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DILMA NEGA TER RETIRADO BÍBLIA

 

Assessoria da presidente informou que nada foi alterado no gabinete

A assessoria da presidente Dilma divulgou neste domingo, 9, esclarecimentos sobre notícias de que teriam sido retirados do gabinete presidencial um crucifixo e uma Bíblia. Segundo a Secretaria de Comunicação Social (Secom), o crucifixo teve que ser devolvido ao dono, o ex-presidente Lula, e a Bíblia continua onde sempre esteve, “na sala contígua ao gabinete, em cima de uma mesa”. Leia a nota:

“Jornais, revistas e sites na rede mundial de computadores divulgaram algumas notícias sobre a primeira semana de trabalho da presidenta Dilma Rousseff que merecem esclarecimentos:

1 – Não houve a retirada do crucifixo do gabinete presidencial. A peça pertencia ao ex-presidente Lula que a recebeu de um artista no início do governo. É de origem portuguesa.

2 – Ao contrário daquilo que afirmaram na mídia, não houve a retirada do exemplar da Bíblia de seu gabinete. Ela [a Bíblia] permanece na sala contígua ao gabinete, em cima de uma mesa – onde por sinal a presidenta já encontrou ao chegar ao Palácio do Planalto.

3 – Embora goste de trabalhar com laptop, a presidenta não mudou o computador da mesa de trabalho. Continua sendo um desktop.”

Entenda o caso: http://www.creio.com.br/2008/noticias01.asp?noticia=11969

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CNBB pediu a Vaticano para rever celibato

CATÓLICOS

 

Localizadas no Arquivo Secreto do Vaticano propostas de bispos brasileiros ao Concílio Vaticano II, em 1965, que foram censuradas: ordenação de homens casados e controle de natalidade.

O Arquivo Secreto do Vaticano mantém, em duas pastas guardadas a sete chaves, cópias das propostas feitas por bispos brasileiros sobre o celibato dos padres e o controle de natalidade, na última sessão do Concílio Ecumênico Vaticano II, em 1965. Os textos não foram transcritos nas atas da reunião, como seria de praxe, porque o papa Paulo VI proibiu a discussão dos temas. Acreditava-se que os documentos tivessem sumido, conforme observou o teólogo e historiador padre José Oscar Beozzo no livro A Igreja do Brasil no Concílio Vaticano II (Editora Paulinas, 2005).

"Estranhamente, as intervenções depositadas no Secretariado do Concílio não deixaram nenhum traço nas atas conciliares, desaparecendo do registro histórico, como se nunca tivessem existido", escreveu Beozzo, depois de relatar a iniciativa de d. Pedro Paulo Koop, bispo de Lins (SP), e de d. Francisco Austregésilo de Mesquita, bispo de Afogados da Ingazeira (PE), de propor a ordenação sacerdotal de homens casados para suprir a falta de padres no Brasil. Os dois bispos tinham o aval da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e de boa parte dos 243 participantes brasileiros do Concílio.

Foi o próprio padre Beozzo quem descobriu, em investigações posteriores, que os textos das propostas estão preservados no Arquivo Secreto. A proposta sobre a ordenação de homens casados está conservada na pasta de número 529, intitulada Comissione di Coordinamento – De coelibatu ecclesiastico (Comissão de Coordenação – Sobre o celibato eclesiástico), 1965-1966, fascículos 1-6. A intervenção sobre controle de natalidade está arquivada na pasta de número 528, fascículos 1-4, com o título Comissione di Coordinamento – De ecclesia in mundo huius temporis – De matrimonio (Comissão de Coordenação – A Igreja no mundo do tempo atual – Sobre o matrimônio).

