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Em carta aberta, papa fala sobre padres pedófilos: “Quanta sujeira há na Igreja”

Bispo norte-americano denuncia “subcultura homossexual” na liderança católica

papa Francisco
Papa Francisco. (Foto: Divulgação)

“Um membro sofre? Todos os outros membros sofrem com ele”. É com uma citação de 1 Co 12:26 que começa a carta aberta do papa Francisco publicada nesta segunda-feira (20). Ele admite “vergonha e arrependimento” pela maneira como a Igreja Católica lidou com as denúncias de pedofilia, em especial nos Estados Unidos.

O pontífice diz ainda que os casos de abusos sexuais foram “abuso de poder”, “cometidos por um número notável de clérigos e pessoas consagradas. Um crime que gera profundas feridas de dor e impotência, em primeiro lugar nas vítimas, mas também em suas famílias e na comunidade inteira, tanto entre os crentes como entre os não-crentes”.

Francisco reafirmou seu “compromisso em garantir a proteção aos menores e adultos em situações de vulnerabilidade” e admitiu que “nunca será suficiente o que se faça para pedir perdão e procurar reparar o dano causado”.

O trecho que mais chama atenção está no terceiro parágrafo, onde ele afirma: “Com vergonha e arrependimento, como comunidade eclesial, assumimos que não soubemos estar onde deveríamos estar, que não agimos a tempo para reconhecer a dimensão e a gravidade do dano que estava sendo causado em tantas vidas. Nós negligenciamos e abandonamos os pequenos”.

Em seguida cita uma homilia do papa Bento XVI, que em 2005 fez um protesto, dizendo: “Quanta sujeira há na Igreja, e precisamente entre aqueles que, no sacerdócio, deveriam pertencer completamente a Ele! Quanta soberba, quanta autossuficiência!… A traição dos discípulos, a recepção indigna do seu Corpo e do seu Sangue é certamente o maior sofrimento do Redentor, o que Lhe trespassa o coração”.

O silêncio do Vaticano foi quebrado após a ampla divulgação de uma condenação judicial no estado americano da Pensilvânia, onde ocorreu a maior investigação sobre abuso sexual na Igreja Católica dos EUA. Ficou provado que 301 padres no Estado abusaram sexualmente de menores nos últimos 70 anos.

O caso abalou a Igreja Americana, a ponto do porta-voz Greg Burke dizer que a Santa Sé estava levando o relatório “com grande seriedade”. “A Igreja precisa aprender lições difíceis de seu passado, e deve haver responsabilidade tanto para os que abusam quanto para aqueles que permitem que o abuso ocorra”, afirmou.

O relatório do grande júri da Pensilvânia foi a mais recente revelação em um escândalo que explodiu no cenário global em 2002, quando o jornal Boston Globe informou que durante décadas os padres haviam abusado sexualmente de menores enquanto os líderes da igreja encobriam seus crimes. Todo o processo foi mostrado no filme “Spotlight: Segredos Revelados”.

Subcultura homossexual

Robert Morlino, o bispo da Diocese de Wisconsin, veio a público pedir que tanto os atos homossexuais quanto a pedofilia sejam condenados como um pecado grave pela Igreja Católica. Segundo o religioso, a homossexualidade é uma “devastação” para o bem-estar da igreja.

Dizendo-se farto dos escândalos, afirmou em uma carta aberta: “É hora de admitir que há uma subcultura homossexual dentro da hierarquia da Igreja Católica, algo que está causando grande devastação na vinha do Senhor”.

“Tem havido um grande esforço para fazer uma distinção daquilo que se enquadra na categoria de atos de homossexualidade, agora culturalmente aceitáveis, ​​dos atos publicamente deploráveis ​​de pedofilia. Ou seja, até recentemente os problemas da Igreja foram descritos puramente como problemas de pedofilia – apesar das claras evidências em contrário”, acrescentou.

