revelam, foram colocados sob nosso cuidado. A mudança climática é de fato uma ameaça à vida, um dom precioso que recebemos e do qual precisamos cuidar.

Reconhecemos as enormes evidências científicas que a mudança climática é induzida pelo próprio homem e que, sem ações globais e inclusivas para a redução e sem tratar plenamente as causas fundamentais, os impactos continuarão a crescer em intensidade e frequência. Ao mesmo tempo, estamos prontos para dialogar com aqueles que permanecem céticos.

Em nossas comunidades e graças à mídia, vemos as manifestações da mudança climática por toda a parte. Nossos irmãos e irmãs em todo o mundo nos contam a respeito dos efeitos sobre as pessoas e a natureza. Reconhecemos que esses efeitos atingem de forma desproporcional as vidas, os meios de subsistência e os direitos das populações mais pobres e marginalizadas, que são as mais vulneráveis, incluindo os povos indígenas. Quando aqueles que menos fizeram para provocar a mudança climática são os mais afetados por ela, isto se torna uma questão de injustiça. Soluções equitativas são urgentemente necessárias.

Reconhecemos que a mudança climática é hoje um grande obstáculo para a erradicação da pobreza. Os eventos climáticos severos agravam o problema da fome, causam insegurança econômica, forçam as migrações populacionais e impedem o desenvolvimento sustentável. A crise climática é uma questão de sobrevivência da humanidade no planeta Terra e as ações a serem tomadas precisam refletir esses fatos com urgência.

Portanto, como líderes religiosos, nós nos comprometemos com a promoção da redução aos riscos de desastres, adaptação, desenvolvimento com baixo carbono, educação sobre mudança climática, limitação dos nossos próprios padrões de consumo e redução no uso que fazemos dos combustíveis fósseis. Com base nas crenças espirituais e em nossa esperança para o futuro, nós nos comprometemos a estimular as consciências e incentivar nossos pares e comunidades a considerarem essas medidas com urgência.

Compartilhamos a convicção que as ameaças da mudança climática não podem ser limitadas de forma eficaz por um único país, mas somente pela cooperação da comunidade de nações, com base nos princípios da confiança mútua, da justiça e equidade, precaução, justiça com as próximas gerações, responsabilidades e capacidades comuns, porém diferenciadas. Exortamos os ricos a apoiarem os pobres e os vulneráveis de forma significativa, especialmente nos países menos desenvolvidos, nas nações em ilhas pequenas e no Sub-Saara Africano. O suporte significativo inclui recursos financeiros generosos, formação e capacitação, transferência de tecnologia e outras formas de cooperação.

Incentivamos os chefes e ministros de Estado que estão participando do Encontro de Cúpula do Clima a anunciarem a adesão ao Fundo Climático Verde, incluindo compromissos em aumentá-lo daqui para frente, estabelecerem novas parcerias para a resiliência climática e o desenvolvimento de baixo carbono e assegurarem o acesso às energias renováveis para todos os povos.

Como pessoas de fé, pedimos que todos os governos expressem seu compromisso em limitar o aquecimento global bem abaixo de 2 graus Celsius. Enfatizamos que todos os países compartilham a responsabilidade de formular e implementar as Estratégias de Desenvolvimento de Baixo Carbono, que levarão às descarbonização e ao fim do uso de combustíveis fósseis por volta de meados deste século.

Consequentemente, encorajamos os líderes políticos e econômicos mundiais a exercerem sua liderança durante o Encontro de Cúpula do Clima, anunciando ações conjuntas, como cortes importantes na emissão de curto prazo, o fim das políticas de subsídios aos combustíveis fósseis, tetos para o consumo de carvão, fim do investimento em carvão, proteção às florestas, maior eficiência de energia na construção e transporte e outras etapas concretas. Propomos também que todos os governos identifiquem as necessidades de adaptação de médio e longo prazo e desenvolvam estratégias para tratá-las com base em abordagens participativas orientadas para cada país e sensíveis às questões de gênero, para melhor gerenciar as perdas residuais e os danos causados pelos impactos climáticos adversos.

Finalmente, pedimos que todos os Estados trabalhem construtivamente para um acordo climático global de longo alcance, a ser assinado em Paris, em 2015, trabalhando com transparência, adequação e com prestação de contas. O novo acordo precisará ser:

  • Ambicioso o suficiente para evitar que a temperatura suba bem abaixo de 2 graus Celsius.

  • Justo o suficiente para distribuir a carga de forma equitativa.

  • Juridicamente vinculante o suficiente para garantir que as políticas climáticas nacionais eficazes, para limitar as emissões, sejam bem financiadas e plenamente implementadas.

Como representantes religiosos e cidadãos em nossos países, nós aqui nos comprometemos a tratar a ameaça da mudança climática. Continuaremos a contar com a sua liderança e encorajamos e esperamos que os senhores tomem as decisões corretas. Quando decisões difíceis precisam ser tomadas para a sustentabilidade do planeta Terra e de seus habitantes, estamos prontos para ficar ao seu lado. Oramos por vocês e por toda a humanidade ao cuidarem do planeta Terra.

   Nova York, 21 de setembro de 2014.

Fonte: Forcing Change, Volume 8, Edição 10.
   A Espada do Espírito: http://www.espada.eti.br/fc-10-2014.asp