O texto do bispo de Lins que pedia a ordenação de homens casados (que não é o casamento de padres celibatários) vazou para a imprensa e, ao ser publicado pelo jornal Le Monde, em 12 de outubro de 1965, provocou um alvoroço no Vaticano. D. Pedro Paulo Koop entregou o original de sua intervenção em latim à Secretaria do Concílio e algumas cópias a outros participantes da reunião, em busca de apoio. Surpreendeu-se ao ver o documento ser publicado em francês, em Paris. No Colégio Pio Brasileiro, ponto de apoio dos bispos em Roma, d. Pedro Paulo foi acusado, numa reunião da CNBB, de envergonhar o episcopado do Brasil.

D. Francisco Austregésilo de Mesquita, que também propunha a ordenação de homens casados e saiu em defesa de d. Pedro Paulo, confessou mais tarde, em entrevista a padre Beozzo, ter ficado profundamente decepcionado com o veto de Paulo VI. "Até hoje, não consigo engolir que o papa impediu-me de tratar três assuntos: celibato, paternidade responsável (pílula) e divórcio", declarou o bispo.

Paulo VI interveio na agenda ao saber que alguns padres conciliares (bispos participantes do Vaticano II) tinham a intenção de tratar do celibato eclesiástico. Dando sua opinião pessoal, logo interpretada como uma ordem, o papa advertiu que não seria oportuno debater publicamente o tema. Os bispos foram convidados a entregar suas intervenções por escrito.

Pressão. Mesmo engavetado, o tema do celibato continuou em discussão. No Sínodo de 1971 (reunião de bispos com o papa em Roma), o então secretário da CNBB, d. Aloísio Lorscheider, voltou a levantar a questão, depois de a assembleia-geral do episcopado em 1969 ter aprovado, por dois terços dos votos, que o pedido de ordenação de homens casados fosse encaminhado à Santa Sé. A Secretaria de Estado fez pressão sobre os delegados brasileiros, insistindo para que não tocassem no tema, porque o papa ficaria muito triste. D. Aloísio levou a questão adiante, mas Roma não cedeu.

"Isso não impediu que, no Sínodo dos Bispos de 1990, d. Valfredo Tepe (de Ilhéus-Bahia) voltasse a falar em nome da conferência episcopal do Brasil, solicitando a ordenação de homens casados", escreveu o padre Beozzo. Entre outros argumentos, d. Tepe lembrou que no Brasil há paróquias de 50 mil e até de 100 mil habitantes, o que exige de muitos padres celebrar cinco ou mais missas aos domingos, para satisfazer a comunidade de sua área. "Trabalham sob estresse e se sentem frustrados porque não conseguem, de forma adequada, assistir pastoralmente as próprias comunidades", afirmou o bispo. D. Aloísio Lorscheider, que havia sido nomeado cardeal em 1976, reforçou a proposta, ao defender a ordenação de homens casados. O Vaticano manteve inalterado o celibato.

Apesar de os papas João Paulo II e Bento XVI terem mantido o veto de Paulo VI à discussão do tema, a ordenação de homens casados continua em pauta. Alguns bispos defendem a proposta abertamente. "Precisamos ter a coragem de ordenar homens casados para atender as comunidades abandonadas", adverte d. Angélico Sândalo Bernardino, bispo emérito de Blumenau (SC), que foi membro da comissão responsável pelos padres na CNBB. "O carisma do celibato continua sendo uma riqueza evangélica na Igreja, mas chegou a hora, diante da realidade de inúmeras comunidades carentes de eucaristia, de ordenarmos homens casados de intensa vivência comunitária e matrimonial", acrescenta.

O 12.º Nacional de Presbíteros, reunido em Itaici, no município paulista de Indaiatuba, em 2008, propôs que se pedisse ao Vaticano a ordenação de homens casados e a readmissão de ex-padres casados como alternativas para o celibato, mas sem sucesso. A proposta foi cortada na versão final do documento enviado a Roma.