Para o bispo, “É hora de ser honesto que temos ambos os problemas e parar de cair na armadilha de analisar problemas de acordo com o que a sociedade pode achar aceitável ou inaceitável é ignorar o fato de que a Igreja nunca sustentou que nenhuma dessas coisas fosse aceitável”.

Morlino pede ainda que os católicos se unam e lutem para “expulsar o pecado de nossas próprias vidas e busquem a santidade”, pois “devemos nos recusar a ficar em silêncio diante do pecado e do mal em nossas comunidades e devemos exigir de nossos pastores que eles também busquem, no dia a dia, sua santificação”.por Jorge Aragão do Gospel Prime

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Jesus não é socialista e essa ideia diminui Deus

Quanto mais as pessoas dependem do Estado, menos se preocupam em depender de Deus, revela pesquisa

Jesus Che GuevaraIlustração de Jesus como Che Guevara. (Foto: Divulgação)

Quando grupos políticos tentam associar o nome e a imagem de Jesus Cristo a ideais políticos, geralmente causam indignação para os que creem na revelação das Escrituras. Afinal de contas, não há qualquer indício de que o Salvador defendia um sistema de governo, seja ele chamado hoje em dia de “direita” ou de “esquerda”.

Ao mesmo tempo, quem conhece os escritos dos teóricos do socialismo, sabe que eles preconizam um Estado ateu. Para o maior deles, Karl Marx, “a religião é o ópio do povo”. Os países que atualmente adotam oficialmente este regime como China e Coreia do Norte, por exemplo, perseguem os cristãos de maneira sistemática.

Um estudo recente indica que, quanto mais a população depende do governo para serviços públicos, menos se preocupam em depender de Deus.

Assinada por Miron Zuckerman e Chen Li, da Universidade de Rochester, e Ed Diener, das universidades de Utah e Virgínia, a pesquisa constatou que acaba ocorrendo uma espécie de “troca” na percepção e a religiosidade tende a diminuir.

Segundo os autores da pesquisa, há governos que usam seus programas sociais como uma maneira de influenciar a população, alterando sua visão de mundo, deixando-as menos dispostas a buscar “a ajuda de Deus ou de outras percepções religiosas”.

Outro aspecto que chama a atenção é que esse discurso político sobre a figura de Jesus é ouvido em vários meios. Recentemente, o humorista Stephen Colbert, que tem um talk show renomado na CBS, afirmou que “Deus é socialista”. Ele disse aos seus milhões de espectadores: “Jesus não cobrava os leprosos quando os curava”.

A co-fundadora do movimento ‘Socialistas Democráticos da América’, Kelley Rose, de 36 anos, insistiu que o Filho de Deus defendia essa ideia durante seu ministério terreno. “Se alguém já foi socialista, esse alguém era Jesus”, afirmou ela.

Esse tipo de declaração tem o único propósito de confundir a audiência e, via de regra, acaba ganhando atenção da mídia. No Brasil já vimos o nome de Jesus sendo associado a movimentos políticos de esquerda várias vezes, ecoando esse tipo de retórica.

Jesus está muito acima das ideologias

Bruce Ashford, diretor do Seminário Teológico Batista de Southeastern, na Carolina do Norte, afirmou ao Faithwire que as Escrituras “não falam diretamente sobre questões de política pública”.

“Na maioria dos casos, você não pode apenas pegar o ensino moral cristão e traduzi-lo de maneira direta em políticas públicas”, destacou. “Precisamos ter cuidado ao inferir que a Bíblia fala diretamente sobre política econômica”.

Ashford viveu na Rússia na década de 1990 e sabe bem como era o regime. Conforme destaca, o socialismo “tende a fazer da igualdade material um bem supremo ou um ‘deus’, transformando, em casos mais extremos, a propriedade privada em comunal”.

“Quando você coloca algo que não seja Deus como supremo, isso se torna uma arma para tentar derrotar outros aspectos da boa criação de Deus”, destaca o teólogo.

