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Padres pedem perdão pela missa por “Lula Livre”

“Nota de reparação” também foi assinada pelo arcebispo de Aparecida

Após a missa das 15 horas realizada neste domingo (20) na Basílica de Nossa Senhora Aparecida, ter sido utilizada como símbolo da romaria dos militantes do PT, convocada pela senadora Gleisi Hoffmann, a liderança do maior templo católico do país, pediu perdão.

Com palavras de ordem pedindo a libertação do ex-presidente e uma oração em favor de sua libertação, a celebração do Pentecostes recebeu duras críticas por parte dos fiéis nas redes sociais, que chamavam de “missa por Lula Livre”. Havia uma campanha, inclusive, para que as pessoas ligassem para o santuário e registrassem sua insatisfação e dessem nota baixa na página oficial do Santuário no Facebook.

A ligação do Partido dos Trabalhadores com movimentos dentro da Igreja Católica é bastante antiga e bem conhecida. Porém, o pedido público de “verdadeira justiça” e para que Lula retomasse o poder no país entram em conflito com a campanha pela “ética na política” que vem sendo promovida pela Igreja. Afinal, o líder petista foi condenado em duas instâncias por corrupção e deverá cumprir uma pena de 12 anos.

Através de seu perfil oficial nas redes sociais, nesta quarta-feira, finalmente foi dada uma resposta. Em “Nota de Reparação”, assinada pelo Arcebispo Dom Orlando Brandes, e pelos padres João Batista de Almeida e José Inácio de Medeiros, os religiosos pedem perdão aos fiéis e manifestam seu “profundo pesar” pelo ocorrido.

“Manifestamos nosso profundo pesar pelo desapontamento que causamos a todos. Pedimos perdão pela dor que geramos à Mãe Igreja, aos fiéis e às pessoas de boa vontade”, diz o texto. Os líderes católicos reiteram que, em sua ação pastoral, “não defendemos uma posição político-partidária, que é contrária ao Evangelho”.

Em especial, o padre João Batista, que é reitor do maior templo católico do Brasil, fez um mea culpa: “manifesto meu pesar e peço o perdão de todos que se sentiram ofendidos pela maneira como conduzi a celebração da missa das 14 horas, do último dia 20 de maio”.

O texto pode ser lido na íntegra AQUI

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Cardeal do Vaticano será julgado por abuso sexual de crianças

Cardeal católico australiano George PellCardeal católico australiano George Pell

A Justiça australiana decidiu nesta terça feira (1º) que o cardeal australiano George Pell, terceiro na hierarquia do Vaticano, será julgado por abuso sexual por um tribunal de Melbourne.

O religioso de 76 anos era um dos conselheiros do Papa Francisco, em Roma, e presidia o Departamento de Economia do Vaticano desde 2013.

Pell será o mais alto representante da Igreja Católica a responder à Justiça, como réu, por agressões sexuais. Sob o comando do Papa Francisco, a Igreja deixou de proteger sacerdotes acusados por esse e outros crimes.

Em comunicado, o Vaticano se disse ciente “da decisão anunciada pelas autoridades judiciais da Austrália“.

A decisão de levá-lo a julgamento foi tomada pela juíza Belinda Wallington, ao final de um mês de audiências. Pell ingressou na corte sob forte proteção policial para a audiência final, de hoje. Permaneceu impassível e declarou-se “inocente”, ao ser perguntado pela magistrada como se colocava diante das acusações.

Ele deixou o tribunal em liberdade, depois de ter pago fiança. Mas está proibido de deixar a Austrália e já entregou seu passaporte às autoridades.

O cardeal fora acusado à Justiça no final de julho do ano passado. Desligou-se de suas funções em Roma e voltou à Austrália para preparar sua defesa, conduzida por um dos melhores criminalistas do país, Robert Richter.

Segundo o jornal americano Washington Post, Pell é acusado por tocar as genitais de dois meninos em uma piscina da cidade de Ballarat nos anos 1970. Ballarat, no Estado de Victoria, é a cidade natal de Pell e o local onde serviu em seus primeiros anos como sacerdote.

Também responde por ter atacado dois menores integrantes do coral da Catedral de São Patrício, em Melbourne, onde foi arcebispo nos anos 1990. A juíza Belinda, porém, rejeitou algumas das mais graves acusações contra o cardeal, que haviam sido investigadas pela polícia de Victoria.