Data: 10/1/2011 08:25:15
Fonte: Estadão

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Arqueologia Bíblica: TIAGO – Para universidade hebraica, ossuário do irmão de Jesus é verdadeiro

Ela pesa 25 quilos. Tem 50 centímetros de comprimento por 25 centímetros de altura. E está, indiretamente, no banco dos réus de um tribunal de Jerusalém desde 2005. Adiscussão em torno de uma caixa mortuária com os dizeres “Tiago, filho de José, irmão de Jesus” nasceu em 2002, quando o engenheiro judeu Oded Golan, um homem de negócios aficionado por antiguidades, revelou o misterioso objeto para o mundo.

A possibilidade da existência de um depositário dos restos mortais de um parente próximo de Jesus Cristo agitou o circuito da arqueologia bíblica. Seria a primeira conexão física e arqueológica com o Jesus do Novo Testamento. Conhecido popularmente como o caixão de Tiago, a peça teve sua veracidade colocada em xeque pela Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA). Em dezembro de 2004, Golan foi acusado de falsificador e a Justiça local entrou no imbróglio. No mês passado, porém, o juiz Aharon Far¬kash, responsável por julgar a suposta fraude cometida pelo antiquário judeu, encerrou o processo e acenou com um veredicto a favor da autenticidade do objeto. Também recomendou que o IAA abandonasse a defesa de falsificação da peça. “Vocês realmente provaram, além de uma dúvida razoável, que esses artefatos são falsos?”, questionou o magistrado. Nesses cinco anos, a ação se estendeu por 116 sessões. Foram ouvidas 133 testemunhas e produzidas 12 mil páginas de depoimentos.

Especialista em arqueologia pela Universidade Hebraica de Jerusalém, Rodrigo Pereira da Silva acredita que todas as provas de que o ossuário era falso caíram por terra. “A paleografia mostrou que as letras aramaicas eram do primeiro século”, diz o professor do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp). “A primeira e a segunda partes da inscrição têm a mesma idade. E o estudo da pátina indica que tanto o caixão quanto a inscrição têm dois mil anos.” O professor teve a oportunidade de segurá-lo no ano passado, quando o objeto já se encontrava apreendido no Rockfeller Museum, em Jerusalém.

Durante o processo, peritos da IAA tentaram desqualificar o ossuário, primeiro ao justificar que a frase escrita nele em aramaico seria forjada. Depois, mudaram de ideia e se ativeram apenas ao trecho da relíquia em que estava impresso “irmão de Jesus” – apenas ele seria falso, afirmaram.

A justificativa é de que, naquele tempo, os ossuários ou continham o nome da pessoa morta ou, no máximo, também apresentavam a filiação dela. Nunca o nome do irmão. Professor de história das religiões, André Chevitarese, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, levanta a questão que aponta para essa desconfiança. “A inscrição atribuiria a Tiago uma certa honra e diferenciação por ser irmão de Jesus. Como se Jesus já fosse um pop¬star naquela época”, diz ele. Discussões como essa pontuaram a exposição de cerca de 200 especialistas no julgamento. A participação de peritos em testes de carbono-14, arqueologia, história bíblica, paleografia (análise do estilo da escrita da época), geologia, biologia e microscopia transformou o tribunal israelense em um palco de seminário de doutorado. Golan foi acusado de criar uma falsa pátina (fina camada de material formada por microorganismos que envolvem os objetos antigos). Mas o próprio perito da IAA, Yuval Gorea, especializado em análise de materiais, admitiu que os testes microscópicos confirmavam que a pátina onde se lê “Jesus” é antiga. “Eles perderam o caso, não há dúvida”, comemorou Golan.

O ossuário de Tiago, que chegou a ser avaliado entre US$ 1 milhão e US$ 2 milhões, é tão raro que cerca de 100 mil pessoas esperaram horas na fila para vê-lo no Royal Ontario Museum, no Canadá, onde foi exposto pela primeira vez, em 2002. Agora que a justiça dos homens não conseguiu provas contra sua autenticidade, e há chances de ele ser mesmo uma relíquia de um parente de Jesus, o fascínio só deve aumentar.

Data: 10/1/2011 08:42:55
Fonte: Isto é