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Conflito na Síria já evoluiu para uma “miniguerra mundial”

São pelo menos 13 países envolvidos em 7 anos de confrontos

Conflito na SíriaConflito na Síria

Já são mais de sete anos de conflito na Síria, com um saldo superior a 400 mil mortos, segundo a ONU. Desde que teve início, o embate de forças já foi chamado de “primavera árabe”, “guerra civil”, “guerra contra o Estado Islâmico” e agora especialistas apontam que se trata de uma “miniguerra mundial”.

O fato é que 19 países participaram direta ou indiretamente nas batalhas que ainda causam muita confusão no Ocidente sobre quais as reais motivações e consequências, quando ela chegar ao fim.

No início, dizia-se que era um conflito interno, opondo as forças do presidente Bashar al-Assad, considerado um ditador por parte de seu povo, e as forças “rebeldes”, que visavam uma mudança no país marcado por grandes índices de desemprego e grande pobreza.

Desde seus primórdios, em 2011, 13 lançaram ataques diretos, enquanto outros seis ofereceram apoio bélico.

Entendo quem são eles e como é sua atuação:

Rússia

Desde os tempos da União Soviética Moscou apoia a Síria, tendo interesse na saída para o mar do país, que poderia facilitar o escoamento da produção de petróleo.

Sabe-se que o governo de Vladimir Putin é o principal apoio do governo sírio, enviando armas e soldados para lá. O argumento sempre foi que combatiam as forças rebeldes, sobretudo as do Estado Islâmico, que dominava mais de um terço do território sírio até o ano passado.

Desde setembro de 2015 a Rússia aumentou sua participação no conflito, fazendo seguidos ataques aéreos e bombardeios, o que deu sobrevida a Assad.

O problema é que, segundo uma comissão de inquérito da ONU, em meios aos ataques russos, morreu um grande número de civis.

Estados Unidos

Sob o governo do ex-presidente Barack Obama, os Estados Unidos faziam um discurso aberto sobre derrubar Assad e ajudar grupos islâmicos que chamava de “moderados”. Após o ataque químico de 2013, Washington prometeu um bombardeio em retaliação, mas nada fez.

Estima-se que, desde 2014, os EUA lideraram uma coalizão de países ocidentais e aliados regionais, em mais de 11 mil ataques aéreos em solo sírio.

Quando assumiu o poder, em 2017, o presidente Donald Trump afirmou que iria rever a participação dos americanos na guerra. No início deste mês chegou a prometer a retirada de suas tropas, por entender que o papel dos EUA estava “cumprido” após o fim do domínio do Estado Islâmico.

O ataque em conjunto com o Reino Unido e a França na semana passada mostram que a situação não tem prazo para mudar.

Reino Unido

Parte da coalizão de países que se opõe a Assad, desde 2015, os aviões de guerra britânicos concentravam seus bombardeios às posições do Estado Islâmico, incluindo os poços de petróleo sob o controle do grupo extremista.

Desde que surgiram novas acusações de ataque com armas químicas, o gabinete de Theresa May avisou que esse tipo de situação “não poderia ficar impune”.

França

A França tem ligações históricas com a Síria e um interesse no resultado da guerra civil desde seu início, sempre se opondo à continuidade do presidente Bashar al-Assad no poder.

Desde 2013 os franceses vêm dando armas e apoiando militarmente os rebeldes. Logo que assumiu o poder, o presidente Emmanuel Macron vem defendendo repetidamente uma intervenção para derrubar Assad definitivamente.

Canadá

Nos primeiros anos do conflito, o Canadá fez parte da coalizão liderada pelos EUA que enfrentou o Estado Islâmico no Iraque e também na Síria. Quando primeiro-ministro Justin Trudeau assumiu, em 2016, retirou seus soldados do terreno, mas continuou apoiando publicamente a coalizão.

Austrália

Assim como o Canadá, a Austrália fez parte da coalizão que bombardeou o Estado Islâmico no Iraque e na Síria.

Quando um desses ataques resultou na morte de quase 90 soldados sírios, confundidos com as milícias do EI, o primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull, pediu desculpas pelo erro.

Holanda

Entre 2014, a Holanda aceitou participar da campanha militar contra o Estado Islâmico. O país realizou centenas de ataques aéreos com aviões F-16 contra as bases do EI. Desde 2016 decidiu intensificar sua participação, enviando mais soldados para a Síria.

Irã

O Irã é a maior nação xiita do mundo e tem interesse estratégico na Síria. Seu temor era que o país caísse sob o domínio da Arábia Saudita, que é sunita, que está aliada com os Estados Unidos.

Sua contribuição tem sido fundamental para o governo de Assad, com Teerã enviando tropas em solo e investindo bilhões em assistência técnica e financeira. Além disso, subsidia a participação do Hezbollah, grupo extremista libanês, no conflito.

Existem várias bases militares iranianas na Síria, que Israel vem denunciando como parte de um plano de dominação territorial.

