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A Copa do Mundo mais religiosa de todos os tempos

Jogadores pedem ajuda de Deus, de Allah e até de Thor

Romelu Lukaku e Fidel EscobarRomelu Lukaku e Fidel Escobar oram após o jogo.

Há uma certa ironia no fato de a Copa do Mundo de 2018 estar sendo realizada na Rússia e ser, visivelmente, a mais religiosa de todos os tempos. Afinal, o país governado por Vladimir Putin vem impondo uma série de restrições à liberdade de culto. Com a justificativa que está combatendo o terrorismo, os russos impediram a pregação nas ruas e a distribuição de literatura de cunho religioso.

Se num primeiro momento os mais afetados foram os da minoria islâmica que vivem no país, as restrições logo atingiram os Testemunhas de Jeová, que acabaram oficialmente impedidos de existir em solo russo, e também os evangélicos, que viram alguns pastores locais serem presos.

Desde o início da Copa há um relaxamento nesse tipo de legislação, que permitiu aos missionários fazerem um trabalho de evangelização nas ruas das cidades-sede da competição.

Dento de campo, a situação também é diferente. Antes de a competição começar, veículos de mídia anunciavam que esta seria a “Copa mais muçulmana de todas”, pois além de representantes de nações islâmicas como Irã, Arábia Saudita e Egito, vários jogadores de seleções europeias também professam a fé em Maomé. Após os gols e algumas partidas, foram visíveis as manifestações a Allah, com atletas se prostrando em campo, segundo essa tradição religiosa.

SalahSalah comemora gol do Egito contra a Arabia Saudita. (Foto: Reprodução / Globo)

 Multa por manifestação

O caso mais emblemático foi dos jogadores Shaquiri e Xhaka, da Suíça, que fizeram comemorações de cunho político e religioso na vitória sobre a Sérvia por 2 a 1, pela segunda rodada da Copa do Mundo. Embora narradores do jogo disseram que o gesto simbolizava uma “pomba”, tratava-se de uma águia de duas cabeças.

Shaquiri e XhakaFifa multa Shaqiri e Xhaka por comemorações políticas em gols da Suíça. (Foto: Getty Images)

Apesar da ênfase ser colocada na disputa entre sérvios e kosovares, o drama que se desenrola nos Balcãs desde a década de 1990 tem muito a ver com a religião. O Kosovo, de maioria islâmica, decretou unilateralmente sua independência da Sérvia, de maioria cristã.

Tanto Shaqiri e Xhaka são muçulmanos praticantes Shaqiri nasceu no Kosovo e tem laços com imã extremistas. Por sua vez, Xhaka tem pais kosovares.

 Invocação de Thor

A Islândia, considerado azarão, mas que ganhou muitos apoiadores após ter segurado a Argentina, com direito à defesa de um pênalti de Messi, fez um apelo inusitado nas suas redes sociais.

Antes da partida contra a Croácia, nesta terça (26), invocaram a ajuda do antigo deus nórdico, que ainda possui locais de adoração no país.

“Thor, deus do trovão, do raio e das tempestades, está conosco dia e noite e nos visitou em Gelendzhik. Ele está pronto para a batalha de hoje”, tuitou a federação islandesa.

 Evangélicos e católicos

Os cristãos também tiveram várias representantes expressando sua fé dentro e fora de campo. Há uma verdadeira “Seleção” de jogadores que vem falando sobre Jesus dentro e fora de campo.

Entre eles astros da Colômbia (James Rodriguez, Cuadrado e Falcao), do Uruguai (Cavani), Costa Rica (Keylor Navas) e da Nigéria (Odion Ighalo).

Mas o time que mais se fez notar nesse aspecto foi o modesto Panamá. Mesmo perdendo as partidas, no final os jogadores se ajoelharam em campo e fizeram suas orações de agradecimento.

Seleção do PanamáJogadores do Panamá oram juntos após o jogo da Copa do Mundo contra a Inglaterra. (Foto: Reuters)

Quem também foi visto ajoelhado orando foi o católico Romelu Lukaku, atacante do Manchester United e um dos astros da Seleção da Bélgica. Cristão, ele seguidamente é visto fazendo sinais religiosos durante as partidas.

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Paris literalmente nua

Paris literalmente nua

Pessoas participam de visita nudista à exibição no Palais de Tokyo em Paris, na França, em 5 de maio de 2018 – AFP
AFP

Isto é independente

Até então pudica, Paris se abre para o nudismo, cujos praticantes, em seu empenho de derrubar preconceitos, vão conquistando espaços como museu, restaurante e boliche, ainda causando objeções dos mais puristas.

A França é o primeiro destino mundial de nudismo: com 2,6 milhões de praticantes no país, a cifra supera os quatro milhões no verão, segundo dados da Associação de Nudistas de Paris (ANP).

Mas o salto das praias e dos campings para a capital é um fenômeno recente, que coloca Paris no patamar de outras cidades com mais tradição, como Berlim, Munique, Estocolmo e Londres.

“Até agora tendíamos a pensar que era melhor não nos mostrarmos” em Paris, admite à AFP Cédric Amato, vice-presidente da ANP, que calcula em 88.000 os nudistas na região da capital.

Mas vários dados mostram que a cidade, que neste domingo celebrará a primeira Jornada Parisiense de Nudismo, estava preparada para se abrir a esta prática, contando além disso com o apoio-chave da prefeita socialista, Anne Hidalgo, e de seus sócios ambientalistas.

