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“Somos todos filhos de Deus”, o apelo do Papa Francisco ao ecumenismo

VATICANO.- O Papa Francisco fez um novo vídeo no qual ele declara que não importa qual religião se professa, porque “somos todos filhos de Deus”. Assim começando uma nova etapa na aliança ecumênica que foi planejada por um longo tempo. (veja o vídeo no final da nota)

O vídeo foi feito pelo Papa como um pedido ao grupo de oração e começa com a seguinte frase:

“A maioria dos habitantes do planeta declara-se crentes, isso deve provocar um diálogo entre as religiões. Não devemos parar de orar por ele e colaborar com aqueles que pensam de forma diferente”

franciscoLá, após a aparição do Papa, uma mulher diz no vídeo: “Eu confio em Buda”, então uma pessoa de origem judaica diz: “Creio em Deus”, um católico diz: “Eu creio em Jesus Cristo” e, finalmente, um muçulmano diz “eu acredito em Deus, em Allah”

O vídeo é claramente um apelo para a unificação das religiões, ou, como muitos concordam, é um chamado para uma aliança ecumênica.

oração“Muitos pensam de maneira diferente, sentem-se diferentes, buscam a Deus e encontram Deus de maneiras diferentes. Nesta multidão, nesta gama de religiões, há apenas uma certeza que temos para todos: SOMOS TODOS FILHOS DE DEUS “continua o vídeo.

Francisco salientou que, apesar do “leque” de crenças que coexistem no mundo, “somos todos filhos de Deus”.

O objetivo do vídeo é gerar uma união inter-religiosa ou ecumênica, cujo ponto central é o “amor”. (de acordo com o que eles acham que é amor)

Francisco termina sua mensagem pedindo uma difusão dela.

“Eu confio em você para espalhar o meu pedido este mês: que o diálogo sincero entre homens e mulheres de diferentes religiões traga frutos de paz e justiça. Eu confio em sua oração ” Aqui você pode ver o vídeo:

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Papa Francisco é o primeiro líder católico a visitar uma igreja evangélica

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O papa Francisco tornou-se, nesta segunda-feira (28), o primeiro líder da Igreja Católica a fazer visita a uma igreja evangélica pentecostal, ramo do protestantismo que é considerado grande “competidor” dos católicos na disputa por novos fiéis no mundo.

Francisco viajou de helicóptero à cidade de Caserta, no sul da Itália, e foi à Igreja Evangélica da Reconciliação, cujo prédio ainda está em obras. O papa também se reuniu privadamente com o pastor evangélico Giovanni Traettino, amigo de longa data.

No sábado (26), o papa já tinha estado em Caserta para celebrar uma missa em honra à padroeira santa Ana, evento que reuniu aproximadamente 200 mil católicos.

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Papa é recebido pelo pastor evangélico Giovanni Traettino

Falando nesta segunda a cerca de 350 fiéis na igreja evangélica, o Pontífice pediu desculpas pela perseguição católica aos pentecostais durante o regime fascista na Itália (1922-1943), quando a prática de sua fé era proibida. “Entre os que perseguiam e denunciavam pentecostais, quase como se fossem pessoas loucas tentando destruir a raça [humana], havia também católicos”, discursou.

“Eu sou o pastor dos católicos e peço o seu perdão por aqueles irmãos e irmãs católicos que não compreenderam e foram tentados pelo Diabo”, acrescentou o papa.

Foi um encontro muito bonito, familiar, entre o Papa Francisco e o pastor amigo, reunido com a sua comunidade. Comovido, Traettino saudou o Papa em meio aos aplausos afetuosos dos presentes:

“Caríssimo Papa Francisco, meu amado irmão, é grande nossa alegria por esta sua visita: uma grande e inesperada graça, impensável até pouco tempo atrás. E poderá ver isso nos olhos das crianças e dos anciãos, dos jovens e das famílias. Nós lhe queremos bem! (aplausos) E deve saber de uma coisa: também entre nós, evangélicos, temos muito afeto por sua pessoa (aplausos) e muitos de nós, todos os dias, rezamos por sua pessoa. Ademais, é muito fácil lhe querer bem. Muitos de nós acreditam, inclusive, que sua eleição a Bispo de Roma tenha sido obra do Espírito Santo (aplausos).”

O Pastor Traettino – que em 1º de junho passado participara do encontro do Papa no Estádio Olímpico de Roma com a Renovação Carismática – recordou o esforço de Francisco ao ir pela segunda vez a Caserta e afirmou: “Com homens como o senhor há esperança para nós cristãos!”

Em seguida, falou da unidade da Igreja fundada em Jesus Cristo. Disse que o centro da nossa vida é estar na presença de Jesus e que a fé é um encontro pessoal com Ele.

Por sua vez, o Papa falou da diversidade que não é divisão e recordou quem é que faz a unidade na Igreja: “O Espírito Santo faz a diversidade na Igreja e essa diversidade é tão rica, muito bonita; mas, depois, o próprio Espírito Santo faz a unidade. E assim a Igreja é una na diversidade. E para usar uma palavra bela de um evangélico, que amo muito, uma diversidade reconciliada pelo Espírito Santo.”

A unidade – observou ainda – não é uniformidade, porque “o Espírito Santo faz duas coisas: faz a diversidade dos carismas, e depois faz a harmonia dos carismas”. O ecumenismo é justamente buscar que “essa diversidade seja mais harmonizada pelo Espírito Santo e se torne unidade”.

