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Professor de inglês cria curso para alunos transexuais e travestis com aulas gratuitas em igreja no Rio

Por Mateus Almeida, G1 Rio


Professor de inglês cria curso gratuito para trans e travestis em igreja no Rio

Professor de inglês cria curso gratuito para trans e travestis em igreja no Rio

Realizar sonhos e ensinar inglês. São esses os objetivos do professor Thiago Peniche, que criou um curso totalmente gratuito para transexuais e travestis. Com aulas semanais, o rapaz de 21 anos se encontra com seus novos alunos na Igreja da Comunidade Metropolitana, no Centro do Rio.

Com uma iniciativa voluntária e sem participação de patrocinadores, Thiago vê na iniciativa a oportunidade de mudar a vida de pessoas que não tiveram a mesma condição que ele, que também é transexual.

O professor de inglês Thiago Peniche teve a ideia de criar o Projeto Es(trans)geiros, curso gratuito para transexuais e travestis — Foto: Marcos Serra Lima/G1
O professor de inglês Thiago Peniche teve a ideia de criar o Projeto Es(trans)geiros, curso gratuito para transexuais e travestis — Foto: Marcos Serra Lima/G1

“A população transexual sofre muito no Brasil, marginaliza a gente. A gente vive uma situação de violência sistemática, a gente morre todo dia. A gente é impedido de acessar o mercado de trabalho e âmbitos educacionais. Só que eu tive o privilégio de aprender, mas a maioria das pessoas trans como eu não teve. Não sou uma regra, sou exceção”, conta Thiago

Ele explicou que teve a ideia de transformar sua vocação em uma ferramenta de mudança social, logo após voltar de um intercâmbio no Canadá. Segundo Thiago, o curso oferece uma oportunidade e segurança.

“Esse curso propõe um ambiente de segurança e socialização entre essas pessoas, para que elas se sintam à vontade para o momento do aprendizado. Aprender uma segunda língua em um ambiente onde eles não vão sofrer julgamento algum. Porque a maioria das pessoas trans não consegue nem terminar o Ensino Médio. E as pessoas querem aprender, só que falta oportunidade.”

“A igreja está aberta de todas as formas, porque a gente tenta, enquanto igreja, influenciar para o bem comum com foco nas pessoas LBGTs, mas não somente. E é bom enfatizar que esse projeto é um projeto de protagonismo das pessoas trans. É um projeto do professor Thiago com essas pessoas. Nós igreja entramos somente como parceiros”, aponta o pastor, que comanda a Igreja da Comunidade Metropolitana no Rio há pouco mais de um ano.

Pastor Luís Gustavo cedeu o espaço da Igreja da Comunidade Metropolitana, no Centro do Rio, para receber as aulas do curso de inglês solidário — Foto: Marcos Serra Lima/G1
Pastor Luís Gustavo cedeu o espaço da Igreja da Comunidade Metropolitana, no Centro do Rio, para receber as aulas do curso de inglês solidário — Foto: Marcos Serra Lima/G1

“A ICM é a primeira igreja inclusiva do mundo. E o nosso foco principal é atrair pessoas LGBTs para a igreja de Cristo. A gente sabe que as igrejas excluem as pessoas. Então, a gente está em busca dessas pessoas que foram excluídas ou até quem nunca entrou em uma igreja, mas deseja ouvir a proposta de Cristo”, conta Luís Gustavo.

E, para Thiago, a junção de um espaço religioso e o acolhimento das minorias não poderia ser de forma melhor.

Panfleto de boas-vindas na Igreja da Comunidade Metropolitana do Rio de Janeiro: Deus ama todas a pessoas — Foto: Marcos Serra Lima/G1
Panfleto de boas-vindas na Igreja da Comunidade Metropolitana do Rio de Janeiro: Deus ama todas a pessoas — Foto: Marcos Serra Lima/G1

 Doações anônimas

Para dar o pontapé inicial no curso gratuito, Thiago criou uma “vaquinha” para arrecadar dinheiro para comprar material escolar e também para custear as passagens dos alunos. Os primeiros R$ 100 deram lugar a outras quantias, que chegam de forma anônima pela internet.