Turquia

Não se sabe ao certo de que lado a Turquia está. O governo de Ancara sempre manteve o discurso de apoio à coalizão liderada pelos Estados Unidos, mas há registros de negociações para compra de petróleo quando o Estado Islâmico tinha dezenas de poços sob seu controle.

Desde o final do ano passado, o presidente Erdogan tem concentrado sua intervenção no norte da Síria, onde luta contra os curdos, a quem chama de “terroristas”.

Arábia Saudita

Os sauditas já enviaram, desde 2011, uma grande quantidade de armas para grupos rebeldes na Síria, fornecendo-lhes também inteligência e apoio estratégicos.

Participaram de vários ataques aéreos em estreita colaboração com os EUA. Também lutam veementemente para impedir o aumento da influência do Irã na região.

Israel

Ao longo desta guerra, aviões de guerra israelenses entraram no território sírio para bombardear alvos estratégicos que considera um perigo para sua segurança.

Embora tecnicamente neutro, Israel protege sua fronteira norte, opondo-se à influência do Irã e do Hezbollah, seus inimigos declarados.

Recentemente, Israel lançou um ataque aéreo “em grande escala” contra 12 alvos militares, onde afirma que destruiu metade das defesas aéreas sírias.

Bahrein e Jordânia

Bahrein e Jordânia são outros países do Oriente Médio que já realizaram ataques na Síria.

A Jordânia participou da coalizão liderada pelos EUA quando o EI ameaçou abertamente derrubar o rei Abdullah. Além de disparar foguetes contra o território jordaniano, os jihadistas conseguiram derrubar um avião militar, em 2014. O minúsculo Bahrein juntou-se aos ataques contra o EI na Síria em 2015.

Há registros de outras nações envolvidos de forma menos direta no conflito. A Alemanha enviou 1,2 mil soldados para a Síria, seu maior contingente militar em todo o mundo.

A Noruega participa oficialmente da coalizão liderada pelos EUA, apoiando os rebeldes que se antagonizam a Assad. A Líbia, após a queda de Muammar al-Gaddafi, enviou tropas e armas em apoio às forças rebeldes por um curto período de tempo.

A situação do Iraque era muito semelhante à da Síria quando tinha parte de seu território dominado pelo Estado Islâmico. Recentemente, abriu seu espaço aéreo para a passagem de aviões iranianos em apoio a Assad. Com informações BBC e Washington Post

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Israel

A restauração de Israel é um grande “sinal do fim”, lembra estudioso

Ressurgimento de Israel como nação completa 70 anos esta semana


Judeus comemoram o Dia de Jerusalém.
Judeus comemoram o Dia de Jerusalém.

Teólogo e autor profícuo, Perry Stone já escreveu muito sobre o papel de Israel no cenário do final dos tempos, segundo as Escrituras. Ele entende que a proximidade dos 70 anos do ressurgimento de Israel como nação, a ser comemorado em 18 de abril, deveria ser vista mais de perto pelos estudiosos da Bíblia.

Dentro da história do povo judeu, 70 é um número bastante significativo, sendo o período que ficaram cativos na Babilônia, por exemplo (cf Daniel 9:2 e Jeremias 29:10). Para alguns eruditos, a indicação do Salmo 90:10 é que 70 anos seria o número designado por Deus para uma geração.

Conforme lembra Stone, “Os profetas bíblicos previram uma série de restaurações que se desdobrarão antes do retorno do Messias. Quando essas previsões começam a acontecer, é uma grande testemunha que o fim dos tempos está próximo e o reino do Messias está no horizonte. E o primeiro grande evento seria o restabelecimento de Israel como nação”.

Por utilizar o calendário bíblico as datas desse calendário lunar variam a cada ano no calendário ocidental (solar). Oficialmente, a data da Independência do Israel moderno é ‎dia 5 de Lyar de 5708; 14 de maio de 1948 para o resto do mundo. Em 2018, a data corresponde a 18 de abril.

O fato é que mais de 100 anos antes de Israel renascer, estudiosos da Bíblia que aceitavam a interpretação literal das profecias começaram a escrever e ensinar que os judeus deviam retornar a uma nação chamada Israel antes da vinda do Senhor novamente sobre a Terra.

“Um desses homens foi o professor S.W. Watson, que em 1888 ensinou que três coisas devem ocorrer antes que Cristo possa retornar: 1) Israel seria novamente uma nação. 2) Jerusalém deveria estar sob controle dos judeus e 3) os judeus retornariam de todas as nações para a Terra Prometida”, lembra Stone, apontando para o fato de que a número dois ganhará força com a inauguração das embaixadas de EUA, Honduras e Guatemala, prometidas para o mês que vem.

Sete anos antes de as Nações Unidas votar pelo direito de restabelecimento do Estado judeu, enquanto a Europa estava dividida pela Segundo Guerra Mundial, o teólogo Harry Rimmer escreveu o livro “A Guerra Vindoura e a Ascensão da Rússia” (1940). Considerado profético, ele menciona 14 coisas que deveriam ocorrer antes da vinda de Jesus.