Em seguida, respondeu aos que ficaram surpresos pelo fato de o Papa ter ido visitar pentecostais. Na verdade, foi restituir a visita que lhe haviam feito em Buenos Aires, disse ele mesmo:

“Alguém estará surpreso: ‘O Papa foi visitar evangélicos!’ Foi encontrar irmãos! – respondeu (plausos). Porque, na verdade, foram eles que vieram por primeiro me encontrar em Buenos Aires. E isso é um testemunho. Vieram e se aproximaram. E assim começou esta amizade, esta proximidade entre os pastores de Buenos Aires. E hoje aqui. Agradeço muito a vocês, peço que rezem por mim, preciso muito… para que ao menos eu seja melhor. Obrigado! (aplausos).”

Estava presente no encontro na Igreja pentecostal em Caserta, o sacerdote jesuíta argentino Guillermo Ortiz, responsável pelos programas em língua espanhola da Rádio Vaticano. Eis o que nos disse estando ainda na cidade do sul da Itália:

“Este é um encontro muito particular, muito especial. O Pastor Traettino recebeu o Papa diante de todos, após ter estado com ele antes de participar da oração na Igreja da Reconciliação. O Papa Francisco esteve pessoalmente com o Pastor em sua casa, neste encontro privado; depois veio aqui e o pastor disse diante de todos que também os evangélicos querem muito bem ao Papa Francisco. Cerca de 200 pessoas, talvez até mais, aplaudiram e estando aqui na Igreja se vê realmente como querem bem ao Papa. O pastor falou de reconciliação, da importância de retomar o caminho na presença do Senhor, partindo novamente de Jesus. No início houve um aplauso pela presença do Papa e, logo depois, foi pedido um aplauso mais forte para Jesus…”

Trata-se, portanto, de um momento muito importante para o ecumenismo…

“Sim, no sentido que o Papa se aproxima de uma periferia. Este evento é aquilo que acontece nas periferias de nossas cidades, inclusive em Buenos Aires, na Argentina, na América Latina, onde há pessoas que se reúnem e com a Bíblia rezam; creem em Jesus e são cristãos honestos, não são daqueles que se aproveitam das pessoas para tirar dinheiro delas prometendo a felicidade. São pessoas que lendo o Evangelho encontraram Jesus e Cristo mudou suas vidas. Agora elas dão testemunho buscando ajudar os outros. O Pastor Traettino disse ter meditado muito sobre a Encarnação, porque o Papa, ao invés de enviar uma mensagem a seu irmão, veio encontrá-lo e também participou da oração em sua Igreja. O Papa disse que nos fará bem ir encontrar e tocar Cristo na carne porque se fez homem e agora se encontra nos irmãos; e nos fará bem tocar a carne de Cristo nos irmãos. É uma coisa muito concreta. Isso significa que estamos falando de cristianismo: um cristianismo verdadeiro, profundo, que vai além das diferenças que – disse o Papa – são do mesmo Espírito Santo, que como um poliedro faz a diversidade e a unidade na diversidade”, concluiu Pe. Ortiz. Com informações do site Franciscanos

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Bispos católicos pedem que cristãos e muçulmanos se unam

Falar da perseguição aos cristãos só “facilita o jogo dos extremistas”

por Jarbas Aragão

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Bispos católicos pedem que cristãos e muçulmanos se unam
Bispos católicos pedem que cristãos e muçulmanos se unam

A visita do papa à Terra Santa no final de maio deve durar três dias e passar por lugares santos na Jordânia, Palestina e Israel.  A situação dos cristãos na região é um dos principais assuntos que Francisco tratará com os líderes israelenses, jordanianos e palestinos explica Wadi Abu-Nassar, porta-voz da instituição.

Por isso, os Bispos da Assembleia dos Ordinários Católicos da Terra Santa emitiu esta semana um documento oficial, onde pede a união de cristãos e muçulmanos em questões políticas.  “Perseguição! Em muitas partes do Ocidente esta palavra está na boca das pessoas. Diz-se que hoje, os cristãos no Oriente Médio são perseguidos. Mas o que está realmente acontecendo? Como podemos falar com verdade e sem censuras, como cristãos e como Igreja, dos sofrimentos e da violência que se perpetuam na região?”, questiona a nota.

Para os bispos, muitos cristãos e muçulmanos sofrem juntos. Ao abordar em particular a situação no Egito, Iraque e Síria, os bispos lembram que, sob os “regimes ditatoriais” anteriores, “os cristãos viveram em relativa segurança”.

Mas a tendência extremista que está por trás dos movimentos políticos na região mudou essa relação. “Cristãos e muçulmanos devem estar juntos contra estas novas forças de extremismo e destruição porque todos aqueles que buscam dignidade, democracia, liberdade e prosperidade estão sendo atacados”, justificam. Esse é, para eles, “o jogo dos extremistas”.

Embora reconheçam que o número de mortes de cristãos aumentou nos últimos anos, os bispos dizem que “é preciso levar em conta que os cristãos não são as únicas vítimas desta violência e brutalidade. Muitos muçulmanos não fanáticos, definidos “heréticos”, também pagam um alto preço. Nas áreas onde prevalecem extremistas sunitas, os muçulmanos xiitas são atacados e mortos, e vice-versa. Certas vezes, “os cristãos são perseguidos por serem cristãos”, e outras, são vítimas da mesma violência que atinge todos os outros”.

Repudiando o que chamam de “jogo”, explicam que ao falar somente na perseguição aos cristãos, a mídia ocidental acaba semeando ódio e preconceito contra povos e religiões. A seu ver, cristãos e muçulmanos devem resistir juntos contra as novas formas de extremismo e destruição sem esquecer que “as potências internacionais e regionais visam somente seus próprios interesses”. Com informações Patheos e News Vaticano.