“No início, estipulei a meta de conseguir R$ 100 por mês. Mas, eu percebi que com todos os gastos precisaria um pouco mais. Além do custo da passagem, com alunos que saem de Duque de Caxias, Saracuruna, Marechal Hermes, Bangu, a gente também gasta com o material usado nas aulas e também um lanche”, conta Thiago.

Ele vê em seus alunos o seu reflexo e a dificuldade de ser uma pessoa trans e passar por transformações.

“O meu período de transição foi muito difícil, claro. Mas eu tive muito apoio familiar e dos meus amigos. Isso mudou a minha vida. Se eu tivesse sofrido tudo que eu sofri sem o apoio deles não sei o que teria acontecido comigo. E eu sou muito grato por isso. E todas as pessoas trans precisam disso: apoio. E não é tão difícil apoiar alguém e amar alguém”, diz.

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Igreja Batista ordena a um transexual que se sente uma mulher como “pastora”

 

Uma igreja batista que se reúne no campus da Universidade Wake Forest, em Winston-Salem, Carolina do Norte, criou uma mulher transgênero no último domingo

Erica Saunders chama a si mesma, e é premiada com o domínio da divindade em 2019 na Faculdade de Divindade da Universidade Wake Forest, começará a compartilhar as escrituras sagradas em um culto agendado às 16:00.

Saunders, 24 anos, será um dos pioneiros trans que foram criados pastoralmente por uma igreja batista nos Estados Unidos. A Igreja Batista do Calvário em Washington, DC, uma congregação na sua época considerou o mesmo destino para uma mulher trans, para o ministério evangélico em 2014.

Saunders, estagiário ministério em Wake Forest Baptist Church começou sua transição durante o seu primeiro ano de seminário, apresenta-se em redes sociais como “provavelmente a única trans senhora bi,, Batista pregador que sabe”.

“As pessoas trans existem”, publicou Saunders estes dias em sua rede social Twitter. “Deus nos criou como somos, e Deus nos chama bem. Infelizmente, ser trans significa que eu não sou bem-vindo na maioria das igrejas como visitante, para não mencionar um líder. Mas somos cristãos. Nos chamamos “.

Saunders disse que ele teve que discernir por um longo tempo se ele queria ir a público em sua carreira. “Espero que, compartilhando minha história, eu possa mostrar aos meus irmãos trans que Deus nos ama pelo que somos, não apesar disso”, ela escreveu.

Tweet tradução: Neste domingo, minha igreja @WakeForestBC me ordenará como ministro. Eu serei uma das primeiras mulheres abertamente trans a serem ordenadas na vida batista (até onde posso dizer, a segunda em minha denominação @alliancebaptist).

Wake Forest Baptist Church é uma congregação independente não afiliada à Wake Forest University, no entanto faz parte da escola historicamente batista. O campus original em Wake Forest, na Carolina do Norte, é traduzido como o local do Seminário Teológico Batista do Sudeste. Um dos 6 seminários pertencentes à Convenção Batista do Sul.

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Brunei instaura apedrejamento para punir homossexualidade e adultério

Brunei instaura apedrejamento para punir homossexualidade e adultério

O sultão de Brunei, Hasanal Bolkiah, em 14 de agosto de 2014 em Bandar Seri Begawan – AFP/Arquivos

O pequeno sultanato de Brunei instaurou nesta quarta-feira a pena de morte por apedrejamento para punir as relações homossexuais e o adultério com uma reforma do código penal inspirada na sharia, o que provocou uma onda de indignação ao redor do mundo.

O pequeno Estado rico em combustíveis, situado na ilha de Bornéu e governado com mão de ferro pelo sultão Hassanal Bolkiah, se tornou o primeiro país do sudeste asiático a aplicar a nível nacional um código penal baseado na sharia mais rígida, seguindo o exemplo da Arábia Saudita.