Um restaurante nudista, “O’Naturel”, abriu suas portas no leste da cidade – transformado de forma pontual em pista de dança com DJ – e em alguns meses aconteceram eventos como uma partida de boliche com 140 participantes e um espetáculo de humor.

Mas a iniciativa com mais repercussão foi a visita, no mês passado, ao Palácio de Tóquio, um museu de arte moderna e contemporânea, que recebeu 30.000 solicitações para 161 vagas.

“Respondemos a um interesse de nossos adeptos que querem praticar na cidade, mas estas visitas também fazem com que se fale de nós”, reconhece Amato, cuja associação aspira a outras atividades em museus como o Centro Pompidou e em “monumentos históricos”.

Mas os mais puristas parecem fugir desta prolífica proposta urbana: graças à ANP e ao acordo da prefeitura de Paris, desde o ano passado é possível deitar nu ao ar livre, em um discreto mas amplo espaço situado no Bosque de Vincennes, situado no leste da cidade.

Este lugar rodeado de árvores e arbustos, para “não impor nenhuma visão a ninguém”, segundo Amato, será palco no domingo, durante a Jornada Parisiense, de uma aula de ioga e um piquenique no qual cerca de 3.000 pessoas demonstraram interesse.

Sentado junto a um grupo de amigos que conheceu ali, Johnny, de 70 anos, comemora que este lugar tenha sido “legalizado”. “Nos tira da clandestinidade e permite que se constate que aqui não acontece nada repreensível”.

Para este aposentado, o nudismo facilita os encontros: “As barreiras sociais desaparecem. Ninguém usa um boné Hugo Boss ou, pelo contrário, da Zara”, afirma.

– As mulheres, minoria –

Cerca de 50 pessoas, em sua imensa maioria homens, aproveitam os tímidos raios de sol. Em um dia quente, no entanto, pode haver até 500 pessoas – gente “demais”, segundo Johnny, que privilegia a tranquilidade em relação às atividades maciças.

Junto a ele um homem de meia idade, que se nega a dar seu nome, critica a iniciativa do Palácio de Tóquio: “Não vejo nenhum interesse nisso, tem um lado muito esnobe, tipicamente parisiense”.

Mais afastado, um casal homossexual que tampouco quer se identificar e que trabalha no setor comercial, afirma que não lhes passa pela cabeça comentar no trabalho que frequentam este lugar ou se exibir em um museu. “Eu fiquei sabendo que existia isto porque meus colegas riam disso”, afirma um deles, garantindo que se trata de um espaço muito “gay friendly”.

Nadia Sabah, uma das poucas mulheres presentes, colocou três guarda-chuvas abertos no chão para esconder seu corpo. “Com os homens nudistas não sinto nenhuma agressividade, mas me protejo dos ‘voyeurs’ em volta porque de vez em quando há alguns. Por isso há policiais por aqui”, explica.

As mulheres são minoria na prática nudista da capital, mas segundo Amato o número de adeptas à associação passou nos últimos anos de três a 70, de um total de 417 atualmente.

Sabah, que também não se uniria a umas proposta urbana porque o que a atrai é a natureza, admite que já havia vindo a este bosque anos antes para se despir dissimuladamente, “mas então a polícia me repreendia por exibicionismo”.

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Igreja na Irlanda proíbe filhos adotados por casais gays de serem batizados

Decisão da Igreja Presbiteriana também impede que homossexuais sejam membros

Igreja Presbiteriana na IrlandaIgreja Presbiteriana na Irlanda. (Foto: Divulgação)

A Igreja Presbiteriana na Irlanda adotou diretrizes que impedirão qualquer pessoa que viva em um relacionamento gay torna-se membro. Estabelece ainda que os filhos de casais do mesmo sexo não podem ser batizados.

A Igreja Presbiteriana irlandesa cortou também as relações históricas com a Igreja Presbiteriana da Escócia, a quem era ligada há cerca de 500 anos, devido à postura liberal em relação à sexualidade adotada pelos líderes escoceses.

A decisão foi tomada na última sexta-feira (8), após um amplo debate na Assembleia Geral da Irlanda, com a decisão tomada em Belfast atingindo seus 220 mil membros na Irlanda do Norte e na República da Irlanda (Sul).

A nova diretriz, esmiuçada em um relatório pelo comitê de doutrina da Igreja, afirma: “À luz de nossa compreensão das Escrituras e do entendimento da Igreja sobre a profissão de fé, está claro que casais do mesmo sexo não estão aptos a serem membros plenos, nem qualificados para receber o batismo de seus filhos. Acreditamos que sua conduta exterior e estilo de vida estão em desacordo com uma vida de obediência a Cristo”.

Parte dos líderes afirmam que essa é uma questão “altamente sensível” e pediu que as novas regras não fossem obrigatórias. No entanto, a maioria argumentou que a Igreja precisava esclarecer sua posição de que não era a favor de relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo.

Os casais gays, que assim desejarem, poderão continuar frequentando a igreja, apenas ficam impedidos de ser membros e assumir cargos de liderança. A tradição presbiteriana é o batismo infantil, mas os filhos dos casais homoafetivos poderão ser batizados assim que tiverem idade suficiente para fazerem a declaração de fé. Com informações BBC