O professor Ashford diz que, por vezes, “nossa tendência é colocar todas as nossas expectativas na política”. Mas isso é errado, argumenta, “Deus criou o mundo para ser uma rede interligada de atividades culturais que inclui política, economia, artes, ciência, educação, família, igreja, negócios e assim por diante”.

O editor da Faithwire, Tré Goins-Phillips, lembra que Jesus está muito acima de ideias ou partidos políticos. “A verdade é que Deus não é um socialista — nem um democrata, um comunista, ou um libertário — pois se Ele respaldasse totalmente uma estrutura social ou econômica estaria afirmando que tal ideologia pode resolver os males da humanidade eternamente”, explicou.

Ele destacou algumas verdades imutáveis: “Deus não é um guru, Jesus não foi apenas um mestre moral, e a Bíblia não é um guia sobre como viver vida boas na terra. Se o Senhor e as Escrituras tivessem a intenção de nos apontar para um partido político salvador, por que Jesus precisaria morrer na cruz? Afinal, se trabalhássemos o suficiente, não conseguiríamos nos salvar simplesmente votando nos parlamentares certos e abraçando a ideologia política correta?”.

Finalizou apontando para o fato que a natureza pecaminosa do ser humano é incapaz de salvá-lo. “Não apenas o socialismo, mas qualquer outra ideologia política levada até o seu maior extremo, afundará ao afirmar ser a solução definitiva para o sofrimento humano… Um simples olhar para a história do mundo mostra que Joseph Stalin, na União Soviética, Adolf Hitler, na Alemanha, e Mao Tsé Tung, da China, são provas contundentes disso.”

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Bolsonaro: “O Estado é laico, mas eu sou cristão”

Pastor da família diz que candidato é “amigo das igrejas evangélicas”

Jair Bolsonaro e esposa na igrejaJair Bolsonaro e esposa na igreja. (Foto: Reprodução / Youtube)

O deputado federal e candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL) participou do culto neste domingo (19) na Igreja Batista Atitude, no Rio de Janeiro. No final da reunião, o pastor Josué Valandro Jr. chamou o político para receber uma oração.

O líder da igreja relatou que participou, com vários outros pastores influentes do Brasil, de uma espécie de sabatina dos candidatos em Belo Horizonte, na semana passada. Segundo ele, foram convidados também Geraldo Alckmin e Marina Silva. Bolsanaro foi o que recebeu mais apoio.

Deixando claro que não se tratava de campanha, nem de voto de cabresto, Valandro explicou que a família frequenta a igreja e a esposa do político, Michele “é ativa e dedicada” na congregação.

“Deputado, eu não sei qual é a vontade de Deus para sua vida, mas uma coisa eu queria te falar […] Nós louvamos a Deus pela sua coragem, não preciso concordar com tudo que o Bolsonaro diz para orar pela sua vida”, declarou o pastor diante dos presentes.

O vídeo com o momento de oração está circulando nas redes sociais e ficou entre os 10 mais assistidos do Youtube nesta segunda-feira (20).

Ao chamar os demais pastores para a oração, Valandro destacou: “nós precisamos [na presidência] de alguém justo e correto”. Bolsonaro ajoelhou, ao lado da esposa, enquanto o pastor da igreja clamou pela vida do candidato e de sua família.

“Ele tem orado e pedido sabedoria a Deus. Ele respeita a Igreja e respeita as crianças, ele não é favorável à morte de inocentes… Este homem tem valores cristãos, é amigo das igrejas evangélicas e da ética. Que em outubro tenhamos uma resposta do céu”, asseverou, intercedendo para que a nação brasileira seja unida “em direção à fé”.

Recebendo cerca de 30 segundos para se manifestar, Bolsonaro chorou e disse que “de tanto ver coisas erradas, decidi concorrer”. Falando sobre seus adversários, destacou: “sei o que eles têm, mas eu tenho o que eles não têm… Temos que valorizar a família, devemos varrer o comunismo do Brasil”. Sob aplausos, encerrou dizendo que “O Estado pode ser laico, mas eu sou cristão”.