A nova legislação também prevê a amputação de um pé ou de uma das mãos para os ladrões. O estupro pode ser punido com pena de morte, assim como ofensas ao profeta Maomé. Alguns artigos do código penal, como o apedrejamento por homossexualidade, se aplicam tanto aos muçulmanos como aos não muçulmanos.

O novo código penal foi criticado pela ONU e por vários governos e ONGs, assim como por várias personalidades do mundo do entretenimento, como George Clooney e Elton John, que pediram um boicote aos hotéis de luxo vinculados ao sultão de Brunei.

O sultão Bolkiah, que lidera a monarquia desde 1967, não fez referência à entrada em vigor das novas leis em um discurso pronunciado nesta quarta-feira, mas defendeu um islã mais forte.

“Quero que os ensinamentos islâmicos neste país sejam reforçados”, disse Bolkiah em um centro de convenções nas proximidades da capital Bandar Seri Begawan.

A convocação para a oração deve ser ouvida em todos os locais públicos, não apenas nas mesquitas, para recordar os deveres, disse o sultão.

– Condenação internacional –

“Brunei é um país justo e feliz”, afirmou o sultão em resposta às críticas. “Quem desejar visitar este país terá uma experiência agradável e se beneficiará de um ambiente seguro e harmonioso”.

Representantes do governo confirmaram a entrada em vigor do novo código nacional, que segundo os críticos atenta contra os direitos humanos.

Phil Robertson, subdiretor da ONG Human Rights Watch, considera que o texto é “bárbaro em sua essência” e “impõe castigos arcaicos por atos que nem sequer deveriam ser considerados crimes”.

Para a União Europeia (UE), alguns aspectos da legislação supõem “tortura ou atos cruéis, desumanos e degradantes”.

O governo dos Estados Unidos afirmou que a nova legislação é contrária às “obrigações internacionais relativas aos direitos humanos”.

O sultão, uma das maiores fortunas do mundo, anunciou em 2013 a progressiva aplicação da sharia.

Com o novo código, as relações homossexuais podem ser punidas com a pena de morte por apedrejamento no caso dos homens e de 10 anos de prisão no caso das mulheres.

Até agora as relações entre homens, que já eram ilegais em Brunei, eram castigadas com a pena máxima de 10 anos de prisão.

Um habitante gay de 33 anos do sultanato criticou as leis “injustas e cruéis”, que não deveriam ser aplicadas.

“Isto tira a alegria de viver, a liberdade de expressão, me deprime tanto”, disse à AFP sob a condição de anonimato.

Zulhelmi bin Mohamad, uma mulher transgênero de 19 anos que fugiu de Brunei no ano passado e pediu asilo no Canadá, afirma que a comunidade LGBT do país, que já vive “muito escondida”, sofrerá ainda mais.

“Alguns estão muito preocupados e gostariam de fugir do país antes que descubram que não são heterossexuais”, disse.

Os primeiros dispositivos do novo código foram instaurados em 2014, com multas ou penas de prisão por exibicionismo ou ausência na oração de sexta-feira.

É difícil avaliar o sentimento da população ante a aplicação da sharia em Brunei, já que a maioria dos 435.000 habitantes evitam criticar o sultão.

Mas se acredita que tem um amplo apoio entre os muçulmanos malaios, que representam 70% da população.

Para os analistas, o sultão Bolkiah busca reforçar sua imagem de líder islâmico diante dos mais conservadores no momento em que a economia nacional, baseada no petróleo, dá sinais de enfraquecimento.

De fato não há certeza de que a pena mais severa, o apedrejamento, será aplicada algum dia.

As condições para que a justiça determine uma sentença deste tipo permanecem excepcionais: um acusado deve confessar o crime ou cometê-lo na frente de pelo menos quatro testemunhas.