Ele afirmava que os judeus voltariam para a sua terra e reconquistariam Jerusalém. Também previu que a grande guerra levaria os judeus de volta à terra dos seus pais.

Na década de 1940, o dr Finis Dake, autor da “Bíblia Anotada de Dake”, gastou milhares de horas pesquisando as Escrituras e escrevendo notas e comentários sobre cada versículo. Falando sobre Isaías 35, destacou que profeta previa um tempo em que os desertos estéreis de Israel iriam florescer e encheriam o mundo de frutos.

Quando sua Bíblia foi publicada, a maior parte do território do protetorado britânica da Palestina era ou pântano ou um deserto desolado e seco, com pouca ou nenhuma vegetação. O que se vê hoje em dia em Israel é uma abundante produção agrícola, graças ao uso de tecnologia revolucionária de irrigação.

No início dos anos 1940, Dake e outros estudiosos já anunciavam que nenhuma profecia sobre a vinda do Senhor poderia se cumprir até que os judeus estivessem de volta à terra de Israel, algo que não poderia ser uma “alegoria espiritual”, como era quase o consenso até então.

Conforme lembra Pery Stone, ao examinar as Escrituras proféticas, devemos falar sobre as profecias da restauração de Israel como um fato, e não algo “espiritual ou alegórico”, como insistem muitos teólogos. A chegada do aniversário que pode significar o fim de uma geração deveria ser colocado na devida perspectiva, ainda mais considerando tudo que tem acontecido nos países vizinhos de Israel. Com informações Charisma Mag

Assista (em inglês):

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Templo da “religião mundial” reúne judeus, islâmicos e cristãos

“Precisamos dialogar não só com pessoas de outra fé, mas também com pessoas da nossa própria fé”, afirma imã.

House of One
House of One

A ideia é construir um espaço que agrade judeus, islâmicos e cristãos. No coração de Berlim, capital da Alemanha, o House of One [Casa de Um] começará a ser edificado no início de 2019, ficando pronto dois anos depois.

“Você já viu rabinos, imãs e padres juntos em uma foto, mas nunca os viu compartilhando uma casa ou construindo uma casa”, afirmou o imã Osman Örs, um dos líderes do projeto. Segundo ele, um dos principais desafios é “mostrar a diversidade de nossas tradições”.

“Precisamos dialogar não só com pessoas de outra fé, mas também com pessoas da nossa própria fé”, filosofa, admitindo que a ideia certamente não agradará a todos.

O projeto é gerido conjuntamente pela Congregação Protestante de St. Petri-St. Marien, a Comunidade Judaica de Berlim e o Fórum Diálogo, uma entidade muçulmana. Desde 2011, líderes das três religiões monoteístas se reúnem para discutir um possível templo na Petriplatz, numa ilha no rio Spree.

O local foi escolhido por seu simbolismo. Ali viveu o primeiro morador de Berlim conhecido, pastor da igreja Petrikirche. Seu nome é mencionado em documento de 1237, o ano de fundação de Berlim.

O projeto do templo, que já está concluído, procurou respeitar as tradições dos grupos religiosos. Pela tradição, mesquitas e sinagogas precisam estar voltadas para o leste. O salão para reuniões islâmicas precisa ser quadrado, enquanto o espaço judaico precisa de pé-direito alto para receber as cabanas da Festa dos Tabernáculos.

Conforme explica o imã Örs, o local visto como o mais importante será o átrio central, que ligará os espaços de cada religião. “É um lugar de encontro onde podemos dialogar, também com pessoas de outras fés e mesmo ateus. Precisamos ter uma ponte com os seculares”, assegura.

Para uma das orientadoras do grupo, Corina Martinas, a ideia é “manter vivo o espírito do local” desde antes da construção começar. Ela, que é cristã, já trabalhou em Jerusalém, e afirma ter ficado “fascinada pela convivência dessas três religiões em um espaço tão pequeno”.

A ideia não é tentar apagar as tradições, mas mesclar várias delas como uma “religião mundial única”. A situação de intolerância religiosa, crescente na Alemanha também seria um impulsionador para o templo, pois advogaria uma suposta convivência harmônica.

Desde janeiro, um pavilhão de madeira foi erguido no terreno. Ali são feitas diferentes atividades. Uma delas reúne fiéis e não fiéis para uma hora de meditação, todas as semanas.

A House of One tem um custo total de € 43 milhões (R$ 177,6 mi). Até agora já foi levantado € 3,4 milhões (R$ 14 mi) dos governos local e federal. Doadores podem ajudar com a oferta mínima para um tijolo, a € 10 (R$ 41) cada. Mais de 2.500 pessoas, de 25 países, estão participando. A maioria (72%) vem da Alemanha. Do Brasil foram nove doações, totalizando 32 tijolos. O total arrecadado chega a € 8,6 milhões. Com informações Folha