O fato de seus supostos crimes terem tido crianças como vítimas fez com que a maioria dos detalhes dos casos fossem omitidos durante a audiência final, que se deu em um tribunal fechado ao público.

Pell admitiu que “falhou” em sua abordagem sobre casos de padres pedófilos no Estado de Victoria durante os anos 1970. Ele é tido como uma das autoridades da Igreja que preferiram ocultar os casos e afastá-lo da possibilidade de julgamento pela Justiça comum.

Richter, advogado do cardeal, tentou durante a audiência levantar dúvidas sobre a credibilidade das vítimas – uma das velhas táticas de defesa. Conforme declarou, as acusações “são fruto de problemas mentais, fantasias ou pura invenção, com o objetivo de castigar o representante da Igreja católica neste país por não ter impedido as agressões de pedofilia cometidas por outros”.

O advogado ainda insistiu ter Pell colaborado plenamente com a polícia do Estado de Victoria e retornado voluntariamente à Austrália para defender-se.

O escândalo provocou grande comoção na Austrália. O anúncio do julgamento de Pell coincide com o final dos cinco anos de uma investigação nacional, conduzida pelo governo, sobre abusos sexuais cometidos contra crianças. A investigação foi resultado de uma década de protestos por parte das vítimas.

A conclusão foi de que houve mais queixas contra a Igreja do que contra outras instituições, segundo o Washington Post. Em Ballarat, 140 pessoas se declararam vítimas de abuso sexual entre 1980 e 2015.

Com uma carreira brilhante na hierarquia da Igreja, Pell foi ordenado padre em 1966. Trinta anos depois, foi nomeado arcebispo de Melbourne e, em 2001, de Sydney. Os representantes da Igreja na Austrália o apoiam e o qualificam como de um homem “decente”.

Fonte: Veja online com Agência EFE

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Papa Francisco diz que inferno não existe; Vaticano se retrata

O papa Francisco afirmou nesta quinta-feira (29), a três dias da Páscoa, que “o inferno não existe”, segundo relato feito pelo jornal italiano La Repubblica.

Em conversa com o jornalista Eugenio Scalfari, de 93 anos, fundador da publicação, o sumo pontífice teria dito que as almas dos pecadores simplesmente desapareciam após a morte.

O Vaticano pediu para que as palavras sejam desconsideradas.

Scalfari não estava realizando uma entrevista com o papa quando obteve as aspas que, segundo afirmou, reproduziu de sua memória, pois não as havia gravado ou escrito.

“O inferno não existe, o desaparecimento das almas dos pecadores existe”, escreveu o jornalista e filósofo em artigo disponível somente para assinantes.

O papa e o jornalista costumam se encontrar com alguma frequência, tendo esse sido o quinto encontro, segundo o jornal The Times, que repercutiu o artigo.

“Eles não são punidos, aqueles que se arrependem obtêm o perdão de Deus e vão entre as fileiras das almas que o contemplam”, afirmou o padre em aspas reproduzidas pelo jornal britânico. “Mas aqueles que não se arrependem e, portanto, não podem ser perdoados, desaparecem.”

O Vaticano, em nota, afirmou que o encontro foi de caráter privado por ocasião da Páscoa e que as palavras são reconstrução do jornalista.

“O Santo Padre Francisco recebeu recentemente o fundador do jornal La Repubblica em uma reunião privada por ocasião da Páscoa, sem lhe dar nenhuma entrevista”, diz nota.

E acrescenta: “O que é relatado pelo autor no artigo de hoje é o resultado de sua reconstrução, em que as palavras textuais pronunciadas pelo papa não são citadas. Nenhuma aspa do artigo mencionado deve ser considerada, portanto, como uma transcrição fiel das palavras do Santo Padre”.

De acordo com o ensinamento tradicional da Igreja Católica, aqueles que morrem em estado de pecado mortal enfrentam o castigo eterno pelo “fogo inextinguível” no inferno.

Esta não foi a primeira vez que o Vaticano teve de se retratar em decorrência de aspas reproduzidas por Scalfari obtidas em encontros privados com o papa. Em 2013, Francisco teve de escrever uma carta ao jornal em resposta a um artigo do jornalista sobre a relação da igreja com os “não crentes”.

Fonte: Veja via Cidade Verde